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Boletimj Manual de Procedimentos Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico Veja nos Próximos Fascículos a Declaração PJ Simplificada - Inativa ano-calendário 2015 (DSPJ - Inativa 2016) a IRRF - Serviços profissionais prestados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas a Simples Nacional - Defis 2016 Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo No 09/2016 /a Tributos e Contribuições Federais CSL/Cofins/PIS-Pasep Contribuições sociais retidas na fonte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01 /a Legislação Societária Sociedade unipessoal decorrente de falecimento de sócio . . . . . . . . . 07 /a IOB Comenta Imposto de Renda Retido na Fonte Fim da isenção do Imposto de Renda sobre as remessas destinadas ao exterior para cobertura de gastos em viagens de turismo, negócios, serviço, treinamento e missões oficiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 /a Perguntas e Respostas DCTF ME e EPP optantes pelo Simples Nacional - Dispensa da apresenta- ção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Dimob Empreendimento em parceria - Responsabilidade pela apresentação . 10 Simples Nacional Cancelamento de documento fiscal em período posterior ao da ope- ração ou prestação - Procedimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Revenda de produtos da cesta básica - Alíquota zero da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep - Inaplicabilidade . . . . . . . . . . . . . . . 10 http://issuu.com/action/page?page=3 http://issuu.com/action/page?page=9 http://issuu.com/action/page?page=11 http://issuu.com/action/page?page=12 http://issuu.com/action/page?page=12 http://issuu.com/action/page?page=12 http://issuu.com/action/page?page=12 © 2016 by SAGE | IOB Capa: Marketing SAGE | IOB Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial SAGE | IOB Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo) 0800-724-7900 (Outras Localidades) Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998). Impresso no Brasil Printed in Brazil Bo le tim IO B Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Imposto de renda e legislação societária : CSL/Cofins/PIS-Pasep : contribuições sociais.... -- 12. ed. -- São Paulo : IOB SAGE, 2016. -- (Coleção manual de procedimentos) ISBN 978-85-379-2659-8 1. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 2. Pessoa jurídica - Brasil I. Série. 16-00430 CDU-34:336.215.024.2(81) Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil : Imposto de renda : Pessoa jurídica : Direito tributário 34:336.215.024.2(81) Manual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletimj 09-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2016 - Fascículo 09 IR/LS a Tributos e Contribuições Federais CSL/COFINS/PIS-PASEP Contribuições sociais retidas na fonte SUMÁRIO 1. Introdução 2. Previsão de incidência 3. Base de cálculo 4. Percentual a ser descontado 5. Retenção das contribuições totais ou parciais 6. Casos em que não se aplica a retenção 7. Prazo de pagamento 8. Preenchimento do Darf 9. Operações com cartões de crédito ou débito 10. Documentos de cobrança que contenham código de barras 11. Tratamento das contribuições sociais retidas 12. Saldo remanescente da contribuição do PIS-Pasep e da Cofins retidas na fonte 13. Comprovante anual de rendimentos pagos 14. Modelo de declaração da pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional 15. Preenchimento de Nota Fiscal de Serviços 1. INTRODUÇÃO Neste procedimento, focalizamos a reten- ção na fonte da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep, de acordo com a Lei nº 10.833/2003, com as alterações da Lei nº 11.196/2005, da Lei nº 11.727/2008, da Lei nº 13.137/2015 e da Instrução Normativa SRF nº 459/2004, com as alterações da Instrução Normativa RFB nº 765/2007, da Instrução Normativa RFB nº 791/2007 e da Instrução Normativa RFB nº 1.151/2011. 2. PREVISÃO DE INCIDÊNCIA Estão sujeitos à retenção na fonte da CSL, da contribui- ção para PIS-Pasep e da Cofins os pagamentos efetuados, bem como os pagamentos antecipados por conta de prestação de serviços para entrega futura, por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado, pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manuten- ção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão de obra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de serviços profissionais. As retenções serão efetuadas sem prejuízo da retenção do IRRF das pessoas jurídicas sujeitas a alíquotas específi- cas previstas na legislação do Imposto de Renda e aplicam- -se também aos pagamentos efetuados por: a) associações, inclusive entidades sindicais, federa- ções, confederações, centrais sindicais e serviços sociais autônomos; b) sociedades simples, inclusive sociedades coopera- tivas; c) fundações de direito privado; ou d) condomínios edilícios (edifícios). Notas (1) Entendem-se como serviços: a) de limpeza, conservação ou zeladoria: aqueles de varrição, lava- gem, enceramento, desinfecção, higienização, desentupimento, de- detização, desinsetização, imunização, desratização ou outros ser- viços destinados a manter a higiene, o asseio ou a conserva- ção de praias, jardins, rodovias, monumentos, edificações, instalações, dependências, logradouros, vias públicas, pátios ou áreas de uso comum; b) de manutenção: todo e qualquer serviço de manu- tenção ou conservação de edificações, instalações, má- quinas, veículos automotores, embarcações, aeronaves, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou qual- quer bem, quando destinados a mantê-los em condições eficientes de operação, exceto se a manutenção for feita em caráter isolado, como mero conserto de um bem defeituoso; c) de segurança