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Dermatologi� d� pequen�� animai� ↪ Introduçã�: O maior órgão de um organismo é a pele. Atua como uma uma barreira anatômica e fisiológica. As consultas dermatológicas veterinárias correspondem a 75% dos atendimentos. A pele possui um sistema imune muito eficiente para lidar com os antígenos do meio externo, é um órgão que sofre lesão o tempo todo, devido a alta exposição. A pele é o "espelho do organismo", pois reflete alterações internas. ↪ Estrutur� d� pel�: -> A epiderme é a camada mais externa, é rica em queratina e vai conferir mais proteção. -> A derme e a epiderme são as camadas de importância clínica das dermatopatias. -> Quando há uma lesão na pele com sangramento, significa que a lesão está atingindo a derme: vasos sanguíneos. ↪ Dermatopatia�: → Bacterianas → Fúngicas → Parasitárias → Hipersensibilidade → Otite ↪ Bacteriana� ➜ Piodermite�: → é uma infecção bacteriana presente na pele. → é causada por uma bactéria, chamada Staphylococcus pseudintermedius, é um habitante natural da pele. Quando há um desbalanço no organismo, a bactéria se prolifera e se multiplica causando os sinais clínicos das piodermites. → mais comum em cães; → são secundárias à uma causa base: ↪ parasitas; ↪ imunossupressão; (comum em filhotes desnutridos, com verminoses, casos de cinomose - comum encontrarmos pústulas abdominais) ↪ hipersensibilidade; (animais atópicos/ alérgicos) ↪ endócrinos; (hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo) ↪ doenças autoimunes; ↪ trauma/ feridas; (características de serem mais profundas) ➜ Piodermit� superficia�: -> onde a bactéria se encontra na epiderme nas porções iniciais do folículo -> As pápulas são lesões arredondadas elevadas. -> As pústulas com crosta melicérica são aquelas com a presença de pus. -> As lesões de piodermite superficial tem início com as pápulas e vão evoluindo. pápula -> pústula crosta melicérica -> colarinho epidérmico -> alopecia " ruído de traça" ➜ Piodermit� profund�: -> as bactérias adentram a região da derme, podendo entrar através do rompimento do folículo, ou pela própria região da epiderme. Quando as bactérias estão na derme, elas são tratadas como "corpo estranho". A reação do organismo é expulsar através de um trajeto fístuloso para tentar expulsar as bactérias. A características da piodermite profunda são a presença de tratos fistulosos -> furunculose. -> O sinal clínico principal da piodermite profunda é a presença de sangue. É necessário que haja muito cuidado com com a piodermite profunda, pois ela pode evoluir para uma infecção sistêmica (sepse). -> as crostas hemostáticas no cão ocorrem em casos de demodicose que, por sua vez, possuem a piodermite de forma secundária. -> as ulcerações consistem em perda superficial das camadas da pele. ➜ Diagn�stic�: -> Clínico: verificar as lesões presentes no animal -> Citologia: 90% dos casos será piodermite, porém existem doenças autoimunes que também possuem fístulas sem bactérias. É importante para confirmação de diagnóstico. -> Histopatologia; -> Cultura e antibiograma: principalmente se for uma piodermite profunda. Se não for tratada de forma correta pode evoluir para sepse. O antibiótico mais utilizado para infecção dermatológica é a cefalexina. Realizar o antibiograma para garantir se há resistência da bactéria ( é comum a presença do Staphylococcus resistente a meticiclina = cefalexina). ↪ remete que a bactéria presente, provavelmente é Staphylococcus. ↪ remetem a infecções mais graves. ➜ Tratament�: → Identificar e tratar a causa base. Se for tratado apenas a piodermite, vão haver quadros de repetição. → Antibioticoterapia sistêmica: cefalexina: 30mg/kg, VO, BID, por 21 dias (piodermite superficial) ou 45 dias (profunda). Após esse período, é feita uma reavaliação, caso o paciente apresente melhora o tutor deve continuar com os banhos por mais 7 dias. Se o paciente