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Histologia Venosa e Linfática: As túnicas das veias não são tão distintas nem bem definidas quanto as túnicas das artérias. Caracteristicamente, as veias apresentam paredes mais finas que as artérias que as acompanham, e têm o lúmen maior que o da artéria. O lúmen da arteríola costuma ser aberto; o da veia está frequentemente colapsado. Muitas veias, particularmente as que transportam sangue contra a gravidade, como as dos membros, contêm válvulas que possibilitam o fluxo do sangue apenas de volta ao coração. As válvulas consistem em bordas semilunares formadas por um núcleo fino de tecido conjuntivo recoberto por células endoteliais. Tradicionalmente, as veias são classificadas em quatro tipos, de acordo com o calibre: ■ As vênulas são ainda subclassificadas em vênulas pós capilares e musculares. Elas recebem sangue dos capilares e apresentam diâmetro muito pequeno, de apenas 0,1 mm. ■ As veias de pequeno calibre têm menos de 1 mm de diâmetro e são contínuas com as vênulas musculares ■ As veias de calibre médio representam a maioria das veias dessa categoria. São geralmente acompanhadas das artérias e têm diâmetro de até 10 mm ■ As veias de grande calibre têm geralmente diâmetro superior a 10 mm. Exemplos dessas veias incluem as veias cavas superior e inferior e a veia porta do fígado. -Vênulas pós-capilares: coletam sangue da rede de capilares e caracterizam-se pela existência de pericitos (Os pericitos representam células-tronco mesenquimatosas indiferenciadas, que formam conexões semelhantes a guarda-chuva com as células endoteliais). As vênulas pós-capilares apresentam revestimento endotelial com sua lâmina basal e pericitos (a relação entre as células endoteliais e os pericitos promove a sua mútua proliferação e sobrevida; ambos sintetizam e compartilham a lâmina basal, sintetizam fatores de crescimento e se comunicam entre si através de junções comunicantes). A cobertura de pericitos é mais extensa nas vênulas pós-capilares do que nos capilares. O endotélio das vênulas pós-capilares constitui o principal local de ação dos agentes vasoativos, como a histamina e a serotonina. A resposta a esses agentes resulta em extravasamento de líquido e migração dos leucócitos do vaso durante a inflamação e as reações alérgicas. As vênulas pós- capilares dos linfonodos também participam na migração transmural de linfócitos do lúmen do vaso para o tecido linfático. Obs.: Vênulas de endotélio alto: As vênulas pós- capilares no sistema linfático são também denominadas vênulas de endotélio alto (VEAs), devido ao formato cuboide de suas células endoteliais e seus núcleos ovoides. São encontradas em todos os órgãos linfáticos secundários (periféricos) (com exceção do baço), como linfonodos, tonsilas e linfonodos solitários, bem como agregados. O endotélio das VEAs tem a capacidade de recrutar grande quantidade de linfócitos, os quais, com frequência, podem ser vistos migrando através da parede da vênula. As células endoteliais das VEAs exibem um complexo de Golgi proeminente, abundante quantidade de polirribossomos e extensa rede de retículo endoplasmático rugoso (RER). Essas características são típicas de células secretoras, que se completam com a existência de vesículas secretoras em seu citoplasma. Além disso, contêm corpúsculos multivesiculares, vesículas de transporte e corpos de WeibelPalade. -Vênulas musculares: Estão localizadas distalmente às vênulas pós-capilares na rede venosa de retorno. Enquanto as vênulas pós-capilares não contêm uma túnica média verdadeira, as vênulas musculares apresentam uma ou duas camadas delgadas de músculo liso, que constituem a túnica média. A túnica adventícia desses vasos também é muito delgada. Em geral, não há pericitos nas vênulas musculares. Obs.: As veias de pequeno calibre são uma continuação das vênulas musculares. Todas as três túnicas estão presentes e podem ser identificadas em uma preparação de rotina. A túnica média é geralmente formada por duas ou três camadas de músculo liso. Esses vasos apresentam uma túnica adventícia mais espessa. Problema 4- Sistema Cardiovascular A maioria das veias profundas que acompanham as artérias está incluída nessa categoria (p. ex., veia radial, veia tibial, veia poplítea). As válvulas constituem um aspecto característico desses vasos e são mais numerosas na porção inferior do corpo, particularmente nos membros inferiores. As válvulas impedem o movimento retrógrado do sangue decorrente da gravidade. As três túnicas da parede venosa são mais evidentes nas veias de calibre médio: ■ A túnica íntima consiste em endotélio com sua lâmina basal, uma camada subendotelial delgada com raras células musculares lisas dispersas no tecido conjuntivo e, em alguns casos, uma membrana elástica interna fina e frequentemente descontínua. ■ A túnica média das veias de calibre médio é muito mais fina que a mesma camada nas artérias de calibre médio. Ela contém várias camadas de células musculares lisas de disposição circular, entremeadas com fibras colágenas e elásticas. Além disso, células musculares lisas dispostas longitudinalmente podem estar presentes logo abaixo da túnica adventícia. ■ A túnica adventícia é geralmente mais espessa que a túnica média e consiste em fibras colágenas e redes de fibras elásticas. a túnica média é relativamente fina, enquanto a túnica adventícia é relativamente espessa: ■ A túnica íntima dessas veias consiste em um revestimento endotelial com sua lâmina basal, uma pequena quantidade de tecido conjuntivo subendotelial e algumas células musculares