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Semiologia - Cabeça e Pescoço

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Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
1 | P á g i n a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
2 | P á g i n a 
 
Cabeça e pescoço 
 
O exame físico de cabeça e pescoço tem uma boa especificidade. 
➢ Tamanho: 
Tem macro e microcefalia 
• Macrocefalia: diâmetro cefálico alto. 
 
o A causa mais comum é a hidrocefalia congênita. 
Essa criança possui: 
- Sinal do sol poente: desvio conjugado do olhar para baixo. 
- Derivação ventrículo-peritoneal bilateral: esse sinal no subcutâneo do tórax e do abdome 
dela é da válvula que saiu do ventrículo cerebral e está drenando líquor para o peritônio 
devido à falha da reabsorção do líquor que ela possui no cérebro. Como ela tem derivação 
ventrículo-peritoneal dos dois lados, a hidrocefalia dela é tipo não comunicante. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
3 | P á g i n a 
 
“DVP: derivação ventrículo-peritoneal – implante de um sistema interno de drenagem de 
líquor, com o intuito de retirar excesso de líquor de uma estrutura chamada ventrículo 
cerebral para o intestino na cavidade chamada peritônio.” 
 
A DVP trata hidrocefalia congênita ou adquirida. Já a derivação ventrículo-atrial não é 
comumente utilizada na prática clínica. 
 
• O cérebro possui três compartimentos: 
o Liquórico 
o Parenquimatoso 
o Vascular: venoso e arterial. 
Se qualquer um desses três compartimentos aumentar de volume, o paciente terá 
Síndrome da Hipertensão Intracraniana e compressão das estruturas adjacentes. 
 
A hidrocefalia no adulto é uma das causas de aumento da pressão intracraniana (PIC) por 
aumento do compartimento. 
Exemplo: 
- Um tumor cerebral causa aumento PIC por aumento do compartimento parenquimatoso. 
- Um hematoma epidural, subdural, AVE hemorrágico causam hipertensão intracraniana 
(HIC) por aumento do compartimento vascular. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
4 | P á g i n a 
 
Na criança, a hidrocefalia congênita vai causar a macrocefalia > mas, nesse caso, a PIC 
não altera tanto pois as suturas estão abertas, ocorrendo distanciamento dos ossos da 
cabeça, e a criança vai desenvolver a macrocefalia. Já a hidrocefalia no adulto causa 
aumento da PIC e compressão das estruturas adjacentes com alteração dos exames 
neurológicos. 
• DVE 
 
Quando é uma hidrocefalia aguda que o paciente vai fazer cirurgia de urgência, e o líquor 
tem sangue ou o paciente tem meningite, não podemos tratar essa hidrocefalia derivando 
bactéria e sangue para cavidade peritoneal. Então fazemos a derivação ventricular externa 
(DVE): colocamos a válvula no ventrículo cerebral do paciente, drenando o líquor para 
um recipiente externo. 
DVE. 
Exemplo: Paciente teve hemorragia subaracnóidea por ruptura de aneurisma congênito e 
desenvolveu hidrocefalia, fazendo uma DVE. 
• Microcefalia: é quando o diâmetro cefálico da criança está abaixo do limite 
inferior da tabela. 
 
Atualmente, a incidência é alta devido ao Zika vírus. 
➢ Formas: 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
5 | P á g i n a 
 
 
As alterações da forma do crânio são relacionadas a alterações da fusão das suturas 
cerebrais como fusão precoce ou inadequada. Podem estar relacionadas também à falta 
de mudança de decúbito da criança também – fica muito tempo em repouso na mesma 
posição. 
 
• Acrocefalia/Turricefalia: crânio em formato de torre. 
• Escafocefalia: ao palpar a sutura sagital da criança assemelha-se a uma quilha de 
navio. Causada pela fusão precoce das suturas cerebrais. 
A criança precisa fazer cirurgia para abrir novamente a sutura – essa cirurgia é chamada 
de cranioestenose. 
Se essa sutura não é reaberta, a criança terá déficit cognitivo e motor na fase de 
desenvolvimento e crescimento. 
Fechamento precoce da sutura sagital. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
6 | P á g i n a 
 
 
• Dolicocefalia: diâmetro ântero-posterior aumentado. 
 
• Braquicefalia: diâmetro ântero-posterior diminuído. 
Pode ser causada pela permanência por muito tempo em decúbito dorsal. Cabeça fica 
achatada posteriormente. 
“Cabeça chata” 
 
• Plagiocefalia posicional: cabeça e rosto todo torto. 
Orientar a mãe para mudança de decúbito. Alguns capacetes podem corrigir (usa-se o 
capacete até os ossinhos voltarem à posição habitual). 
 
➢ Posição e movimentos: 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
7 | P á g i n a 
 
• Torcicolo: 
o Adquirido 
 
o Congênito: é um tocotraumatismo, ou seja, ocorre no canal de parto. A 
criança tem lesão do músculo esternocleidomastóideo durante o período 
expulsivo do parto vaginal e nasce com torcicolo congênito. 
Às vezes lesa o plexo braquial, quebra clavícula e nasce com alteração do nervo mediano, 
com mãozinha caída. 
 
• Tiques: são hereditários ou podem ser relacionados a distúrbios de ansiedade. 
Muito comum por exemplo: piscar sem parar. 
Não denotam doença psiquiátrica propriamente dita, sendo mais relacionada a doença 
hereditária e ansiedade. 
• Movimentos coreicos: 
o Coreia de Sydenham: é um sinal maior de Jones para febre reumática. Os 
movimentos da coreia de Sydenham têm pico de incidência compatível 
com a tonsilite pelo Streptococcus pyogenes que é entre 5-15 anos de 
idade. 
o Coreia de Huntington: congênita. Os movimentos coreicos aparecem mais 
tardiamente. 
• Sinal de Musset: pulsação da cabeça na sístole na insuficiência aórtica. 
• Tremores: podem estar relacionados a várias doenças como insuficiência hepática, 
insuficiência renal, abstinência de álcool e drogas. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
8 | P á g i n a 
 
• Mioquimia: é quando a pálpebra e os lábios ficam pulando. Relacionado à 
ansiedade, estafa, estresse. 
 
➢ Couro cabeludo: 
Devemos comparar regiões homólogas através da palpação, avaliando se há fraturas, 
abaulamentos, tumores, osteomielite da tábua óssea, afundamento, amolecimento da 
tábua óssea, etc. 
• Tumores: 
 
• Bossas – hematoma subgaleal – tocotraumatismo: bossa no parto vaginal é um 
hematoma subgaleal (hematoma subgaleal é um hematoma entre o couro cabeludo 
e o osso, não é intracraniano) – vai reabsorver sozinho e não vai trazer nenhum 
dano para a criança. 
É amolecido, liquefeito, uma coleção de sangue subgaleal. 
 
• Consistência da tábua óssea – osteomielite: 
Paciente da foto fez uma neurocirurgia e desenvolveu uma osteomielite (infecção do 
osso), precisando ressecar esse pedaço do osso, tratar a infecção e depois é colocado uma 
prótese para corrigir. É uma complicação comum das neurocirurgias 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
9 | P á g i n a 
 
• Dermatite seborreica e psoríase: pode ter no couro cabeludo, região frontal, 
supercílios, sulco nasogeniano, na inserção do cabelo. 
As placas de células mortas da camada córnea da pele são muito aumentadas de espessura, 
são chamadas de psicodermatoses: não se sabe etiologia, mas é muito relacionada à TAG 
(transtorno de ansiedade generalizado). 
Esteticamente incomoda muito paciente, além do prurido. Os casos graves têm tratamento 
com imunossupressores e terapia imunobiológica – bastante eficiente. 
 
