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VICTORIA ALENCAR – 6º SEMESTRE – UNIFTC – 2021.1 6 otorrino aula 3 – anatomia e fisiologia das fossas nasais e dos seios paranasais nariz externo/ PIRÂMIDE NASAL · 03 faces (duas laterais e uma posterior); · 02 bordas (lateral e anterior); · 01 vértice; · 01 base. 02 faces laterais · Metade superior – ósseas e fixas (ossos próprios nasais e processo frontal da maxila) e móveis na metade inferior – cartilagíneas (cartilagem lateral superior e a cartilagem alar). 01 faCe posterior · Fossas nasais – melhores vistas num cadáver. bordas laterais · De cima para baixo (sulco nasopalpebral; nasogeniano; nasolabial). borda anterior · Dorso nasal (termina na ponta); · O dorso tem função na definição do tipo do nariz que cada pessoa tem: · Nariz reto; · Nariz grego (não existe depressão ou sulco nasofrontal); · Nariz aquilino (em forma de bico de águia); · Nariz arrebitado (ponta é virada para cima). VÉRTICE (raiz) · Região interciliar, separado do frontal pelo sulco nasofrontal). base · Narinas, separadas pela columela ou subsepto; · Comprimento da columela (longo na raça branca, curto na negra – o que deixa o nariz negro achatado); · Narinas (elípticas na branca – circular-, alongada transversalmente na negra – oval- ). pirÂmide nasal – estrutura · Ossos nasais; · Cartilagens laterais superiores (ambos os lados); · Cartilagens laterais inferiores (ambos os lados), também chamada de cartilagem alar; · Cartilagens menores. Fossas nasais Entrando pelas cavidades nasais, teremos: · Parede inferior – assoalho: localizado acima da abóbada palatina. · Parede superior – composta osso frontal, lâmina crivada do etmóide e parede anterior do esfenóde (ao fundo); · Parede interna – cartilagem quadrangular ou septal (septo nasal) e lâmina perpendicular do etmóide (septo ósseo); · Parede externa – ossos (maxilar, palatino, etmóide e corneto inferior) e a parte turbinada (03 a 05 cornetos). os Cornetos delimitam os meatos...* · Meato inferior – desemboca o ducto nasolacrimal (saí do olho e vai até o nariz; em casos de obstrução deste ducto os olhos ficam cheios de lágrimas, pois não estará conseguindo drená-las para o nariz); · Meato médio – desembocam canais e óstios de comunicação das cavidades nasais anteriores (maxilares, frontais e etmoidais anteriores); · Meato superior – desemboca a comunicação com seios posteriores (etmóide posterior). · A drenagem do seio etmoide posterior se encontra com a do seio esfenoidal através do recesso esfenoetmoidal. · · A junção da secreção do etmoide posterior e a do esfenoide se encontrará no recesso esfenoetmoidal e passará atrás da tuba auditiva. · Isso é importante, pois quando se tem uma rinossinusite de seio posterior a secreção irá para garganta (rinorréia posterior, gotejamento pós nasal, tosse). · Entretanto, uma rinossinusite nos seios anteriores poderá cursar com uma rinorréia anterior (para fora do nariz, corisa). Válvula nasal: · Porção mais estreita (limitada pelo septo nasal, borda inferior da cartilagem lateral superior em um ângulo de 10 a 15°); · Regulador dinâmico da corrente aérea inspiratória; · Inspiração – de acordo com o volume do ar inspirado, a borda inferior da cartilagem lateral superior se afasta do septo sob efeito da ação muscular voluntária e reflexa (abinhas do nariz se alargam quando forçamos na inspiração); · Expiração – abertura é passiva, efeito do próprio ar. · A válvula nasal é importante principalmente em cirurgias plásticas do nariz, onde ocorrem casos de extremo afilamento desta região (fechamento da angulação normal), fazendo com que o paciente curse com dificuldades para respirar após rinoplastia e até mesmo obstrução. Mucosa nasal ou pituitária ou membrana de Schneider* · Espessa por vascularização abundante, formando lagos artério-venosos eréteis (principalmente ao nível dos cornetos) quando ocorre o ingurgitamento de sangue nos cornetos, este irá inchar e dificultar a respiração (obstrução nasal); · Camada epitelial cilíndrica ciliada vibrátil (pode sofrer metaplasia para epitélio estratificado ciliar, cubóide, estratificado epidermóide), membrana basal, túnica própria, goblet cells (produtoras