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Fases e aspectos emocionais da gestação

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Gabriela Gomes da Silva | @psicomgabi | Psicologia Obstétrica 1 
Fases e aspectos emocionais da gestação 
Na vida intrauterina, o bebê muda e se desenvolve 
rapidamente, por isso contamos por semanas. 
Quando cuidamos da gestação, cuidamos das 
relações, do casamento, do bebê e da mãe. 
 
Primeiro trimestre 
 Vai da concepção à 13ª semana de gestação; 
 Descoberta da gravidez; 
 Ambivalência afetiva (quero o bebê x não 
quero; será que estou grávida mesmo? - ainda 
não se concretizou); 
 Fantasias de aborto (sensação de que o bebê 
não está preso no útero) - a certeza de que a 
gestação vingou vem após 3 meses; 
 Náuseas, vômitos, oscilação no humor, 
hipersonia (muito sono) e consequentemente 
irritabilidade; 
 Medo de malformação do feto; 
 Beta HCG, progesterona e estrogênio 
trabalhando no organismo; 
 Culpabilização por coisas que ela fez antes da 
gestação (bebeu sem saber que estava 
grávida); 
 “Na ultrassom é como se ocorresse uma espécie 
de “teste da verdade” ou “controle/ selo de 
qualidade”, a partir do qual o casal é avaliado 
em sua capacidade procriativa de forma 
bastante direta” (Piontelli, 2000). 
 
Segundo trimestre 
 Vai da 14ª a 26ª semana; 
 A mulher está melhor fisicamente e 
mentalmente; 
 Ela começa a perceber a barriga crescendo, o 
que traz uma concretização da gestação; 
 Geralmente já sabe o sexo do bebê; 
 Diminuição dos enjoos; 
 Idealização física e comportamental do bebê 
(bebê real x bebê ideal); 
 Já é possível sentir alguns movimentos do 
bebê; 
 A mulher sente maior necessidade de afeto 
(passou o susto da gestação, ela começa a 
construir uma visão de maternidade); 
 Alteração do desejo e desempenho sexual. 
Terceiro trimestre 
 Vai da 27ª semana ao fim da gestação; 
 Altos níveis de ansiedade do casal por causa do 
parto e da mudança de rotina que está por vir; 
 Sentimentos contraditórios entre querer ou 
não estar grávida, querer ou não que o bebê 
nasça ("vontade de prolongar a gravidez para 
adiar a necessidade de fazer as novas 
adaptações exigidas pela vinda do bebê" 
(Ferreira, 2009; Maldonado, 2002); 
 Medo do parto (morrer, sofrer violência, medo 
da dor) - socialmente, parto é perigo; 
 Provável reviver conflitos emocionais e 
memórias da infância com os próprios pais, 
devido à irreversibilidade desse momento; 
 Hipervigilância (física e também psíquica 
devido à ansiedade) - com isso, aumento da 
irritabilidade; 
 Medo da irreversibilidade das alterações do 
corpo. 
 
Outras considerações 
A gestação pode ter sido desejada ou não, 
planejada ou não (que independe do desejo e vice-
versa). O não desejo é um fator de risco para a 
depressão pós-parto, por isso o planejamento é 
muito importante também, mas mais que isso, o 
desejo (do contrário, trabalhamos a vinculação, 
aceitação) 
A mulher quer ser mãe ou quer ter um filho? Qual 
a função dessa gravidez? Salvar o casamento? 
Suprir necessidade familiar dos pais do casal? É 
importante explorar essas questões nas primeiras 
sessões, pois cada sintoma é acompanhado de 
características únicas da família. 
 
"Embora alguns comportamentos e eventos 
biológicos possam ser balizados nesses ciclos, o 
que pode auxiliar no manejo clínico dessas 
pacientes, é importante considerar que o 
desenvolvimento não é estático, abrindo a 
necessidade de analisar as necessidades trazidas 
por cada gestante durante todo o processo" 
(SIMAS; SOUZA; SCORSOLINI-COMIN, 2013).

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