lisas. Com frequência, o limite entre a túnica íntima e a túnica média não está totalmente definido, e nem sempre é fácil discernir se as células musculares lisas próximas ao endotélio da túnica íntima pertencem à túnica íntima ou à túnica média. ■ A túnica média é relativamente fina e contém células musculares lisas dispostas circularmente, fibras colágenas e alguns fibroblastos ■ A túnica adventícia das veias de grande calibre (p. ex., as veias subclávias, a veia porta e as veias cavas) é a camada mais espessa da parede do vaso. Juntamente com as fibras colágenas e elásticas e fibroblastos habituais, a túnica adventícia também contém células musculares lisas dispostas longitudinalmente. Extensões miocárdicas atriais, conhecidas como bainhas miocárdicas, são encontradas na adventícia das veias cavas superior e inferior, bem como na artéria pulmonar. A disposição, o comprimento, a orientação e a espessura das bainhas miocárdicas podem variar em diferentes indivíduos. Obs.: A existência de extensão miocárdica contendo células musculares cardíacas na túnica adventícia das veias de grande calibre confirma a possibilidade de desenvolvimento de fibrilação atrial, o distúrbio mais comum de ritmo cardíaco, que contribui para morbidade e mortalidade. Exames post mortem de pacientes com fibrilação atrial frequentemente revelam a existência de bainhas miocárdicas contendo células musculares cardíacas alteradas. Além dos vasos sanguíneos, outro conjunto de vasos é responsável pela circulação de um líquido denominado linfa pela maioria das partes do corpo. Esses vasos transportadores de linfa atuam como adjuvantes dos vasos sanguíneos. Diferentemente dos vasos sanguíneos, que transportam o sangue para os tecidos, e a partir deles, os vasos linfáticos são unidirecionais e transportam líquidos apenas a partir dos tecidos. Os menores vasos linfáticos são denominados capilares linfáticos. São particularmente numerosos nos tecidos conjuntivos frouxos, sob o epitélio da pele e das mucosas. Os capilares linfáticos começam como tubos de “extremidade cega” (em fundo cego) nos leitos microcapilares. Os capilares linfáticos convergem em vasos coletores cadavez maiores, denominados vasos linfáticos. Por fim, unem-se para formar dois troncos principais que deságuam nas veias de grande calibre situadas na base do pescoço. A linfa entra no sistema circulatório nas junções das veias jugular interna e subclávia. O maior dos vasos linfáticos, que drena a maior parte do corpo e deságua nas veias do lado esquerdo do corpo, é o ducto torácico. O outro canal principal é o tronco linfático direito. Os capilares linfáticos são essencialmente tubos de endotélio que, diferentemente dos capilares sanguíneos típicos, requerem uma lâmina basal contínua. Tal lâmina basal incompleta pode estar correlacionada com a sua alta permeabilidade. Filamentos de ancoragem estendem-se entre a lâmina basal incompleta e o colágeno perivascular. Esses filamentos consistem em microfibrilas de fibrilina. As microfibrilas de fibrilina são compostas de moléculas de fibrilina 1 e da proteína associada à microfibrila, a emilina 1, que são semelhantes àquelas encontradas nas fibras elásticas do tecido conjuntivo. Os filamentos de fixação mantêm a permeabilidade dos vasos em situações de aumento da pressão tecidual, como no caso de inflamação. A deficiência na síntese de emilina 1 em animais está relacionada com defeitos estruturais e funcionais dos capilares linfáticos. Obs¹.: Os capilares linfáticos constituem uma parte singular do sistema circulatório, formando uma rede de pequenos vasos nos tecidos. Em virtude de sua maior permeabilidade, os capilares linfáticos são mais efetivos que os capilares sanguíneos na remoção de líquido rico em proteínas dos espaços intercelulares. Eles também são especializados na captação de moléculas inflamatórias, lipídios dietéticos e células imunes. Uma vez coletado, o líquido que entra no vaso linfático é denominado linfa. Os vasos linfáticos também servem para transportar proteínas e lipídios, que são moléculas muito grandes para atravessar as fenestrações dos capilares absortivos no intestino delgado. Antes de a linfa retornar ao sangue, ela atravessa os linfonodos, em que é exposta às células do sistema imune. Por conseguinte, os vasos linfáticos atuam não apenas como coadjuvantes do sistema circulatório sanguíneo, mas também como um componente integral do sistema imune. Obs².:Diferentemente dos capilares linfáticos, os vasos linfáticos exibem características para impedir o extravasamento da linfa do lúmen. Incluem junções de oclusão entre as células endoteliais e a lâmina basal contínua, que é circundada por células musculares lisas. À medida que os vasos linfáticos adquirem maior calibre, a parede torna-se mais espessa. O aumento de espessura deve-se ao tecido conjuntivo e aos feixes de músculo liso. Os vasos linfáticos contêm válvulas que impedem o fluxo retrógrado da linfa, auxiliando, assim, o fluxo unidirecional. Não há bomba central no sistema linfático. A linfa move-se lentamente, impulsionada principalmente pela compressão dos vasos linfáticos pelos músculos esqueléticos adjacentes. Além disso, a contração da camada de músculo liso que circunda os vasos linfáticos pode ajudar a propelir a linfa. Troca de substâncias nos capilares: O transporte de materiais pelo corpo é somente parte da função do sistema circulatório. Uma vez que o sangue alcança os capilares, o plasma e as células trocam materiais através das finas paredes dos capilares A densidade dos capilares em qualquer tecido é diretamente relacionada