de muco), camada periosteal (vasos calibrosos e lacunas cavernosas). seios paranasais · Nem todos os seios são da face: a nomenclatura “seios da face” é errada, pois nem todos estão na face, às vezes estão posteriores; por isso, a nomenclatura correta é SEIOS PARANASAIS; · Cavidades SIMÉTRICAS, situadas ao lado das fossas nasais simétricas NÃO quer dizer IGUAIS, pode existir uma um pouco maior que a outra!; · Seios anteriores (frontal, maxilar e etmóide anterior); · Seios posteriores (etmóide posterior e esfenóide). CORTE SARGITAL CORTE CORONAL função dos seios paranasais · Diminuir o peso da face e do crânio (se não existissem os seios paranasais, o crânio seria muito pesado, forçando a coluna e dificultando nossa posição ereta); · Câmeras suplementares de aquecimento e umidificação; · Caixa de ressonância durante a fonação. seio maxilar · No recém nascido é apenas um divertículo, bem pequeno; · Desenvolvimento completo aos 12 anos. · Imagem acima de uma tomografia computadorizada, de corte axial, na qual podemos observar os seios maxilares (seta número 1); · Na imagem da esquerda, podemos observar que os cornetos inferiores apresentam tamanhos diferentes. O corneto inferior da direita é mais inchado/ hipertrofiado que o da esquerda. Isto indica que o paciente pode apresentar obstrução nasal, pois passa pouco ar no corneto direito. Não necessariamente o paciente VAI TER obstrução nasal, pois existem pessoas com grandes alterações anatômicas e poucas manifestações clínicas e também pessoas com pequenas alterações anatômicas e grandes manifestações clínicas. seio frontal · Só se individualiza após o nascimento; · Maturação completa aos 10-12 anos, embora continue crescendo até os 20 anos; · Pode estar ausente no adulto, pouco desenvolvido ou desenvolvimento exagerado.SEIOS FRONTAIS seio etmoidais anterior e posterior · Início do desenvolvimento a partir do 2º ano de vida, maturação completa aos 12-13 anos. · Seios etmoidais anteriores (seta rosa) e posteriores (seta bege); · Na imagem à direita podemos observar os cornetos inferiores do paciente e concluir que, comparado com o paciente da tomografia anterior (que possuía corneto inferior direito inchado/ hipertrofiado), este tende a respirar bem melhor, pois seus cornetos inferiores são menos inchados e possuem mais espaço. · Entretendo, este paciente possui mais chances de fazer rinossinusite que o anterior, pois seu corneto médio do lado direito possuí uma bolha dentro de si, cheia de ar (concha média bolhosa, seta azul), ocupando mais espaço no meato médio, facilitando obstruções e rinossinusites. Quando este paciente possuir rinossinusites de repetição, muitas vezes é necessário remover este corneto para abrir espaço nesta região. seio esfenoidal · Crescimento depois dos 09 meses até a fase adulta. recaptulando... · Na imagem acima podemos perceber que a secreção do seio maxilar se encontrará com a secreção do seio frontal e a secreção dos seio etmoidal anterior, e todas elas irão desembocar ABAIXO do corneto MÉDIO, ou seja, no MEATO MÉDIO. · · Nesta outra imagem, abaixo do corneto superior, ou seja, no MEATO SUPERIOR desembocam as secreções do seio etmoidal posterior e secreção do seio esfenoidal, que se juntam e formam o recesso esfenoetmoidal. · Isso é de grande importância, pois numa rinossinusite POSTERIOR a secreção irá para trás da tuba auditiva, para garganta, seguindo o caminho da seta após o recesso esfenoidal (caminho vermelho). · OBS: quando há envolvimento dos SEIOS ANTERIORES (imagem 1), há rinorréia anterior (para frente, fora do nariz), mas também posterior. Isto porque as células ciliadas no nariz acabam empurrando/ drenando a secreção também para o mesmo caminho das secreções posteriores (para trás, garganta). Então nestes casos também pode haver gotejamentopara garganta. · Logo, quando a tem envolvimento dos seios anteriores, pode ir secreção para frente ou para trás e quando o envolvimento é dos seios posteriores, a secreção irá somente para trás. epitélio olfatório · O epitélio olfatório fica localizado na parte superior do nariz e isso é de suma importância, pois, às vezes, pode ocorrer obstrução nasal (por conta de cornetos