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1 Prof. Marcos Baroncini Proença Princípios dos Processos Químicos Industriais Aula 2 Conversa Inicial Nesta aula 2 serão apresentados os Equipamentos e Instalações Industriais, abordaremos Válvulas, Bombas, Ventiladores, Transportadores e Trocadores de Calor Assim, ao final desta aula o discente terá visto conceitos introdutórios a estes componentes de instalações industriais que lhe permitirão, com o futuro aprofundamento, desenvolver competências e habilidades necessárias para a gestão de plantas de indústria química Válvulas Válvula é todo dispositivo destinado a controlar o fluxo de um fluido, sendo que normalmente está localizado em tubulações, em vasos e em reatores. Sobre o mecanismo de operação, temos válvulas de operação manual, de operação motorizada (pneumática, hidráulica e elétrica) e de operação automática (sistema de molas ou por diferença de pressão) Definição e tipos Temos diversos tipos de válvulas, divididas em quatro categorias, que são válvulas de bloqueio, válvulas de regulagem, válvulas de fluxo em um só sentido e válvulas de controle de pressão 2 São válvulas que apenas liberam ou interrompem o fluxo, trabalhando completamente abertas ou completamente fechadas São do mesmo diâmetro das tubulações Válvulas de gaveta, válvulas de macho e válvulas de esfera Válvulas de bloqueio As válvulas de gaveta são utilizadas em tubulações de fluidos líquidos em geral, desde que não sejam corrosivos Também devem ser isentos de resíduos que possam deixar sedimentos Tem fechamento lento o que evita golpes de aríete Não garantem estanqueidade crédito: JEFFERSON SCHNAIDER Válvulas de macho são válvulas que permitem diferentes estágios de escoamento, sendo usadas de bloqueio de gases a qualquer pressão e líquidos a pressão baixa, sendo bastante usado em tubulações para líquidos contendo sólidos em suspensão Válvulas de macho crédito: JEFFERSON SCHNAIDER Tipo mais usado Válvula esfera – vem substituindo as válvulas de gaveta, principalmente pela sua melhor vedação e pela menor perda de carga que provoca na linha de fluxo do fluido São válvulas que permitem estabelecer o fluxo de escoamento de fluidos, com operação, em sua grande maioria, motorizada Deste tipo de válvulas se destacam a válvula de globo e a válvula de agulha Válvulas de regulagem Válvulas de globo também permitem vários estágios de escoamento, sendo recomendadas para controle do escoamento de vapores e outros fluidos em elevada temperatura Também é usada para linhas de ar e gases, podendo também ser angulares ou em “Y” Válvula de globo PORCA DE APERTO GAXETAS HASTE COM ROSCA TAMPÃO VOLANTE SOBREPOSTA HASTE COM ROSCA CASTELO APARAFUSADO TAMPÃO SEDE SENTIDO DE FLUXO TRAJETÓRIA DE SAÍDA TAMPÃO SEDE crédito: JEFFERSON SCHNAIDER 3 As válvulas de agulha apresentam como diferencial o tampão – que é a região de bloqueio do fluxo de fluidos – ser na forma cônica (agulha), o que permite um controle bastante apurado do fluxo São válvulas de precisão usadas para regulagens finas de vazão de líquidos e gases Válvulas de agulha crédito: JEFFERSON SCHNAIDER As válvulas de fluxo em um só sentido são válvulas de operação automática que estabelecem o fluxo dos fluidos em apenas um sentido Funcionam, em sua grande maioria, por diferença de pressão provocada pelo próprio escoamento do fluido Os dois principais tipos destas válvulas são as válvulas em portinhola e as válvulas pistão Válvulas de retenção É o tipo de válvula de retenção mais usado, caracterizando-se por possuir no tampão uma portinhola articulada por um pino, que fecha por gravidade, impedindo que o fluido que passou por ela retorne Válvula de portinhola crédito: JEFFERSON SCHNAIDER Apresentam seu fechamento por um tampão semelhante a um pistão automotivo, ligado a um pino Este tampão é mantido aberto em função da pressão positiva que o fluido exerce em sua base, pelo seu sentido de escoamento Assim, se o fluido mudar o sentido, haverá uma pressão negativa que levará ao seu fechamento Válvulas de pistão L Fluxo Construção Padrão crédito: JEFFERSON SCHNAIDER Bombas Bombas são máquinas de fluxo de deslocamento positivo ou dinâmicas, voltadas a escoamento líquido ou pastoso Definição 4 Apresentam como caraterística um elemento rotativo ou de compressão, acionado por uma fonte de energia externa, como motor, que aumenta o fluxo de escoamento de um fluido pelo aumento da sua energia cinética Em seguida, há uma diminuição do fluxo, com consequente aumento da pressão, completando um estágio da bomba As bombas normalmente apresentam vários estágios em função do escoamento pretendido Características e tipos Podemos classificar as bombas em dois principais tipos: Bombas de deslocamento positivo Bombas centrífugas São as bombas pistão e as bombas diafragma Nas bombas pistão o processo de bombeamento ocorre em duas etapas Bombas de deslocamento positivo crédito: JEFFERSON SCHNAIDER Na primeira, o pistão se desloca no sentido da parede anterior gerando uma pressão