e/ou vigilância: aqueles que tenham por finalidade a garantia da integridade física de pessoas ou a preservação de va- lores e de bens patrimoniais, inclusive escolta de veículos de trans- porte de pessoas ou cargas; d) profissionais: aqueles relacionados no RIR/1999, art. 647, § 1º, in- clusive quando prestados por cooperativas ou associações profis- sionais, aplicando-se, para fins da retenção das contribuições, os mesmos critérios de interpretação adotados em atos normativos expedidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para a retenção do Imposto de Renda. (2) As retenções aqui tratadas não se aplicam: a) às entidades da administração pública federal de que trata a Lei nº 10.833/2003, art. 34, bem como a órgãos, autarquias e fundações dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; e b) aos pagamentos efetuados pelos fundos de investimento autoriza- dos pela Comissão de Valores Mobiliários CVM. (3) A retenção sobre os serviços de assessoria creditícia, mercadoló- gica, gestão de crédito, seleção e riscos e administração de contas a pagar e a receber aplica-se até mesmo quando esses serviços são prestados por empresa de factoring. (4) Conforme esclarecido pelas Soluções de Divergência Cosit nº 5/2013, 24 e 5/2014, não cabe a retenção na fonte da Cofins, nos termos do art. 30 da Lei nº 10.833/2003, sobre os pagamentos efetuados pelas pes- Desde o dia 22.06.2015, fica dispensada a retenção de valor igual ou inferior a R$ 10,00 09-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2016 - Fascículo 09 - Boletim IOB Manualde Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária soas jurídicas contratantes a cooperativas de trabalho médico ou às demais pessoas jurídicas operadoras de plano privado de assistência à saúde, nos contratos de plano privado de assistência à saúde, se o preço do contrato for pré-determinado, em que a contratante paga determinado valor indepen- dentemente dos serviços efetivamente prestados, tendo em vista que não há vinculação entre o desembolso financeiro e os serviços executados. Todavia, é cabível a retenção da contribuição sobre os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a cooperativas de trabalho médico ou às demais pessoas jurídicas operadoras de plano privado de assistência à saúde, nos contratos de plano privado de assistência à saúde, na modalida- de de custo operacional, ou seja, quando a contratante repassa à operadora do plano o valor total das despesas assistenciais, isto é, paga exatamente pelos serviços médicos efetivamente prestados. (Lei nº 10.833/2003, art. 30; Instrução Normativa SRF nº 459/2004, art. 1º; Instrução Normativa RFB nº 1.151/2011, art. 1º) 2.1 Dispensa de retenção Desde o dia 22.06.2015, fica dispensada a retenção de valor igual ou inferior a R$ 10,00. Essa nova regra foi estabelecida pelo art. 24 da Lei nº 13.137/2015. Até o dia 21.06.2015, havia a dispensa de retenção na fonte para os pagamentos aos prestadores de serviços de valor igual ou inferior a R$ 5.000,00, considerando o soma- tório dos pagamentos no mesmo mês à mesma pessoa jurídica. Portanto, deve ser observado que, a partir da nova regra de retenção, a dispensa deve ser analisada sobre o valor calculado das Contribuições Sociais Retidas na Fonte (CSRF). Observa-se, todavia, que o recolhimento das retenções deverá obrigatoriamente ser centralizado na matriz, como também a entrega à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf). (Lei nº 10.833/2003, art. 31, § 3º; Lei nº 13.137/2015, art. 24; Ins- trução Normativa SRF nº 459/2004, art. 1º, § 3º; Solução de Consulta Cosit nº 7/2013) 3. BASE DE CÁLCULO As contribuições tratadas neste texto devem ser retidas sobre a importância total por ocasião do pagamento, ao beneficiário, do rendimento. Não é admitida a exclusão da parcela relativa ao Imposto Sobre Serviços (ISS), mesmo que esteja destacada na nota fiscal de serviços emitida pela pessoa jurídica bene- ficiária do rendimento. (Instrução Normativa SRF nº 459/2004, art. 2º, caput) 4. PERCENTUAL A SER DESCONTADO O valor da CSL, da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep deve ser determinado mediante a aplicação do percentual de 4,65% sobre o montante a ser pago, correspondente à soma das alíquotas de 1%, 3% e 0,65%, respectivamente. Nota As alíquotas de 3% e 0,65%, relativas à Cofins e à contribuição para o PIS-Pasep, aplicam-se também na hipótese de as receitas da prestadora de serviços estarem sujeitas ao regime de não cumulatividade da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep ou ao regime de alíquotas diferenciadas. (Lei nº 9.430/1996, art. 67; Lei nº 10.833/2003, art. 31, § 1º; Instru- ção Normativa SRF nº 459/2004, art. 2º, § 1º) 5. RETENÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES TOTAIS OU PARCIAIS No caso de pessoa jurídica ou de receitas beneficiárias de isenção ou de alíquota zero de uma ou mais das contri- buições ou, ainda, no caso de pessoa jurídica amparada pela suspensão total ou parcial da exigibilidade de crédito tributário nas hipóteses a que se refere o art. 151, II, IV e V, da Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional - CTN) ou por sentença judicial transitada em julgado determinando a suspensão do pagamento de qualquer das contribuições de que trata este tópico, a retenção ocorrerá mediante a aplicação da alíquota específica correspondente às contribuições não alcançadas pela isenção, pela alíquota zero ou pela suspensão. Notas (1) As pessoas jurídicas beneficiárias de isenção ou de alíquota zero devem informar essa condição na nota ou documento fiscal, inclusive o en- quadramento legal, sob pena de, se não o fizerem, sujeitarem-se à retenção das contribuições no percentual de 4,65%. (2) No caso de suspensão