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Professora Thyara Leite – Pediatra e Cardiologista Pediátrica – FAMP/2021 SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 1 – 5° PERÍODO Avaliação do Recém-Nascido 1. Introdução a) Na sala de parto deve ser realizado um exame físico sumário, observando as condições de vitalidade e focalizando, principalmente, o padrão respiratório, a frequência cardíaca, a cor, o tônus e a atividade espontânea, excluindo sempre malformações. 2. Pele a) Os RN apresentam certa instabilidade vasomotora e lentidão circulatória periférica. Estas alterações produzem uma cor vermelho-escura ou até mesmo violácea durante o choro. Pode ocorrer cianose de extremidades (acrocianose) quando há exposição ao frio. b) A pele do RN é tão mais fina e lisa quanto mais prematura for a criança. A maior proporção de água em sua constituição contribui para a consistência quase gelatinosa nos prematuros extremos. Características ou anormalidades A Lanugem Pelos finos, macios e imaturos encontrados nos prematuros, sendo substituídos por pelos nos lactentes. Tufos de pelos na coluna lombossacra sugerem uma anomalia subjacente, como espinha bífida oculta, fístula ou tumor. B Palidez Pode representar asfixia (vasocontrição), anemia (por hemorragia grave, como rotura de vísceras ocas, placentária, ou ainda doença hemolítica perinatal), choque ou edema. C Vérnix ou verniz caseoso Substância graxenta, branco-amarelada (sebo ou debris de queratinócitos), que recobre a superfície cutânea das dobras. D Manchas mongólicas Representas por pigmentação cinza-azulada no dorso e nas nádegas decorrentes da presença de melanócitos na derme que ainda não migraram para epiderme e tendem a desaparecer no primeiro ano (não possuem nenhuma importância clínica, tendendo ao desaparecimento ou clareamento após o primeiro ano de vida). E Hemangiomas Os hemangiomas capilares maculares transitórios são comuns em pálpebras e pescoço, também são achados físicos normais em recém-nascidos. F Petéquias e Equimoses Não desaparecem à digitopressão e são de etiologia mecânica (tocotraumatismo), fragilidade capilar (infecção) e plaquetopenia. Podem estar presentes na cabeça do RN por aumento da pressão durante o parto, especialmente no parto a fórcipe, desaparecendo em dias. G Eritema tóxico Erupção cutânea composta de pápulas ou lesões vesicopustulosas que surgem de um a três dias após o nascimento, sendo localizado na face, no tronco em os membros. É classificado como um exantema benigno, desaparecendo em uma semana. H Melanose Pustulosa Erupção cutânea pustulosa autolimitada, de causa desconhecida, caracterizando-se por grupamentos de pústulas estéreis de 2-3 mm predominando na fronte, abaixo do mento, região retroauricular e cervical, dorso, mãos e pés. Após 2-3 dias, as pústulas desaparecem, deixando tipicamente pequenas máculas hipercrômicas com um colarete de escamas brancas (permanecem cerca de 3 meses). I Esclerodema Edema endurecido mais frequentemente visto em infecções neonatais graves e cardiopatias com débito cardíaco diminuído. Não é depressível * Aparência vermelha intensa (pletora): é vista na policitemia. 3. Crânio a) O crânio apresenta uma forma arredondada ou modelada, ajustada ao canal do parto, em apresentação cefálica, com cavalgamento parcial dos ossos do crânio. b) O Perímetro cefálico (PC) varia de 33 a 38 cm, com uma média de 35 cm. A fontanela anterior ou bregmática possui um diâmetro de 1-3 cm (média de 2 cm) e fecha entre 9-18 meses de vida. A fontanela posterior tem um diâmetro de 0,5-0,7 cm (média de 6 cm), fechando-se aos dois meses de vida. Professora Thyara Leite – Pediatra e Cardiologista Pediátrica – FAMP/2021 Características ou anormalidades A Bossa serossanguínea Abaulamento do tecido subcutâneo, com ou sem equimose, que ultrapassa as linhas de sutura. Representa edema subgaleal decorrente do trauma do parto (apresentação cefálica) e desaparece em alguns dias. O local de aparecimento depende da apresentação do RN, podendo aparecer no glúteo, na face, nos braços e nas pernas. B Cefalematoma Abaulamento decorrente de um hematoma subperiosteal pelo trauma do parto (apresentação cefálica), localizado geralmente no osso parietal. O abaulamento não ultrapassa a sutura e não apresenta equimose. Não aparece logo porque a hemorragia é