à atividade metabólica das células do tecido, ou seja, tecidos com maior taxa metabólica requerem mais oxigênio e nutrientes, então possuem mais capilares por unidade de área A maior parte das trocas nos capilares ocorre por difusão e transcitose. A troca entre o plasma e o líquido intersticial ocorre ou por movimento entre as células endoteliais (via paracelular) ou por movimentos através das células (via endotelial) Pequenos solutos dissolvidos e gases movem-se por difusão entre ou através das células, dependendo da sua solubilidade lipídica. Solutos maiores e proteínas movem-se principalmente por transporte vesicular. A taxa de difusão dos solutos dissolvidos é basicamente determinada pelo gradiente de concentração entre o plasma e o líquido intersticial. O oxigênio e o dióxido de carbono difundem- se livremente através do fino endotélio. Suas concentrações plasmáticas alcançam o equilíbrio com o líquido intersticial e com as células à medida que o sangue alcança a extremidade venosa do capilar. Nos capilares com junções celulares permeáveis, a maioria dos pequenos solutos dissolvidos pode difundir-se livremente entre as células ou através das fenestras. Nos capilares contínuos, as células sanguíneas e a maioria das proteínas plasmáticas são incapazes de atravessar as junções entre as células endoteliais dos capilares. Na maioria dos capilares, moléculas maiores (incluindo certas proteínas) são transportadas através do endotélio por transcitose. A superfície das células endoteliais aparece pontilhada com numerosas cavéolas e depressões não revestidas, que se tornam vesículas para a transcitose. Edema: É o acúmulo de fluido intersticial dentro dos tecidos. O fluido extravascular também pode se acumular em cavidades corporais, como na cavidade pleural, na cavidade percárdica ou na cavidade peritoneal A anarsaca é o edema grave, generalizado, caracterizado por profundo inchaço dos tecidos subcutâneos e acúmulo de fluido nas cavidades corporais Edema Intracelular: Três condições são especialmente propensas a causar edema intracelular: (1)Hiponatremia (é uma alteração metabólica caracterizada pela baixa concentração de sódio no sangue em relação ao volume de água no organismo); (2) depressão dos sistemas metabólicos dos tecidos; e (3) falta de nutrição adequada para as células. Por exemplo, quando o fluxo sanguíneo para um determinado tecido é reduzido, a distribuição de oxigênio e de nutrientes também é reduzida. Caso o fluxo sanguíneo fique muito baixo para manter o metabolismo normal do tecido, as bombas iônicas da membrana celular têm sua atividade diminuída. Quando as bombas se tornam menos ativas, os íons sódio que normalmente vazam para o interior da célula não são bombeados a contento para o meio extracelular, e o excesso de íons sódio no meio intracelular causa osmose para a célula. Algumas vezes, esse processo pode aumentar o volume intracelular de determinada área do tecido — até mesmo em toda a perna isquêmica, por exemplo, — por duas a três vezes o tamanho normal. Quando há esse aumento no volume intracelular, é geralmente prelúdio da morte do tecido. Obs.¹: O edema intracelular pode também decorrer de processo inflamatório nos tecidos. A inflamação, na maioria das vezes, a permeabilidade da membrana celular, permitindo, assim, que o sódio e outros íons se difundam para o interior da célula, com subsequente osmose para essas células. Edema Extracelular: ocorre quando se acumula um excesso de líquido nos espaços extracelulares. Geralmente, existem duas causas para o edema extracelular: (1) vazamento anormal de líquido plasmático para os espaços intersticiais através dos capilares; e (2) falha do sistema linfático de retornar líquido do interstício para o sangue, muitas vezes chamada linfedema. A causa clinicamente mais comum para o acúmulo de líquido no espaço intersticial é a filtração excessiva do líquido capilar. Obs.²: O edema é um sinal de que as trocas normais entre os sistemas circulatório e linfático estão alteradas. O edema, em geral, ocorre por uma destas duas causas: (1) drenagem inadequada da linfa ou (2) filtração capilar sanguínea que excede muito a absorção capilar. A drenagem inadequada da linfa ocorre por obstrução do sistema linfático, particularmente nos linfonodos. Parasitos,câncer ou o crescimento de tecido fibrótico, causado por radioterapia, podem bloquear o movimento da linfa pelo sistema. Por exemplo, a elefantíase é uma condição crônica caracterizada pelo grande inchaço dos membros inferiores quando parasitos bloqueiam os vasos linfáticos. A drenagem da linfa pode também ser prejudicada quando os linfonodos são removidos durante uma cirurgia, um procedimento comum no diagnóstico e no tratamento do câncer. Três fatores que rompem o balanço normal entre a filtração e a absorção capilar são: • Aumento na pressão hidrostática capilar. A aumentada pressão hidrostática capilar é normalmente um indicativo de elevada pressão venosa. Um aumento na pressão arterial geralmente não é observável nos capilares devido à autorregulação da pressão nas arteríolas. • Uma diminuição na concentração de proteína plasmática. As concentrações de proteína plasmática podem diminuir como um resultado de desnutrição severa ou insuficiência hepática. O fígado é o principal local de síntese de proteínas plasmáticas, e essas proteínas são responsáveis pelo componente pressão coloidosmótica (Pi) do sangue. Uma vez que a pressão coloidosmótica é a única força que se opõe significativamente à pressão hidrostática capilar. Se as proteínas se movem do plasma para o líquido