do crédito tributário, o beneficiário do rendi- mento deverá apresentar à fonte pagadora, a cada pagamento, a comprova- ção de que o direito à não retenção continua amparado por medida judicial. (Lei nº 10.833/2003, art. 31, § 2º; Instrução Normativa SRF nº 459/2004, arts. 2º, §§ 2º e 3º, e 10) 6. CASOS EM QUE NÃO SE APLICA A RETENÇÃO 6.1 Casos em que não se aplica a retenção da CSL, da Cofins e do PIS-Pasep Não será exigida a retenção da CSL, da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep na hipótese de pagamentos efetuados a: a) empresas estrangeiras de transporte de valores; b) pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional. De outro lado, não estão obrigadas a efetuar a retenção das referidas contribuições as pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional. Notas (1) Para fins de dispensa da retenção, as pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional devem apresentar, a cada pagamento, declaração, em 2 vias assinadas pelo seu representante legal, à pessoa jurídica que efe- tuar a retenção (ver tópico 15 a seguir). Essa declaração deve ser elaborada na forma da Instrução Normativa SRF nº 459/2004, Anexo I, o qual foi substi- tuído pela Instrução Normativa RFB nº 791/2007. A 1ª via da declaração, ar- quivada pela pessoa jurídica responsável pela retenção, ficará à disposição da RFB, e a 2ª via deverá ser devolvida ao interessado, como recibo. (2) A Solução de Divergência Cosit nº 36/2008 esclareceu que a presta- ção de serviços de cobrança extrajudicial, por não caracterizar remuneração de serviços profissionais previstos no § 1º, art. 647, do RIR/1999 e, também, por não caracterizar serviço de gestão de crédito, não está sujeita à retenção na fonte da Cofins, do PIS-Pasep e da CSL. (3) Conforme esclarecido pelo Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 38/2011, por não se caracterizarem como serviços profissionais previstos no § 1º do art. 647 do RIR/1999, os pagamentos efetuados por pessoas jurídicas - por conta de serviços de armazenamento, movimentação e transporte de mercadorias, monitoramento da temperatura de contêineres, logística, arma- zenagem de contêiner, operador portuário (movimentação e armazenagem de mercadorias destinadas ou provenientes de transporte aquaviário), ativi- 09-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2016 - Fascículo 09 IR/LS Imposto de Renda e Legislação Societária Manual de Procedimentos dades alfandegadas na zona de embarques de navios e locação de veículos, máquinas e equipamentos - não estão sujeitos à retenção na fonte do Impos- to de Renda, da CSL, da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, de que trata o art. 30 da Lei nº 10.833/2003. (4) Conforme Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 9/2014, não cabe a retenção na fonte do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), da CSL, da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, nos termos do art. 30 da Lei nº 10.833/2003, nos pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas contratan- tes a cooperativas de trabalho médico ou odontológico, ou a outras pessoas jurídicas operadoras de plano privado de assistência à saúde ou odontológi- ca, nos contratos de plano privado de assistência à saúde ou odontológica, se o preço do contrato for predeterminado, caso em que a contratante paga determinado valor independentemente dos serviços efetivamente prestados, tendo em vista que não há vinculação entre o desembolso financeiro e os serviços executados. Todavia, o mesmo não se aplica quando a operadora do plano de saúde ou odontológico efetuar os pagamentos aos fornecedores dos serviços utilizados pelos beneficiários do plano, ocasião em que caberá retenção do IRRF de que trata o § 1º do art. 647 do RIR/1999 e das aludidas contribuições. De outra forma, cabe retenção na fonte da CSL, da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, sem prejuízoda retenção do IRRF, nos pagamen- tos efetuados pelas pessoas jurídicas contratantes a cooperativas de tra- balho médico ou odontológico, ou a outras pessoas jurídicas operadoras de plano privado de assistência à saúde ou odontológica, nos contratos de plano privado de assistência à saúde ou odontológica, na modalidade de custo operacional, ou seja, quando a contratante repassa à operadora do plano o valor total das despesas assistenciais, isto é, paga exatamente pelos serviços médicos efetivamente prestados. Porém, o mesmo não se aplica em relação aos serviços de medicina realizados dentro do ambiente físico de ambulatórios, bancos de sangue, casas de saúde, casas de recu- peração ou repouso sob orientação médica, hospitais e prontos-socorros, prestados sob subordinação técnica e administrativa da pessoa jurídica titular do empreendimento. (Lei nº 10.833/2003, arts. 30, § 2º, e 32, III; Instrução Normativa SRF nº 459/2004, arts. 1º, § 6º, e 3º, II; Instrução Normativa RFB nº 765/2007, art. 4º) 6.2 Casos em que não se aplica a retenção da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep Não será exigida retenção da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep, cabendo somente a retenção da CSL nos pagamentos: a) a título de transporte internacional de valores efe- tuado por empresas nacionais; b) aos estaleiros navais brasileiros, nas atividades de conservação, modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro (REB), instituído pela Lei nº 9.432/1997. (Lei nº 10.833/2003, art. 32, parágrafo único; Instrução Normativa SRF nº 459/2004, art. 4º) 6.3 Caso em que não se aplica a retenção da CSL Não será exigida a retenção da CSL sobre os paga- mentos efetuados às sociedades cooperativas, em relação aos atos cooperados, exceto às cooperativas de consumo de que trata a Lei