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Homeostase do Cálcio 1 📄 Homeostase do Cálcio Vitamina D Formação da Vitamina D. Compostos derivados de esteróis pertencem à família da vitamina D. A vitamina D3 é formada na pele, pela irradiação do 7-desidrocolesterol, substância presente na pele, pelos raios ultravioleta solares. O primeiro passo na ativação do colecalciferol é convertê-lo em 25- hidroxicolecalciferol, no fígado. Há um mecanismo de feedback que regula precisamente a formação e concentração de 25-hidroxicolecalciferol, par impedir a ação excessiva da vitamina D e permitir o estoque. O 25 forma o 1,25-dihidroxicolecalciferol nos túbulos proximais dos rins, a forma mais ativa da vitamina D. Essa conversão requer a presença do PTH. A concentração plasmática do 1,25-dihidroxicolecalciferol é inversamente influenciada pela concentração de cálcio, pois: a. O íon cálcio tem leve efeito de impedir a conversão do 25 em 1,25. b. A secreção do PTH é muito suprimida quando a concentração plasmática de cálcio se eleva acima de 9 mg/100 mL, e o PTH é fundamental para a conversão do 25 em 1,25. Sem o PTH o 25 é convertido em 24,25, que tem efeito quase nulo. Isso acontece por um motivo: a baixa da vitamina D reduz a absorção de cálcio pelos intestinos, pelos ossos e pelos túbulos renais, aumentando sua excreção, o que reduz os níveis de cálcio no sangue. Ações da Vitamina D. Receptores de vitamina D estão presentes na maioria das células do corpo e estão localizados, principalmente, no núcleo das células-alvo, o receptor de renitóide-X. A afinidade do receptor pelo 1,25-dihidroxicolecalciferol é muito maior. a. A vitamina D atua como “hormônio” para promover a absorção intestinal de cálcio. Isso ocorre pela formação da calbindina. Essa proteína atua na borda em escova do epitélio intestinal, para transportar o cálcio para o citoplasma Homeostase do Cálcio 2 celular. A absorção de cálcio é diretamente proporcional à quantidade de calbindina. A proteína permanece nas células por algumas semanas. b. A vitamina D promove a absorção de fosfato pelos intestinos. Embora seja absorvido facilmente, o fluxo desse nutriente através do epitélio intestinal é intensificado pela vitamina. c. A vitamina D diminui a excreção renal de cálcio e fosfato, por meio da reabsorção desses íons nas células dos túbulos renais, esse efeito é fraco e sem grande importância na homeostase. d. A vitamina D desempenha papéis relevantes na absorção e a deposição ósseas. A vitamina D provoca a absorção do osso. Na ausência da vitamina, o PTH tem efeito reduzido ou mesmo impedido na absorção óssea. A vitamina D em quantidades menores promove a calcificação óssea. Paratormônio Efeito do paratormônio sobre as concentrações de cálcio e fosfato no LEC. O paratormônio eleva a concentração de cálcio iônico e reduz a concentração de fosfato. O aumento da concentração de cálcio é causado por dois efeitos do PTH: aumentar a absorção de cálcio e de fosfato a partir do osso e diminuir com rapidez a excreção de cálcio pelos rins. A redução da concentração de fosfato é provocada pelo PTH aumentar sua excreção, além de sua absorção. Fase rápida - osteólise. O PTH provoca, imediatamente, a remoção dos sais ósseos de duas áreas: da matriz óssea nas proximidades dos osteócitos situados no próprio osso e nas adjacências dos osteoblastos presentes ao longo da superfície óssea. O extenso sistema sistema de processos delgados que se estendem entre os osteócitos formam o sistema da membrana osteocítica. Acredita-se que esse sistema produza uma membrana de isolamento entre o osso e o LEC. Entre a membrana osteocítica e o osso, existe uma pequena quantidade de líquido ósseo. Experimentos indicam que essa membrana promova o bombeamento dos Homeostase do Cálcio 3 íons cálcio para o LEC, gerando concentração apenas de ⅓ do cálcio iônico nesse líquido ósseo. Quando a bomba osteocítica fica excessivamente ativada, a concentração de cálcio no líquido ósseo declina ainda mais, e então os sais de fosfato de cálcio são absorvidos do osso. Esse efeito recebe o nome de osteólise e ocorre sem absorção da matriz fibrosa e gelatinosa do osso. Quando a bomba é inativada, a concentração de cálcio no líquido ósseo sobe, ocorrendo nova deposição dos sais de fosfato de cálcio na matriz. Nesse contexto, tanto os osteoblastos quanto os osteócitos têm receptores para o PTH, que pode ativar intensamente a bomba de cálcio dos cristais ósseos amorfos, mediante