intersticial, o gradiente de pressão osmótica que se opõe à filtração diminui. Com menos oposição à pressão hidrostática capilar, mais líquido se move para o espaço intersticial. • Aumento nas proteínas intersticiais. Como discutido, o vazamento excessivo de proteínas para fora do sangue diminui o gradiente de pressão coloidosmótica e aumenta a filtração capilar resultante. Edema venoso x linfático: Venoso: Existem muitas causas para o edema, como ficar em pé ou sentado por longos períodos, inatividade física, doença venosa crônica, linfedema, hereditariedade, gestação, cirurgia e trauma. Os edemas de origem venosa desenvolvem- se quando as válvulas venosas não se fecham adequadamente e o sangue fica estagnado nas veias, impedindo assim que os vasos sanguíneos funcionem adequadamente Linfático/linfedema: Nada mais é que o acúmulo de proteínas no interstício, além de uma alteração histológica que ocorre de forma gradativa gerando repercussões graves na qualidade de vida da pessoa portadora, como inchaço e úlceras em membros. O edema pode ser causado por insuficiência linfática dinâmica ou insuficiência linfática mecânica. Na primeira forma, mesmo com o aumento compensatório da absorção do transporte linfático, a carga linfática ultrapassa a capacidade total de transporte causando o edema. Exemplos disso são Insuficiência Cardíaca Congestiva e Edemas Venosos. Na segunda forma, há hipofunção dos vasos e mesmo cargas linfáticas normais acabam extravasando. Este, ao contrário do primeiro tipo, é um edema com grande quantidade de proteínas. Além de poder ser causa pela drenagem inadequada por obstrução do sistema linfática. Tal tipo de edema, também pode ser caracterizado por edema extracelular. Sinal de Godet: Durante a avaliação de um paciente com edema em membros inferiores, o primeiro passo é confirmar a existência do edema, que se caracteriza pela formação de cacifo (sinal de Godet) ao pressionar com o polegar a região pré-tibial e maleolar os membros inferiores por, pelo menos, cinco segundos Processo de retorno venoso e linfático: Todos os vasos linfáticos da parte inferior do corpo escoam-se por fim para o ducto torácico (inicia na cisterna do quilo) que, por sua vez, escoa-se para o sistema venoso de sangue, na junção da veia jugular interna esquerda com a veia subclávia esquerda A linfa do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de partes da região torácica também penetra no ducto torácico antes de se escoar nas veias A linfa do lado direito da cabeça e pescoço, braço direito e partes do hemitórax direito segue pelo ducto linfático direito (muito menor que o torácico), que se escoa no sistema venoso de sangue, na junção da veia subclávia com a veia jugular interna direita O ducto torácico (se inicia na cisterna do quilo) faz a drenagem dos dois membros inferiores, a região abdominal, o membro superior esquerdo, a facie e o pescoço do lado da parte esquerda. O ducto linfático direito faz a drenagem do membro superior direito, o tórax direito, o pescoço e a facie da parte direita, os linfáticos se reúnem em estruturas maiores chamadas de troncos linfáticos Esses troncos redirecionam a linfa para canais que são ainda mais calibrosos, esses canais que saem do tronco vão em direção aos ductos e esses, por sua vez, pegam a linfa e devolvem a circulação venosa Na drenagem venosa não existe o sistema de bomba (coração) que existe no sistema arterial, necessitando de adaptações anatomo-fisiológicas para que o sangue possa chegar ao coração Uma destas adaptações é o auxílio do músculo esquelético. Então o musculo esquelético vai exercer uma compressão sobre as veias, exercendo uma pressão devido ao seu processo de contração. Outra adaptação existente, é o comparativo com o número das confluências na drenagem venosa quando comparado aos ramos do sistema arterial. Na circulação venosa temos um número de acessos maior (dessas confluências), permitindo que um volume sanguíneo maior possa fazer esse processo de drenagem sanguínea. A terceira adaptação ocorre pelas válvulas existentes no interior dessas veias (válvulas venosas); essas válvulas, por meio do sistema de abertura e fechamento, fazem com que o sangue flua em uma única direção (para o coração) Os vasos linfáticos possuem válvulas, por isso a linfa segue um caminho unidirecional Os vasos linfáticos possuem válvulas? O ducto linfático possui um sistema de válvulas justamente por ele não ter uma camada muscular que consegue fazer contratilidade e empurrar o fluído adiante, precisando desse sistema de válvulas para evitar que a gravidade gere um refluxo da linfa Fatores que interferem no retorno venoso: - O volume de sangue de retorno ao coração, em condições normais, é igual ao volume de sangue dali expulso, em uma única unidade de tempo (Princípio de Frank-Starling). - O retorno venoso torna-se efetivo quando promove enchimento ventricular, ou seja, quando é capaz de determinar uma pressão efetiva de enchimento. - A pressão efetiva de enchimento depende realmente do gradiente tensional transmural, ou seja, entre as forças de distensão e de contenção da parede ventricular. ▪ Principais fatores: pressão venosa, capacitância venosa, força muscular (extremidades inferiores), bomba respiratória e reflexos vasomotores posturais. Cálculo da pressão venosa: - Depende da relação entre a massa de sangue dentro das veias e o volume do compartimento venoso. Pv = pressão venosa Q = massa de sangue Vv = volume das veias - Como Vv, é muito grande, porque as veias têm uma alta capacitância, a pressão sanguínea que chega à veia é transformada em