lenta, podendo levar horas para tornar-se visível. Desaparece paulatinamente em duas semanas a três meses. Devido à hemólise do sangue extravasado, pode haver risco de icterícia patológica. C Craniotabes Área amolecida deprimida no osso parietal, próximo à sutura sagital. Esta alteração é fruto da compressão pontual do crânio pelo osso pélvico da mãe na cavidade uterina. D Craniossinostose Representa o fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas. Se for de todas as suturas, haverá um impedimento ao crescimento normal do crânio e desenvolvimento de hipertensão intracraniana. E Fontanelas muito amplas A permanência de fontanelas grandes (principalmente a anterior) pode estar associada a doenças como acondroplasia e hipotireoidismo congênito, síndrome de rubéola congênita, hidrocefalia, raquitismo, osteogênese imperfecta e trissomias (21,13 e 18). F Encefalocele Ocorre exteriorização de tecido nervoso por defeito nos ossos do crânio, mais comum no nível occipital. Outras alterações decorrentes de trauma mecânico durante o parto Hemorragias subconjuntivais São representadas por pequenos pontos hemorrágicos na conjuntiva e petéquias em face e pescoço provocadas pela laceração de vasos sanguíneos durante o aumento da pressão intratorácica provocada pela passagem do tórax do bebê no canal de parto. Resolve-se em duas semanas. Fratura de clavícula Frequente nas distócias de ombros, macrossomia e partos pélvicos, com a sensação de creptação ao palpar o local. Não há tratamento específico e a resolução é espontânea. Paralisia braquial Partos prolongados e difíceis, com desprendimento traumático e tração da cabeça e do membro superior, são causas frequentes de paralisias obstétricas, principalmente do plexo braquial. 4. Face a) Verificar: observar simetria, presença de sinais como pregas epicânticas, microftalmia, distância entre os olhos (hiper ou hipotelorismo – aumento ou diminuição da distância), base nasal achatada, filtro longo, micrognatia, baixa implantação de orelhas, palato ogival que possam sugerir a presença de alguma síndrome genética, tamanho do queixo, nariz e língua. * Assimetria de mímica facial pode estar associada à paralisia de 7º par craniano, hipoplasia do músculo depressor do ângulo da boca ou posição intrauterina viciosa. Características ou anormalidades A Olhos Devem-se avaliar abertura das pálpebras, palpação do globo ocular, verificação do reflexo vermelho usando oftalmoscópio, avaliação das pregas epicânticas, hemorragia subconjuntival estrabismo (frequente no RN), pupila branca - leucocoria (catarata congênita, retinoblastoma, fibroplasia retrolental), opacificação da córnea (glaucoma congênito, rubéola congênita, ruptura da membrana de Descemet), secreção ocular. * Leucocoria: reflexo pupilar branco deve chamar atenção para investigação de catarata, retinoblastoma, coriorretinite e retinopatia da prematuridade. Conjuntivite pode decorrer da instilação do colírio de nitrato de prata (química) ou ser infecciosa. Estrabismo é comum e pode persistir até os 3-6 meses, quando a coordenação dos movimentos oculares se desenvolve. Professora Thyara Leite – Pediatra e Cardiologista Pediátrica – FAMP/2021 Características ou anormalidades B Orelhas Observam-se forma, tamanho e implantação da orelha, audição e apêndices pré-auriculares. A audição pode ser testada no RN de alto risco para surdes neurossensorial (por exemplo, infecção congênita) através do potencial evocado auditivo (teste da orelhinha). C Nariz Observa-se forma,tamanho, permeabilidade do nariz (a respiração é basicamente nasal). Atresia das coanas pode justificar franca insuficiência respiratória. Canal nasolacrimal. Secreção nasal (se serossanguinolenta, pensar em sífilis congênita). D Boca Devem-se observar coloração dos lábios, integridade (lábio leporino), palato (fenda palatina), língua, dentes congênitos, rânula (tumoração cística no assoalho da boca, sem indicação de exérese imediata), pérolas de Epstein (pontos branco do palato) e úvula bífida. * A posição da mandíbula (retrognatia) e o arqueamento do palato (ogival) dependem da não atividade motora na vida intrauterina da língua contra o palato e do relaxamento da mandíbula. 