nº 9.532/1997, art. 69. Nota Salientamos que, conforme disposto na Lei nº 10.865/2004, art. 39, des- de 1º.01.2005, ficam isentas da CSL as cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica, exceto as cooperativas de consumo de que trata a Lei nº 9.532/1997, art. 69. (Lei nº 10.833/2003, art. 32, I; Instrução Normativa SRF nº 459/2004, art. 5º) 7. PRAZO DE PAGAMENTO Desde o dia 22.06.2015, os valores retidos no mês, na forma dos arts. 30, 33 e 34 da Lei nº 10.833/2003, devem ser recolhidos ao Tesouro Nacional pelo órgão público que efetuar a retenção ou, de forma centralizada, pelo estabe- lecimento matriz da pessoa jurídica, até o último dia útil do 2º decêndio do mês subsequente àquele mês em que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídica fornecedora dos bens ou prestadora do serviço (anteriormente, esse prazo era até o último dia útil da quinzena subsequente àquela quinzena em que tivesse ocorrido o pagamento à pessoa jurídica fornecedora dos bens ou prestadora do serviço). (Lei nº 10.833/2003, art. 35; Lei nº 13.137/2015, art. 24) 8. PREENCHIMENTO DO DARF O preenchimento do Darf deve ser efetuado com o CNPJ do estabelecimento matriz da pessoa jurídica toma- dora dos serviços sujeitos à retenção. Para o recolhimento das contribuições, o Darf deve ser preenchido em 2 vias, indicando-se, no campo 04, o código nas seguintes situações: a) na hipótese de pessoa jurídica contribuinte da CSL, da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep, me- diante a utilização do código 5952; b) no caso de pessoa jurídica beneficiária de isenção ou suspensão, total ou parcial, na forma da legisla- ção específica de uma ou mais contribuições, o re- colhimento das contribuições não alcançadas pela isenção ou suspensão será efetuado mediante a uti- lização dos seguintes códigos: b.1) 5987 para a CSL; b.2) 5960 para a Cofins; b.3) 5979 para o PIS-Pasep. (Instrução Normativa SRF nº 459/2004, art. 10) 9. OPERAÇÕES COM CARTÕES DE CRÉDITO OU DÉBITO Nos pagamentos pela prestação de serviços efetuados por meio de cartões de crédito ou débito, a retenção deve ser efetuada pela pessoa jurídica tomadora dos serviços sobre o total a ser pago à empresa prestadora dos servi- ços, e o pagamento deve ser realizado pelo valor líquido, cabendo a responsabilidade pelo recolhimento dos valores retidos à pessoa jurídica tomadora dos serviços. (Instrução Normativa SRF nº 459/2004, art. 8º) 10. DOCUMENTOS DE COBRANÇA QUE CONTENHAM CÓDIGO DE BARRAS Nas notas fiscais, nas faturas, nos boletos bancários ou quaisquer outros documentos de cobrança que contenham código de barras, devem ser informados o valor bruto do preço dos serviços e os valores de cada contribuição incidente sobre a operação. Seu pagamento deve ser efetuado pelo valor líquido, depois de deduzidos os valores das contribuições retidas, cabendo a responsabilidade http://www.iob.com.br:8081/noticias/Lei n%C2%BA 10.833/2003 09-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2016 - Fascículo 09 - Boletim IOB Manual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária pelo recolhimento destas à pessoa jurídica tomadora dos serviços. Vale lembrar que o disposto não se aplica às faturas de cartão de crédito. (Instrução Normativa SRF nº 459/2004, art. 9º) 11. TRATAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS RETIDAS Os valores da CSL, da Cofins e do PIS-Pasep retidos são considerados como antecipação do que for devido pelo contribuinte que sofreu a retenção, em relação às respecti- vas contribuições. Os valores retidos poderão ser deduzidos, pelos beneficiários dos pagamentos, das contribuições devidas de mesma espécie, relativamente aos fatos geradores ocor- ridos a partir do mês da retenção. O valor a deduzir, correspondente a cada espécie de contribuição, será determinado mediante a aplicação, sobre o valor bruto do documento fiscal, das alíquotas respectivas às retenções efetuadas. (Lei nº 10.833/2003, art. 36; Instrução Normativa SRF nº 459/2004, art. 7º) 12. SALDO REMANESCENTE DA CONTRIBUIÇÃO DO PIS-PASEP E DA COFINS RETIDAS NA FONTE 12.1 Restituição ou compensação Caso não seja possível deduzir os valores retidos na fonte a título da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins dos valores a pagar das respectivas contribuições no mês de apuração, estes poderão ser restituídos ou compensa- dos com débitos relativos a outros tributos administrados pela RFB, observando-se que: a) fica configurada a impossibilidade da dedução quando o montante retido no mês exceder o valor da respectiva contribuição a pagar no mesmo mês; b) para efeito da determinação do excesso menciona- do na letra “a”, considera-se contribuição a pagar no mês da retenção o valor da contribuição devida descontada dos créditos apurados naquele mês; c) a restituição poderá ser requerida à RFB a partir do mês subsequente àquele em que ficar caracteriza- da a impossibilidade de dedução. (Lei nº 11.727/2008, art. 5º, caput e §§ 1º e 2º; Decreto nº 6.662/2008, art. 1º) 12.2 Restituição ou compensação do saldo dos valores retidos anteriormente Desde 04.01.2008, o saldo dos valores retidos na fonte a título da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins apu- rados em períodos anteriores poderá também ser restituído ou compensado com débitos relativos a outros tributos administrados pela RFB. Os valores a serem restituídos ou compensados serão acrescidos de juros equivalentes à taxa Selic, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao da retenção e de juros de 1% no mês em que houver o pagamento da restituição ou a entrega da declaração de compensação. Nota A autoridade da RFB tem a competência para decidir sobre a restitui- ção ou compensação das contribuições e poderá condicionar o reconheci- mento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do sujeito passivo, a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas. (Lei nº 11.727/2008, art.5º, § 3º; Decreto nº 6.662/2008, arts. 2º, 3º e 4º) 12.3 Formalização do pedido de compensação A compensação será efetuada pelo sujeito passivo mediante apresentação à RFB da declaração de com- pensação gerada a partir do Programa Pedido Eletrônico de Restituição ou Ressarcimento e da Declaração de Compensação (PER/DCOMP) ou, na impossibilidade de sua utilização, mediante a apresentação à RFB do formulário Declaração de Compensação constante do Anexo VII da Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, à qual deverão ser anexados documentos comprobatórios do direito creditório. 