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Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 1 Intestino delgado: epitélio colunar simples formando vilosidades. Intestino grosso: epitélio colunar simples formando criptas. Presença de enterócitos (células absortivas), células caliciformes, células neuroendócrinas e células tronco. PÓLIPOS É uma massa de tecido que se projeta desde a superfície até o lúmen. • Geralmente estão no região do reto sigmoide. Pólipo séssil: o maior diâmetro dele coincide com a base. • Muito comum no intestino, mas, evoluem para pólipos pediculados devido aos movimentos que estão empurrando-o. Pólipo pediculado: o maior diâmetro dele é maior que a base. Pólipo neoplásico: adenoma. • Adenoma no intestino é caracterizado como um pólipo displasico -> Lesão pré-maligna. Pólipo não neoplásico: pode ser inflamatório, hiperplásico e hamartomatoso. PÓLIPO HIPERPLÁSICO São pólipos múltiplos, relacionado com a senilidade e de caráter benigno. É o mais comum. Surge entre os 60-70 anos e é descoberto através de uma colonoscopia. Colonoscopia diagnóstica: o conteúdo fecal vai estar mais denso, oque pode fazer que o pólipo ulcere devido a densidade. • Sangue é crucial no diagnostico do pólipo hiperplásico. • Outra coisa que pode acontecer é a constipação em casos de pólipos grandes. Etiopatologia: não é muito bem definida, mas acredita-se que a senilidade atrapalhe o processo de reposição celular e gere um atraso na descamação celular. • Devido a isso, acaba tendo um empilhamento de células maduras (caliciformes e absortivas) uma em cima da outra. • Pólipo benigno, pois, as células não estão maturando, só há um atraso na descamação. Morfologia: apresenta uma superfície serrilhada, pois as células caliciformes e absortivas são empurras para mucosa, fazendo com que haja uma alteração morfológica -> Amontado nas criptas. • São sempre pólipos menor que 5mm e múltiplos. • Maturação das células é preservada, não apresenta displasia nem anaplasia. Intestino – Pólipos e neoplasias Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 2 PÓLIPO INFLAMATÓRIO É associado a inflamação da mucosa quando tem ciclos crônicos de lesão e cura. Pseudopólipo: doença de Crohn dificulta o relaxamento do esfíncter anal, levando a uma constipação e trauma na região. • Isso acaba gerando ulcerações na região e bordas elevadas. Pode ter tecido elevado e fibroso, por isso é considerado um pseudopólipo. No tecido, podemos observar uma área de necrose e uma área de proliferação de fibroblastos. PÓLIPO HAMARTOMATOSO Ocorrem de forma esporádica ou como componente de uma síndrome. Polipose juvenil: malformações multifocais do epitélio e da lâmina própria, pode ser esporádico ou sindrômico. SMAD4 – Uma mutação nesse gene, causa a Polipose juvenil. Devido essa mutação, começa uma alta proliferação de células epiteliais, esse número de células em excesso começa a aumentar o tamanho da criptas e alargar elas. Pólipos esporádicos: são pólipos pequenos, solitários, de região avermelhada e lisa (região ulcerada) e as regiões esbranquiçadas são as úlceras. Tem infiltrado inflamatório no tecido conjuntivo da lâmina própria. Apresenta um infiltrado inflamatório e resto neutrofilico. Áreas pseudocistícas: espaços císticos que geram cripta super dilatadas e repletas de mucina. • Pólipos sindrômicos: autossômico dominante e é quando possui de 3 a 100 pólipos. Células displasicas estão aumentando. Associado a hemorragia crônica e outras malformações. Risco de adenocarcinoma de 30- 50%. Complicações: hemorragia crônica, intussuscepção (segmento dentro de outro segmento), obstrução intestinal e prolapso do pólipo -> Maiores que 3cm – espaços císticos ao corte – glândulas dilatadas repletas de mucina e dendritos inflamatórios. SÍNDROME DE PEUTZ-JEGHERS É uma síndrome autossômica dominante rara, caracterizada pelo desenvolvimento de múltiplos pólipos no TGI e hiperpigmentação mucocutânea. • STK11 – Gene supressor de tumor que causa a síndrome – Pode ser herdado ou mutado. Manifestações extra intestinas: maculas azul nas mãos, lábios, narinas, mucosa oral, genitália e região perianal. Pólipos: comumente localizados no intestino delgado, mas cerca de 30% dos pacientes terão pólipos no intestino grosso e estômago. • Pólipos grandes, pediculados e de superfície lobulada. Pode ter área de ulceração a depender do tamanho do pólipo (por estar no Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 3 intestino delgado, o conteúdo é mais líquido e causa menos atrito). Paciente vai apresentar proliferação do epitélio (células epiteliais e lâmina própria) e proliferação da muscular da mucosa. • Tudo que é rosa é tecido conjuntivo com musculo da mucosa, formando uma rede arborizante. Complicações: intussuscepção e possui alto risco de formação de tumores malignos. ADENOMA São clinicamente silenciosos e é observado diversos pólipos de diversos tipos e tamanhos. Presente na região mais distal do intestino (cólon