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Síndrome dolorosa aguda, intensidade variável, que leva o doente procurar assistência médica e requer tratamento imediato, clínico ou operatório, e quando não tratado, evolui para piora dos sintomas e progressiva deterioração do estado geral do paciente. Principal queixa: DOR ABDOMINAL. • Dor abdominal causa mais frequentes atendimentos nos SE; • 10% adultos que buscam os PS, apresentaram dor abdominal; • 18-42% necessitam de internação hospitalar; • Idosos: 2/3 com dor abdominal hospitalização e muitos de intervenção cirúrgica; • EUA/2002: 7 milhões com dor abdominal aguda: 50% intervenção médica; • COLOMBIA/2005: dor abdominal e 3ª causa consultas urgência. • Traumático • Não traumático • Inflamatório • Perfurativo • Obstrutivo • Vascular • Hemorrágico • Meios mais efetivos: 75- 90% causas de dor abdominal; • Consenso XXVI Congresso CBC/2005 algoritmo; • ANAMNESE BEM FEITA + EXAME FÍSICO COMPLETO • Caracterização da DOR • DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO -> CONDUTA INICIAL • Definição etiologia: conduta. Um exame físico bem conduzido é fundamental para a definição de diagnostico e tratamento acurados. Os estudos por imagem e laboratoriais podem, então, ser utilizados para a confirmação adicional das hipóteses suspeitas, reordenamento dos diagnósticos diferenciais propostos ou, menos comumente, para sugerir doenças incomuns ainda não consideradas. O exame físico deve sempre começar com a inspeção geral do paciente, seguida pela inspeção do próprio abdome. Os pacientes com irritação peritoneal apresentam piora da dor com qualquer atividade que movimente ou distenda o peritônio. Normalmente, esses pacientes ficam imóveis no leito durante a avaliação e, em geral, mantêm os joelhos e os quadris flexionados para reduzir a tensão na parede anterior do abdome. Outros sinais importantes, como palidez, cianose e sudorese, também podem ser observados durante a inspeção geral. O examinador deve estar atento a todas as cicatrizes que devem ser correlacionadas com a história médica e cirúrgica obtida. Podem-se suspeitar de hérnias de parede abdominal já durante a inspeção. Estas poderão ser confirmadas durante a palpação. A ausculta pode oferecer informações úteis sobre o TGI. O silencio abdominal sugere íleo, enquanto ruídos intestinais hiperativos podem ser encontrados nas enterites e na Aula 13 25.08.2021 Cirurgia Geral Abdome Agudo Dados Estatísticos Classificação História e Exame Físico fase precoce da isquemia intestinal. A intensidade e a qualidade do som, bem como o padrão dos ruídos peristálticos, devem ser consideradas. A obstrução mecânica do intestino caracteriza-se por ruídos metálicos em tom alto, que tendem a ocorrer em salvas e estão associados a dor. Os sons intermitentes e tipo eco, em geral, estão presentes quando existe distensão intestinal significativa. Os sopros auscultados no abdome refletem fluxo sanguíneo turbulento no sistema circulatório. A percussão é utilizada para avaliar a presença de distensão gasosa nos intestinos, ar livre intra-abdominal, grau de ascite e presença de irritação peritoneal. Hiper-ressonância, comumente denominada timpanismo à percussão, é característica de alças do intestino subjacentes repletos de gás. No quadro de obstrução intestinal ou íleo, esse timpanismo é ouvido em todos os quadrantes, exceto no superior direito, onde o fígado se localiza imediatamente sob a parece abdominal. Se for identificado macicez localizada à percussão em qualquer área que não o quadrante superior direito, considera-se que possa haver uma massa abdominal deslocando o intestino. Quando a macicez do fígado não é detectada e a ressonância é uniforme, sugere a presença de ar livre na cavidade abdominal. A principal etapa do exame do abdome é a palpação. Além de revelar a gravidade e a localização exata da dor, a palpação pode confirmar, adicionalmente, a presença de peritonite, bem como identificar visceromegalias ou qualquer massa intra-abdominal anormal. A palpação deve ter início com manobras delicadas e distantes da área de dor relatada. A contração involuntária, ou espasmo muscular da parede abdominal, é sinal de irritação peritoneal e precisa ser diferenciada da contração voluntária. No quadro de contração voluntária, os músculos abdominais se relaxarão durante a inspiração, enquanto no involuntário os músculos permanecerão espásticos e tensos. A dor, quando focal, sugere doença inicial ou bem localizada, enquanto a dor difusa à palpação sugere inflamação generalizada e de apresentação tardia. Se a dor for difusa, faz-se uma investigação cuidadosa para determinar onde a dor é mais intensa. • Câncer gastrointestinal perfurada • Divertículo perfurado • Úlcera gástrica/ Duodenal Perfurada Referencias Anatômicas e Topográficas Perfurativo O toque