12.4 Formalização do pedido de restituição A restituição poderá ser requerida à RFB a partir do mês subsequente àquele em que ficar caracterizada a impossi- bilidade de dedução, conforme os requisitos previstos no subtópico 12.1. A restituição será requerida à RFB mediante o Pedido de Restituição ou Ressarcimento, conforme o modelo do Anexo I da Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012. (Lei nº 11.727/2008, art. 5º; Decreto nº 6.662/2008; Instrução Nor- mativa RFB nº 1.300/2012, arts. 12, § 4º, e 41, § 1º) 13. COMPROVANTE ANUAL DE RENDIMENTOS PAGOS As pessoas jurídicas que efetuarem a retenção das con- tribuições de que trata este procedimento devem fornecer comprovante anual de retenção à pessoa jurídica beneficiária do pagamento, até o último dia útil de fevereiro do ano subse- quente, informando, relativamente a cada mês em que houver sido efetuado o pagamento, conforme modelo constante na Instrução Normativa SRF nº 459/2004, Anexo II: a) o código de retenção; b) a natureza do rendimento; c) o valor pago antes de efetuada a retenção; e d) o valor retido. 13.1 Modelo preenchido Segue modelo parcialmente preenchido com dados hipotéticos do Comprovante Anual de Retenção de CSL, Cofins e PIS-Pasep (Lei nº 10.833/2003, art. 30): 09-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2016 - Fascículo 09 IR/LS Imposto de Renda e Legislação Societária Manual de Procedimentos COMPROVANTE ANUAL DE RETENÇÃO DE CSL, COFINS E PIS-PASEP Notas (1) O comprovante anual poderá ser disponibilizado pela Internet à pessoa jurídica beneficiária do pagamento que possua endereço eletrônico. (2) Anualmente, até o último dia útil de fevereiro do ano subsequente, as pessoas jurídicas que efetuarem a retenção das contribuições deverão apresentar Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), discriminando, mensalmente, o somatório dos valores pagos e o total retido, por contribuinte e por código de recolhimento. (Instrução Normativa SRF nº 459/2004, art. 12) 09-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2016 - Fascículo 09 - Boletim IOB Manual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária 14. MODELO DE DECLARAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL PESSOA JURÍDICA INSCRITA NO SIMPLES NACIONAL 15. PREENCHIMENTO DE NOTA FISCAL DE SERVIÇOS A empresa prestadora dos serviços deve informar, no documento fiscal, o valor correspondente à retenção das contribuições incidentes sobre a operação. A obrigatoriedade do destaque das retenções no corpo da nota fiscal se aplica à retenção da parcela destinada à Previdência Social (Instrução Normativa RFB nº 971/2009, art. 126, e Lei nº 8.212/1991, art. 31, § 1º), à CSL, à Cofins e à contribuição para o PIS-Pasep (Instrução Normativa SRF nº 459/2004, art. 1º, § 10). Para melhor evidenciação das retenções realizadas, sugerimos o destaque também do IRRF na nota fiscal, embora não exista disposição legal expressa nesse sentido. A título de ilustração, apresentamos, a seguir, um modelo de preenchimento de nota fiscal de serviços, na qual constam os destaques dos valores relativos ao IRRF, à CSL, à Cofins, à contribuição para o PIS-Pasep e ao ISS. Para elaboração do exemplo, foram levadas em consi- deração as seguintes informações: a) prestação de serviço de limpeza e conservação de bem imóvel por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica (serviço classificado sob o código 7.10 da lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003); e b) serviço prestado no Município de São Paulo, por empresa domiciliada no mesmo município. 09-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2016 - Fascículo 09 IR/LS Imposto de Renda e Legislação Societária Manual de Procedimentos NOTA FISCAL DE SERVIÇOS Como verificado no exemplo, na ocasião do pagamento, o tomador dos serviços deverá deduzir dos R$ 10.000,00 (valor total da nota) a quantia de R$ 1.865,00, referente às retenções de IRRF, CSL, Cofins, contribuição para o PIS-Pasep e Previdência Social, cabendo, assim, ao prestador de serviço o montante de R$ 8.135,00. No tocante aos procedimentos relativos ao ISS, reforçamos a necessidade de consulta à legislação municipal aplicável, uma vez que o caso em tela se encontra em conformidade com as normas do Município de São Paulo. N a Legislação Societária Sociedade unipessoal decorrente de falecimento de sócio SUMÁRIO 1. Introdução 2. Previsão contratual no caso de falecimento de sócio 3. Inventário judicial ou por escritura pública 4. Alienação, cessão, transferência, transformação, incorporação, fusão, cisão parcial ou total e extinção 5. Sociedade unipessoal 6. Responsabilidade dos herdeiros pelas obrigações sociais 09-08 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2016 - Fascículo 09 - Boletim IOB Manual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária 1. INTRODUÇÃO A affectio societatis consiste na intenção dos sócios em per- manecer unidos na sociedade. Na constituição da sociedade, todos, de alguma forma, se comprometem a estar vinculados, com ânimos de colaboração mútua, consciente, igualitária e com a finalidade de obtenção de lucro a ser partilhado. Com a ausência de um dos sócios, pelo seu faleci- mento, podem surgir alguns problemas justamente porque pode não haver a affectio societatis em relação aos her- deiros. Nesse sentido, o Código Civil (Lei nº 10.406/2002) estabeleceu as providências a serem tomadas de acordo com o cenário apresentado. 