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Maria Luiza Maia – M3 2021 FARMACOLOGIA Outros inibidores da parede celular GLICOPEPTÍDEOS Moléculas grandes de alto peso molecular, tendo assim, dificuldade de penetrar a membrana ex- terna de espécies gram- Ação bem maior sobre espécies gram+ Mecanismo de ação – se ligam com alta afinidade na extremidade terminal D-Ala-D-Ala do penta- peptídeo peptideoglicano em crescimento inibindo a transglicosilase ou a glicosiltransferase, acabam interferindo na síntese de RNA citoplasmático (fi- xação na membrana citoplasmática), sendo de ex- trema toxicidade na região renal (local de excre- ção e possível acúmulo do fármaco), inibição em momentos iniciais da síntese Mecanismos de resistência Modificações fenotípicas dos aa e conse- quentemente das cepas bacterianas Aspectos farmacocinéticos Pouco absorvido por via oral Tem boa distribuição em vários líquidos corpo- rais Tempo de meia vida variável – vancomicina 6 h e teicoplanina de 100 h Excreção renal por filtração glomerular (per- fil de toxicidade maior aqui) Devem ser administradas lentamente para se evitar reações adversas Indicações terapêuticas Bactérias gram+ causadoras de infecções, cutâneas, do trato respiratória, do SNC, que causam endocardites, infecções por catete- res vasculares (boa distribuição) S. aureus, S. epidermidis e enterocolite por Clostridium difficile (uso restrito e de ação lo- cal, sendo assim administrados por via oral) Endocardite causado por E. faecalis e Strep- tococcus viridans (associada a gentamicina) Meningite supostamente causada por pneu- mococo (associada a cefalosporinas) Efeitos adversos Exantema cutâneos maculares e anafilaxia (hipersendibilidade) Calafrios e febre (ao administrar) Flebite do local da aplicação (local de adminis- tração) Rubor cutâneo externo (síndrome do pescoço ou homem vermelho) se administração for rápida Ototoxicidade e nefrotoxicidade Vancomicina Foi isolada do Streptococcus orientalis (1956) Tem toxicidade bem maior que a dos beta-lactâ- micos (entrou praticamente em desuso) Voltou a ser empregada no tratamento de Sta- phylococcus aureus resistentes a penicilinas (mas já existem bactérias resistentes) Teicoplanina Foi isolada do Actinoplanes teichomyetius (1978) A utilização é semelhante a da vancomicina, mas com um maior tempo de ação LIPOPEPTÍDEOS Daptomicina Derivado de cepas do Streptomyces roseosporus Molécula grande Causa a despolarização da membrana por efluxo de potássio -> morte bacteriana, entra na mem- brana e forma um poro Bactericida concentração-dependente (quanto maior a concentração maior a atividade) Maria Luiza Maia – M3 2021 FARMACOLOGIA Atividade contra cepas de Enterococcus e de Staphylococcus aureus resistentes à vancomicina Alternativa para cepas resistentes a vancomicina e meticilina Inativada pelo surfactante pulmonar (não tem boa atividade nas vias respiratórias) Pode causar dispepsia, diarreia, constipação, náu- sea e vômitos É importante dosar a creatinofosfatase, pois pode causar comprometimento muscular POLIMIXINAS Existe a A, B, C, D e E, sendo a B (B1 e B2) e a E (colistina) as importantes para a atividade anti- bacteriana contra bacilos São polipeptídeos Aumenta a permeabilidade da membrana É um peptídeo catiônico e age como detergente alterando componentes fosfolipídeos da mem- brana celular (seletivo para bactéria), neutraliza o lipídeo A da molécula de lipossacarídeo (endotoxina de bactérias gram-) Utilizada contra bactérias gram- multirresisten- tes, sendo seu uso sistêmico entrando em desuso (toxicidade), reservada para emergências Pseudomana, acinetobacter, enterobactérias Proteus e Serratia apresentam resistência in- trínseca ao fármaco Administrada por via endovenosa e intramuscular, e tópico quando se trata de infecções oculares e de pele Efeitos adversos Nefrotoxicidade Interfere na neurotransmissão da junção neuromuscular (fraqueza e apneia) Parestesia, vertigem e fala arrastada
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