➢ TC de crânio: 
• Normal: a linha média está normoposicionada e os ventrículos (partes pretas 
apontadas pela seta vermelha na imagem abaixo) são cheios de líquor e simétricos 
 
• HIC - Hipertensão intracraniana: os sinais na tomografia que denotam HIC são 
desvio da linha média, assimetria dos ventrículos, apagamentos de sulcos e giros 
(vejo do lado direito, mas não vejo do lado esquerdo). 
Pode ser causada pelo aumento dos 3 compartimentos (liquórico, parenquimatoso e 
vascular). 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
10 | P á g i n a 
 
 
o Se é hematoma, cirurgião vai drenar esse hematoma. 
o Se é uma hidrocefalia do adulto, será feita uma DVE (derivação 
ventricular externa). 
o Se é aumento do parênquima, temos que criar espaço para esse edema 
cerebral acomodar. A regiãoenvolta do tumor está com edema cerebral. 
Esse volume todo a mais vai causar uma compressão das estruturas 
adjacentes, causando lesões secundárias (a lesão primária é o tumor). Se 
não houver espaço para esse tumor ocupar, ele vai comprimir 
extrinsecamente as áreas sadias, levando a um dano neurológico muito 
superior. 
▪ HIC causada pelo aumento do compartimento parenquimatoso 
devido a um tumor cerebral. 
o Craniectomia descompressiva – HIC: O paciente da foto ao lado teve um 
traumatismo cranioencefálico (TCE) e teve edema de partes moles. Não 
tinha espaço para acomodar o edema, então tiraram parte do osso do crânio 
(craniectomia descompressiva). Depois reconstrói a calota com prótese. 
Se ele não tivesse feito a craniectomia descompressiva, a área edemaciada 
iria comprimir áreas adjacentes com viabilidade, o paciente poderia até 
ficar em estado vegetativo ou evoluir para óbito devido à HIC. A 
craniectomia descompressiva é indicada quando há aumento de partes 
moles. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
11 | P á g i n a 
 
o Hematoma epidural: observa-se desvio de linha média, ventrículos apenas 
de um lado (assimetria dos ventrículos), sulcos e giros se apagam do lado 
do hematoma. Paciente tem HIC cuja causa é o hematoma (na tomografia 
o hematoma possui a mesma densidade radiológica do osso por conta do 
ferro presente no sangue > área de radiopacidade, ou também chamada de 
hiperdensidade radiológica). 
 
➢ Superfície e Couro Cabeludo: 
• Pontos dolorosos 
o Cicatrizes: paciente fez uma neurocirurgia, mas o cabelo já cresceu, temos 
que palpar couro cabeludo e procurar por cicatrizes, pois pode ser que 
paciente teve déficit cognitivo, amnésia, etc e aí não vai conseguir falar, 
então no exame físico é que vamos perceber e procurar no prontuário ou 
ver com os familiares o que significa aquela cicatriz. 
 
o Escalpelamento: avulsão do couro cabeludo. Muito comum na região 
Norte do Brasil onde os pacientes andam muito de voadoras (barcos de 
alumínio) e o cabelo gruda na hélice do motor, ocorrendo essa avulsão do 
couro cabeludo. Na nossa região, é comum ocorrer em moto, kart (acidente 
que ficou famoso na internet porque perdeu todo o couro cabeludo). 
Depois têm que fazer enxerto da pele da perna na cabeça, mas cabelo não 
volta a nascer. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
12 | P á g i n a 
 
 
A moça da foto abaixo também perdeu os supercílios, teve lesão de orelha e fez enxerto 
de pele. A primeira foto mostra o cabelo completamente enrolado na roldana que gira a 
hélice do barco. 
 
o Ferimentos corto-contusos: cortes de couro cabeludo que sangram muito 
(ter cuidado e lembrar de comprimir até o paciente chegar ao hospital), 
podendo evoluir para choque hipovolêmico hemorrágico. 
Agressão física é muito comum. 
 
o Depressões – afundamento de crânio: muitas vezes só vou definir que há 
afundamento de crânio (cabelo pode tampar, disfarçar) se fizer palpação 
de regiões homólogas com muito cuidado. 
No paciente da foto, na inspeção já conseguimos ver, mas quando é abaixo do couro 
cabeludo temos que fazer uma palpação minuciosa, principalmente se for mulher que tem 
muito cabelo. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
13 | P á g i n a 
 
o Infestações: piolhos, lêndea > causam ferimentos no couro cabeludo 
devido prurido intenso. 
 
• Cabelos: implantação, cor, brilho, espessura. 
 
o Alopécia androgenética ou universal 
 
o Alopécia areata: não se sabe a etiologia. É considerada uma 
psicodermatose. Pode ser total, mas maioria é localizada. Os folículos 
pilosos somem totalmente na área afetada (sofrem atrofia total). Região 
brilha. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
14 | P á g i n a 
 
o Tinea capitis: causada por fungo. O fungo destrói os cabelos, mas observa-
se o folículo piloso (ele está cortado próximo da raiz, mas está ali). Região 
opaca. 
 
➢ Face: 
• Simetria: a principal causa de assimetria facial é mordida cruzada e desvio do 
septo nasal, além de tumores que acometem apenas um lado da face 
(hemangiomas são os mais comuns). 
 
• Expressão fisionômica: 
o Paralisia do nervo facial (VII par craniano) – paralisia de Bell: afeta a 
mímica facial. Do lado da lesão ele não têm mímica facial > não sorri, não 
franze supercílio, não contrai platisma, não pisca (olho fica tempo todo 
aberto, não se fecha completamente > lagoftalmia). O desvio da rima é 
para o lado são. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
15 | P á g i n a 
 
• Hipertricose: crescimento excessivo de pelos. Mais comum em nariz e ouvido, 
mas existe a síndrome do homem-lobo que ocorre no corpo todo. 
 
• Hirsutismo: característica de aparecimento de barba e bigode, pelos no tórax nas 
meninas. Principal causa é Síndrome dos Ovários Policísticos (obesidade, acne, 
irregularidade menstrual, infertilidade, resistência periférica à insulina, tendência 
ao diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia também estão associados à SOP). 
Toda pessoa com Ovário Policístico têm a Síndrome dos Ovários Policísticos? 
Não. 
 
o SOP: 
▪ O diagnóstico da SOP é de exclusão. 
▪ Suspeita: irregularidade menstrual e sinais de hiperandrogenismo: 
hirsutismo, acne, aumento das concentrações séricas de 
testosterona total, livre ou de androstenediona. 
▪ Nota: ovários policísticos ao ultrassom é dado inespecífico para o 
diagnóstico da síndrome, pois mais de 25% das pacientes com este 
achado são assintomáticas. 
▪ Na SOP, LH é geralmente elevado e FSH normal ou baixo. 
▪ A maioria das mulheres com SOP apresentam aumento da 
resistência à insulina e hiperinsulinemia compensatória. 
▪ Os níveis séricos de prolactina e TSH são fundamentais para 
exclusão do diagnóstico de hiperprolactinemia ou hipotireoidismo 
(obesidade). 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
16 | P á g i n a 
 
▪ Níveis elevados de prolactina estão presentes em até 35% dos 
casos de SOP. 
➢ Olhos: 
o Fundoscopia: exame de fundo de olho. 
 
▪ Técnica: acender a luz do fundoscópio e aproximar o máximo 
possível da pupila do paciente. É uma técnica de dificuldade 
moderada, que requer treinamento. 
Fundoscopia normal x retinopatia diabética 
No fundo de olho normal a gente vê a papila óptica, o contorno dela é bem visível (quando 
o contorno da papila óptica é borrado a gente chama de edema de papila óptica é 
patognomônico de hipertensão intracraniana). 
No fundo de olho de um paciente com retinopatia diabética, tem exsudatos duros, moles, 
é um fundo de olho bastante alterado e que pode levar o paciente à cegueira. 
 
Fundo de olho normal x retinopatia hipertensiva 
 
▪ Qual a importância do exame de fundo de olho? É uma forma 
inócua de avaliar lesão da microcirculação: o que acontece no 
fundo do olho do paciente, também está acontecendo na 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
17 | P á g i n a 
 
microcirculação de outros órgãos. Exemplo: um paciente com 
retinopatia hipertensiva avançada, lá na microcirculação do rim 
dele também está do mesmo jeito > já está tendo uma lesão 
glomerular avançada e pode evoluir para Insuficiência Renal 
Crônica. 
• Supercílios: 
o Madarose – ausência de cílios e/ou supercílios – pode ser causada por 
outras doenças, até mesmo a inflamação das bordas ciliares como na 
blefarite grave. E na foto 1 (fácies leonina) foi causado pela hanseníase 
que é uma causa muito frequente de madarose. Outro motivo pode ser por 
sequela de quimioterapia, mas depois eles voltam a nascer. 
 