volume, determinando volumes altos e, por conseguinte, perdendo pressão, ou seja, obtendo pressões baixas. - Deste modo o compartimento venoso se comporta como um grande reservatório de sangue, porque ao diminuir Vv, aumentam a pressão venosa e o enchimento ventricular, sendo que o sangue se distribui nos outros compartimentos circulatórios, como o arterial, aumentando a pressão arterial e o fluxo tecidual. A capacitância venosa é determinada pelas características físico-químicas da parede venosa, que oferecem uma grande distensibilidade a baixas pressões, de modo que uma pressão reduzida determina um amplo volume. OBS: compensação → quanto maior for o fluxo de retorno venoso, maior será a distensão venosa atingida; e a musculatura lisa, ao contrair-se mais intensamente, reduz o volume docompartimento venoso, determinando aumento da pressão venosa. Válvulas e a bomba muscular esquelética - Se as veias não tivessem válvulas, o efeito da pressão gravitacional faria com que a PV, nos pés, fosse sempre 90mmHg. - Entretanto, cada vez que as pernas são movimentadas, a contração dos músculos comprime as veias localizadas no interior ou adjacente aos músculos, o que ejeta o sangue para adiante, para fora das veias. - As válvulas estão dispostas de modo que o único sentido possível do fluxo sanguíneo venoso seja em direção ao coração. Consequentemente, cada vez que uma pessoa move as pernas ou tenciona seus músculos, certa quantidade de sangue venoso é propelida em direção ao coração. - Durante os períodos em que se está imóvel, sentado ou em pé, a bomba muscular esquelética não auxilia no retorno venoso e as pressões venosas na parte inferior das pernas aumentam para o valor gravitacional total de 90mmHg em 30s. As pressões nos capilares também aumentam, fazendo com que o líquido saia do sistema circulatório para os espaços teciduais. Mecanismo: ❶ Enquanto se está de pé, em repouso, a válvula venosa mais próxima do coração (válvula proximal) e a outra mais distante do coração (válvula distal), nesse segmento da perna, estão abertas e o sangue flui para cima, em direção ao coração. ❷ A contração dos músculos da perna, assim como quando ficamos na ponta dos dedos do pé ou damos um passo, comprime as veias. A compressão empurra o sangue pela válvula proximal, uma ação chamada de ordenha. Simultaneamente, a válvula distal no segmento não comprimido da veia se fecha quando um pouco de sangue é forçado contra ela. ❸ Logo após o relaxamento muscular, a pressão diminui na parte previamente comprimida da veia, o que faz com que a válvula proximal se feche. A válvula distal agora se abre, porque a pressão do sangue, no pé, é maior do que na perna, e a veia se enche com o sangue vindo do pé. Bomba respiratória - Criada pelo movimento do tórax na inspiração: o tórax se expande e o diafragma se move para baixo, aumentando o volume e diminuindo a pressão da caixa torácica. Essa baixa pressão diminui a pressão na veia cava inferior, que passa através do tórax, permitindo que mais sangue das veias abdominais entre na veia cava. - A bomba respiratória é auxiliada pelo aumento da pressão exercida no lado de fora das veias abdominais quando o conteúdo abdominal é comprimido na inspiração. Diminui a pressão torácica e aumenta a abdominal → veias abdominais comprimidas → maior volume de sangue se desloca delas para as torácicas não comprimidas. Pressão intra-abdominal O aumento da pressão intra-abdominal como resultado de gravidez, grandes tumores, obesidade abdominal e Ascite (acúmulo de líquido no Peritônio) aumenta a pressão venosa periférica (+comprime a veia cava inferior) de modo a superar a pressão intra-abdominal, para que as Veias Intra-abdominais se abram e permitam o Retorno Venoso. Ex: obeso = elevada pressão abdominal → comprime a veia cava → dificulta o retorno venoso → pressão hidrostática aumenta para compensar → extravasamento de líquidos → edema Salto alto Impede que o tornozelo trabalhe em seu ângulo ideal, o que limita a articulação e leva a um encurtamento da panturrilha (tríceps sural). Como esse músculo não contrai de forma ideal, ele acaba bombeando mal o sangue. O resultado é que sobra mais sangue na perna. Reflexos vasomotores posturais - Quando o indivíduo fica em pé, geram-se reflexos de origem vascular, principalmente porque aumenta a atividade simpática. - O simpático aumenta o retomo venoso porque aumenta o débito cardíaco e a pressão arterial máxima, por aumento da frequência cardíaca (taquicardia), e muito particularmente, da intensidade da sístole ventricular, com aumento do volume sistólico. - Ao mudar da posição de decúbito para a posição ortostática, o retorno venoso se ajusta e o enchimento ventricular é mantido dentro dos limites normais, impedindo, por exemplo, a hipotensão ortostática. Formação da linfa: A linfa é derivada do líquido intersticial que flui para os linfáticos. A linfa é formada em maiores concentrações no fígado (6g/L de proteína) e no intestino (3 a 4g/L de proteína), quando ela se mistura no ducto torácico passa a ter de 3 a 5g/L de proteínas. O sistema linfático é também uma das principais vias de absorção de nutrientes vindos do trato gastrointestinal, em especial para a absorção de praticamente todos os lipídios dos alimentos. Após uma refeição rica em gordura, a linfa do ducto torácico chega a conter de 1 a 2% de lipídio Intensidade do fluxo linfático: Cerca de 100 m L de linfa fluem por hora pelo ducto torácico do humano em repouso e, aproximadamente outros 20 mL fluem para a circulação a cada hora (fluxo linfático cerca de 2 a 3 L por dia) Se a pressão