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DEFINIÇÃO - HIV – vírus da imunodeficiência humana *Retrovírus humano: produz a enzima transcriptase reversa, que transforma RNA => DNA para ele ser multiplicado dentro do CD4, destruindo-o e infectando novas células *HIV1 (mais prevalente em todo o mundo) e HIV2 (mais prevalente no continente africano) *Na prática, não muda nada pois o tratamento é o mesmo *Nem todo o paciente que tem HIV tem AIDS, mas todo paciente com AIDS tem HIV - AIDS- Síndrome da Imunodeficiência adquirida *Infecção do HIV mais avançado, com destruição da imunidade e infecções oportunistas TRANSMISSÃO: - Relações sexuais: *Relações homossexuais masculinas tem maior risco de transmissão (femininas quase não há casos descritos na literatura) *Relações heterossexuais: homens transmitem mais para mulheres – relação sexual anal *Uso de drogas injetáveis *Acidente de trabalho com perfurocortantes *Transmissão vertical durante a gestação, principalmente durante o trabalho de parto/aleitamento materno – proibido mães com HIV+ amamentar o filho (somente é permitido na África, por causa da desnutrição) DIAGNÓSTICO: - Diagnóstico para pacientes >18 meses → Imuno-ensaios DE 3 GERAÇÃO: 6 a 8 semanas (ELISA) → Imuno-ensaios DE 4 GERAÇÃO: menor janela diagnóstica (15 dias) → WESTERN BLOT: feito no paciente com ELISA + para confirmar → TESTE MOELECULAR (PCR): para acompanhar o diagnóstico do paciente *PCR é feito através do sangue – precisa de uma grande carga viral para positivar - Independente do teste rápido, para confirmar se é positivo, precisa de dois testes. Para ser negativo, só basta um. - Depois dos dois testes rápidos positivos, o paciente é encaminhado para o infectologista para fazer ou o WESTERN BLOT ou o PCR para realmente confirmar AIDS - Síndrome da imunodeficiência adquirida -Entende-se por sintomáticos os pacientes com Imunodeficiência avançada ou moderada – aquele paciente que já se apresenta com CD4 baixo e/ou infecções oportunistas MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ABORDAGEM INICIAL AO PACIENTE HIV + - Exames iniciais solicitados ao paciente HIV +: → Contagem de CD4 → Carga viral do HIV → Lipidograma, glicemia de jejum, função hepática e renal, SU, P de fezes → VDRL, Sorologias para hepatites A B e C, Sorologia para HTLV I e II, Chagas em área endêmica → PPD, RX de tórax - Solicitar todos esses exames antes de iniciar a terapia antirretroviral - Orientar o paciente que o tratamento é regular - Realizar rastreio para infecção latente por Tuberculose (ILTB) - PPD > ou = 5mm em HIV assintomático indica presença de ILTB, deverá ser tratado (Isoniazida por 9 meses) - A ILTB é o principal fator de risco para TB ativa em paciente HIV - PPD <5mm indica repetição anual do exame *Rastreios de neoplasias não relacionadas à AIDS (pulmão, canal anal, fígado e Doença de Hodking) - incidência aumentada em pacientes HIV positivos IMUNIZAÇÕES - Paciente com HIV precisa de um programa adequado de vacinação - Independente da idade do paciente, se não tiver atualizado, vacinar: Hepatite A e B, meningococo, HPV, DT, Hemófilo tipo B, Varicela, Tríplice Viral, Febre Amarela, antipneumocócica, influenza TERAPIA ANTIRRETROVIRAL - Quando iniciar? *Todas as pessoas HIV +, independente da contagem de CD4 e sintomas (2013): porque diminui transmissibilidade, diminui complicações cardiovasculares secundária à ativação inflamatória crônica *Sintomáticos, independente da contagem de CD4 *Na impossibilidade de contagem de CD4, não se deve adiar o início da TARV *Gestantes com HIV + Início da TARV na coinfecção HIV-TB: -CD4 < 200 com imunodeficiência avançada: iniciar 2 semanas após o início do tratamento tuberculostático (tratar tuberculose primeiro porque o que pode matar o paciente naquele momento é ela) -CD4 > 200 e TB meníngea independente do CD4: iniciar 8 semanas após início do tratamento tuberculostático GENOTIPAGEM VIRAL - Exame molecular feito para essas pessoas acima antes de iniciar a TARV - Também serve para verificar as mutações que o vírus sofreu e quais foram as drogas que ficaram resistente - Para, em cima dessa genotipagem, poder escolher um novo esquema retroviral para o paciente DROGAS