• Pálpebras: 
o Síndrome de Horner: paciente apresenta a tríade ptose palpebral + miose 
+ anidrose (ausência do suor do lado afetado) ipsilateral à lesão. É causado 
por uma compressão do simpático a nível cervical. 
 
o Causas: 
▪ Cefaleia em salva 
▪ Trauma na base do pescoço 
▪ AVC 
▪ Infecção do ouvido médio 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
18 | P á g i n a 
 
▪ *Tumor de Pancoast: tumor de ápice pulmonar –comumente 
relacionado à compressão do simpático cervical 
▪ *Tumor de tireoide 
▪ Aneurisma aórtico torácico 
▪ Neurofibromatose: raro 
▪ Bócio 
▪ Aneurisma aórtico dissecante 
▪ Esclerose Múltipla 
▪ Dissecção de artéria carótida 
▪ Paralisia de Klumpke 
▪ Trombose do seio cavernoso 
▪ Simpatectomia 
▪ Siringomielia (cisto na coluna espinhal) 
* Mais comuns 
 
o Ptose: 
▪ Lesão de III par craniano (nervo oculomotor): causa ptose, 
midríase e estrabismo divergente (vai predominar a ação do 
músculo reto lateral, que é inervado pelo nervo abducente, VI par) 
do lado da lesão. 
 
• Região periorbital: 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
19 | P á g i n a 
 
o Celulite periorbitária: 
 
o Herpes zoster: no trajeto do ramo oftálmico do trigêmeo (trigêmeo = V par 
craniano). Causado pela recrudescência do vírus varicela zoster. 
 
▪ Fase aguda com vesículas. 
▪ Fase iniciando a formação de crosta 
▪ Fase avançada de crosta 
o Herpes simples: pode aparecer no lábio, nariz e região periorbital. Pode 
causar até úlcera de córnea a inflamação na córnea (inflamação na córnea: 
ceratite herpética). 
 
▪ Paciente com vesículas, crostas, vesículas rotas. Pálpebras: 
• Pálpebras 
o Lagoftalmo: condição em que o paciente não consegue abaixar a pálpebra 
superior quando tenta cerrar os olhos. Indicativo de lesão no nervo facial 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
20 | P á g i n a 
 
(paralisia do VII par - paralisia de Bell). O lado com desvio da rima é são. 
Paciente não fecha completamente o olho no lado lesado. 
 
o Edema: pode ser causado pela fácies renal (o edema periorbital do paciente 
renal crônico é matutino, predomina pela manhã). A causa mais comum é 
alergia a cosmético, medicamento, alimento. Crise de rinite alérgica pode 
causar conjuntivite alérgica que pode levar ao edema palpebral. 
 
o Ectrópio: é a flacidez da pálpebra inferior com eversão da borda ciliar. 
Tratamento é blefarosplatia. Não é apenas estética. 
 
o Entrópio: é a inversão da pálpebra inferior. Quando paciente pisca, os 
cílios podem causar lesão na córnea. Paciente precisa corrigir o mais 
rápido possível para não haver lesão grave da córnea por conta do atrito 
do cílio com esclera e córnea. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
21 | P á g i n a 
 
o Epicanto: é a preguinha que pacientes com Síndrome de Down possuem 
na pálpebra superior medialmente. É parecido com as pessoas da 
Mongólia > Fácies mongoloide. 
 
o Equimose periorbital bilateral: chama-se Sinal do Guaxinim no contexto 
de fratura de base de crânio em que o paciente apresenta equimose 
periorbital e retroauricular. O paciente pode ter tomado um soco nos olhos 
e por isso desenvolveu a equimose (não foi por conta da fratura de base de 
crânio), portanto, nesse caso, não é Sinal de Guaxinim. 
 
o Equimose atrás da orelha (retroauricular ou retrorbitária): chama-se Sinal 
de Battle. O contexto também é fratura de base de crânio. 
 
o Xantelasma: acúmulo de colesterol na região medial da pálpebra superior 
e inferior. Quando aparece nas partes extensoras das articulações chama-
se xantomas. Portanto, xantelasma e xantomas são sinais ao exame físico 
de hipercolesterolemia. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
22 | P á g i n a 
 
 
o Blefarite: inflamação da pálpebra que ocorre por uma alteração na 
produção de gordura das glândulas das pálpebras (blefarite seborreica). 
Também pode acontecer por uma infecção bacteriana dessas mesmas 
glândulas (blefarite infecciosa ou estafilocócica). Sintomas: prurido, 
irritação ocular, sensação de corpo estranho, lacrimejamento, hiperemia e 
edema das bordas das pálpebras. Aumenta o risco de o paciente apresentar 
hordéolo. 
 
▪ Blefarite seborreica (primeira foto) 
▪ Blefarite infecciosa ou estafilocócica (segunda foto) 
o Hordéolo – tersol: é uma infecção piogênica (normalmente estafilocócica) 
ou abscesso resultante de obstrução e infecção de um folículo ciliar e das 
glândulas adjacentes de Zeis ou Moll. Então, têm que ter uma pústula e 
sinais flogísticos no entorno. A blefarite aumenta o risco dessa doença. 
 
o Calázio: obstrução de uma glândula meiboniana, não infeccioso. Forma-
se um cisto, mas não têm pústula e nem sinais flogísticos. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
23 | P á g i n a 
 
 
• Canal nasolacrimal: 
o Dacriocistite: também é chamada de dacriorinocistite. É uma obstrução do 
canal nasolacrimal. Pode evoluir com infecção secundária e o tratamento 
é cirúrgico. 
 
• Fenda palpebral: 
o Exoftalmia: protusão dos olhos (aumento da fenda palpebral). A causa 
mais comum é a doença de Basedow Graves. No pescoço, paciente com 
essa doença também apresenta aumento do istmo e dos lobos direito e 
esquerdo da tireoide, perda ponderal, tremor de extremidade, pele quente 
e sudorenta, taquicardia sinusal e tendência a taquiarritmias. 
 
o Enoftalmia – ptose palpebral bilateral: redução da fenda palpebral. 
▪ Causada por: 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
24 | P á g i n a 
 
▪ Miastenia gravis (fácies miastênica): é uma doença autoimune que 
tem como alvo os receptores nicotínicos de acetilcolina na 
membrana pós-sináptica da junção neuromuscular. Muitas vezes, 
paciente chega no hospital com insuficiência respiratória, 
entubado e aí vai ver ele está com ptose bilateral e percebe que é 
um fácies miastênico. 
▪ Acidente ofídico crotálico: como picada de cascavel, cujo veneno 
é neurotrópico > paciente, algumas horas após, chega no hospital 
com ptose palpebral bilateral e diminuição da fenda palpebral. 
 
▪ Desidratação: afundamento do globo ocular. 
• Globos oculares: 
o Nistagmo: movimentos involuntários dos olhos, ou seja, os olhos fazem 
movimentos repetitivos, não controlados, muitas vezes resultando em 
visão reduzida. Estes movimentos podem ser mais ou menos fortes ou 
bruscos e podem assumir várias direções. “olhos que saltam”, “olhos que 
dançam” ou "olhos dançantes". Podem acontecer em doenças que cursam 
com desequilíbrio estático, dinâmico, doenças cerebelares. 
o Estrabismo: 
▪ Divergente: olho desvia para o lado lateral. paciente têm lesão do 
nervo óculo motor (que inerva o músculo reto medial), 
predominando o nervo abducente (que inerva o músculo reto 
lateral). 
 
▪ Convergente: olho desvia para o lado medial. Causado pela lesão 
do nervo abducente (VI par). Este é responsável por desviar o olhar 
para fora, mas como ele está lesionado o olhar é desviado para 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
25 | P á g i n a 
 
dentro (através do nervo oculomotor). Mais comum em casos não 
traumáticos. 
 
• Conjuntivas: 
 
o Anemia 
o Icterícia 
o Hiperemia: conjuntivite viral, bacteriana, alérgica, etc. 
o Conjuntivite bacteriana: 
▪ Sintomas: hiperemia conjuntival, edema palpebral, fotofobia, 
epífora, secreção purulenta (predominantemente de manhã – 
paciente amanhece com o “olho colado”), sensação de corpo 
estranho. 
▪ Tratamento: colírio de antibiótico. 
 
o Conjuntivite Viral: é a mais comum. Pode ser causada por diversos vírus 
(adenovírus, poxvírus, coxsackievírus, enterovírus, etc), sendo o 
adenovírus o mais comum. Em situação de epidemia de conjuntivite por 
adenovírus, é chamado de ceratoconjuntivite epidêmica. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
26 | P á g i n a 
 
▪ Sintomas: hiperemia conjuntival, sensação de corpo estranho, 
epífora, ardência e secreção ocular serosa ou hialina, edema 
palpebral. Pode evoluir com pseudomembrana (complicação). 
▪ Tratamento: anti-inflamatório ocular para aliviar a dor e lágrimas 
artificiais para lubrificar > tratamento sintomático. Se evoluir com 
pseudomembrana, encaminhar para oftalmologista. 
 
