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FUNDAMENTOS DE MECÂNICA DE FRATURA GRUPO DE ESTUDOS SOBRE FRATURA DE MATERIAIS DEMET/EM/UFOP FALHA DE UM COMPONENTE ESTRUTURAL “FUNDAMENTOS DE MECÂNICA DE FRATURA” Capítulo 1 - Falha de um componente estrutural Definição de falha Razões para a falha O processo de falha A fratura Funções da análise de falha Procedimento investigativo Plano de controle de fratura Filosofia tolerância de danos Mecânica de fratura Engenharia forense quando a estrutura fica completamente inutilizada; quando ela ainda pode ser utilizada, mas não é mais capaz de desempenhar a sua função satisfatoriamente; quando uma séria deterioração a torna insegura para continuar a ser utilizada. Definição de falha em uma estrutura negligência durante o projeto, a construção ou a operação da estrutura; aplicação de um novo projeto, ou de um novo material, que vem a produzir um inesperado (e indesejável) resultado. Razões para a falha de uma estrutura Eixo de aço SAE-4340, fraturado por fadiga, devido a erro de projeto. Tampa de sustentação e mola de aço SAE-1010, fraturado por fadiga, devido a erro de projeto. Eixo motor de aço SAE-4350, fraturado por desgaste, devido a condições de serviço impróprias. Anel de atomizador de água, feito de aço baixo carbono, fraturado por erosão-cavitação, devido a erro de seleção de material. Conexão de uma haste forjada de aço médio carbono, fraturada por fadiga, devido a imperfeições no material. Engrenagem espiral de aço SAE- 4817H, fraturada por fadiga, devido a erro de processamento. Parafuso sextavado, fraturado pela ação da porca, devido a erro de montagem. acúmulo de danos; iniciação de uma ou mais trincas; propagação de trinca; fratura do material. O processo de falha Exemplo de um processo de falha: fadiga de materiais. Tensão Tempo Exemplo de um processo de falha: fadiga de materiais. Tamanho máximo de trinca permitido Número de ciclos Tamanho de trinca, a Tamanho inicial de trinca, ao Limite de detecção END Exemplo de um processo de falha: fadiga de materiais. Como um material é danificado Por deformação plástica Por impacto (instantâneo) Trincamento por fadiga (função do tempo) Trincamento assistido pelo ambiente (função do tempo) Por desgaste (dano superficial) A Fratura Desempenho de materiais, como resultado da interação entre composição, processamento, estrutura e propriedades. Exemplos de casos: 1. Titanic 2. Hindenburg 3. Liberty 4. Comet 5. JAL 6. Chernobil 7. Challenger 8. Ayrton Senna 9. Concorde 10. WTC 11. Columbia A fratura: um fenômeno indesejável Exemplo 1: Fratura frágil do transatlântico TITANIC, 12/04/1912. Metalografia do aço usado no casco do Titanic, mostrando bandeamento de ferrita e perlita, com inclusões de MnS. a) d = 60,40 m b) d = 41,92 m Metalografia de um aço ASTM A-36, com d = 26,17 m Metalografia do aço usado no casco do Titanic, mostrando bandeamento de ferrita e perlita, com inclusões de MnS. Fratogafia de impacto a O0C do aço usado no casco do Titanic, mostrando facetas de clivagem, com inclusões de MnS quebradas. Curvas de transição ductil-frágil do aço do casco do Titanic, e de um aço ASTM A-36 % de fratura dúctil do aço do casco do Titanic, e de um aço ASTM A-36 Exemplo 2: a explosão do Hindenburg, 06/05/1937 1940 2005 Exemplo 3: Fratura frágil em duas partes do casco de navios de carga Liberty e T-2 em 1941 no Oceano Atlântico. Exemplo 4: Fratura por fadiga da fuselagem de um avião de passageiros Comet em 1954 no Mar Mediterrâneo. Os aviões Comet Exemplo 5: Fratura por fadiga da parede traseira do Boeing 747 SR em 12/08/1985 no Japão. Exemplo 6: O acidente de Chernobil, 26/04/1986. O acidente. A construção do sarcófago. Contaminação com césio-137 na região de Chernobyl. Contaminação com césio-137 na Europa. Exemplo 7: O desastre do Challenger, 28/01/1986. Exemplo 8: A morte de Ayrton Senna, 01/05/1994. Exemplo 9: Queda do Concorde, 25/07/2000 Exemplo 10: Ataque ao WTC, 11/09/2001 Exemplo 11: Queda do ônibus espacial Columbia, 01/02/2003 As razões principais para se conduzir uma análise de falhas consistem na determinação e na descrição dos fatores responsáveis para a falha do componente estrutural ou da própria estrutura. Esta determinação pode ser motivada tanto pela prática de engenharia como por considerações de ordem legal. Funções da análise de falhas Prática da engenharia: relação da análise de falha com o projeto e a produção de um componente Modelo para resolver um problema de engenharia. Procedimento investigativo Identificação do problema Determinação da causa raiz Desenvolvimento de ações corretivas Validação e verificação das ações corretivas Padronização Causa Raiz Tipo de raiz Falha de um vaso de pressão Falha de um parafuso Raízes físicas Dano por corrosão; redução da espessura da parede Trinca de fadiga; vibração do equipamento Raízes humanas Inspeção executada de forma inadequada Equipamento instalado de forma imprópria Raízes latentes Treinamento inadequado do inspetor Processo inadequado de verificação da especificação Métodos gráficos : espinha de peixe Operação Sobrecarga Uso incorreto Projeto Seleção do material Configuração Modo de falha Humano Manutenção Ausência de lubrificação Perda de conexão Fabricação Defeitos de solda Trat. Térmico errado Procedimento investigativo : Wulpi (1993) 1) Coleta de dados e seleção de amostras. 