do líquido intersticial aumentar, o fluxo linfático também aumenta. Os fatores que podem aumentar esse líquido são: pressão hidrostática capilar elevada, pressão coloidosmótica aumentada e permeabilidade aumentada nos capilares Esses fatores favorecem o movimento do líquido para o interstício, aumentando o volume e a pressão do líquido e do fluxo linfático. Porém, quando a pressão do líquido chega em um determinado valor, o fluxo linfático para de aumentar. Isso acontece porque o aumento da pressão, aumenta a entrada de líquido para os capilares, mas comprime as superfícies externas dos vasos linfáticos, impedindo o fluxo da linfa Bomba linfática: os canais linfáticos possuem válvulas; quando o vaso linfático maior é estirado pelo líquido, o músculo liso na parede desse vaso de contrai. Além disso, cada segmento do vaso linfático entre válvulas sucessivas funciona como uma bomba automática isolada, ou seja, o enchimento de um segmento provoca a sua contração e o líquido é bombeado para o seguimento seguinte Controle da concentração de proteína, do volume e da pressão do líquido intersticial: O sistema linfático funciona como um “mecanismo de transbordamento”, para devolver à circulação o excesso de proteína de líquido nos espaços teciduais. Portanto, desempenha papel central no controle 1) da concentração de proteínas 2) do volume e 3) da pressão do líquido intersticial Em primeiro lugar, a pequena quantidade de proteínas extravasa continuamente dos capilares sanguíneos para o interstício. Somente uma quantidade muito pequena, se ocorrer, da proteína retorna à circulação pelas extremidades venosas; fazendo com que a proteína se acumule no líquido intersticial e aumente a pressão coloidosmótica Em segundo lugar, o aumento da pressão coloidosmótica do líquido intersticial desloca o balanço das forças na membrana do capilar sanguíneo em favor da filtração de líquido para o interstício. Assim, ocorre a translocação osmótica de líquido causada pela proteína para fora da parede capilar em direção ao interstício, aumentando o volume e a pressão do líquido Em terceiro lugar, a elevação da pressão do líquido intersticial provoca grande aumento da velocidade do fluxo linfático que remove o líquido intersticial e a proteína em excesso que se acumularam nos espaços Assim, quando a concentração de proteína no líquido intersticial atinge um nível que provoca o aumento comparável do volume e da pressão do líquido, o retorno da proteína e do líquido pelo sistema linfático passa a ser grande para contrabalancear a velocidade do extravasamento de proteína e de líquido pelos capilares sanguíneos. Os valores desses fatores atingem o equilíbrio e permanecerão assim até que algo altere a intensidade do extravasamento Trombo x coágulo: Trombo – massa sólida formada pela coagulação Coágulo – massa não estruturada de sangue fora dos vasos Trombo arterialx venoso: A trombose é a formação de constituintes sanguíneos de massa anormal dentro dos vasos que envolvem a interação de fatores vasculares, celulares e humorais na corrente sanguínea circulante e pode se desenvolver em artérias e veias. O tamanho e a forma do trombo dependem do local e da origem. Os trombos arteriais se desenvolvem em direção retrógrada a partir do ponto de fixação e, geralmente, iniciam nos locais de turbulência ou de lesão endotelial. Esses trombos consistem em uma malha friável de plaquetas, fibrinas e leucócitos degenerados e glóbulos vermelhos. Por apresentarem menor quantidade de hemácias, são chamados de trombos brancos arteriais O trombo venoso se estende na direção do fluxo sanguíneo e é responsável por causar a flebotrombose (trombose venosa), é geralmente oclusivo. Como esses trombos se formam na circulação lenta, eles tendem a conter mais glóbulos vermelhos e poucas plaquetas, sendo chamados de trombos vermelhos Os trombos que ocorrem nas câmaras cardíacas ou no lúmen aórtico são designados trombos murais. A contração miocárdica anormal (arritmias, miocardiopatia dilatada ou infarto do miocárdio) ou a lesão endomiocárdica (miocardite, trauma de cateter) promovem os trombos cardíacos enquanto as placas ateroscleróticas ulceradas e a dilatação aneurismática promovem trombose aórtica Formação dos trombos: O trombo pode ocorrer por lesão endotelial, estase ou fluxo sanguíneo turbulento e hipercoagubilidade do sangue Lesão endotelial: a franca perda de endotélio expõe a MEC subendotelial (levando à adesão plaquetária), libera fator tecidual e reduz a produção local de PGL2 e de ativadores de plasminogênio. Assim, o endotélio disfuncional elabora maiores quantidades de fatores pró-coagulantes (ex: moléculas de adesão plaquetária) e sintetiza menores quantidades de moléculas anticoagulantes (ex: trombomodulina, PGL2) Fluxo sanguíneo turbulento: causa lesão ou disfunção endotelial, e forma contracorrentes e bolsas locais de estase. A estase é um fator importante no desenvolvimento de trombos venosos. Sob condições normais de fluxo laminar, as plaquetas e outras células sanguíneas são encontradas no centro do lúmen do vaso, separados do endotélio por uma camada plasmática. Em contrapartida, no fluxo turbulento, a estase permite que as plaquetas e leucócitos entrem em contato com o endotélio quando o fluxo é lento. Hipercoagubilidade: qualquer alteração das vias de coagulação que predisponha as pessoas afetadas à trombose, e pode ser dividida em desordens primárias (genéticas) e secundárias (adquiridas) Fatores de risco: Anticoncepcional: O uso de contraceptivos orais combinados (COC) está associado a um aumento de duas a seis vezes