5. Pescoço a) Pesquisar massas, fístulas, mobilidade e excesso de pele. Características ou anormalidades A Torcicolo congênito Há contratura do músculo esternocleidomastóideo na 2ª semana de vida. Resolução espontânea na maioria dos casos, com possível evolução para assimetria facial e posição viciosa da cabeça. B Higroma cístico Trata-se de tumoração cística de tamanho variado. Crescimento rápido, invasão do assoalho da boca, do mediastino e das axilas, com possível obstrução respiratória. C Bócio congênito É causa idiopática ou filho de mãe de recebe iodo na gestação. Consistência elástica em forma de colar cervical, pouco móvel, podendo causar obstrução respiratória. D Cistos branquiais São tumorações císticas indolores na borda anterior do músculo esternocleidomastóideo 6. Tórax a) O perímetro torácico em RN a termo é, em média, de 1 a 2 cm do que o cefálico. Discretas retrações sub e intercostais são comuns em RNs sadios pela elasticidade das paredes torácicas. Retrações supraclaviculares são sempre patológicas. Características ou anormalidades A Clavículas Ausência de clavículas ou de fraturas. A conduta na fratura é conservadora (não requer imobilização, atadura), a não ser nos casos de fratura completa com diminuição ou ausência de movimentação do braço no lado afetado. B Mamas Verificar assimetria e a distância intermamilar. É comum o aumento das glândulas mamarias (ocorre em função da transferência de hormônios estrogênicos maternos) com secreção leitosa ou sanguinolenta. Observar mamilos extranumerários. 7. Avaliação cardiovascular Exame físico cardiológico em RN A Inspeção Deve incluir pesquisa de cianose (doença cardíaca ou respiratória), padrão respiratório (taquipneia, dispneia, amplitude respiratória), abaulamento precordial, turgência jugular e características do ictus. B Palpação Realizar nos pulsos dos 4 membros, comparando os superiores com os inferiores quanto a sincronia, ritmo e intensidade. Pulsos amplos podem ser encontrados em prematuros com persistência do canal arterial. C FC e PA A FC do neonato pode variar de 100 bpm a 160 bpm. Aferir PA no braço e perna direitos. Pressão pulsátil (pressão arterial sistólico-diastólica) normal em RN a termo de 25 a 30 mmHg e em RN prematuro de 15 a 25 mmHg Professora Thyara Leite – Pediatra e Cardiologista Pediátrica – FAMP/2021 D Ausculta Identificar B1 e B2 e avaliar seu som, intensidade, ritmo, frequência e presença de desdobramentos, de acordo com cada foco. Podem ser auscultados sopros transitórios que, na maioria dos casos, não representam cardiopatias congênitas (60% dos RN normais terão sopro nas primeiras 48h de vida) E Estalido É patológico após a fase de transição e audível em dilatações de grandes vasos: truncus arteriosus, tetralogia de Fallot, obstrução na saída do ventrículo esquerdo ou direito. 8. Avaliação respiratória Exame físico pulmonar em RN A Inspeção Avaliar padrão respiratório quanto a frequência, amplitude dos movimentos, tiragem, retração xifoidiana, batimentos de asas do nariz, estridor expiratório, gemido. Utilizar o boletim de Silverman-Andersen. B Frequência Respiratória A respiração intrauterina inicia-se por volta da 24ª semana de gestação, situando-se entre 30 e 90 irpm. A FR no período neonatal varia de 30-60 irpm. O padrão respiratório é abdominal/diafragmático e o ritmo respiratório é periódico (irregular), intercalado por pausas breves de duração < 10 segundos. B Ausculta Bilateral e comparativa. Auscultar regiões axilares e avaliar a presença de crepitações, roncos e diminuição do murmúrio vesicular. 9. Avaliação abdominal Exame físico abdominal em RN A Inspeção Observar a forma do abdome: se escavado (hérnia diafragmática), se há abaulamento supraumbilical (atresia duodenal ou distensão gástrica), abaulamento infraumbilical (distensão de bexiga e graves retardos de crescimento intrauterino), circulação colateral, ondas peristálticas. B Palpação Atentar para diástase de músculos retos abdominais, ascite, fígado (costuma ser palpável até 2 cm abaixo do RCD), baço (geralmente não palpável), rins, bexiga e massas abdominais. A patência do ânus deve ser avaliada. C Massas abdominais Cerca de metade é de origem geniturinária (hidronefrose ou rim multicístico mais comuns). Hérnias umbilicais são comuns. O cordão umbilical deve ter 3 vasos (2 artérias e 1 veia), sendo que a presença de artéria única pode ser associada a outras malformações congênitas (principalmente renais) e/ou síndromes cromossômicas. O coto umbilical mumifica durante a primeira semana e cai entre o sétimo e o décimo dia. D Ausculta Se ausência de RH, pesquisar íleo paralítico. 