retal precisa ser realizado em todos os pacientes com dor abdominal aguda, em busca de massa, dor pélvica ou sangue na luz intestinal. Um exame ginecológico deve ser realizado em todas as mulheres quando da avaliação da dor localizada na região infraumbilical. Processos ginecológicos e anexiais são mais bem caracterizados por meio de uma avaliação completa com espéculo e exame físico bimanual. • Obstrução do intestino delgado/ grosos relacionado com a aderência • Volvo cecal • Hérnias encarceradas • Doença do intestino inflamatório • Intussuscepção • Volvo de Cólon Sigmóide; Bridas/Aderências; Neoplasias. Bridas ou aderências ao qual une um intestino ao outro por meio de fibrinas. O intestino ficará fixo e interrompe a peristalse podendo progredir para um quadro de abdome obstrutivo. Trombose Mesentérica • Cisto Roto de Ovário • Gravidez tubária rota • Ruptura de aneurisma de aorta abdominal • Trauma de órgãos sólidos • Divertículo gastrointestinal com sangramento • Ulceração intestinal • Pancreatite hemorrágica • Ruptura espontânea do baço • Apendicite Aguda • Pancreatite Aguda • Anxite • Salpingite • Ooforite • Diverticulite • Pancreatite • Colecistite O diagnostico de abdome agudo varia conforme a idade e o sexo. A apendicite é mais comum em jovens, enquanto a doença biliar, a obstrução intestinal, a isquemia e o infarto intestinal e a diverticulite são mais comuns em pacientes idosos. A maioria das doenças cirúrgicas associadas a abdome agudo está relacionada com infecção, isquemia, obstrução ou perfuração de uma víscera. • “ROTINA PARA ABDOME AGUDO” • Hemograma - no abdome agudo, a maior parte dos pacientes terá leucocitose ou presença de células brancas imaturas; Obstrutivo Vascular Hemorrágico Inflamatório Diagnóstico • Amilase/Lipase • Urina tipo 1 – útil no diagnóstico de cistite, pielonefrite e determinadas anormalidades endócrinas, como diabetes e doenças renais; • Teste de gravidez • Radiografia simples de abdome • USG abdome • TC abdome • Laparoscopia - As vantagens incluem alta sensibilidade e especificidade, capacidade de tratar laparoscopicamente várias condições que causam um abdome agudo, e ter menor morbimortalidade, menor tempo de permanência hospitalar e menores custos. Pode ser particularmente útil em pacientes críticos que necessitem de cuidados intensivos, especialmente se a laparotomia puder ser evitada; • Laparotomia • 40% etiologia da dor abdominal: obscuro atendimento inicial • História clínica/ exame físico incompletos • Valorização excessiva diagnósticos clínicos • Uso inadequado de recursos diagnósticos • Analgesia inadequada • PACIENTE IDOSO • Déficit auditivo, visual, sensitivo; • Raciocínio lentificado; • Sinais peritoneais surgem tardiamente • Década vida: aumenta coma mortalidade – diminuiu com diagnostico inicial • Catástrofes vasculares: isquemia mesentérica; • Aneurisma aorta abdominal: 10% pacientes acima de 70 anos; • Recomendável observação/ internação hospitalar. • PACIENTE IMUNOCOMPROMETIDO/ HIV+ • Infecções oportunistas: perfurações/ obstruções • Gastroenterite não- bacteriana; • Linfoma de Hodgkin; • Citomegalovírus; • Colangiteesclerosante; • M.avium • Tratamento inicial: clínico • Diagnóstico complicado tardio • Aumento da mortalidade em MULHERES NA FASE REPRODURTIVA/ GRÁVIDAS • 13% dos pacientes estão grávidas; • História menstrual/ ACO/ Laqueaduras/Atividade sexual • Teste de gravidez obrigatório: negativo – Gravidez ectópica; • MIPA/ Cisto ovariano: 40% apendicectomias – normias • Gestantes: apendicite aguda: dificuldade diagnóstica. Mulher de 20 anos procurou o os com dor abdominal no FID de inicio há 18 horas. Ao EF, afebril, dor à palpação profunda Videolapatoscopia Armadilhas/ Erros Diagnósticos Situações Especiais Caso Clínico 1 na FID e descompressão brusca positiva. Queixa de dispareunia, ciclo menstrual irregular e uso inadequado de ACO. - É um quadro de abdome agudo? R: Pedir exame complementar é a melhor maneira de esclarecer: hemograma completo, USG de abdome total e transvaginal e radiografia. - Qual a melhor maneira de esclarecer o diagnóstico? R: A melhor maneira é solicitar exames complementares e ps exames complementares sao aqueles que mandei ali em cima. - A conduta inicial pode interferir no prognostico? R: Podem ser divididas em: Endócrinas e Metabólicas • Uremia • Crise diabética • Crise addisoniana • Porfirina aguda intermitente • Febre Hereditária do Mediterrâneo Hematológicas • Crise falciforme • Leucemia aguda • Outras discrasias sanguíneas Toxinas e Drogas • Envenenamento por chumbo • Intoxicação por outros metais pesados • Envenenamento por aranha viúva-negra Anatomia - Órgãos Fossa Ilíaca Direita (FID): apêndice, ceco, ovário direito, tuba uterina direita, ureter direito, músculo iliopssoas direito; - Órgãos Fossa Ilíaca Esquerda (FIE): ovário esquerdo, tuba uterina