2) Exame preliminares da parte falhada (exames visuais com armazenamento – fotografia). 3) Ensaios não destrutivos. 4) Ensaios mecânicos (incluindo dureza e tenacidade). 5) Seleção, identificação, preservação e/ou limpeza de amostras (para comparação com partes não fraturadas). 6) Exames macroscópicos, análise e documentação fotográfica (superfícies de fratura, trincas secundárias e outras características superficiais). 7) Observação microscópica (lupa, MEV) e análise. 8) Seleção e preparo de amostras metalográficas. 9) Exame e análise das amostras metalográficas. 10) Determinação do mecanismo de falha. 11) Análise química (total, local, produtos de corrosão, depósitos ou recobrimentos e microanálise). 12) Análise por mecânica de fratura. 13) Ensaios sob condições simuladas de serviço. 14) Análise de todas as evidências, formulação das conclusões e confecção de um relatório (incluindo as recomendações). Retirada de partes do componente estrutural para os diversos tipos de análise propostos na tabela anterior: Propriedades mecânicas: a) Tração b) Dureza c) Impacto Metalografia: a) Longitudinal b) Transversal Análise química: a) Via úmida b) Espectroscopia Superfície de fratura: a) Exame visual e estereoscópico b) MEV c) MET Superfície de fratura O controle de fratura em estruturas consiste em um esforço conjunto de projetistas, engenheiros metalurgistas, mecânicos, de produção e de manutenção, e inspetores de segurança, no sentido de garantir operações seguras, e evitar falhas catastróficas. Plano de controle de fratura Plano de controle de fratura Muito raramente a fratura ocorre devido a uma sobrecarga imprevista em uma estrutura isenta de danos. Geralmente, ela é causada por uma trinca: devido ao carregamento normal de serviço da estrutura, a trinca se desenvolve (iniciando, por exemplo, a partir de um defeito ou concentrador de tensão) e cresce lentamente em tamanho. A presença de trincas em um material deteriora a sua resistência. Assim, durante o contínuo desenvolvimento da trinca a resistência estrutural diminui, até que ela se torna tão pequena que as cargas em serviço não podem mais ser aplicadas, e sucede-se a fratura. Desta forma, o controle de fratura é entendido como uma metodologia para se evitar a fratura devido à presença de trincas, em função do carregamento experimentado pelo materialdurante a sua aplicação. Trata-se de uma filosofia de controle de fratura. Seus objetivos principais: a) O efeito das trincas na resistência mecânica do material; b) O crescimento de trinca em função do tempo. Filosofia “tolerância de danos” A ferramenta matemática empregada na análise de tolerância de danos é chamada de mecânica de fratura. Ela fornece os conceitos e as equações utilizadas para se determinar o quanto a trinca cresce e como este crescimento de trinca afeta a resistência mecânica de uma estrutura. Durante os últimos 40 anos, a mecânica de fratura se transformou em uma ferramenta prática da engenharia. Ela não é rigorosamente perfeita, mas nenhuma análise de engenharia é perfeita, e é melhor ter uma ferramenta razoável do que nenhuma. A mecânica de fratura pode nos fornecer soluções para problemas que até então não podiam ser encontradas por outra técnica. A Mecânica de Fratura Definição: Do latim forensic : significa “público”. Relaciona-se ao meio jurídico, às cortes judiciárias. Diz respeito a argumentações legais ou públicas. Engenharia forense: é a ciência concernente às relações entre a engenharia e as leis. Características mais comuns: A engenharia forense reune atividades relacionadas com a análise de falhas. Trata-se de uma especialidade relativamente recente na engenharia. A medicina forense é um assunto muito mais conhecido. Engenharia Forense Engenharia de detetive A engenharia forense (engenharia de detetive) Qualificações de um engenheiro forense: Especialista no assunto sob investigação • Educação formal • Experiência • Engenheiro licenciado • Ativo em sociedades técnicas Honesto, imparcial, ético • Verdadeiro • Objetivo • Que evita conflito de interesses A engenharia forense (engenharia de detetive) A engenharia forense na Corte Nos EUA menos de 10% dos casos vão a julgamento em uma Corte. A maioria dos casos é resolvida após gasto dispendioso com advogados. Para os casos que são levados à Corte, a engenharia forense desempenha um papel muito importante. A engenharia forense (engenharia de detetive) Salários em 2001 (EUA) Engenheiro civil (geral) $73,0k Engenheiro civil estrutural $75,0k Engenheiro geotécnico $68,5k Engenheiro forense $143,5k http://www.tech.plym.ac.uk/sme/Interactive_Resources/index.html
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