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1 Antropologia @sabrina.estudantedepsi Segundo a Antropologia Cultural, não há indivíduo sem cultura, nem culturas superiores ou inferiores. • Antropologia Física: o estudo das raças humanas e suas características biológicas. • Antropologia Cultural: o estudo do homem do ponto de vista social e cultural. A Antropologia Clássica não se ocupa do estudo das sociedades modernas, apenas das sociedades mais simples, ágrafas e com poucos membros. A Sociologia se ocupa em estudar sociedades modernas. Durante o século XIX, houve grande desenvolvimento científico. Em consequência, as ciências da natureza também se desenvolveram, possibilitando meios para a datação de materiais orgânicos, como os esqueletos. Dada a possibilidade, surgiu um movimento de esforço para descobrir o tempo de existência das antiguidades existentes em museus, universidades e centros de pesquisas. Assim, surgiu uma nova ciência que objetivava a determinar a idade das antiguidades e estudar a evolução humana - a Antropologia. A primeira diferença entre os antropólogos físicos e culturais se deu nesse momento, pois já existiam antropólogos que se dedicavam a estudar apenas sociedades não europeias e os que estudavam o ser humano do ponto de vista racial, biológico e evolutivo. Assim como não houve acordo entre o que era antropólogo, também não houve sobre o termo Antropologia. As diferenças entre Antropologia Física e Antropologia Social e Cultural não acontecem na França, onde utilizam o termo Antropologia para se referir ao que chamamos aqui de Antropologia Física, além de não utilizarem o termo Antropologia Social e Cultural, usam etnologia. França Aqui Antropologia Antropologia Física Etnologia Antropologia Social e Cultural Analisando a história de diversas sociedades, encontra-se que a discriminação racial era praticada em todas. Por isso, presume-se que já existiam convicções de superioridade em relação ao outro mesmo nas comunidades antigas. As civilizações gregas e romanas escravizaram pessoas com base nesse princípio (começaram escravizando as pessoas que tinham dívidas até que a escravidão se tornou importante para a economia): o escravo era excluído, não era visto como pertencente à sociedade e, portanto, não era considerado um ser humano. Na civilização romana, a escravidão era para os bárbaros. A barbárie se define pela oposição ao civilizado, logo, é um termo carregado de juízo de valor e superioridade cultural (traços característicos dos povos antigos), além de pejorativo. Vale destacar que não me refiro às práticas racistas, mas sim à superioridade cultural que permitia escravizar o outro que não pertencia à cultura civilizada. Após a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, a mesma lógica de superioridade cultural atravessou a Idade Média na Europa, agora sob a forma da religião cristã. Isto é, o cristianismo assumiu uma posição opressora, mas "com outras roupas", em vez de denominar como bárbaros os que não estavam dentro da sua cultura, denominavam como pagãos. Esse 2 Antropologia @sabrina.estudantedepsi pressuposto permitia aos cristãos converter os pagãos pela força. A partir do Renascimento, a expansão europeia para os continentes asiático e africano e a conquista do Novo Mundo, estava toda baseada nesse sentimento de superioridade. Todavia, a superioridade agora era associada ao Homem europeu branco. É nesse ponto que a superioridade deixa de ser apenas cultural, para ser de cor/racial. Com o nascimento do Humanismo, ainda no Renascimento, a Europa sofreu duras críticas de autores como Thomas More, La Boètie, Montaigne e Erasmo de Rotterdam, a cerda do seu regime escravocrata pautado na superioridade do homem branco. A crítica do humanismo fundamentou o Iluminismo que caracterizou o Século das Luzes (séc. XVIII). Entre os séculos XVI e XVIII, houve um grande esforço para reconhecer que os povos dominados tinham a própria cultura e não eram inferiores. Ainda assim, se tratava de uma visão superior, pois a Europa não se interessou em entender o outro e, sim, em reformar a civilização ocidental. • Darwinismo: o século cientifico, posterior ao século das luzes, foi marcado pela visão evolucionista. Em relação à antropologia daquela época (física e cultural), o foco foi em classificação dos restos humanos ou artefatos de acordo com o processo evolutivo. O antropólogo se ocupava da pesquisa sobre o processo evolutivo do ser humano e de antiguidades. Portanto, trabalhava mais em escritórios, se valendo de dados coletados por outros pesquisadores que estavam em campo. Os antropólogos culturais também trabalhavam mais em escritórios, pois seu material de estudo se resumia às histórias contadas por outros (viajantes, navegantes, religiosos e exploradores mercenários). Entretanto, tais pessoas não estavam aptas a relatar a cultura de modo imparcial, de modo que o mais relatado eram os costumes que causavam estranhamento aos europeus que ainda se achava superior. O resultado foi uma teoria caraterizada pela distância da realidade. A antropologia física, influenciada pelo darwinismo, compreendia as sociedades primitivas como sociedades imaturas, pois seu ponto de comparação era a sociedade europeia. O resultado foi a crença de que o máximo possível a evoluir seria até o estado atual da Europa àquela época. No final do século XIX, a pesquisa de campo foi instituída como parte do trabalho do antropólogo para que as pesquisas não fossem prejudicadas. Esse passo foi muito importante para que a visão ideológica e preconceituosa deixasse de dominar. É errado imaginar que tais mudanças se deram pacificamente. O contato dos antropólogos com outros povos ainda era permeado por sentimento de superioridade, por isso é possível encontrar termos como "selvagens" e "povos primitivos" na literatura para se referir às comunidades tidas como inferiores e não desenvolvidas. • Fundamentos Teóricos de Franz-Boas: Seu trabalho é o ponto de partida para que o declínio da Antropologia Rácica, uma vez que sua teoria relativista demonstrou que a evolução biológica e cultural não acontecem exatamente no mesmo ritmo. Boas propôs que existem culturas, cada uma com sua própria história, sendo impossível colocá-las numa história universal, como propõe os evolucionistas. • Fundamentos Teóricos de Bronisław Malinowski: É o criador da escola funcionalista e da Antropologia Social. Sua principal contribuição foi sobre os métodos para coletar dados etnográficos. O método desenvolvido por ele foi o Método Etnográfico ou Observação Etnográfica: o pesquisador passa a participar da cultura para partilhar seus símbolos, 3 Antropologia @sabrina.estudantedepsi significados e compreendê-los com profundidade. • Fundamentos Teóricos de Claude Levi- Strauss: É o fundador da Antropologia Estrutural. Ele fez uso da teoria estruturalista francesa que afirma existir estruturas universais por trás de todas as ações humanas, dando origem às diversas culturas. Levi-Strauss foi responsável pela inversão do foco das pesquisas antropológicas, assim, em vez de estudar o "pensamento do selvagem", passou-se a estudar o "pensamento selvagem". Em resumo, ele acabou com a diferença entre o pensamento europeu e dos povos primitivos. Sua teoria determinou a morte da visão pejorativa sobre as tribos primitivas. Levi-Straus afirma que as sociedades primitivas definiam suas ações e repertórios culturais de acordo com as necessidades imediatas de sua época - como alimentação, vestimenta e abrigo. Apostila Unidade II – Questões de Antropologia Clássica. Disciplina: Antropologia – Cruzeiro do Sul Virtual. Veja também: O desenvolvimento da antropologia e das ciências sociais no ocidente
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