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FARMACO- ANTIPSICÓTICOS

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Gabriela Brito| Odontologia UFPE…..
FARMACOLOGIA DOS
ANTIPSICÓTICOS…..
Também chamados de neurolépticos, são fármacos que
possuem ação psicotrópica com efeitos sedativos e
psicomotores. São usados sobretudo no tratamento de
psicoses (principalmente esquizofrenia) mas também como
calmantes e em outros distúrbios psíquicos.
DEFINIÇÃO DE ESQUIZOFRENIA E FISIOPATOLOGIA
É condição crônica e incapacitante de etiopatogenia
obscura, nela não há tratamento curativo apenas
efetivo (diminuição dos sintomas e evolução).
- teoria neuroquímica: diz que é causada por um
aumento da dopamina em uma das vias
dopaminérgicas do cérebro (a via mesolímbica),
causando, em suma, uma hiperatividade desse
sistema.
- hipótese glutaminérgica: embora ainda não
elucidada, defende que há uma reduzida
expressão do receptor NMDA (n-metil, d-ácido
aspártico)-receptor ionotrópico ativado pelo
ácido glutâmico
A hipótese dopaminérgica para a psicose diz que a
hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos na via
mesolímbica pode mediar os sintomas positivos da psicose.
O objetivo terapêutico tem como base a hipótese do
antagonista do receptor dopaminérgico na ação dos
antipsicóticos, de modo que, com a via mesolímbica
bloqueada, os sintomas positivos serão combatidos.
#vias dopaminérgicas
Além da via mesolímbica, outras podem ser afetadas
farmacologicamente quando necessita-se tratar a
esquizofrenia:
Vias Dopaminérgicas Encefálicas
#Via Nigro-estriada: gerar efeitos indesejados
extrapiramidais (de�ciência de dopamina e excesso de
acetilcolina ), como o parkinsonismo farmacológico.
#Via Mesolímbica: diminuição dos efeitos da psicose
#Via Mesocortical: aparecimento de sintomas negativos
da psicose como efeitos adversos.
#Via Túbero-Infundibular: a inibição da secreção da
prolactina, o que faz com que haja a liberação deste
hormônio (desenvolve na mulher as glândulas mamárias e,
no homem, ginecomastia).
OBS: Haloperidol e a Tioridazina são fármacos
utilizados como neurolépticos que bloqueiam os
receptores dopaminérgicos. Devido ao fato da
tioridazina ter efeito de bloqueio muscarínico, faz com
que ele seja mais comumente utilizado- ao bloquear os
receptores dopaminérgicos e muscarínicos (atuando
sobre a captação da ACh- desencadearia os efeitos do
parkinsonismo farmacológico), inibe também os efeitos
adversos como a reação extrapiramida. Em
contrapartida, a Tioridazina apresenta uma vastidão de
efeitos adversos simpatomiméticos periféricos
(constipação, retenção urinária, midríase, etc).
SINTOMAS DA PSICOSE
-Características pré-mórbidas: introversão, isolamento
social, timidez, indiferença emocional, funcionamento
social e escolar insatisfatório
-Início dos sintomas (fase prodrômica): em geral ocorre
na adolescência e adulto jovem, com sintomas
prodrômicos inespecí�cos (perda de energia, iniciativa e
interesses, comportamento estranho, negligência com
aparência e higiene pessoal).
-Sintoma da fase aguda: surge o processo psicótico, com
a perda do contato com a realidade. Ocorrem delírios,
Farmacologia dos antipsicóticos| 2020.2
Gabriela Brito| Odontologia UFPE…..
alucinações, incoerência do pensamento, inadequação
afetiva etc.
-Sintomas da fase crônica: embotamento afetivo,
discurso empobrecido, abolição da vontade,
distraibilidade etc
Os sintomas podem ser classi�cados em positivos ou
negativos dependendo do padrão de atividade, são eles:
- Positivos: sintomas mais ativos na fase aguda,
são as perturbações mais fora do normais. Por
exemplo: delírios, anunciações, agitação
- Negativos: são sintomas menos “ativos”, mas que
afetam suas relações sociais, pois são resultado
da perda ou diminuição das capacidades mentais.
Ex: retraimento social, passividade, di�culdade
de relacionamento
TRATAMENTO DA ESQUIZOFRENIA
É uma atuação socioterápica (psicoterapia, terapia
familiar e ocupacional) e farmacológica, com uso de
neurolépticos.
No tratamento farmacológico:
1. Neurolépticos típicos (a�nidade por receptores
D2)
Diminuem sintomas positivos e previnem recaídas (80%
recaem no 1o ano sem medicação, apenas 20% usando
antipsicóticos).
Efeitos adversos: acatisia, parkinsonismo,
hiperprolactinemia, discinesia tardia.
2. Neurolépticos atípicos (a�nidade por receptores
5HT2a, H1 e D4)
São mais efetivos nos sintomas negativos em
comparação aos típicos, mas também são efetivos nos
sintomas positivos. A Clozapina (redução do risco de
comportamento suicida recorrente em pacientes com
esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo) está
relacionada com agranulocitose
Os neurolépticos são uma sub-divisão dentro dos
antipsicóticos (primeiros desenvolvidos para o
tratamento de sintomas positivos da psicoses). Seus
efeitos adversos são caracterizados por um conjunto de
sintomas conhecido vulgarmente como impreganção
neuroléptica ou efeitos extrapiramidais (Movimentos
involuntários como tremores, contraturas musculares,
di�culdade para andar, lenti�cação dos movimentos ou
inquietude).