▪ Conjuntivite viral. 
 
▪ Pseudomembrana. 
 
o Conjuntivite alérgica: acompanha a rinite alérgica. Caracterizado por 
prurido ocular, hiperemia e edema periorbital. 
 
o Conjuntivite tóxica:pode ser causada por qualquer substância que exerça 
ação irritativa à superfície ocular. Pode ser causada por medicações 
tópicas como antivirais, antibióticos, mióticos (utilizados na 
oftalmologia), atropina e preservativos (encontrados em colírios e 
soluções de lentes de contato). 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
27 | P á g i n a 
 
 
▪ Se olho estiver irritado, o ideal é utilizar soro fisiológico gelado (é 
o que mais vai aliviar a irritação do olho sem causar nenhum dano 
adicional) e não usar água boricada. 
o Hemorragia subconjuntival: pode ser causado por prurido intenso durante 
o sono, ou após uma crise de vômitos. A hemorragia é reabsorvida 
sozinha. É uma condição benigna. 
Paciente chega desesperado achando que teve um AVE hemorrágico, mas na verdade é 
uma condição benigna que vai reabsorver sozinha. 
 
o Petéquias: são pontinhos na esclera. Podem ser causadas por distúrbios da 
coagulação (relacionados à plaquetopenia – via extrínseca e via intrínseca) 
e pela endocardite bacteriana. 
 
▪ A endocardite bacteriana acontece principalmente em valva doente 
nos pacientes imunocompetentes e em prótese valvar biológica. 
Quando paciente tem febre reumática (FR) e desenvolve lesão 
valvar, ele é predisposto a endocardite bacteriana. Portanto, a lesão 
valvar pela endocardite reumática pode predispor no futuro à 
endocardite bacteriana. 
▪ Outros sinais de endocardite bacteriana: sopro cardíaco, febre 
prolongada (2-4 semanas) e de origem indeterminada, hemorragias 
subungueais, nódulos de Osler (na polpa digital e na parte proximal 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
28 | P á g i n a 
 
dos dedos), lesões de Janeway (hemorragias maculares nas palmas 
das mãos e pés), manchas de Roth (hemorragias retinianas, ovais 
com parte central pálida visualizadas na fundoscopia). 
 
 
OBSERVAÇÃO: As lesões de Janeway são consequentes de êmbolos sépticos: a cúspide 
valvar está cheia de colônia de bactéria. Então esses êmbolos de bactéria podem ir para 
mão e até mesmo para SNC, causando abscessos ou microabscessos cerebrais. 
• Cristalino: 
o O cristalino é uma membrana bicôncava. 
 
o Catarata: opacificação do cristalino (é quando o cristalino fica opaco). 
▪ Cirurgia: facectomia (visa trocar a lente cristalina). 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
29 | P á g i n a 
 
▪ Quando diabetes está descompensado, ele se torna cilíndrico e os 
diabéticos queixam de visão turva. 
▪ Quando colocamos a luz no olho do paciente, em vez de vermos 
um fundo negro, vamos observar um fundo opalescente na 
catarata. o Idosos têm, pelo envelhecimento, hipoacusia, lesão 
crônica da cóclea e do ouvido médio, opacificação do cristalino, 
osteoartrite, mobilidade comprometida > por isso é frequente o 
atropelamento de idosos na rua. 
• Esclerótica – Córnea: 
o Arco senil: é um arco acinzentado em volta da íris, ocorre nos idosos. 
 
o Albinismo: ausência de coloração na íris. 
 
o Anel de Kayser-Fleischer: acúmulo de cobre na periferia da íris. Aparece 
na doença de Wilson em que o paciente acumula cobre no organismo e ele 
vai se depositando em todos órgãos e tecidos. 
 
▪ A doença de Wilson é diagnóstico diferencial de cirrose hepática. 
o Pterígeo: é crescimento de um tecido fibrovascular de forma triangular, de 
característica benigna. Começa na periferia e vai até a íris. Pode encobrir 
a íris e interferir na visão do paciente. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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▪ Tratamento: laser, porém recidiva muito. 
▪ A população leiga confunde muito pterígeo com catarata. 
 
o Uveíte: é uma inflamação da parte dos olhos que acomete o trato uveal, 
que é composto por: íris, corpo ciliar e coróide. As causas podem ser: 
traumática, infecciosa, tumorais e autoimunes. 
 
o Artrite reativa – Síndrome de Reiter: a síndrome de Reiter é uma artrite 
reativa e é composta por uma tríade: artrite, uveíte e uretrite. Todos os 
sinais podem estar presentes ou não. É reativa, ou seja, após uma infecção. 
Essa infecção costuma ocorrer dias ou semanas antes do aparecimento da 
dor nas articulações. Em alguns casos, uma infecção anterior à Síndrome 
de Reiter só pode ser identificada com exames laboratoriais ou então nem 
é identificada. Sintomas: dor e rigidez nas articulações, principalmente nos 
joelhos, tornozelos e pés. Pode haver desconforto durante a micção 
(uretrite) e inflamação ocular. 
 
o Úlcera de córnea: é muito comum na época de panha de café (funcionário 
que não usa óculos de proteção – ele puxa o galho de café e ele volta, 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
31 | P á g i n a 
 
podendo lesar a córnea – é comum entrar no ouvido do trabalhador 
também). É comumente de origem traumática. 
 
o Ceratite: é um processo inflamatório na córnea, que pode ser inclusive de 
etiologia viral, como Herpes Simples (não é raro, principalmente em 
paciente imunocomprometido). 
 
o Ceratocone: córnea em formato de cone. É uma causa muito comum de 
deficiência visual. Antigamente, era tratado com transplante de córnea, 
mas atualmente pode tratar com lentes rígidas com bons resultados. 
 
o Glaucoma: é o aumento da pressão intraocular (PIO) que pode ocasionar 
cegueira súbita se não for tratado. 
 
▪ A pressão intraocular alta pode comprimir os vasos sanguíneos que 
nutrem as sensíveis estruturas visuais do fundo do olho. 
▪ Devido à falta de irrigação sanguínea, as células nervosas da retina 
e o nervo óptico vão morrendo provocando perda progressiva da 
visão e estreitamento do campo visual. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
32 | P á g i n a 
 
▪ Se o processo não for controlado, pode levar à cegueira. 
▪ Paciente tem hiperemia do olho, podendo até se assemelhar com 
uveíte devido à hiperemia muito acentuada. 
• Devemos comparar o tônus dos dois globos oculares: o 
lado que a PIO está alta, o tônus está muito aumentado. 
Mas precisa de uma avaliação oftalmológica de urgência. 
o Hifema: presença de sangue na câmara anterior. Paciente teve um trauma 
de córnea com sangramento na câmara anterior. 
 
o Hipópio: paciente com lesão na córnea que infectou, acumulando pus na 
câmara anterior. 
 
• Pupilas: 
o Formas: 
o Arredondada: normal 
o Discoria: forma irregular. Sequela de trauma, cirurgia de catarata. 
Trauma ocular perfurante: 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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• Tamanho: 
o Miose: Síndrome de Horner, AVE isquêmico da ponte (pupila fica 
puntiforme). 
 
o Midríase: 
▪ Midríase bilateral não fotoreagente e Glasgow 1T: é um dos 
critérios de morte encefálica. 
 
▪ Pode ser causada também por lesão de III par craniano 
(oculomotor), apresentando também ptose, midríase unilateral e 
estrabismo divergente. 
• Anisocoria: tamanho desigual das pupilas que pode ser causada por traumas 
sofridos no cérebro. Significa hipertensão intracraniana do lado da midríase no 
paciente que tem um evento neurológico agudo ao exame neurológico. 
 
 Sempre encaminhar paciente para um serviço que tenha recursos. 
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• Reflexos: 
o Fotomotor: incide a luz na pupila de um olho e observa-se se as pupilas de 
ambos os olhos contraem (ou seja, ao colocar a luz em apenas uma pupila, 
as duas pupilas devem contrair reflexo consensual). Se contraírem, elas 
são fotorreagentes e o reflexo consensual está preservado. A contração das 
pupilas depende dos pares oculomotor e óptico (a via aferente é do nervo 
óptico e a eferente – onde volta o estímulo – é do oculomotor). 
 
o Acomodação/convergência: aproximamos algum objeto não luminoso ou 
o próprio dedo ao olho do paciente e pedimos para ele olhar. Com isso, vai 
haver convergência do olhar em direção ao ponto, causando contração 
pupilar. Ele converge o olhar e acomoda a pupila à medida que objeto vai 
aproximando. 
 