o risco para o desenvolvimento de tromboembolismo venoso (TEV). Este risco aumentado para TEV foi primariamente associado ao componente estrogênico dos COCs de forma dose-dependente, ocasionando queda gradual da quantidade de etinilestradiol (EE). O EE induz alterações significativas no sistema de coagulação, culminando com aumento da geração de trombina. Ocorre também aumento dos fatores de coagulação (fibrinogênio, VII, VIII, IX, X, XII e XIII) e redução dos inibidores naturais da coagulação (proteína S e antitrombina), produzindo um efeito pró-coagulante leve. Inicialmente, achava-se que a trombose era resultado apenas da dose de estrogênio utilizado, o que culminou na redução da dose de EE dos contraceptivos. Porém, em 1995, demonstrou-se que COC contendo progestagênios de terceira geração (gestodeno, desogestrel) associavam-se a um risco duas vezes maior de trombose do que os que continham progestagênios de segunda geração (levonorgestrel) Os progestagênios formam um grupo de esteroides que, apesar de possuírem a característica comum de se ligarem aos receptores de progesterona, têm efeitos sistêmicos diferentes e que são mediados não só pela afinidade aos próprios receptores de progesterona, mas principalmente pela capacidade de ligação com os receptores de outros esteroides, como os estrogênios, androgênios, glicocorticoides e mineralocorticoides. Contraceptivos orais combinados com progestagênios de terceira geração estão associados ao desenvolvimento de resistência adquirida à proteína C ativada mais pronunciada e a uma tendência de produzir níveis mais altos de fatores de coagulação e níveis mais baixos de anticoagulantes naturais, quando comparados a COC contendo progestagênio de segunda geração. Na veia com trombo recente podemos observar uma massa trombótica constituída por sangue, hemácias íntegras e hemácias lisadas, alguns neutrófilos e abundante fibrina. O trombo encontra-se aderido à parede do vaso. A partir da camada subendotelial começam a proliferar células que permeiam a massa trombótica a se organizar, formando pequenos lumens ou luzes vasculares. Na região da aderência do trombo irá ocorrer perda do endotélio do vaso e essa aderência na camada íntima no endotélio; ele vai fazer com que haja o desaparecimento desse endotélio e então a camada subendotelial vai fazer uma organização desse trombo, onde temos então a proliferação de células totipotentes e a presença de células endoteliais e de macrófagos. Os macrófagos terão o trabalho de fagocitar as partículas/ gotículas de gordura que são lançadas pela degeneração dessas células encontradas (inclusive de hemácias). Com isso, vão ser formados os macrófagos chamados de xantomatosos que englobam as partículas de gordura do lipídio que é liberado da lise dessas células na região do trombo. Então, incialmente esse tecido conjuntivo vai apresentar esses novos vasos que depois se reúnem para tentar formar novos lúmens para tentar normalizar o fluxo sanguíneo. Obesidade: A obesidade leva à superprodução do inibidor-1 do ativador do plasminogênio, proveniente de adipócitos ou células adiposas e hepatócitos ou células hepáticas. Essas células são impulsionadas pelo aumento dos níveis sanguíneos de ácidos graxos livres, citocinas, adipocinas e hipóxia relativa ou falta de oxigênio no tecido adiposo na obesidade. O inibidor-1 do ativador do plasminogênio leva à inibição da quebra do coágulo ou fibrinólise, promovendo a formação de coágulos e aumentando o risco de Trombose e embolia pulmonar. Tabagismo: Produtos encontrados no cigarro, como a nicotina, induzem estado protrombótico, através da ativação plaquetária. O uso do tabaco foi associado com a ocorrência de trombose, aumentando em torno de 16 vezes as chances de desenvolvê-la. Além dos efeitos clínicos, o mesmo, pode ser classificado como fator promotor de lesão endotelial e contato direto do sangue com o conjuntivo subendotelial, ocorrendo adesão e agregação plaquetária com diminuição dos fatores anticoagulantes resultando num risco maior de desenvolver trombose (Flebotrombose ou Trombose arterial). Os efeitos degradativos do tabagismo na saúde são claros, fumar constitui-se causa primordial em doenças cardiovasculares atuando com outros fatores de risco. O Tabagismo relaciona-se com a trombose pois os trombos formam-se em áreas de estresse pós ativação do sistema de coagulação ou em locais com lesão endotelial e fluxo sanguíneo rápido. Gravidez: Trombose na gestação pode resultar de alterações na circulação sanguínea normal nos membros inferiores, causada pela obstrução do refluxo venoso por crescimento do útero. O risco de trombose aumenta devido a alterações no sistema de coagulação, uma vez que se nota muitas vezes um aumento acentuado da síntese de fatores de coagulação do plasma e das plaquetas. Em particular, pode haver um aumento acentuado dos níveis de fibrinogénio até duas vezes o nível normal (400 a 650 mg/dl) durante a fase final da gravidez. Além disso, também se nota a diminuiçãodos fatores do sistema de fibrinólise. Mais propício a desenvolver TVP. Complicações: Destino do Trombo Se um paciente sobreviver a um evento trombótico inicial, durante os dias subsequentes o trombo evolui pela combinação dos quatro processos a seguir: • Propagação. O trombo aumenta por acréscimos de plaquetas adicionais e fibrina, que aumentam a margem de oclusão ou embolização vascular. • Embolização. O trombo, no todo ou em parte, se desloca e é transportado para outra parte na vasculatura. •Dissolução. Se um trombo é recém-formado, a ativação dos fatores fibrinolíticos pode