esquerda, músculo ilippssoas esquerdo. Causas Não Cirúrgicas do Abdome Agudo msjnfjn A presença de bactérias ou componentes que provoquem irritação química na cavidade peritoneal causa extravasamento de líquido na cavidade peritoneal. O peritônio responde à inflamação com aumento do fluxo sanguíneo, maior permeabilidade e formação de exsudato fibrinoso em sua superfície. O intestino também é acometido por paralisia local ou generalizada. A superfície fibrinosa e a redução da motilidade intestinal provocam aderências entre os intestinos e o omento ou a parede abdominal e ajudam a bloquear o processo inflamatório. Como resultado, um abscesso pode provocar dor aguda localizada com ruídos hidroaéreos e função gastrointestinal preservados, enquanto um processo difuso, como uma úlcera duodenal perfurada, provoca dor abdominal generalizada com diminuição da motilidade intestinal. A peritonite pode acometer toda a cavidade abdominal ou somente partes do peritônio visceral ou parietal. A peritonite é uma inflamação peritoneal com várias causas. Em geral, é reconhecida no exame físico por sensibilidade intensa à palpação do abdome, com ou sem descompressão brusca positiva, e retração abdominal à compressão. A peritonite é geralmente secundária a uma inflamação, mais frequentemente uma infecção por um germe Gram-negativo entérico ou um anaeróbio. Pode resultar também de inflamação não infecciosa, sendo um exemplo comum a pancreatite. A peritonite primária ocorre mais comumente em crianças e é mais frequentemente causada por pneumococos e estreptococos hemolíticos. Adultos com doença renal terminal em diálise peritoneal podem desenvolver peritonite, sendo os organismos mais comuns nestes casos os cocos Gram- positivos. Adultos com cirrose e ascite podem desenvolver peritonite primária e, nesses casos, os organismos são geralmente Escherichia coli e Klebsiella spp. Igualmente importante é a localização da dor e a irradiação da dor. A lesão ou a inflamação do tecido podem deflagar tanto dor somática quanto visceral. A dor de víscera abdominal sólida é localizada quadrante correspondente ao órgão envolvido, como, por exemplo, a dor no fígado encontrada no quadrante superior direito do abdome. A dor nas afecções do intestino delgado é referida como dor periumbilical e pouco localizada, enquanto a dor nas afecções do cólon em geral está localizada entre o umbigo e a sínfise pubiana. Conforme a inflamação se expande para a superfície peritoneal, as fibras de nervos parietais provenientes da coluna provocam sensação focal e intensa. Essa combinação de inervação é responsável pela dor periumbilical difusa clássica da apendicite aguda em sua fase inicial, que depois se transforma em dor intensa localizada na porção direita do abdome inferior, no ponto de McBurney. Se o médico se ativer somente ao tipo da dor no momento do exame e não investigar o seu início e evolução, não perceberá esses fortes indícios na história (Figs. 45-5 e 45-6). A dor também pode se irradiar além do local onde se localiza a doença.O fígado partilha parte de sua inervação com o diafragma e pode criar dor referida no ombro direito mediada pelas raízes nervosas de C3-C5. A dor geniturinária comumente tem um padrão de irradiação. Os sintomas são primariamente na região do flanco, originando-se dos nervos esplâncnicos de T11-L1, mas a dor, em geral, irradia-se para a bolsa escrotal e/ou os grandes lábios via plexo hipogástrico de S2-S4. Sintomas associados podem fornecer informações importantes para o diagnóstico. Náuseas, vômito, constipação, diarreia, prurido, melena, hematoquezia ou hematúria são sintomas úteis se presentes e reconhecidos. Vômitos podem ocorrer na vigência de dor abdominal grave de qualquer causa ou como resultado de obstrução intestinal mecânica ou íleo. A constipação ou obstipação podem resulta tanto de obstrução mecânica quanto de redução do peristaltismo. Podem representar o principal problema e exigir laxativos e agentes procinéticos, ou simplesmente ser sintomas de uma condição subjacente. A diarreia está associada está associada a várias causas clínicas do abdome agudo, inclusive enterite infecciosa, doença intestinal inflamatória e contaminação parasitária. A diarreia om sangue pode ser observada nessas condições, da mesma forma que na isquemia colônica. O uso prévio de medicamentos e a história ginecológica de pacientes do sexo feminino também são importantes. Os medicamentos podem tanto provocar quadros abdominais agudos como mascarar seus sintomas. Embora uma discussão ampla sobre impacto de todas as classes de fármacos esteja fora do escopo deste capítulo, várias classes de medicamentos merecem menção. O uso de Opioides pode interferir na motilidade intestinal e provocar obstipação e obstrução. Referencias
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