2. PREVISÃO CONTRATUAL NO CASO DE FALECIMENTO DE SÓCIO De acordo com o Código Civil, art. 1.028, no caso de falecimento de sócio, sua quota será liquidada. Entretanto, são admitidas 3 exceções vinculadas à vontade dos sócios, que são: a) se o contrato dispuser diferentemente; b) se os sócios remanescentes optarem pela dissolu- ção da sociedade; e c) se, por acordo com os herdeiros, regular-se a subs- tituição do sócio falecido. 2.1 Omissão no contrato Cumpre esclarecer que, se o contrato social for omisso quanto à questão do falecimento de sócio, tratando-se de sociedade limitada regida pelas normas das sociedades simples (Código Civil, art. 1.053), os herdeiros não terão direito de permanecer na sociedade sem a anuência dos sócios remanescentes (Código Civil, art. 1.028, I). Nesse caso, os sócios deverão reunir-se para decidir sobre a continuidade ou não da sociedade. Mantida a sociedade, deve ser efetuado balanço específico para determinar a participação do sócio falecido (denominado balanço de determinação), observados os termos Código Civil, art. 1.031. Esse balanço comporá o monte mor (valor bruto dos bens deixados pelo falecido), a ser homologado judicialmente, momento em que serão atribuídas as respec- tivas participações dos sucessores. 2.2 Regência supletiva da Lei das S/A Por outro lado, caso a sociedade seja regida suple- tivamente pelas normas da Lei nº 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações), conforme previsto no Código Civil, art. 1.053, parágrafo único, os herdeiros terão o direito de suceder o falecido na sociedade. Nota A Lei das S/A (Lei nº 6.404/1976), art. 206, “d”, prevê a manutenção da sociedade por ações com um só acionista pelo prazo de 1 ano, ressal- vado o disposto no art. 251 do mesmo diploma, que contempla a sociedade constituída por um único acionista, desde que seja ela sociedade brasileira, designada legalmente subsidiária integral. 3. INVENTÁRIO JUDICIAL OU POR ESCRITURA PÚBLICA Conforme orientaçõesexpressas do Departamento de Registro Empresarial e Integração (Drei), constantes da Instrução Normativa Drei nº 10/2013, Anexo II (Sociedade Limitada - Alteração Contratual - subitem 3.2.13), depois de aberto o inventário (judicial ou por escritura pública) do sócio falecido, enquanto não houver homologação da partilha, o espólio será representado pelo inventariante, devendo, nesse caso, ser juntada ao documento de alteração contratual a ser arquivado a respectiva certidão ou ato de nomeação de inventariante. 4. ALIENAÇÃO, CESSÃO, TRANSFERÊNCIA, TRANSFORMAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO, CISÃO PARCIAL OU TOTAL E EXTINÇÃO O Código Civil determina, ainda, que, na hipótese de haver alienação, cessão, transferência, transformação, incorporação, fusão, cisão parcial ou total e extinção, bem como nas demais hipóteses em que há responsabilidade do espólio, é indispensável a apresentação do respectivo alvará judicial ou da escritura pública de partilha de bens especí- fico para a prática do ato. Caso o inventário já tenha sido encerrado, deverá ser juntada ao ato a ser arquivado a cópia autenticada de todo o formal de partilha. Nessa hipótese, os herdeiros serão qualificados e comparecerão na condi- ção de sucessores do sócio falecido (Código de Processo Civil - CPC, Lei nº 5.869/1973, art. 992, lembrando-se que, a partir de 17.03.2016, passa a vigorar o novo CPC, Lei nº 13.105/2015, art. 655), não podendo os herdeiros ingressar recebendo suas quotas e, ao mesmo tempo, transferi-las, sendo aceita essa condição em instrumentos posteriores. 5. SOCIEDADE UNIPESSOAL A dúvida surge quando a sociedade ficar reduzida a um único sócio. O que fazer quando a sociedade tornar-se unipessoal em razão de falecimento de sócio? Nesta situação, mesmo que não haja estipulação expressa a respeito, a sociedade reduzida a um único sócio, pela morte ou retirada dos demais, não se dissolve automaticamente, sendo admitido o prazo de 180 dias, a contar do falecimento ou retirada, para recompor o número mínimo de 2 sócios, com a admissão de um ou mais novos cotistas. Nesse sentido, diz o Código Civil, art.1.033, inciso IV e parágrafo único (incluído pela Lei Complementar nº 128/2008 e alterado pela Lei nº 12.441/2011): Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de 180 (cento e oitenta) dias; Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira no Registro Público de Empresas Mercantis a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. Se não é recomposto o número mínimo de sócios no mencionado prazo, a sociedade dissolve-se de pleno direito, cumprindo aos administradores providenciar imediatamente a investidura do liquidante e restringir a gestão própria aos negócios inadiáveis, vedadas novas operações, pelas quais responderão solidária e ilimitadamente (Código Civil, art. 1.036). 