PARA COMEÇAR: - ITRN (Inibidor de transcriptase reversa análogo do nucleosídeo): Tenofovir, Abacavir - ITRNt (Inibidor de transcriptase reversa análogo do nucleotídeo): Lamivudina, Zidovudina, Didanosina, Estavudina - Inibidor da integrasse: Dolutegravir, Raltegravir - ITRNN (Inibidor de transcriptase reversa não análogo do nucleosídeos): Efavirenz e Nevirapina - Inibidor de Protease: Atazanavir, Darunavir, Fosamprenavir, Lopinavir, Ritonavir, - Inibidores da fixação e entrada HIV: Enfuvirtida e Maraviroque (ela disse que não vai perguntar nome de droga) - A TARV introduzida na prática médica desde 1995 (revolucionou o tratamento do HIV, ao demonstrar que o uso combinado de 3 agentes ARVs é significativamente superior que monoterapia ou à terapia dupla.) - Nos dias de hoje, todos aos pacientes devem receber no mínimo 3 drogas. No início do tratamento SEMPRE TRÊS DROGAS, no manejo da resistência TRÊS DROGAS OU MAIS - Em 2017. surgiram novas recomendações do MS para tratamento do HIV: 1ª escolha: 2ITRN/ITRNt + Inibidor da integrasse: primeira escolha-> Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir 2ª escolha: 2 ITRN/ITRNt + INTRNN: segunda escolha: > Tenofovir + Lamivudina + Efavirenz *Estas novas recomendações para tratamento inicial surgiram devido aos fármacos serem mais eficazes, bem tolerados, de fácil posologia, além de possuírem elevada barreira genética (isto é, baixa probabilidade de induzir resistência). FALHA TERAPEUTICA: - A TARV costuma ser bastante eficaz -> 80% dos pacientes alcançam carga viral < 50 cópias ao final de 1 ano de tratamento → Falha virológica: carga viral detectável após 6 meses do início ou modificação de TARV ou detecção em pacientes que vinham com CV sob controle. *Dever ser sempre confirmada com repetição da CV após 4 semanas → Falha imunológica: Incremento de < 30% na contagem de CD4 após um ano de TARV → Falha Clínica: Ocorrência de doenças oportunistas na ausência de falha virológica. - Causas: → Má adesão → Baixa potência do esquema → Fatores farmacológicos – saber as drogas que o paciente já usa previamente → Resistência viral *Pseudo-falhas: Blips virêmicos – paciente que tinha CV indetectável e ela se torna CV baixa, (geralmente é transativação heteróloga, erros na análise da amostra) GENOTIPAGEM: - Fazer genotipagem precoce - Só consegue fazer quando a carga viral > 1000 – (nessa fase, o paciente não transmite) - Uso regular de TARV por pelo menos seis meses TERAPIA DE RESGATE - Indicações para uso de ARVs de uso restrito (Darunavir, dolutegravir, Enfuvirtida, Etravirina, Maraviroque, Tipranavir) → Falha virológica confirmada → Teste de genotipagem feita há pelo menos12 meses → Resistência demonstrada na genotipagem a pelo menos um ARV de cada uma das 3 principais classes (ITRN/ITRNt, ITRNN, IP/r) SINDROME DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE - Piora de uma doença diagnosticada ou surgimento de novas manifestações clínicas após início ou modificação de TARV - CD4<100 antes do início ou modificação da TARV - Surgimento de sinais e sintomas (febre, linfonodomegalia) entre 4 a 8 semanas após início ou modificação da TARV – sem nenhuma doença associada - Ocorrência de resposta satisfatória à TARV (queda da CV e aumento de CD4) – o tratamento está sendo tão eficaz, que o paciente tem essa resposta exacerbada - Exclusão da falha terapêutica, efeito colateral ou superinfecção PROFILAXIA ANTIRRETROVIRAL PÓS- ESPOSIÇÃO: - Decidir se existe ou não indicação de PEP: 1) quando ocorreu a exposição; material biológicoque o paciente foi exposto; 3) tipo de exposição; status sorológico do indivíduo; 5) status sorológicos da fonte. - A avaliação pós-exposição é uma urgência médica, se houver indicação a PEP idealmente dever iniciada em até 2h após o evento. O período máximo é de 72 horas pós exposição - Sorologia do paciente exposto sempre deve ser determinada antes do início da PEP (teste rápido) - Sempre que possível o status da fonte deve ser avaliada (teste rápido) - Definido único esquema de ARV para todas as situações onde a PEP está indicada - Esquema: Tenofovir + Lamivudina + Atazanavir /ritonavir por 28 dias
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