o aumento da permeabilidade do cálcio, permitindo a difusão dos íons cálcio até o líquido ósseo. Fase lenta - ativação dos osteoclastos. Consiste na ativação dos osteoclastos. No entanto, essas células não possuem receptores para o PTH. O que acontece é: o PTH estimula os osteoblastos a produzirem RANKL, que induz a maturação dos pré-osteoclastos em osteoclastos maduros. A ativação do sistema osteoclástico ocorre em duas etapas: ativação imediata dos osteoclastos já formados e formação de novos osteoclastos. Esse efeito pode perdurar por meses. Os ossos possuem as maiores reservas de cálcio do organismo, por isso, até quando o PTH provoca a elevação intensa da concentração de cálcio nos líquidos, é impossível discernir qualquer efeito imediato sobre os ossos, sendo apresentadas evidências apenas após meses de atuação. Após alguns meses excessivos do PTH, a absorção osteoclástica pode levar ao enfraquecimento ósseo e à estimulação secundária dos osteoblastos, na tentativa de corrigir. Assim, o efeito tardio consiste na ativação efetiva da ação osteoclástica e osteoblástica. O paratormônio diminui a excreção de cálcio e aumenta a excreção de fosfato pelos rins. A administração de PTH causa a rápida perda de fosfato na urina, pela redução de sua reabsorção ao longo dos túbulos proximais. Além de reduzir sódio e aminoácidos. Homeostase do Cálcio 4 O PTH aumenta a reabsorção tubular renal do cálcio, nos túbulos distais finais e nos túbulos coletores. Além de aumentar a reabsorção do magnésio e hidrogênio. Indiretamente, o paratormônio aumenta a absorção intestinal de cálcio e fosfato, pelo aumento da produção da vitamina D de formação renal. Controle da secreção de PTH. A redução da concentração do cálcio iônico no LEC faz com que as paratireoides aumentem sua secreção dentro de minutos, em caso de persistência do declínio da concentração de cálcio, as glândulas entram em hipertrofia, aumentando em até cinco vezes seu tamanho. A inversa é verdadeira, e a alta concentração de cálcio inibe a secreção de PTH. Quantidade excessiva de cálcio na dieta, teor elevado de vitamina D na dieta e absorção óssea causada por fatores outros que não o PTH, são fatores comuns. Alterações na concentração de íons de cálcio são detectadas por receptor sensível ao cálcio (CaSR) nas membranas das células da paratireóide. Acoplado à proteína G. Fosfolipase C. Calcitonina É secretada pela tireóide, nas células parafoliculares, e tende a diminuir a concentração plasmática de cálcio, tendo efeitos opostos ao do PTH na regulação do cálcio iônico. O aumento da concentração plasmática de cálcio estimula a secreção de calcitonina. O principal estímulo para a secreção de calcitonina é a elevação da concentração de cálcio iônico no LEC. A calcitonina diminui a concentração plasmática do cálcio. Homeostase do Cálcio 5 Em alguns animais jovens, a calcitonina diminui a concentração sanguínea do cálcio iônico com rapidez. a. O efeito imediato é a redução das atividades absortivas dos osteoclastos e possivelmente do efeito osteolítico da membrana osteocítica por todo osso, desviando o balanço em favor da deposição de cálcio nos sais cálcicos ósseos intercambiáveis. b. O efeito prolongado da calcitonina se baseia na diminuição da formação de novos osteoclastos. Ademais, a queda do número de osteoclastos induz uma queda do número de osteoblastos. Assim, o resultado efetivo é a redução tanto da atividade osteoclástica quanto da ação osteoblástica. Com isso, o efeito sobre o cálciosérico é transitório, pois é pouco prolongado. O fraco efeito da calcitonina sobre a concentração plasmática do cálcio em humanos adultos. Primeiro, qualquer redução inicial da concentração do cálcio iônico causada pela calcitonina leva à potente estimulação da secreção do PTH, dentro de horas, o que acaba quase superando o efeito da calcitonina. Segundo, a intensidade diária de absorção e de deposição do cálcio no adulto é pequena e mesmo após o retardo da velocidade de absorção pela calcitonina, isso se reflete como efeito muito leve sobre a concentração plasmática do cálcio iônico. O efeito da calcitonina em crianças é muito maior, já que a remodelagem óssea ocorre mais rapidamente nessa faixa etária. 💡 Nota Clínica: em certas osteopatias como a doença de Paget, em que a atividade osteoclástica está muito acelerada, a calcitonina apresenta efeito muito mais potente de redução na absorção do cálcio.
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