• Movimentação do globo ocular – motricidade extrínseca– oculomotor, troclear e 
abducente 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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o O principal par craniano responsável é o oculomotor (III): olha para 
dentro, para baixo, para cima e obliquamente (junto com o troclear). 
o Olhar para fora é o abducente (VI). 
o Olhar obliquamente é o oculomotor juntamente com o troclear (IV). 
 
o Para avaliar III, VI, IV pares cranianos, devemos pedir para paciente 
realizar todos movimentos. 
o Quando paciente olha para baixo e faz movimento oblíquo para baixo, é 
importante mantermos o olho dele aberto com nossa mão, enquanto a outra 
segura o objeto que ele vai acompanhar. 
 
OBSERVAÇÃO: Pares cranianos 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
36 | P á g i n a 
 
• Visão: 
o Campimetria: 
 
o Em relação ao campo visual, devemos avaliar a perda da visão. 
o Do ponto de vista de campo visual, a retina lateral enxerga para dentro e a 
medial enxerga para fora. 
o Quando a lesão é a nível do quiasma óptico, lesa a retina medial de um 
lado e medial do outro, então o paciente perde o campo visual periférico 
isso é chamado de hemianopsia heterônima (lesa ramos dos dois nervos: 
um ramo do nervo esquerdo e um ramo do nervo direito). 
 
OBSERVAÇÃO: Hemianopsia homônima: lesa o mesmo nervo > retina lateral de um 
lado e medial do outro. 
Perder metade do campo visual: hemianopsia 
¼ do campo visual: quadrantopsia 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
37 | P á g i n a 
 
Campo visual total: amaurose (cegueira) o Se o paciente tiver um macroadenoma de 
hipófise, pode comprimir o quiasma óptico e o paciente perde a visão periférica. Ele terá 
visão em cone. 
o A campimetria pode ser avaliada colocando um objeto na frente do 
paciente e pedir para ele fixar a visão para frente enquanto movimentamos 
o objeto. Ao movimentarmos o objeto, pedimos ao paciente avisar quando 
o objeto sumir do campo visual dele. Testa um olho de cada vez (outro 
olho fica fechado). Exame falho, pois, muitos pacientes movimentam o 
olho e não fixam o olhar para frente. 
o Outra técnica é pedir para paciente tampar um olho e aí colocamos uma 
mão no campo visual lateral e a outra mão no campo visual medial, e 
balançamos as mãos para cima e para baixo. Com isso, verificamos se ele 
vai observar a mão e seu movimento. Faz um olho de cada vez. 
 
➢ Nariz: 
o Fazer inspeção da pirâmide nasal e rinoscopia anterior (usa-se um 
espéculo nasal ou a lanterna simples e puxar com o dedo) a fim de 
avaliarmos pólipo, corpo estranho, se o corneto está hipertrofiado, etc. 
 
o Rinofima: múltiplas lesões no nariz de acne grave, semelhante a pequenos 
cistos sebáceos. Só corrige com abrasão e cirurgia plástica. Em algumas 
áreas a pele pode ficar fina e com secreção amarelada em volta. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
38 | P á g i n a 
 
 
o Hipertrofia: pode aparecer na acromegalia (paciente possui tumor produtor 
de GH já na fase adulta, então não apresenta gigantismo, mas apresenta 
crescimento das extremidades. Se for macroadenoma de hipófise produtor 
de GH, pode ter hemianopsia heterônima). 
 
o Tumores: são comuns os tumores malignos de pele no sulco nasogeniano, 
na pirâmide do nariz, no pavilhão auricular, nos lábios. 
 
o Herpes simples: pode ter no nariz, lábio, periorbital. Formam-se vesículas. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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o Desvio de septo: olhar se as narinas são simétricas ou assimétricas. O lado 
do desvio predispõe à sinusite (maxilar, frontal, etmoidal) e à otite 
(obstrução da tuba auditiva com otite média). 
 
o Nariz em sela: lesão da cartilagem do nariz. Pode ser causada por 
hanseníase, leishmaniose, sífilis congênita. 
 
o Lesões destrutivas: pode causar deformidades nas narinas. Pode ser 
causada por Leishmaniose. 
Caso de Leishmaniose cutânea. 
 
o Exame das narinas: 
 
o Coriza ou rinorréia anterior: na rinoscopia anterior percebemos se a coriza 
é hialina, serosa ou purulenta. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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o Epistaxe: 
▪ Anterior: trauma, distúrbio da coagulação, exposição ao sol, rinite 
alérgica. 
 
▪ Posterior: crise hipertensiva com ruptura dos vasos da nasofaringe 
(sangue fica gotejando na nasofaringe, paciente engole, enche o 
estomago de sangue e vomita sangue > fazer anamnese detalhada 
para não confundir com hemorragia digestiva). Usa-se balão da 
Sonda de Foley insuflado para conter essa hemorragia quando se 
está em uma cidade pequena e o sangramento seja muito intenso. 
 
o Corpo estranho: (tanto no ouvido quanto no nariz) comum na pediatria. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
41 | P á g i n a 
 
o Hiperemia e edema de cornetos: paciente com rinite possui limitação da 
respiração durante as crises de rinite. Com isso, ele acaba respirando pela 
boca, roncando muito durante a noite. 
 
o Pólipos: 
 
o Rinite: termo usado para descrever uma inflamação das membranas 
internas do nariz que vão causar uma hipertrofia do corneto, obstruindo a 
passagem de ar. 
 
o Rinite vasomotora, não alérgica ou idiopática: 
▪ Inflamação causada por vários irritantes como perfumes, odores, 
poluição ou fumaça de cigarro, mudanças climáticas, infecções 
virais como aquelas associadas com gripe e resfriado (rinite 
catarral aguda – viral), bebidas ou alimentos quentes ou 
condimentados, medicamentos como aspirina ou ibuprofeno. 
▪ Há uma vasodilatação dos cornetos nasais causando a obstrução. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
42 | P á g i n a 
 
▪ Sintomas: obstrução nasal, coriza ou rinorreia anterior e posterior 
hialina. 
o Uma característica importante é que ao sair do meio em que o irritante se 
encontra ou com a resolução da infecção viral, a rinite some, 
diferentemente da rinite alérgica. 
Comum chegar no consultório um paciente falando que vive com o nariz entupido, que 
tem prurido, espirro, olhos coçam muito e ficam vermelhos, alegando ter uma gripe 
crônica (não existe) – na verdade o paciente tem é uma rinite alérgica – tomar cuidado 
com a prescrição de vasoconstritor nasal. 
o Rinite alérgica: 
Hipertrofia e palidez dos cornetos, com secreção hialina. 
 
▪ É inflamação da mucosa nasal, induzida pela exposição a alérgenos 
que, após sensibilização, desencadeiam uma resposta inflamatória 
mediada por imunoglobulina E (IgE), que pode resultar em 
sintomas crônicos ou recorrentes. 
▪ Assim como na síndrome atópica constituída por asma, rinite, 
dermatite atópica ou miscelância. 
▪ É classificada como sazonal (intermitente; pico no outono, quando 
têm polinização das plantas; abril até setembro) ou perene 
(persistente). 
▪ Quadro clínico: rinorreia aquosa, prurido nasal, obstrução nasal, 
espirros e sintomas oculares (hiperemia e prurido da conjuntiva), 
voz anasalada, esternutação, evoluindo com fadiga, mudanças de 
humor, deterioração da função cognitiva, depressão e ansiedade. 
▪ Baixo rendimento escolar ou laboral, devido às alterações do sono 
(hipersonia durante o dia). 
▪ Uso crônico de vasoconstritor nasal pode causar isquemia da 
mucosa do nariz, com uma secreção fétida (ozena). A causa é 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
43 | P á g i n a 
 
alérgica, então deve tratar do alérgeno e não usar vasoconstritor 
nasal. 
▪ Exame físico: hipertrofia dos cornetos, mucosa do corneto 
esbranquiçada, chamada de mucosa em carne de peixe crua. 
Observação: com essa hipertrofia crônica dos cornetos, o muco dos seios da face e da 
tuba auditiva não é drenado, acumulando muco dentro do ouvido médio e dos seios da 
face. Com isso, esse muco vira um meio de cultura, predispondo à OMA bacteriana e à 
rinosinusite bacteriana. Perto desses locais, está a mastoide e o SNC, aumentando risco 
de desenvolver complicações temidas, como meningite e abscesso cerebral (são 
neuroinfecções relacionadas a essas infecções crônicas ou recorrentes bacterianas devido 
à faltade drenagem do muco dos seios da face e tuba auditiva). 
 