A superatividade das vias neuronais de dopamina (e a
diminuição dos níveis de acetilcolina) é importante na
patogenia da esquizofrenia. O receptor mais importante
dessas vias é o receptor dopaminérgico D2. Os
antipsicóticos funcionam como antagonistas do receptor
D2, diminuindo a sua ativação pela dopamina endógena.
Os efeitos de controle sobre os sintomas da
esquizofrenia surgem quando 80% dos receptores D2
estão bloqueados pelo antagonista. Atualmente, certos
neurolépticos têm a capacidade de atuar nos receptores
serotoninérgicos, acetil colinérgico, histamínico e
noradrenérgico.
NEUROLÉPTICOS “TÍPICOS”
(CLÁSSICOS OU DE PRIMEIRA GERAÇÃO)
Bloqueiam preferencialmente os receptores D2 da
dopamina nos sistemas dopaminérgicos mesolímbico e
mesocortical, mas também dos nigroestriatal e túbero-
infundibular (relacionados com os efeitos colaterais).
E�cazes no tratamento de: alucinações, delírios,
desagregação do pensamento e agitação psicomotora, e
produzem efeitos colaterais importantes. Também
episódios psicóticos agudos ou crônicos. São
predominantemente e�cazes para os sintomas positivos e
não têm ação importante nos negativos.
Farmacologia dos antipsicóticos| 2020.2
Gabriela Brito| Odontologia UFPE…..
-Fenotiazinas: Clorpromazina (Amplictil®), Flufenazina,
Levomepromazina (Neozine®)
-Butirofenonas: Haloperidol (Haldol®), Droperidol
(Droperdal®)
-Tioxantinas: Clopentixol, Tiotixeno
efeitos colaterais: Prolactina aumentada (pois
bloqueiam os receptores dopaminérgicos da via
túbero-infundibular), Efeitos anticolinérgicos (porque
bloqueiam os receptores muscarínicos, que inclusive
reduz os efeitos extrapiramidais), Sedação (porque
bloqueiam receptores histaminérgicos), Ganho de peso,
Sintomas extrapiramidais (bloqueio dos receptores
dopaminérgicos da via nigro-estriada), Reações de
hipersensibilidade (favorece e produção mastocitária de
histamina), Hipotensão (bloqueiam os receptores
α-adrenérgicos).
NEUROLÉPTICOS “ATÍPICOS”
(RECENTES OU DE SEGUNDA GERAÇÃO)
São os neurolépticos de segunda geração, que atuam
em outros sítios da dopamina e que produzem menos
efeitos parkinsonianos. São medicações mais bem
toleradas, mais e�cazes para sintomas negativos, porém,
de alto custo.
São medicamentos que constituem a primeira opção para
o tratamento do primeiro episódio psicótico, quando há
intolerância aos neurolépticos típicos ou predominância
dos sintomas negativos. Os mais indicados são a
Risperidona e a Olanzapina.
Os principais representantes são:
-Clozapina (Leponex®): correlacionado à
agranulocitose, e quando os leucócitos caem abaixo de
3.000, a medicação deve ser interrompida.
Olanzapina (Zyprexa®)
-Risperidona: bloqueia os receptores 5-HT2 da
serotonina e D2 da dopamina. Efeitos colaterais: insônia,
agitação, ansiedade, efeitos extrapiramidais,
pseudoparkinsonismo, discinesia, etc.
-Sulpirida, Remoxiprida e Pimozida: manifestam menores
efeitos piramidais
-Sertindol (associado a arritmias) e Quetiapina
(associado a taquicardia).
ESCOLHA DO ANTIPSICÓTICO
(NEUROLÉPTICO)
- Problema: alto risco de distonia (homem abaixo dos 30
anos, mulher abaixode 25 anos). Escolha: Risperidona.
-Problema: Riscos geriátricos (muito anticolinérgico,
ortostatismo, sedação), comprometimento cognitivo ou
delirium. Escolha: Alta potência (exemplo: Haloperidol)
ou Risperidona. Evitar Clozapina ou Olanzapina.
-Problema: sintomas negativos predominantes ou
severos. Escolha: Risperidona ou Clozapina.
- Problema: Resistente ao tratamento. Escolha: depois
de potencializar o tratamento, optar por Risperidona
ou Clozapina.
-Problema: risco de convulsões. Escolha: alta potência
(ex: Haloperidol). Evitar Clozapina.
-Problema: obesidade. Escolha: Alta potência. Evitar
neurolépticos de baixa potência. Aconselhar o paciente a
perder peso. Evitar Clozapina, Risperidona e Quetiapina.
-Problema: Arritmia cardíaca. Escolha: Alta potência;
evitar Sertindol e Quetiapina.
-Problema: agitação extrema. Escolha: Alta potência
(Haloperidol).
-Problema: aderência mínima ao medicamento. Escolha:
Decanoato de Haloperidol ou Flufenazina (depósito,
alta potência).
Farmacologia dos antipsicóticos| 2020.2

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