negativa que faz com que a válvula de admissão do fluido se abra e inunde a parte interna da carcaça da bomba Posteriormente, o pistão se desloca para a parede posterior da carcaça, elevando a pressão e fazendo com que a válvula de descarga se abra e o fluido pressurizado saia e escoe na tubulação A bomba diafragma tem o mesmo princípio de funcionamento da bomba pistão, sendo que agora o movimento é feito por um par de diafragmas, que são elementos flexíveis normalmente de borracha ou de um plástico flexível crédito: JEFFERSON SCHNAIDER Trabalham em fluxo contínuo, sendo que o líquido é admitido para o interior da bomba por ação de uma pressão negativa gerada no centro da bomba pela ação de um elemento rotativo que gira rapidamente dentro da carcaça Bombas centrífugas 5 Este mesmo elemento rotativo irá gerar uma região de alta pressão nas paredes da bomba, fazendo com que o fluido escoe pressurizado na tubulação Assim, a energia cinética gerada pelo rotor se converte em pressão na saída do fluido da carcaça. Este tipo de bomba opera para grandes vazões e a pressões moderadas Os dois tipos principais destas bombas são as bombas radiais e as bombas Francis Nas bombas radiais a energia cinética é originada devido a velocidade de giro do rotor, conferindo então energia cinética ao fluido Esta energia se transforma em pressão e o fluido segue seu fluxo pela tubulação Bombas radiais crédito: JEFFERSON SCHNAIDER Funcionam com o mesmo princípio das bombas radiais Porém, os rotores possuem palhetas e curvaturas em dois planos, o que aumenta a energia transferida Bombas Francis crédito: JEFFERSON SCHNAIDER Pela energia cinética que gera, também é considerada como uma turbina Como máquina de fluxo, é usada em Usinas Hidrelétricas e PCHs, recebendo energia da queda de água e transformando em energia cinética que será convertida em energia elétrica Premissas Primeiro deve ter corretas informações sobre as características dos sistemas de tubulação, como os diâmetros das tubulações e acessórios, perda de carga durante o fluxo do fluido na tubulação, além das alturas estáticas, tanto da sucção quanto da descarga Seleção de bombas Depois deve conhecer as caraterísticas do processo, como qual vazão que deve ser usada e se esta vazão sofrerá alterações, pressão do ponto inicial de sucção e pressão no ponto final de descarga Deve então conhecer as propriedades físicas e químicas do fluido na temperatura do processo, principalmente sua viscosidade, pressão de vapor, se é corrosivo e se tem partículas sólidas em suspensão 6 Com essas características, primeiro definirá o tipo de bomba que usará Depois entrará em contato com fornecedores do tipo de bomba escolhida e, por gráficos de vazão (Q), por altura equivalente em função da perda de carga da linha (H), que fornecem nos catálogosdos produtos selecionar a bomba mais adequada FONTE: https://pt.slideshare.net/ benepiscinas/catlogo-de-bombas-jacuzzi Ventiladores Ventiladores também são máquinas de fluxo, ou seja, são máquinas de fluxo motoras que realizam trabalho em um fluido, transferindo energia através da ação de um rotor, sendo que os fluidos nos quais realizam trabalho são o ar ou os gases Seu funcionamento é bastante semelhante ao das bombas centrífugas Definição Ventiladores apresentam como caraterística terem um elemento rotativo, acionado por uma fonte de energia externa, como motor, que aumenta o fluxo de escoamento de um fluido pelo aumento da sua energia cinética Assim como as bombas centrífugas, podem ser classificados em função do rotor Com relação ao rotor, se classificam em ventiladores radiais e axiais Características e classificação Tem os rotores compostos de um disco central no qual as pás são presas Nos ventiladores axiais o ar entra e sai na direção paralela ao eixo do rotor Dois tipos Axial propulsor Tubo-axial Ventiladores Axiais O ventilador axial propulsor é o mais popular dos tipos de ventiladores por ser também de uso doméstico, na circulação de ar ambiente, mas é usado também em radiadores crédito: JEFFERSON SCHNAIDER 7 O ventilador tubo-axial é aquele no qual o rotor do ventilador é colocado no interior de um tubo, em dutos de aeração, movimentando médio volume de ar a baixa pressão hidrostática crédito: JEFFERSON SCHNAIDER Bastante semelhantes à seleção de bombas, com algumas diferenças pontuais Primeiro deve ter corretas informações sobre as características dos sistemas de tubulação, como os diâmetros das tubulações e acessórios, sendo que, ao invés da perda de carga deverá levantar a pressão total da instalação Deve então levantar a viscosidade do gás de trabalho, que na grande maioria das aplicações é o ar Seleção de ventiladores Depois entrará em contato com fornecedores do tipo de ventilador escolhido e, por gráficos de vazão (Q) por pressão total da linha, normalmente em milímetros de coluna de água (mmca), que são fornecidos nos catálogos dos produtos, selecionar o ventilador mais adequado fonte: Termodin http://www.termodin.com.br/downloads/ produtos/catalogos/Catalogo%20Geral%20Sirocco%200115.pdf Transportadores São máquinas e equipamentos usados para deslocamentos de materiais dentro das linhas de produção, visando garantir o fluxo produtivo Podem ser intermitentes ou contínuos, de acordo com as necessidades de produção Definição O transportador contínuo não motorizado é o mais antigo tipo de transportador, tendo como princípio de funcionamento o uso da inércia ou da gravidade para movimentar os materiais Seu uso mais comum é em linhas de montagem onde um funcionário realiza sua tarefa e em seguida empurra o material para a próxima estação de trabalho Pode ser de rodízio ou de rolete Transportador contínuo não motorizado 8 No transportador contínuo de rodízio é necessária pouca energia para girar os pequenos rodízios, que rodam de forma independente, o que o qualifica para as seções curvas de uma linha de transportadores contínuos Transportador não motorizado de rodízio crédito: JEFFERSON SCHNAIDER Vem sendo usado para as mesmas funções do transportador de rodízio, pois possui uma superfície de trabalho e uma melhor redução da inércia que o de rodízio Transportador contínuo não motorizado de roletes crédito: JEFFERSON SCHNAIDER Tem como princípio o de ter motor e polia ligados ao elemento transportador para movimentar os materiais Os três tipos de transportadores contínuos que dominam o mercado são o de correia, as esteiras e os de roletes motorizados Transportador contínuo motorizado Um motor aciona uma polia ligado à correia que irá se movimentar e transportar o material Para dar suporte ao material que será transportado, na parte inferior do transportador tem uma base deslizante de roletes não motorizados ou uma chapa de metal Transportador contínuo de correia crédito: JEFFERSON SCHNAIDER É um tipo de transportador por correia, onde, ao invés de ter na parte inferior roletes não motorizados ou chapa de metal, o suporte ao material transportado é dado por uma lona de borracha abaixo da qual ficam pinos guia para dar sustentação Esteira transportadora crédito: JEFFERSON SCHNAIDER O mais comum é aquele que possui um eixo de transmissão, que passa por baixo da base dos roletes Estes roletes são ligados ao eixo por anéis “o-rings”, de modo que, quando o motor gira o eixo, este gira os roletes Transportadores de rolete motorizados crédito: JEFFERSON SCHNAIDER 9 Outro tipo que está substituindo o anterior é o transportador contínuo de roletes acionado por corrente, no qual uma corrente de metal revestida com um amortecimento de borracha ou de plástico corre por baixo da base dos roletes, de forma que, quando o motor movimenta a corrente, ela movimenta os roletes JIT ou Just in Time É uma ferramenta de organização da produção que visa eliminar o acúmulo de recursos no estoque ou na linha de produção, aumentando a produtividade da planta industrial Kanban É uma ferramenta de controle do fluxo de produção atrelada ao JIT, que usa cartões coloridos em um quadro para que se visualize onde o recurso está e como cada unidade produtiva está se comportando Ferramentas complementares para o PPCP Trocadores de Calor Qualquer equipamento cuja finalidade seja promover a transferência de calor de um fluido para outro, sem que haja contato direto entre estes fluidos é chamado de trocadores de calor Eles estão presentes nas indústrias, principalmente no setor de utilidades, e para a cogeração de energia Os principais tipos são os de placas paralelas, os trocadores de calor tubulares e os trocadores de calor do tipo tubo-carcaça Definição São formados por placas paralelas separadas por gaxetas Nestes trocadores, os fluidos escoam por estreitos canais, de tal forma que o fluido quente e o fluido frio fluirão pelas duas faces das placas Trocador de calor de placa paralela crédito: JEFFERSON SCHNAIDER Assim, trocarão calor por meio de finas chapas metálicas Estes trocadores são usados na pasteurização de laticínios, sucos e cervejas e também na esterilização de meios de cultura, indústria farmacêutica 10 O trocador tubular, também chamado de tubo duplo, é formado por dois tubos concêntricos Um dos fluidos escoa pelo tubo interno e o outro pela região entre a parede externa do tubo interno e a parede interna do tubo externo, em corrente paralela ou em contracorrente Trocador de calor tubular crédito: JEFFERSON SCHNAIDER É usado em aplicações de pequenas capacidades, pois para maiores trocas térmicas teria de ter um comprimento muito extenso O trocador de calor de tubo-carcaça formado por um casco (carcaça), dentro do qual estarão dispostos ou um feixe de tubos ou uma serpentina Um dos fluidos passa por dentro dos tubos que compõem o feixe ou a serpentina, e o outro pelo espaço entre a parede externa dos tubos e a parede interna da carcaça Trocadores de calor tubo-carcaça Existe uma variedade de construções diferentes destes trocadores, que são os mais usados para quaisquer capacidades e condições operacionais crédito: JEFFERSON SCHNAIDER
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