o Rinite infecciosa: 
▪ É uma inflamação da mucosa que reveste as fossas nasais, aguda, 
podendo ser provocada por uma grande variedade de agentes 
patogênicos 
▪ Quando de origem viral, costuma apresentar-se de forma brusca e 
tem uma evolução curta, de poucos dias. Porém, pode evoluir para 
infecção bacteriana devido à estase de muco e evoluir para 
infecção dos seios da face (rinosinusite). 
▪ Quadro clínico: sensação de formigueiro no nariz e na garganta, 
coriza hialina abundante (viral), coriza purulenta (bacteriana), 
obstrução nasal, espirros, redução do olfato e do paladar, epífora 
(lacrimejamento), disfonia. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
44 | P á g i n a 
 
▪ Sintomas sistêmicos: mal estar, mialgia, febre. 
▪ Os sinais e sintomas persistem durante alguns dias, normalmente 
entre três a cinco, desaparecendo por completo ao fim de uma 
semana, a não ser que se desenvolva uma sobreinfecção bacteriana 
> rinosinusite bacteriana 
▪ Quando paciente procura a princípio, tratamos a congestão e 
passamos soro fisiológico, soro hipertônico, descongestionante 
nasal. Se em 1 semana ele não melhorar, secreção passar de 
hialina/serosa para purulenta, devemos introduzir o antibiótico. 
o Rinosinusite: 
 
▪ É todo processo inflamatório que acomete a mucosa nasal e os 
seios paranasais, seja de etiologia viral ou bacteriana. 
▪ Viral é mais comum. Então, a princípio, tratamos como viral e 
vamos observar. 
▪ Quadro clínico: rinorreia anterior e posterior; pressão/dor facial, 
cefaleia; anosmia ou hiposmia (olfato), dor na mandíbula e nos 
dentes; tosse que piora a noite (se ele têm rinorreia posterior e 
deita, a secreção pinga na epiglote e aí ele tosse, dificultando o 
sono); halitose (quando a secreção é purulenta é muito comum); 
obstrução nasal, congestão nasal; náuseas (comum no sexo 
feminino devido gotejamento pós nasal); otalgia (se tiver entupido 
a tuba auditiva e pressão aumentada no ouvido médio); cacosmia 
objetiva (paciente e médico sente o cheiro). 
▪ Se sinusite for bilateral, desce secreção dos dois lados. Caso 
contrário, desce de um lado só 
Seta apontando a nasofaringe. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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▪ Diagnóstico: clínico. A tomografia dos seios da face é indicada 
apenas em casos crônicos e complicados. 
Tomografia mostrando cisto mucoso ou cisto de retenção no seio maxilar. 
 
o Perfuração do septo nasal: 
▪ Pode ser causada por piercing de septo ou uso de cocaína 
inalatória. 
 
o Respirador bucal – Hipertrofia de adenoide: 
 
▪ O paciente respirador bucal é aquele que tem hipertrofia de 
adenoide (esta fica na nasofaringe). 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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▪ O paciente ronca durante o sono, tem apneia do sono, obstrução 
nasal, respiração bucal, acorda de noite com boca seca querendo 
tomar água, problemas ortodônticos (desalinhamento da arcada 
dentária), desvio do septo nasal, deformidade do palato, alterações 
do crescimento dos ossos da face, principalmente dos maxilares. 
Quando a adenoide cresce, a coluna de ar que passa por ali é menor, 
podendo a adenoide ocupar toda a nasofaringe > paciente não 
consegue respirar pelo nariz. 
 
▪ A redução de oxigenação durante o sono ocasiona diversos 
problemas no desenvolvimento da criança, como hiperatividade, 
queda do rendimento escolar, dificuldade de concentração, 
irritabilidade, sonolência diurna, voz anasalada, falhas no 
crescimento. 
 
▪ Complicações: obstrução da abertura da tuba auditiva; otites de 
repetição; perdas auditivas; sinusites (devido à drenagem 
inadequada da nasofaringe). 
▪ Diagnóstico: 
• Raio X do cavum: define diagnóstico. 
A letra “A” é a adenoide – então a coluna de ar que passa por aqui quando a adenoide 
cresce (em preto – camada de ar) é menor, ou seja, a camada de ar não consegue atravessar 
por uma “obstrução da adenoide” e aí a paciente tenta respirar pelo nariz e não consegue 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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• Rinofaringoscopia: feita por vídeo. 
 
▪ Paciente possui fácies adenoideana: respira com boca aberta; 
narinas afiladas; deformidades de dentes (dentuços; incisivos 
superiores protusos), palato fundo. 
 
▪ Em pacientes respiradores bucais, precisamos fazer diagnóstico 
diferencial entre rinite alérgica e hiperplasia de adenóide. Os 
pacientes com rinite alérgica devem ser tratados como portadores 
de síndrome atópica, e não dar apenas vasoconstritor (devido risco 
de isquemia da mucosa nasal e paciente ficar com cacosmia 
objetiva que é extremamente desagradável). Ou seja, se é rinite 
alérgica tem que tratar com corticoide nasal, estabilizador de 
mastócito, anti-leucotrienos. 
➢ Boca: 
o Orofaringoscopia: avaliamos os lábios, dentes, gengivas, face interna das 
bochechas, língua, assoalho da boca, óstios das glândulas salivares, pilares 
amigdalianos, palato mole, loja da amígdala palatina, base da língua e 
parede posterior da faringe. 
o Oroscopia: a limitação da oroscopia é o Score de Mallampati (esse escore 
também é limitação para entubação orotraqueal), ele é classificado em: 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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▪ Classe I: é a oroscopia mais fácil 
▪ Classe II: intermediária 
▪ Classe III: difícil 
▪ Classe IV: muito difícil. 
Para fazer o exame, o ideal é abaixarmos a língua nos ⅔ anteriores. Então se o abaixador 
de língua for colocado no território do glossofaríngeo e vago, paciente vai vomitar. 
Portanto, para fazer uma orofaringoscopia adequada em um paciente Mallampati III e IV, 
devemos anestesiar a garganta com xilocaína spray para conseguirmos colocar a espátula 
lá atrás e abaixar a língua. 
• A técnica adequada é abaixar os ⅔ anteriores da língua e incidir a luz na 
orofaringe. Se paciente coloca a língua para fora e você colocar a espátula no 
território do glossofaríngeo e vago, ele vai vomitar. Portanto, ou o paciente coloca 
a língua para fora e fala uma vogal e nisso olhamos com a lanterna, ou usamos o 
abaixador de língua com a língua dentro da boca. 
 
Território proibido – vai provocar reflexo de vômito. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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• Tonsilite viral: 
 
o Na oroscopia vemos as tonsilas palatinas (amigdalas) bem hiperemiadas e 
hipertrofiadas, porém sem placas de pus. 
o Sintomas: dor de garganta, febre, odinofagia (dor ao engolir), sintomas 
gripais associados. 
o Herpangina: é uma tonsilite viral que o palato mole fica cheio de vesículas 
e ulcerações. É uma faringoamigdalite viral na qual a odinofagia é intensa. 
• Tonsilite bacteriana: 
 
o Oroscopia: hipertrofia e placas de pus nas tonsilas palatinas; 
linfoadenomegalias submandibular. 
o Sintomas: Febre alta, odinofagia, disfagia e halitose (por conta da presença 
de pus). 
o Quando abaixa a língua do paciente e chega perto, o cheiro da infecção é 
bem típico. 
• Caseo: 
 
o Clínica de halitose. 
o É conhecida como “pedra” na amígdala > tem restos alimentares com 
bactérias. A literatura ainda não definiu bem o que compõe o caseo. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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o Odor é extremamente fétido, por isso é uma causa muito frequente de 
halitose. 
o Para paciente remover, ele precisa de cotonete longo e anestesiar a 
garganta. Ao empurrar a base do caseo com cotonete, ele sai, porém possui 
um cheiro bem fecaloide, que nem a secreção da língua saburrosa. É uma 
causa de halitose, porém a língua saburrosa é a causa mais comum. 
o Oroscopia: é semelhante a uma placa de pus (tonsilite bacteriana). Mas o 
que diferencia de uma tonsilite bacteriana é que, nesse caso, não há febre 
alta, adenomegalia, linfoadenomegalia submandibular, hipertrofia e 
hiperemia da tonsila. Por isso a checagem do quadro clínico é importante. 
 