não apresentar melhora pode-se avaliar se o paciente possui uma cepa resistente, ou se o tratamento está sendo executado de maneira correta. Outra possibilidade é o paciente apresentar uma doença autoimune e não se tratar de uma piodermite. ↪ Fúngica�: ➜ Dermatofit�s�: → é uma dermatite causada por fungos dermatófitos. →Microsporum canis/ M. gypseum → Trichophyton mentagrophytes → Comuns em filhotes, animais de vida livre, em abrigos e em cães de caça. → As raças com predisposição são os gatos Persa e os cães Yorkshire. → Existem animais que são carreadores assintomáticos; → A transmissão é feita por contato direto, fômites, ambientes (microtraumas na pele). → as lesões em gatos, se localizam em região de pata, dorso e cabeça. -> um diagnóstico diferencial é a alopecia em cabeça de gatos (principalmente em filhotes). -> as lesões fúngicas, normalmente, são circulares, pois os fungos dermatófitos, geralmente fogem do centro da lesão e se concentram nas bordas. -> presença de lesões circulares com crostas -> querion/kerion: são nodulações podem acontecer, mas não são tão comuns para diagnóstico é necessário histopatologia. -> geralmente a lesão fúngica não tem um prurido intenso, se houver, o caso deve estar relacionado a piodermite. ➜ Diagn�stic�: -> Lâmpada de Wood: detecta apenas o microsporum canis (fluoresce). Não confirma diagnóstico. -> Exame direto do pelo; -> Cultura: - dermatobac, vetcheck - meio de cultura para crescimento fúngico. É o método mais rápido para a clínica. Resultado parcial de 4 a 5 dias, o meio de cultivo que inicialmente é amarelo se torna vermelho na presença de fungos. -> já podendo indicar o uso de shampoo antifúngico. Após 10 dias quando a colônia fúngica já está formada é necessário analisar no microscópio. -> Histopatologia (kérion): utilizado para diagnóstico de kérion. ➜ Tratament�: → Banhos terapêuticos a cada 4 dias (miconazol + clorexidine) → Itraconazol (10mg/kg SID VO 30d) -> não pode ser feito em filhotes abaixo de 3 meses - nesses casos utilizar só os banhos. Utilizar esse tratamento até 2-3 culturas negativas com um intervalo de 15 dias. → Tratar os contactantes (cultura): aqueles que derem negativo na cultura seguir o tratamento apenas com banhos. Caso o resultado dê positivo realizar o tratamento oral + banhos (quando houver muitos animais juntos tratar todos com positivos, mesmo os assintomáticos) → Ambiente: hipoclorito de sódio (água sanitária) para desinfetar o ambiente - 10 pares de água para 1 de água sanitária) → Sempre associar a forma tópica com a oral de tratamento -> cura parasitológica: eliminação total dos fungos. ↪ Parasitária�: ➜ Demodici�s�: → é uma sarna causada pelo Demodex canis. → é um habitante natural do folículo (multiplicação exacerbada = sinais clínicos) → genética (não é recomendado que esse animal se reproduza) + imunossupressão (fêmea quando entra no cio/estresse) → a transmissão não se dá pelo contato direto, ou seja, não passa de um animal para o outro. Se um cão tem demodíciose é porque ele tem o ácaro (genético). → é comum em cães, e raro em gatos imunossuprimidos FIV/FELV. → localizada (acomete apenas as patas)/ generalizada (acomete grande parte). → predisposição racial: ↪ Bull Terrier ↪ Shar Pei (histopatologia) ↪ American Staffordshire ↪ Bulldog Inglês ↪ West Highland White Terrier ↪ Weimaraner ↪ Shih Tzu (prurido) -> só pela sarna a demodiciose não causa prurido. O prurido ocorre quando há infecção bacteriana secundária. → sinais clínicos: ↪ comedões: o ácaro fica dentro do folículo; excesso de sebo dentro da cavidade do folículo -> pontos pretos ↪ pododemodicose: piodermite profunda. ↪ pústulas: piodermite infecção bacteriana = infecção bacteriana secundária. ➜ Diagn�stic�: -> Parasitológico: raspado cutâneo profundo. ↪ fazer o raspado onde tem lesões, não é recomendado realizar o raspado onde tem comedões. ↪ realizar com lâmina de bisturi até sangrar. ↪colocar