hipertrofiados, pólipos nasais...) e o ar não irá conseguir subir, desta forma o paciente não possuirá bom olfato. · Quando a secreção é colorida (amarelada) pela manhã e noite não é de grande importância, pois ficou muito tempo retida e ocorreu depósito de células de defesa e ela fica amarelada/esverdada. Isso não significa que há colonização bacteriana. Temos que observar a coloração durante o DIA!!! irrigação do septo nasal · Área de Little / Plexo de Kiesselbach: área de confluência de diversos vasos, muito vascularizada e na maioria das epistaxes, sangramentos do nariz, começam nesta região; · Deve-se ter cuidado e avisar aos pacientes para, quando forem colocar o dedo no nariz, não machucarem essa região, pois existem muitos vasos superficiais que podem ser atingidos, ocasionando sangramentos; · O Plexo de Woodrufff’s é relacionado à epistaxes posteriores. Este plexo é relacionado à epistaxes mais complicadas e difíceis de tamponar, podendo levar a óbito (triângulo da morte). fisiologia das fossas nasais · Filtragem ou purificação; · Ação Mecânica: · Vibrissas; · Função ciliar; · Reflexo esternutatório (espirro). · Ação Química: · Bactericida (muco nasal). Filtragem ou purificação · Cílios vibráteis: · Cada célula – cerca de 08 cílios; · 160-150 batimentos/min; · Velocidade em direção à rinofaringe de 0,25-0,75 cm/min; · Funcionam normalmente em meio úmido, na presença de muco, ph 6,8-7,4 e temperatura ideal 18-37°; · Em casos de processos inflamatórios podem imobilizar/ parar ou reduzir o movimento, causando acúmulo de secreção; · Imobilizam-se em temperaturas abaixo de 07º e acima de 43°. · As secreções ou impurezas não descem apenas pela ação da gravidade e sim pela ação dos cílios de empurrá-las (setas em verde na imagem abaixo mostram o caminho em que os cílios empurram as impurezas até os óstios, este movimento é organizado): funções das fossas nasais · Aquecimento do ar: · Irradiação de calor das lacunas arteriovenosas e intensa vascularização da mucosa; · O nariz participa da função termorreguladora do organismo. · Umedecimento: · Impregnação de vapor d’água (secreção mucosa, transudação serosa e secreção lacrimal). · Bactericida: · Fermento bactericida e imunoglobulina A (IgA) secretora. Trajetória do ar inspirado · Os cornetos servem para circular o ar mais tempo dentro do nariz, aumentando a troca de umidade e de calor para chegar aos pulmões; · A trajetória do ar não é a mesma, o ar é jogado para diversas estruturas do nariz: · Trajetória Curva- vértice: o ar sobe, faz uma curva, bate no meato médio e desce para as coanas. Ou seja, envolve o meato médio e extremidades (coanas e narinas); · Trajetória Inferior, chamada também de corrente inspiratória secundária: o ar segue reto através do corneto inferior; · Trajetória Superior, chamada também de corrente olfativa (onde se localiza o epitélio olfatório): o ar entra, se dirige à abóbada nasal (para cima) em direção ao epitélio olfatório, fazendo com que sintamos o cheiro. Trajetória do ar expirado · Sentido inverso, passando pelos meatos. Ao atingir a válvula nasal (parte estreita do nariz), parte do ar retorna formando um redemoinho (ficando mais tempo ainda dentro do nariz trocando calor e umidade). Resumo: as diversas saliências promovem um retardamento na velocidade e mudança na direção do ar (inspiração e expiração), ocorrendo turbulência e contato mais demorado com a mucosa. observações... · A mucosa nasal sofre discretas alterações de vasodilatação de um lado, alterando com vasoconstrição do lado oposto. São alterações cíclicas da permeabilidade nasal. Por isso, é normal sentirmos que estamos respirando bem de um lado e depois de um tempo sentimos que respiramos melhor do outro. O mesmo ocorre quando deitamos de lado, um lado do nariz entope e o outro desentope e quando trocamos de lado, isso inverte; · Insuficiência respiratória nasal: · Pode ser de ordem anatômica: obstrução, hipertrofia de cornetos, pólipos nasais... · Pode ser de ordem funcional: · Distúrbios vasomotores de origem neuro vegetativa; · Insuficiência hepatorrenal; · Insuficiência cardiovascular; · Distúrbios hormonais.
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