OBSERVAÇÃO: Tonsilite = amigdaliteLaringite = processo inflamatório na laringe 
Tonsilite e faringite possuem quadro clínico semelhante: dor de garganta, odinofagia, 
febre. 
Laringite: afonia, disfonia, dispneia (se a via aérea proximal estiver com edema da glote, 
causando dificuldade para respirar). 
Faringite: tonsila palatina é hipertrofiada (hipertrofia crônica); palato mole possui áreas 
de hiperemia; na parede posterior da nasofaringe também têm edema, hiperemia. 
• Frênulo curto: 
o Frênulo do lábio superior curto cujo tratamento é cirúrgico. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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• Lábios: 
• Lábio leporino: 
 
o Dependendo do caso, pode ter comunicação do palato duro com nariz (foto 
3) e criança pode mamar e entrar leite no nariz, na tuba auditiva, causando 
otite. 
• Lábios: 
o Edema: 
 
▪ Edema angioneurótico hereditário de Quincke: acontece nas crises. 
É uma causa hereditária de reação alérgica que cursa com edema 
de boca, língua. 
Quincke: vimos na insuficiência aórtica (pulsação do leito ungueal > sinal de Quincke). 
▪ Reação alérgica: comumente causa edema de boca e de língua. No 
edema de língua, a pessoa chega disártrica (fala parecendo que está 
com ovo dentro da boca). 
• Maior preocupação desses edemas é o risco de asfixia. 
Deixar paciente na sala de emergência até observar que a 
fala e a respiração estão ok. 
• Teleangiectasia: são aranhas vasculares. 
 
o Mais comum em pacientes idosos. Não têm nenhum significado clínico 
maior. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
52 | P á g i n a 
 
• Herpes labial: 
 
o Fase só de vesículas 
o Vesículas já coalescidas 
o Vesículas rompidas formando crostas 
• Queilite: processo inflamatório no lábio. 
 
o Pode ser causada por exposição excessiva ao sol, frio. Pode vir 
acompanhada de rachaduras. 
Observação: 
▪ Glossite: processo inflamatório na língua 
▪ Estomatite: processo inflamatório na face interna da bochecha 
o Movimentos involuntários: mioquimia (paciente estressado com estafa 
mental importante o lábio pode ficar pulando), tiques. 
• Ulcerações: causas: 
o Câncer: os tumores malignos de pele são muito comuns no lábio, sulco 
nasogeniano, nariz e orelhas. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
53 | P á g i n a 
 
o Leishmaniose: Paciente com essa lesão ulcerada crônica já fez uso de 
antibiótico e anti-inflamatorio e não melhorou, então tem que biopsiar para 
fazer o diagnóstico diferencial entre as causas de úlceras cutâneas como 
paracoco cutânea e esporotricose (pacientes imunocomprometidos), 
leishmaniose e câncer. 
 
• Cavidade bucal: Para o exame, precisa-se de: 
o Luz natural ou lanterna 
o Abaixador de língua 
o Abridor de boca em crianças (difícil pois a criança normalmente tem medo 
de médico) 
o Espátula de madeira 
• Técnica: inspeção e palpação. 
o Se o paciente fizer uso de prótese pede para ele retirar para realizar o 
exame. 
Autoexame bucal: 
 
• Estomatite: popularmente conhecida como afta. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
54 | P á g i n a 
 
 
• Pigmentação cor de café com leite: presente na doença de Addison que é uma 
insuficiência crônica da suprarrenal causando bronzeamento patológico da pele e 
das mucosas, hipotensão, hiponatremia, hipercalemia, hipoglicemia, acidose 
metabólica. 
 
o Em pacientes de raça negra pode ser mais arroxeada (normal). 
 
• Síndrome de Peutz-Jeghers: paciente possui uma associação de pigmentação na 
mucosa oral, lábio, língua e face interna da bochecha + polipose. 
Endoscopia mostrando polipose gástrica: 
 
o Essa polipose pode ser gástrica ou intestinal, pode predispor à câncer > 
fazer avaliação anual ou a cada 3 anos por endoscopia e colonoscopia, pois 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
55 | P á g i n a 
 
esses pólipos podem ser pré-cancerígenos, levando ao câncer gástrico e de 
cólon. 
• Manchas de Koplik: manchas na bochecha perto das tonsilas palatinas associado 
a exantema máculo-papular. Essas manchas de Koplik que vão chamar a atenção 
para esse exantema ser sarampo (importante principalmente porque agora no 
Brasil voltou a ter surto de Sarampo). 
 
o Exantema máculo-papular do sarampo: possui uma inespecificidade muito 
grande, pois se parece com rubéola e com outras várias doenças virais 
exantemáticas. 
• Leucoplasias 
o São lesões pré-cancerígenas 
 
• Tumores de boca: 
o Tumor avançado de boca relacionado ao tabagismo 
 
• Perfuração de palato: 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
56 | P á g i n a 
 
 
o Pode ser por infecções odontogênicas ou por cocaína inalatória, fístulas do 
seio da face, fístula de abscesso dentário, etc 
• Malformações congênitas 
 
• Fístulas 
 
• Úlceras e erosões – Síndrome de Stevens-Johnson: dermatite bolhosa e muito 
grave que pode ser causada por alergia a medicamentos (dipirona, diclofenaco de 
sódio). 
 
• Língua: 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
57 | P á g i n a 
 
o Avaliamos: posição, tamanho, cor, umidade, superfície, textura, 
movimentos, glossite, desvio da língua (causado por lesão do nervo 
hipoglosso), paladar. 
 
o Mão com luva e movimentar para os lados e para cima e para baixo, 
usando uma gaze para não escorregar. Em insuficiência aórtica temos o 
Sinal de Minervini (pulsação do leito da base da língua, causando 
movimentos involuntários) e o Sinal de Miller (pulsação da úvula). 
 
• Frênulo curto: língua presa, altera a fala. 
o Tratamento cirúrgico. 
 
• Língua saburrosa: tem acúmulo de bactérias e detritos quando as papilas linguais 
são muito altas. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
58 | P á g i n a 
 
o Pessoa deve fazer higienização da língua diariamente, raspar a língua, 
fazer gargarejos com antissépticos bucais diluídos em água morna, comer 
frutas que possam comer com casca (maçã). 
o O cheiro é muito próximo do fecalóide. 
o Avaliar com dentista se é periodontite, se tem caseo, se é língua saburrosa, 
em caso de halitose. 
• Língua seca: se o paciente estiver respirando pelo nariz e a língua estiver seca, é 
critério de desidratação. 
 
• Tipos de língua: 
• Língua seca – Síndrome de Sjogren: A Síndrome de Sjogren é uma doença 
autoimune que afeta as glândulas lacrimais, salivares (principalmente, por isso ele 
refere boca seca) e sudoríparas. 
o O paciente apresenta língua e pele extremamente secas, hiperemia 
conjuntival (devido irritação pela falta de lágrima), olho seco. 
o O paciente urina normalmente sem sinais de desidratação sistêmica – 
então é devido à doença afetar as glândulas salivares. 
 
• Língua lisa: comum nas síndromes anêmicas, sugestiva de anemias carenciais 
(ferropriva, deficiência de vitamina B12 e ácido fólico). 
o Muito comum na ferropriva em que há desaparecimento das papilas, 
ficando uma língua despapilada, brilhante, hiperemiada com sinais de 
processo inflamatório. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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• Língua pilosa preta: há uma hipertrofia das papilas com retenção de resíduos. 
o Presente em pacientes tabagistas, pois quando o paciente fuma fica retido 
substâncias do cigarro na superfície da língua. 
o É comum nos pacientes psiquiátricos que fumam, pois fumam dois a três 
maços de cigarros por dia. 
 
• Glossite: processo inflamatório da língua. 
o O paciente apresenta hipersensibilidade na língua. 
o Pode ser causada por hipovitaminose, infecções bacterianas, doenças 
virais. 
 
• Língua em framboesa: típica da escarlatina. 
o A escarlatina é uma doença infecciosa e contagiosa aguda causada pela 
Streptococcus pyogenes, que atinge principalmente crianças. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
60 | P á g i n a 
 
o É uma complicação da tonsilite/amigdalite/faringite estreptocócica, 
aparecendo cerca de 2 dias após o início dos sintomas. 
 
o O paciente apresenta também exantema em lixa (áspero), e uma hiperemia 
que predomina nas dobrinhas (naregião inguinal, nas axilas) que se chama 
linha de Pastia. 
 