descendente e retosigmóide – 70%), tem uma prevalência no sexo masculino e predominante em idosos (60 anos). • Tem baixa chance de malignização, mas a alimentação influencia diretamente no câncer intestinal, logo o adenoma colorretal está associado a dieta. Acima de 4cm já tem risco de malignização do epitélio. Morfologia: apresenta displasia - hipercromasia (núcleo roxo muito forte devido a quantidade de proteínas em excesso), proliferação dos enterócitos (epitélio), citoplasma mais eosinofilico, diminuição de células caliciformes, núcleos empilhados e alongados (pleomorfismo nuclear), núcleos maiores e a relação núcleo citoplasma está alterada. Classificação: pode ser classificados de 3 tipos. I. TUBULARES: são pequenos e com displasia leve. II. TUBULOVILOSO: é o intermédio. III. VILOSOS: seu fator de risco para malignizar é maior e com displasia maior. Evolução: a minoria maligniza, mas o estilo de vida pode agredir outras partes do intestino. • Para malignização precisa que as células neoplásicas invadam o tecido conjuntivo, ou seja, primeiro tem o carcinoma intramucoso. Tratamento: polipectomia completa. Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 4 POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR (PAF) É um distúrbio genético herdado, os pacientes desenvolvem inúmeros pólipos colorretais ainda adolescentes. • No mínimo 100 pólipos para diagnostico, menos que isso é considerado síndrome. Mutação no gene APC: importante supressor. Histologicamente, ele é idêntico ao adenoma, pode ter as mesmas displasias etc. Patogênese: a perda do gene APC funcional resulta em altos níveis de beta-catenina livre, o qual ativa a expressão gênica, que implica na formação de grupos displásicos nas criptas intestinais. • As células inicialmente são displasicas, não cancerígenas e para terem potencial maligno, devem adquirir mutações somáticas. Complicação: adenocarcinoma colorretal. ADENOCARCINOMA Malignidade mais comum no TGI que tem como principal fator a baixa ingestão de fibras vegetais, alta ingestão de carboidratos e gorduras, histórico familiar e tabagismo. Fator diético: é porque uma dieta rica em gorduras e carboidratos faz que nosso organismo produza muitas enzimas digestivas como substrato e isso junto com uma bactéria tem potencial oxidativo. • Uma dieta pobre em fibras altera a microbiota e o bolo fecal fica mais tempo parado e ocorre a liberação de amônia, podendo modificar o DNA -> estresse oxidativo. Dieta pobre em fibras -> Menos vitamina A e vitamina E. Patogênese: tem duas principais vias para a carcinogênese. Gene APC/beta-catenina: é um gene supressor de tumor que regula a beta-catenina, ele se liga ao excesso e degrada. Se ela estiver livre no citoplasma, ela migra para o núcleo e começa a fazer transcrição dos genes MYC e ciclina D1. B- catenina que inicia a via de sinalizaçãopara a proliferação. • Quando ocorre a mutação não tem o gene APC e então a B-catenina não e marcada para ser degradada e então ela começa a se acumular e migrar para o núcleo e então começa a secretar D1 e MYC que aumenta a proliferação celular. Instabilidade em satélite: não é tão comum. A mutação que começa nessa via é nos genes MLH1 ou MSH2 que são genes de reparo de DNA que uma vez mutados, impedem a correção nos erros que possam acontecer (principalmente nos microssatélites – sequência de nucleotídeos curtas e repetidas que faz a iniciação do gene). • Começa a ter alteração no TGF-B e BAX e mutações ativadores no oncogene BRAF. Mutações adicionais: K-RAS (proliferação celular e inibição da apoptose), SMAD2 e SMAD4 (via de sinalização TGF-B) e p53. Morfologia: pode ter qualquer formato, exofitico (cresce para fora) ou endofitico (cresce para dentro). Normalmente está ulcerado por isso uma das primeiras manifestações clínicas e o sangramento no colo cecal. • Colo próximas: tem mais massas polipoides e exofiticas que raramente causam obstrução. • Colo distal: tendem a ser mais anulares que produzem constrições -> Estreitamento luminal. Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 5 Microscopia: passa a ter o núcleo um em cima do outro, diminui a quantidade de células caliciformes, núcleo mais roxo (mais proteínas), núcleos mais evidentes, células colunares mais altas, desmoplasia intensa e presença de células em anel de sinete. • Displasia mais severa devido as células estarem invadindo o tecido conjuntivo. A partir do momento que invade o tecido conjuntivo, ele tenta expulsar ela fazendo uma fibrose -> desmoplasia intensa. • Podemos observar uma alta quantidade de células sofrendo mitose. Desmoplasia A maioria dos adenocarcinomas são bem diferenciados e com o desenvolvimento mais insidioso. Sinais clínicos: anemia (colo ascendente), sangramento oculto, alterações do hábito intestinal e/ou cólicas. • Prognostico depende da profundidade da infiltração. MUCOSA – bom – SUBMUCOSA – mais complicado, precisa fazer uma marginação – ADVENTÍCIA – complicado e com maior risco de morte.