6. RESPONSABILIDADE DOS HERDEIROS PELAS OBRIGAÇÕES SOCIAIS A morte do sócio não exime os herdeiros da responsabili- dade pelas obrigações sociais anteriores, até 2 anos depois de averbada a resolução da sociedade (Código Civil, art. 1.032). N 09-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2016 - Fascículo 09 IR/LS Imposto de Renda e Legislação Societária Manual de Procedimentos a IOB Comenta IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE Fim da isenção do Imposto de Renda sobre as remessas destinadas ao exterior para cobertura de gastos em viagens de turismo, negócios, serviço, treinamento e missões oficiais No período de 1º.01.2011 a 31.12.2015, por determi- nação do art. 60 da Lei nº 12.249/2010, estavam isentos do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos para pes- soa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, desde que destinados à cobertura de gastos pessoais, no exterior, de pessoas físicas residentes no País, em viagens de turismo, negócios, serviço, treinamento ou missões ofi- ciais, até o limite global de: a) R$ 20.000,00 ao mês, no caso de pessoa física e de seus dependentes, em relação aos gastos pessoais a esse título, desde que residentes no País; b) R$ 20.000,00 ao mês, no caso de pessoa jurídica domiciliada no País, que arque com despesas pes- soais de seus empregados e dirigentes residentes no País, registrados em carteira de trabalho, desde que tais despesas sejam necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte pro- dutora, conforme determina o art. 299 do RIR/1999. Foram beneficiados com a isenção mencionada gastos em viagens de turismo, negócios, serviço, treinamento ou missões oficiais beneficiados pela aludida isenção, tais como: despesas com serviços turísticos (despesas com hotéis, transporte, hospedagem, cruzeiros marítimos, aluguel de automóveis e seguro a viajantes); cobertura de despesas médico-hospitalares com tratamento de saúde do remetente, pessoa física residente no País, ou de seus dependentes, quando o paciente se encontra no exterior; pagamento de despesas relacionadas a treinamento ou estudos (inscrição em curso, pagamento de livros e aposti- las, sempre quando o treinamento ou curso for presencial no exterior); despesas com dependentes no exterior, em nome destes, nos limites definidos na Instrução Normativa RFB nº 1.214/2011, desde que não se trate de rendimentos auferi- dos pelos favorecidos ou que estes não tenham perdido a condição de residentes ou domiciliados no País; despesas para fins educacionais, científicos ou culturais, bem como pagamento de taxas escolares, taxas de inscrição em congressos, conclaves, seminários ou assemelhados, taxas de exames de proficiência, livros e apostilas, desde que o curso seja presencial no exterior; cobertura de gastos com treinamento e competições esportivas no exterior, desde que o remetente seja clube, associação, federação ou confede- ração esportiva ou, no caso de atleta, que sua participação no evento seja confirmada pela respectiva entidade. Porém, há que se ressaltar que o art. 60 da Lei nº 12.249/2010, que introduziu a isenção do IRRF, não teve qualquer alteração no sentido de prorrogar o prazo de aplicação do benefício fiscal. Nesse sentido, e até por força do disposto no art. 176 da Lei nº 5.172/1977 (Código Tributário Nacional - CTN), conclui- -se que a isenção é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, aos tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Aliás, a Receita Federal esclareceu, em seu site na Internet (www.receita.fazenda.gov.br), o seguinte: Com o término do prazo da isenção sobre as remessas ao exterior destinadas ao pagamento de serviços de turismo esta- belecido pela Lei nº 12.249/2010, art. 60, a partir de 1º de janeiro de 2016, os valores remetidos passaram a sofrer a incidência do Imposto sobre a Renda retido na fonte (IRRF) à alíquota de 25%. É importante destacar que a incidência do Imposto de Renda (IR) não ocorre em todas as remessas ao exterior, restringindo- -se, basicamente, aos casos em que ocorre pagamento asso- ciado a uma prestação de serviço (por exemplo, no caso de remessa para pagamento de hotel ou de pacote turístico). Ou seja: não houve nenhuma alteração em relação às hipóteses em que já não havia incidência do IR, ou por não se caracterizar como pagamento de rendimento, como no caso de transferência de contas bancárias de mesma titularidade ou na transferência de recursos para custear despesas de dependente no exterior, ou por não haver previsão legal para incidência do IRRF, como no caso de importação de mercadorias. Registre-se, também, que não houve qualquer alteração na legis- lação em relaçãoàs remessas para fins educacionais (como as remessas ao exterior destinadas à cobertura de gastos de inter- câmbio educacional), que continuam não estando sujeitas ao IRRF. Mais recentemente, a Receita Federal aprovou a Instrução Normativa RFB nº 1.611/2016 dispondo a respeito da inci- dência do IRRF sobre os rendimentos pagos, creditados, empregados, entregues ou remetidos a pessoas jurídicas domiciliadas no exterior e estabeleceu que, desde 1º.01.2016: a) os valores pagos, creditados, entregues, emprega- dos ou remetidos para o exterior, destinados ao pa- gamento de prestação de serviços decorrentes de viagens de turismo, negócios, serviço, treinamento ou missões oficiais sujeitam-se à incidência do IRRF à alíquota de 25%, observando-se, ainda, que se aplicam às despesas com serviços turísticos, tais como despesas com hotéis, transporte, hospeda- gem, cruzeiros marítimos e pacotes de viagens; b) estão sujeitos ao IRRF, à alíquota de 15%, os rendi- mentos recebidos por companhias de navegação aérea e marítima, domiciliadas no exterior, de pes- soas físicas ou jurídicas, residentes ou domiciliadas no Brasil. Entretanto, o IRRF não será exigido das companhias aéreas e marítimas domiciliadas em países que não tributam, em decorrência da legis- lação interna ou de acordos internacionais, os ren- dimentos auferidos por empresas brasileiras que exercem o mesmo tipo de atividade. As remessas destinadas ao exterior para fins educa- cionais, científicos ou culturais, bem como as destinadas a pagamento de taxas escolares, taxas