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A mamografia tem eficácia comprovada no rastreamento do câncer de mama, segundo o documento Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama, revisado em 2015. Esse tipo de tumor maligno é o segundo mais comum entre mulheres em todo o mundo. Também é a primeira causa de morte por câncer entre as brasileiras, de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), com incidência de 13,68 óbitos a cada 100.000 mulheres em 2015. Só neste ano, a entidade estima que 59.700 novos casos de câncer de mama vão ser registrados no país. Quando detectado em estágios iniciais, o câncer de mama tem mais de 90% de chances de cura. Por isso, são adotadas técnicas para prevenção e diagnóstico precoce da doença, como incentivo ao autoexame das mamas e a realização da mamografia. A maior parte das indicações desse exame se volta à detecção precoce do câncer de mama, ou seja, para fins de rastreamento da doença. Mas a radiografia das mamas também pode ser recomendada para acompanhamento dos pacientes – mulheres ou homens – que apresentam sinais de tumores. Outros casos em que ela é indicada, de acordo com o Ministério da Saúde, são: ● Antes da realização de terapia de reposição hormonal (TRH) ● Para estabelecer o padrão mamário ● Para detectar lesões não-palpáveis ● No pré-operatório de cirurgia plástica ● Após a mastectomia, para rastrear alterações nas mamas. Atualmente, o BI-RADS atribui sete categorias, que vão de 0 a 6, para os resultados e interpretação da mamografia. Interpretação da Mamografia em BI-RADS 0 Essa classificação é usada apenas para mamografias de rastreamento, considerando casos que precisam ser esclarecidos. https://telemedicinamorsch.com.br/blog/a-telerradiologia-na-oncologia Por exemplo, se houver um nódulo ou cisto, uma ultrassonografia poderá diferenciar esses achados. Conduta Médica em BI-RADS 0 A conduta padrão orienta para que seja realizado outro exame, como a ultrassonografia das mamas. No resultado e interpretação da mamografia, o médico responsável deve apontar que tipo de achado ele suspeita ter sido encontrado, e o que pode vir a ser, além de detalhes para esclarecer essas dúvidas – como manobras que devem ser realizadas durante o ultrassom. BI-RADS 1 Esta categoria corresponde a um exame de mamografia com resultados normais. Interpretação da Mamografia em BI-RADS 1 Ao atribuir BI-RADS 1, o radiologista atesta que não foi encontrado nada anormal durante a radiografia das mamas. Ou seja, o exame deu negativo: a paciente não possui doença, nem alterações no tecido mamário. Conduta Médica em BI-RADS 1 Para pacientes que têm mais de 40 anos, é recomendada mamografia de rotina, realizada uma vez por ano. BI-RADS 2 A categoria 2 diz respeito a um achado tipicamente benigno. Interpretação da Mamografia em BI-RADS 2 Quando são encontrados cistos, calcificações, alterações relacionadas a implantes ou após cirurgia e tratamentos, como radioterapia, é utilizada a categoria 2. Apesar de serem benignos, ou seja, não apresentarem risco de se tornar cancerígenos, esses achados devem ser mencionados no histórico da paciente, para acompanhamento. Conduta Médica em BI-RADS 2 Assim como na classificação 1, a conduta nesses casos é a realização de mamografia de rotina, ou seja, anual, desde que a paciente tenha mais de 40 anos e risco padrão de desenvolver câncer de mama. BI-RADS 3 Significa que há algum achado com grande probabilidade de ser benigno, ou seja, de não se tornar um tumor. Em geral, a probabilidade é maior que 98%. Interpretação da Mamografia em BI-RADS 3 Nódulo não palpável, microcalcificações redondas ou ovais e alguns tipos de lesão podem se enquadrar na categoria 3. Apesar de esses achados serem, normalmente, benignos, o médico não pode assegurar se podem ou não evoluir para câncer. Conduta Médica em BI-RADS 3 A alteração observada na mamografia deve ser acompanhada em intervalo menor do que nos exames de rotina. Ou seja, a cada seis meses. Dependendo do caso, o acompanhamento dura dois ou três anos. O primeiro exame para controle pode ser realizado apenas na mama onde foi encontrado o nódulo ou microcalcificação. Após o período de acompanhamento, se não houver mudanças no achado durante a mamografia, a paciente retorna para os exames de rotina de rastreamento, uma vez ao ano. BI-RADS 4 Nesta classificação, estão os achados suspeitos, ou seja, aqueles que apresentam risco maior de evoluir para câncer. Eles têm características típicas de tumor, como limites pouco definidos, microcalcificações irregulares e densidade assimétrica. Interpretação da Mamografia em BI-RADS 4 A categoria 4 é ampla, pois abrange achados com risco entre 2% e 95% de se tornarem cancerígenos. Assim, foram estabelecidas três subcategorias para a interpretação da mamografia, com o objetivo de delimitar melhor as considerações do laudo. Na subcategoria 4A, estão as lesões com baixa suspeita de malignidade, entre 2 e 10% de risco de se tornarem câncer. Na subcategoria 4B, são enquadrados os achados com suspeita moderada de câncer, que vai de 11 a 50%. Quando as lesões têm maiores chances de serem malignas, de 51% a 95%, são classificadas como 4C. Conduta Médica em BI-RADS 4 Geralmente, 70% das lesões encontradas terão resultado benigno. No entanto, é recomendada a realização de biópsia percutânea, quando não há procedimento cirúrgico, para achados de qualquer das três subcategorias. A biópsia percutânea consiste na retirada, através de uma agulha, de uma pequena parte da lesão, sendo utilizada para investigação de suspeita de diversos tipos de câncer. BI-RADS 5 Essa classificação reúne as lesões altamente suspeitas, quando existe probabilidade maior que 95% de o achado ser cancerígeno. Interpretação da Mamografia em BI-RADS 5 Na interpretação da mamografia de categoria 5, o achado tem características de malignidade, como nódulo denso e espiculado ou microcalcificações ramificadas. No entanto, ainda existe chance, embora pequena, de a lesão ser benigna. Conduta Médica em BI-RADS 5 Para confirmar a suspeita de tumor maligno, a conduta nesses casos também inclui a realização de biópsia percutânea. BI-RADS 6 Corresponde aos achados que são, com certeza, malignos. Essa categoria foi criada para marcar os casos de acompanhamento do tratamento de câncer de mama. A marcação é muito importante, pois, assim, um mesmo caso de tumor maligno não é contabilizado duas vezes, por exemplo, nas estatísticas do Ministério da Saúde. Interpretação da Mamografia em BI-RADS 6 Nesses casos, a mamografia revela apenas o câncer já diagnosticado, sem outras alterações. Essa nova radiografia das mamas pode ser realizada para analisar respostas a tratamentos, como quimioterapia, e possível indicação de cirurgia para retirada do tumor. Conduta Médica em BI-RADS 6 A recomendação médica vai depender de cada caso, e deverá considerar o histórico do paciente, características e resposta do câncer a tratamento prévios.
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