o material na lâmina, e então veremos o ácaro. ➜ Tratament�: → Identificar e tratar a causabase; se a fêmea apresenta em todo cio = resolver com castração; se for estresse = tratar a causa. → Localizada: ↪ peróxido de benzoíla (shampoo) + mupirocina (pomada)/Epitezan (se a lesão for periocular, utilizar epitezan) → Generalizada (3 raspados negativos com intervalo de 30 dias): ↪ banhos a cada 4 dias: peróxido de benzoíla; ↪ ivermectina/ moxidectina/ doramctina/ milbecima oxima; ↪ nexgard / bravecto/ simparic / credeli -> animais sensíveis. → Tratar piodermite e castração. ↪ o tratamento do paciente vai até 3 raspados negativos com intervalo de 30 dias. = mesmo se não houver lesões + sinais clínicos. ➜ Escabi�s�: → Sarna ↪ é um tipo de ácaro que causa muita coceira. ↪ principais regiões acometidas em cães: orelhas, abdome ventral, membros torácicos e pélvicos (cotovelos, calcâneos); ↪ em gatos: membros torácicos, cabeça ↪ a pele se torna espessa ↪ alopecia, eritema, piodermite secundária. → ocorre tanto em gatos quanto em cães → Sarcoptes scabiei (cães) → Notoedres cati (gatos) ↪ sarna notoédrica → Geralmente jovens; → Aumento da densidade populacional → Muito contagioso (zoonose) -> acomete várias espécies. → prurido intenso (escavações) ↪ pele de orelha lesionada e espessa. Patognomônico de escabiose. ➜ Diagn�stic�: → O raspado da escabiose é superficial, pois o ácaro está na epiderme. → Histórico, sinais clínicos, terapêutico → Raspado cutâneo superficial ↪ podem ser encontrado os ácaros e os ovos. → Coproparasitológico ↪ exame de fezes, pode-se encontrar os parasitas nas fezes pelo hábito dos cães de se coçar com a boca e acaba ingerindo os parasitas. → ELISA ↪ sorológico - não é muito utilizado/demora muito. ➜ Tratament�: → Antiparasitário: ↪ ivermectina/ moxidectina / doramectina; ↪ selamectina (revolution: muito eficiente em gatos) / fipronil (frontline, também responde)/ Advocate ↪ nexgard / Bravecto/ Simparic → Banhos a cada 4 dias: peróxido de benzoíla → Prednisona (0,5mg/kg SID VO 5 dias) ↪ controle de prurido ↪ corticoide para controlar prurido → Tratar contactantes e ambiente (amitraz) - 1X por semana/ 30 dias. ↪ tratar todos os contactantes escabiose é altamente contagioso. ➜ Otoacarías�: → Otodectes cynotis = muito comum no ouvido de gatos filhotes → Filhotes de cães e gatos; → Gatos adultos: portadores assintomáticos -> mantém o parasita no ambiente ➜ Diagn�stic�: → visualização direta do ácaro; → otoscopia → microscopia ➜ Tratament�: → Selamectina por 15 dias 2 adm → Ceruminolítico e otite (se necessário) ↪ Hipe�sensibilidad�: ➜ DASP: → Dermatite alérgica à saliva da pulga (picada); → Comum em cães e gatos; → Sensibilidade à proteína da saliva da pulga; → Sazonal: meses quentes e outono ↪ sinais clínicos de prurido; época de maior proliferação de pulgas; -> lesões em região caudo dorsal - tem que apresentar lesões nessas áreas para ser DASP. → úlcera indolente: úlcera no lábio superior. Os felinos apresentam lesões muito específicas. DASP= principal causa de alergia nos gatos → placa eosinofílica: região abdominal ventral → dermatite miliar: crostas hemáticas ➜ Diagn�stic�: → Clínico e terapêutico; ➜ Tratament�: → Alergia não tem cura, mas tem controle → Antiparasitários: ↪ as coleiras são preventivos ↪ para tratar e remover as pulgas → Prednisona (oral, evitar prurido)/ hidrocortisona spray (tópico: aplicar somente em regiões de prurido no animal) → Banhos a cada 4 dias : hipoalergênicos → Tratar piodermite e ambiente ➜ Dermatit� atópic�: → Enfermidade mais comum; → Base genética; → Não admite cura, apenas controle; → "Doença cutânea inflamatória pruriginosa de evolução crônica com base genética e, portanto, não admite cura apenas controle" → Muito comum em cães e incomum em gatos. → Adultos jovens (6 meses - 3 anos) ↪ o animal desenvolve os sinais da dermatite atópica até 3 anos. → Raças predispostas: ↪ American Staffordshire; ↪ Boston Terrier; ↪ Boxer; ↪ Cavalier King Charles; ↪ Dálmata; ↪ Fox Terrier; ↪ Golden Retriever; ↪ Jack Russel; ↪ Labrador; ↪ Lhasa Apso; ↪ Poodle; ↪ Pug; ↪ Schnauzer; ↪ Scottish Terrier; ↪ Setters; ↪ Shar Pei; ↪ Shih Tzu; ↪ SRD; ↪ West Highland White; * maneira de explicar para o tutor* → Pele íntegra: camada lipídica evita que alérgenos entrem e também evita a perda de água. → Pele atópica: a pele do animal atópico perde mais água, tem alérgenos entrando. Pele mais ressecada + alérgenos = prurido. → pele labial, orelha, inguinal, interdigito, queixo, porção abdominal e ventral. → sinal muito característico = lamber pata ou mordiscar. O pelo muda de cor na região das patas (em animais de pelo branco). → otites recorrentes → perianal ➜ Diagn�stic�: → Causa alérgica; → Baseado em sinais clínicos; → Clínico: FAVROT et. al (2010): ↪ Início dos sinais clínicos antes dos 3 anos de idade; ↪ Cão habitante de interiores de residências; ↪ Prurido responsivo a glicocorticóides; ↪ Prurido não - lesional; ↪ Extremidades de membros anteriores lesadas; ↪ Pinas lesadas; ↪ Margens das orelhas não lesadas; ↪ Região dorso-lombar não lesadas. ➜ Tratament�: → Controle ↪ orientar o tutor a respeito do custo $ do tratamento; ↪ controlar infecções secundárias; ↪ recuperar a função de barreira -> camada lipídica; ↪ exclusão dietética -> para garantir que o animal não tem uma alergia alimentar; ↪ controle medicamentoso → Recuperar função de barreira: (fornecer lipídeos tópicos) ↪ Allermyl/ Episoothe/ Dermogen/ Douxo; ↪ Humilac/Hidrapet/ Hydra-T/Douxo (pós banho); ↪ *Allerderm spot on 1X/ semana (entre banhos); ↪ Allerdog/Megaderm/ Pelo&Derme VO → Controle medicamentoso: ↪ intuito de melhorar o prurido (VO) ↪ Oclacitinib (apoquel): 0,4-0,6 mg/kg VO BID 15 dias; ↪ Cytopoint: 2mg/kg SC por 30 dias (injetável) ↪ Ciclosporina (cyclavance): 5mg/kg VO SID 2 m (48h); ↪ Prednisona: 0,5 mg/kg VO SID 15 dias (48/72/96h); ↪ Hidroxizina: 2 mg/kg VO BID (anti histamínico); ↪ Hidrocortisona spray (Cortavance): 2 dias/ semana. ↪ Otit� → Inflamação do epitélio do meato auditivo. ↪ Externa; ↪ Média; ↪ Interna; ➜ Otit� extern�: → Etiologia: ↪ parasitária ↪ alérgica ↪ seborreia 1a ↪ imunomediada ↪ neoplasia ↪ pólipos (neoformação benigno-gatos) -> agentes: habitantes naturais Staphylococcus, Malassezia, bactérias. -> disbiose: desbalanço dos microorganismos pré-existentes, multiplicação -> crônica: + 3 meses ➜ Sinai� Clínic��: → Eritema; → Edema; → Exsudação; → Odor fétido; → Prurido/dor; → Meneios de cabeça; (balança) → Otohematoma; (acúmulo de sangue na pina) → Crostas/ úlceras; → Hiperplasia; (inchado) → Estenose; (não tem passagem do conduto). ➜ Diagn�stic�: → Clínico; → Citologia (SEMPRE) → Otoscopia → Cultura e antibiograma (se for otite crônica) -> solicitar quando a citologia apontar presença de bastonetes (infecção grave); → Radiografia/tomografia; → Histopatologia; ↪ suspeita de pólipo ou neoplasia. -> Malassezia ➜ Tratament�: → Limpeza: 3-5 dias SID/BID (antes do tratamento) ↪ encher o conduto auditivo com a solução, massagear a base da orelha e, com uma gaze retirar a secreção. → Solução de tratamento: BID ↪malassezia: fungo - miconazol 2%(manipular)/ ciclopirox; ↪ aguda (antibiótico): gentamicina/neomicina (21-30 dias); ↪ crônica (enrofloxacina): tobramicina/quinolonas (45-60 dias); ↪ cultura e antibiograma: pode evoluir para uma otite média interna - grave = neurológico. → Osurnia: 1 ampola por ouvido = 2 aplicações, intervalo 7 dias. → Analgésico: ↪ tramadol/dipirona → Corticóide (crônicos): ↪ prednisona (0,5 mg/kg BID VO 5 dias) ↪ metilprednisolona: (0,5 ml 4-5 pontos) -> estenose -> orelha muito fechada. ↪ lavagem ambulatorial (aumento de pus) = sedar o animal - vídeo otoscópio ou com uma sendo uretral com solução fisiológico aquecida (quando tem muito pus o medicamento não funciona).
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