de inscrição em con- 09-10 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2016 - Fascículo 09 - Boletim IOB Manual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária gressos, conclaves, seminários ou assemelhados e taxas de exames de proficiência não se sujeitam à retenção do IRRF, inclusive no caso de remessas para manutenção de dependentes no exterior, desde que não se trate de rendi- mentos auferidos pelos favorecidos. Em relação às remessas por pessoas físicas, residen- tes e domiciliadas no Brasil, para cobertura de despesas médico-hospitalares com tratamento de saúde, no exterior, do remetente ou de seus dependentes, também não se sujeitam à retenção do IRRF. Conclui-se, portanto, que, desde 1º.01.2016, as remes- sas ao exterior destinadas ao pagamento de despesas com a prestação de serviços de viagens internacionais, sejam elas em caráter de turismo, negócios, serviço, treinamento ou mis- sões oficiais, passaram a ser tributadas pelo IRRF à alíquota de 25%, ressalvadas as hipóteses supramencionadas. No entanto, ressaltamos que, quando não houver previ- são legal de tributação específica e conforme a natureza da remessa ao exterior, de acordo com o art. 685 do RIR/1999, está sujeita à alíquota de 15%, conforme reproduzimos seguir: Art. 685. Os rendimentos, ganhos de capital e demais proven- tos pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, por fonte situada no País, a pessoa física ou jurídica residente no exterior, estão sujeitos à incidência na fonte (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 100, Lei nº 3.470, de 1958, art. 77, Lei nº 9.249, de 1995, art. 23, e Lei nº 9.779, de 1999, arts. 7º e 8º): I - à alíquota de quinze por cento, quando não tiverem tribu- tação específica neste Capítulo, inclusive: a) os ganhos de capital relativos a investimentos em moeda estrangeira; b) os ganhos de capital auferidos na alienação de bens ou direitos; c) as pensões alimentícias e os pecúlios; d) os prêmios conquistados em concursos ou competições; II - à alíquota de vinte e cinco por cento: a) os rendimentos do trabalho, com ou sem vínculo empre- gatício, e os da prestação de serviços (grifos nossos); [...] N a Perguntas e Respostas DCTF ME e EPP optantes pelo Simples Nacional - Dispensa da apresentação 1) As microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo Simples Nacional estão obrigadas a apresentar a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF)? Como regra geral, as ME e EPP optantes pelo regime do Simples Nacional estão dispensadas da apresentação da DCTF relativamente aos períodos abrangidos por esse regime. Todavia, a dispensa não se aplica às ME e EPP enquadradas no Simples Nacional que estejam sujeitas ao pagamento da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB) nos termos dos arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546/2011. Também não estão dispensadas da apresentação da DCTF as pessoas jurídicas excluídas do Simples Nacional, relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir da data em que a exclusão produzir efeitos. (Instrução Normativa RFB nº 1.599/2015, art. 3º, I e § 2º, I) DIMOB Empreendimento em parceria - Responsabilidade pela apresentação 2) Quem é o responsável pela entrega da Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob) no caso de empreendimento no qual ocorra parceria entre pessoas jurídicas ou entre pessoas físicas no imóvel vendido? Para fixar a responsabilidade em relação à Dimob, devem ser observadas as condições estabelecidas contratualmente, cada parte envolvida no negócio deverá declarar a operação relativamente à proporção que lhe couber no contrato, pres- tando informações proporcionalmente à receita recebida. (Dúvidas frequentes/Dimob - Resposta à Questão nº 39) SIMPLES NACIONAL Cancelamento de documento fiscal em período posterior ao da operação ou prestação - Procedimentos 3) Como deve proceder a microempresa (ME) ou empre- sa de pequeno porte (EPP) optante pelo Simples Nacional em caso de cancelamento de documento fiscal em período de apuração posterior ao da operação ou prestação? Nesse caso, o valor do documento cancelado deve ser deduzido da receita bruta total no período de apuração da operação ou prestação originária, observando-se que: a) caso a ME ou EPP seja tributada com base no crité- rio de apuração de receitas pelo regime de caixa, o valor a ser deduzido limita-se ao valor efetivamente devolvido ao adquirente ou tomador; b) na hipótese de emissão de documento fiscal em substituição ao cancelado, o valor correspondente deve ser oferecido à tributação no período de apura- ção relativo ao da operação ou prestação originária. (Resolução CGSN nº 94/2011, art. 17-A) Revenda de produtos da cesta básica - Alíquota zero da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep - Inaplicabilidade 4) O benefício de redução a zero da alíquota da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep, sobre a receita decor- rente da venda dos produtos cesta básica, é extensivo às microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo Simples Nacional? Não. O benefício de redução a zero da alíquota da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep para produtos que integram a cesta básica, previsto no art. 1º da Lei nº 10.925/2004, não se estendem às ME e EPP optantes pelo Simples Nacional por não haver previsão legal. (Solução de Consulta Cosit nº 95/2014) ◙ Tributos e Contribuições Federais CSL/Cofins/PIS-Pasep Contribuições sociais retidas na fonte Legislação Societária Sociedade unipessoal decorrente de falecimento de sócio IOB Comenta Imposto de Renda Retido na Fonte Fim da isenção do Imposto de Renda sobre as remessas destinadas ao exterior para cobertura de gastos Perguntas e Respostas