levar à sua rápida contração e completa dissolução. No caso de trombos antigos, a extensa polimerização da fibrina torna o trombo substancialmente mais resistente à proteólise induzida por plasmina e a lise é ineficaz. Essa aquisição de resistência à lise tem significância clínica, uma vez que a administração terapêutica de agentes fibrinolíticos geralmente não é eficaz, a não ser que sejam administrados dentro de algumas horas da formação do trombo. • Organização e recanalização: Os trombos antigos se tornam organizados pelo crescimento de células endoteliais, células da musculatura lisa e fibroblastos para dentro de um trombo rico em fibrina. Em tempo, formam-se canais capilares que — até certo ponto — criam condutos ao longo da extensão do trombo, restabelecendo, portanto, a continuidade do lúmen original. Algumas vezes, a canalização adicional pode converter um trombo em massa vascularizada de tecido conjuntivo que eventualmente se incorpora à parede do vaso remodelado. Ocasionalmente, em vez de se organizar, o centro de um trombo sofre digestão enzimática, presumivelmente por liberação de enzimas lisossomais provenientes de leucócitos capturados. Se ocorrer semeadura bacteriana, os conteúdos dos trombos degradados servem como meio de cultura ideal, e a infecção resultante pode enfraquecer a parede do vaso, levando à formação de um aneurisma micótico Correlação Clínica: Os trombos são significativos por causarem obstrução de artérias e veias podendo dar origem a êmbolos. O efeito de maior importância clínica dependerá do local da trombose. Assim, embora os trombos venosos possam causar congestão e edema nos leitos vasculares distais a uma obstrução, eles são mais preocupantes por seu potencial para embolizar para os pulmões e causar óbito. Por outro lado, embora os trombos arteriais possam embolizar e causar infarto tecidual, sua tendência a obstruir os vasos (p. ex., nos vasos coronarianos e cerebrais) é consideravelmente mais importante https://dramarialuisa.com.br/embolia-pulmonar/ Varizes: Varizes são veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem abaixo da pele. Dependendo da fase em que se encontram, podem ser de pequeno, médio ou de grande calibre. As veias mais acometidas são as dos membros inferiores: nos pés, pernas e coxas. Algumas pessoas apresentam minúsculas ramificações, de coloração avermelhada. O sangue é bombeado pelo coração para dentro das artérias que, por sua vez, levam este sangue para todas as partes de nosso corpo. Todas as células de nosso organismo são nutridas por este sangue. Já as veias têm como função drenar o sangue de volta para o coração. Este caminho que o sangue percorre desde a sua saída do coração pelas artérias até o seu retorno pelas veias para o coração recebe o nome de circulação. O sangue desce muito facilmente do coração até as pernas e os pés, através das artérias. Mas precisa desenvolver esforço muito grande para voltar dos pés e pernas até o coração. Esta tarefa de retorno venoso é executada pelas veias por meio de válvulas venosas que direcionam o sangue para cima. Na pessoa normal a válvula se abre para o sangue passar e se fecha para não permitir que o sangue retorne. Esta atividade se torna mais fácil quando estamos deitados ou com as pernas elevadas. Trombose Venosa Profunda: Caracteriza-se pela formação de trombos dentro de veias profundas, com obstrução parcial e oclusão, sendo mais comum nos membros inferiores Na trombose venosa, o aumento de coagulabilidade do sangue e a estase são mais importantes, pois a estase permite que a coagulação do sangue seja completada no local de início do trombo O trombo inicial aumenta e progride em direção distal e proximal, atingindo veias cada vez maiores e alcançando finalmente os troncos coletores principais da região A TVP de membros inferiores é dividida didaticamente em: Distal: quando os trombos estão restritos às veias profundas da panturrilha, raramente causando sintomas ou embolia pulmonar. A Veia safena magna V. safena parva probabilidade do trombo se estender para as veias proximais e subsequentemente causar tromboembolismo pulmonar (TEP) aumenta com a gravidade do estímulo protrombótico inicial. Proximal: quando os trombos se encontram nas veias poplítea, femoral ou ilíacas. Está mais comumente associada ao desenvolvimento de TEP. Sintomas: A TVP pode ser assintomática. O desenvolvimento dos sintomas depende da extensão do trombo, da adequação da circulação colateral e do grau de oclusão e inflamação no local. As manifestações clínicas que podem estar presentes na TVP são dor, edema, eritema e calor no membro afetado. Trombose Venosa Superficial: Consiste em um evento que culmina com a formação de um trombo no leito venoso da circulação superficial, acometendo, desse modo, veias que se localizam acima da fáscia superficial Ao prosseguir com a investigação, deve-se questionar a hipótese diagnóstica de TVS com os possíveis diagnósticos diferenciais, que são: • Vasculites: inflamações dos vasos podem cursar com sintomas semelhantes Celulites: por consistir em quadro inflamatório que se dá na pele, pode envolver regiões próximas aos vasos, podendo confundir os achados que podem ser comuns. • Veias varicosas: apesar de não possuírem um quadro inflamatório tão exuberante, podem cursar com dor e edema, podendo ser confundida com o quadro de TVS Tratamento: compressão elástica da extremidade, com o uso de meias de compressão três quartos ou sete oitavos, a fim de evitar a propagação da trombose, facilitando o retorno venoso.
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