10. Aparelho genital masculino a) Observar comprimento do pênis, orifício uretral (hipo ou epispádia), prepúcio, testículos (na bolsa escrotal ou canal inguinal), presença de hérnias e hidroceles (transiluminação). Características ou anormalidades A Hidrocele Trata-se do aumento dos testículos com transiluminação positiva e não redução com manobras habituais. A hidrocele não comunicante em geral desaparece após o quarto mês. B Hipospádia Meato uretral na face perineoescrotal do pênis, com excesso de pele dorsal. Associa-se a alterações dos testículos como criptorquidia. C Epispádia Falha no fechamento da uretra na parede dorsal. Pode acometer toda uretra, inclusive com extrofia vesical. D Ectopia testicular 5% dos RNs apresentam testículos não palpáveis ao nascimento. Verificar os canais inguinais Professora Thyara Leite – Pediatra e Cardiologista Pediátrica – FAMP/2021 11. Aparelho genital feminino a) Observar tamanho do clitóris, fusão dos grandes lábios, orifício da vagina e da uretra, distância anovulvar e fístulas. Quase 100% dos RNs apresentam excesso de tecido himeal ao nascimento, que desaparece em semanas. Secreção branca é normal ao nascimento e pode se tornar sanguinolenta em virtude da retirada do estrogênio materno. Pesquisar presença de genitália ambígua. Características ou anormalidades A Imperfuração himenal Pode levar à retenção de secreções uterinas e vaginais, causar abaulamento himenal e, as vezes, retenção urinária por compressão extrínseca. B Anomalias anorretais São: estenose anal, ânus perineal anterior, fístula anocutânea, ânus vulvar, fístula anovulvar, fístula anovestibular, atresia retal, imperfuração anal, estenose anal membranosa. 12. Coluna a) Colocar o RN em decúbito ventral, procurar tumores, hipertricose, manchas hipercrômicas, seio pilonidal e correr os dedos pela coluna. Características ou anormalidades A Meningomielocele e mielocele Tumorações planas ou pedunculadas decorrentes de falha óssea no canal raquidiano (espinha bífida). Mais comuns nas regiões sacral e lombar. Fazer avaliação do nível de sensibilidade e avaliação motora e esfincteriana. Fossetas ou hipertricose podem indicar espinha bífida oculta. 13. Extremidades a) RN em decúbito dorsal, verificando simetria e proporções, além do exame de articulações à procura de luxações. Características ou anormalidades A Paralisias As braquiais podem ser de três tipos: total, da partesuperior do braço (Duchenne) e do antebraço (Klumpke). A paralisia de MMII é rara e se deve a tocotraumatismo graves ou anomalia congênita. B Pé torto congênito Anomalia congênita de membros mais comum. Diferenciar entre pé torto congênito e posicional C Prega palmar única Uni ou bilateral, está presente em 2,5% dos nascimentos normais D Osteocondrodisplasia Trata-se de evidente encurtamento dos membros (nanismo diastrófico) E Luxação congênita do quadril O diagnóstico deve ser o mais precoce possível, pela boa resposta ao tratamento. Pesquisa-lo em todas as oportunidades do exame físico do RN, pois poderá estar ausente em alguns momentos. Além disso, verificar simetria das pregas cutâneas e realizar raio-x. Manobras de extremidades Manobra de Ortolani Flexionar articulações coxofemorais e joelhos. Seguram-se as pernas e as coxas com as mãos, colocando os dedos sobre o grande trocânter e realizando a adução e a abdução da articulação. É positivo quando se percebe click com os movimentos Manobra de Barlow Flexionar joelhos e quadris. Seguram-se as pernas e as coxas com as mãos, colocando os dedos sobre o grande trocânter, mantendo as articulações em abdução media e realizando-se movimentos pressionando o grande trocânter. Professora Thyara Leite – Pediatra e Cardiologista Pediátrica – FAMP/2021 14. Avaliação de eliminações a) Urina: 99% dos RNs urinam nas primeiras 48 horas de vida e 23% fazem-no na sala de parto. As causas mais comuns de incapacidade de urinar nas primeiras 24 horas são prepúcio imperfurado, estenose de uretra, valva de uretra posterior, bexiga neurogênica, ureterocele, tumores renais, rins multicísticos, hipovolemia, baixa ingesta, agenesia renal bilateral (síndrome de Potter), necrose tubular (secundária a hipóxia), trombose de veia renal, síndrome nefrotica congênita e pielonefrite congênita. b) Fezes: 90% dos RNs têm a primeira eliminação do mecônio nas primeiras 24 horas de vida. Causas de atraso na eliminação são: obstrução intestinal, mucoviscidose, hipermagnesemia, doença de Hirschsprung. 15. Sistema nervoso a) Verificar: postura (normalmente flexão dos 4 membros), hipotonia ou hipertonia, reação a luz, nistagmo e estrabismo persistente. Pupilar (tamanho e forma) e reflexo cocleopalpebral (diante de um estimulo sonoro, verificar o piscar – resposta normal). Presença de movimentação espontânea, paralisias, tremores, abalos, convulsões, movimentos contínuos de sucção e mastigação. b) O RN alterna períodos de atividade motora com períodos de repouso. Tem tônus preservado com postura em flexão dos membros. * Nos bebês a termo, o cotovelo não alcança o esterno na adução passiva do braço (“sinal do cachecol”) e o ângulo poplíteo é <90 graus quando se tentada a flexão forçada sobre o tronco. Reflexos Primitivos A Reflexo de Moro Reflexo do “abraço” Na posição supina (tronco para cima), eleva-se o bebê pelo tronco acima do plano da mesa e repentinamente o solta, apoiando-o em seguida para que não caia. O objetivo é produzir uma extensão rápida do pescoço e cabeça. Obtemos a abdução seguida adução e flexão das extremidades, flexão do pescoço e choro. Aparecimento entre 28-32 semanas de IG e desaparecimento aos 4 meses (aos 6 meses definitivamente). B Reflexo Tônico Cervical Assimétrico Magnus de Kleijn Na posição supina, o bebê sofre uma rotação da cabeça para um lado por 15 segundos. A resposta esperada é a extensão das extremidades do lado do queixo e flexão das extremidades do lado occipital (“posição do esgrimista”). Aparecimento em 35 semanas de IG e desaparecimento aos 3- 4 meses pós-natais. C Reflexo de Preensão Palmar Na posição supina, o examinador coloca o dedo na face palmar do bebê. A resposta esperada é a flexão dos dedos e o fechamento da mão. Aparecimento entre 28-32 semanas de IG e desaparecimento aos 3-4 meses pós-natais. D Reflexo de Preensão Plantar Na posição supina, o examinador comprime o seu polegar sobre a face plantar, abaixo dos dedos. A resposta é a flexão dos dedos do pé. Desaparecimento aos 15 meses. E Galant Com decúbito ventral e cabeça centrada, faz-se um estímulo paravertebral de cima para baixo (parte do ombro até as nádegas a cerca de 2 cm da coluna). A resposta esperada é a flexão do tronco, com concavidade virada para o lado estimulado (deve ser pesquisado bilateralmente). Desaparecimento aos 4 meses. F Reflexo do Extensor Suprapúbico Na posição supina, pressiona-se a pele acima do púbis com os dedos. A resposta esperada é a extensão de ambos os membros inferiores, com rotação interna e adução da articulação coxofemoral. Desaparecimento em 1 mês. G Reflexo do Apoio Plantar e Marcha Segura-se o RN de pé pelas axilas e, ao colocar seus pés apoiados sobre um superfície, imediatamente ele retificará o corpo e iniciara a marcha reflexa. Desaparecimento aos 2 meses. H Reflexo de Landau Com uma das mãos suspendemos o lactente pela superfície ventral. Com a outra mão flexionamos a cabeça rapidamente, e todo corpo entre em flexão. Aparecimento aos 3 meses e desaparecimento ao final do segundo ano. I Reflexo de Babkin Pressiona-se a mão do lactente e verifica-se a abertura de sua boca J Reflexo de Sucção Ao tocar os lábios de um lactente com o cotonete, verificam-se movimentos de sucção. Desaparecimento aos 3 meses e durante o sono com 6 meses. K Reflexo da Procura Ao tocarmos suavemente a bochecha do lactente, ele roda o pescoço em direção ao lado estimulado e abre a boca. Professora Thyara Leite – Pediatra e Cardiologista Pediátrica – FAMP/2021 L Reflexo de Expulsão Ao tocarmos a língua do lactente com uma colher, por exemplo, ele faz momentos de protrusão da mesma. Desaparecimento por volta de 2 meses (sua permanência por um período maior deve levantar suspeita de paralisia cerebral) M Reflexo do Paraquedista Segura-se o lactente pela região ventral e o aproxima da mesa de exame bruscamente, para dar- lhe impressão de que está caindo. A resposta esperada é a de que a criança estenda os braços e abra as mãos na tentativa de proteger-se. Surge aos 8-9 meses e permanece por toda vida
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