• Língua geográfica ou eritema migratório ou glossite migratória benigna: não se 
sabe a etiologia, mas é uma doença benigna então, não tem indicação de 
tratamento específica. 
o O paciente tem áreas com papilas normais intercaladas áreas despapiladas. 
 
• Língua escrotal ou fissurada: não se sabe etiologia. 
o É mais difícil de higienizar devido fissuras que ajudam na retenção de 
alimentos e bactérias. 
 
• Língua de Cobra – Piercing: causa comum de glossite 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
61 | P á g i n a 
 
 
• Lesões da língua: 
• Leucoplasia: são lesões pré-cancerígenas. 
o Investigar sempre em pacientes tabagistas. 
 
• Tumores: câncer de língua. 
 
• Hemangiomas: podem aparecer na língua, face interna da bochecha, gengiva, base 
da língua, lábio inferior, palato. 
o São tumores congênitos que podem estar presentes na orofaringe inteira. 
 
• Equimoses e petéquias: comuns nos distúrbios de coagulação associados a 
plaquetopenia e deficiência de fatores K dependentes. 
o Tanto a epistaxe quanto a hemorragia da cavidade oral são muito comuns 
nesses pacientes com distúrbios de coagulação. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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• Ulcerações nos lábios e língua: causada pela doença de Behçet (doença autoimune 
que pode cursar simultaneamente com úlceras orogenitais). 
 
Observação: fazer biópsia é importante para investigar a etiologia. 
• Candidíase Oral: comum em pacientes que usam corticoide inalatório e esquecem 
de enxaguar a boca após, comum após uso de antibióticos de amplo espectro e 
comum em pacientes fazendo quimioterapia. 
 
o A primeira infecção oportunista dos pacientes HIV positivos que 
desenvolvem AIDS é candidíase oral, com muita frequência. Então, se o 
paciente possui candidíase oral e não fez quimio, nem uso de corticoide 
inalatório e nem antibiótico de amplo espectro, investigar seu 
comportamento de risco para HIV e exame. 
• Placas Cinzento-Pérolas da sífilis secundária: são sugestivas de sífilis secundária. 
o Esta também é caracterizada por exantema que inclui a palma da mão. 
o Já o exantema da sífilis primária poupa a palpa da mão. 
 
OBSERVAÇÃO: Sífilis primária tem o cancro duro na genitália 
Exantema nas palmas das mãos (sífilis secundária). 
➢ Gengivas: 
• Avaliamos: cor, consistência, forma e desenvolvimento. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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• Muitos pacientes com gengivite acabam evoluindo com atrofia da gengiva e 
acabam perdendo o dente), abcessos alveolares, tumores, periodontite, edema 
(acompanha a gengivite), etc. 
• Manchas hemorrágicas: são de sangramento gengival ou sangramento ativo na 
gengiva (foto). 
o Comum na periodontite e na gengivite em que a gengiva está frágil, 
sangrando na escovação. 
o Comum em distúrbios da coagulação (como na doença de Von 
Willebrand). 
 
• Gengivite e periodontite: podem causar hipertrofia da gengiva, sangramento fácil 
durante escovação 
 
• Hipertrofia gengival: pode ser causada por gengivite. 
o Comum também quando faz uso de anticonvulsivante, como fenitoína. 
(Comum aparecerem pacientes epiléticos com hipertrofia gengival devido 
ao uso crônico da fenitoína). 
 
• Na gengiva podemos visualizar ulcerações, aftas, atrofia de gengiva (pode ocorrer 
exposição da raiz do dente e aí ele acaba amolecendo), abcessos alveolares, 
tumores, periodontite, edema (edema gengival que acompanha a gengivite). 
• Orla saturnina ou linha plumbea: quando o paciente está intoxicado por chumbo. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
64 | P á g i n a 
 
 
➢ Palato duro ou mole: 
• Procurar ulcerações, petéquias, torus palatinos. 
• Petéquias (podem aparecer nos distúrbios de coagulação). 
 
• Torus palatinos: é uma exostose da linha mediana. 
o Congênito. 
o Quando é muito grande (tipo o da foto), incomoda o paciente, podendo 
fazer cirurgia, raspagem (é como se fosse um calo ósseo). 
 
➢ Dentes: 
• Observar número, estado, presença de cáries, hipoplasia do esmalte. 
 
• As infecções odontogênicas são muito preocupantes por serem fonte de 
bacteremia. A bacteremia em pacientes com doença valvar pode causar 
endocardite. 
• Nas periodontites, a infecção pode atingir as partes moles periodontais, causar 
osteomielite na mandíbula, infecção do subcutâneo do pescoço, celulite que pode 
causar mediastinite, empiema pleural, etc. 
• Dentes de Hutchinson: são causados pela sífilis congênita, assim como 
deformidades de esqueleto dos MMII, do crânio, ceratite. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
65 | P á g i n a 
 
 
Nos dias atuais a incidência de sífilis tem aumentado. 
• Avaliar presença de próteses e tipo de oclusão (que pode causar inflamação 
crônica da ATM e paciente apresentar dor crônica da ATM). 
ATM – articulação temporomandibular 
 
• Laringite: 
 
o Processo inflamatório da laringe. 
o Etiologias: 
▪ Infecciosa: aguda ou crônica 
▪ Bacteriana, fúngica, protozoários, virais 
▪ Por doença de refluxo gastroesofágico (DRG), assim como a asma 
▪ Doenças sistêmicas com manifestações laríngeas: 
• Hipotireoidismo com bócio: pode comprimir o laríngeo 
recorrente e causar rouquidão/disfonia. 
• Tumor de pancoast (tumor de ápice de pulmão): pode 
comprimir o simpático cervical causando a Síndrome de 
Horner, pode comprimir também o laríngeo recorrente, 
causando disfonia. Se for no ápice direito, pode comprimir 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
66 | P á g i n a 
 
a veia cava superior, causando a Síndrome da Veia Cava 
Superior. 
▪ Tabagismo 
▪ Uso excessivo da voz (professores, cantores, etc) 
▪ Sarcoidose: doença granulomatosa não infecciosa; pode causar 
infiltração das cordas vocais 
▪ Granulomatose de Wegener: doença autoimune 
▪ Amiloidose: doença tipo depósito 
▪ Angioedema: angioedema de Quincke e reação alérgica grave 
▪ Lesões traumáticas e por inalantes 
o Sintomas: disfonia, afonia, tosse, dispneia. 
▪ Se houver obstrução avançada, paciente terá estridor laríngeo com 
rebaixamento de fúrcula, uso da musculatura acessória, sinais de 
insuficiência respiratória aguda, tiragem intercostal difusa, 
cianose, batimento de asa de nariz, rebaixamento do nível de 
consciência em uma fase mais avançada. 
 
o Diagnóstico: 
▪ Clínico: tratamento deve ser rápido e, se paciente não responder, 
pode ser feito uma traqueostomia ou crico para tirá-lo da 
insuficiência respiratória. 
▪ Laringoscopia indireta: anestesia a garganta (para que ele não 
vomite por conta dos nervos vago e glossofaríngeo), coloca o 
espelho virado para baixo, visualizando indiretamente as cordas 
vocais. 
• Técnica muito usada no PS para avaliar a presença de 
espinho na garganta (então pode fazer também 
faringoscopia indireta para avaliar presença de corpo 
estranho). 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
67 | P á g i n a 
 
 
▪ Videolaringoscopia (se for crônica) 
 
➢ Ouvido: 
• Começa pela inspeção da orelha: 
o Implantação: implantação baixa está presente, principalmente, nos 
pacientes com Síndrome de Turner (pacientes com Síndrome de Down 
também podem ter). 
o Alterações da cor: orelha é fácil observar alteração de cor da pele como 
palidez, cianose 
o Processos inflamatórios: 
▪ Piercing 
 
o Presença de secreção: pode ser otite externa ou otite media aguda (em que 
a membrana timpânica já rompeu e supurou para o ouvido externo). 
o Tofos: presente em pacientes com gota crônica. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
68 | P á g i n a 
 
o Nódulos e tubérculos: podem aparecer no paciente com hanseníase. 
o Eczema: alergia crônica na orelha e no conduto auditivo 
Eczema por reação alérgica ao brinco 
 
o Neoplasias: pirâmide nasal, sulco nasogeniano, lábios e pavilhão auricular 
são locais comuns de carcinoma basocelular e espinocelular. 
 
o Lesões micóticaso Otite externa: 
▪ Quadro clínico: otalgia, prurido, otorreia, hipoacusia 
▪ Otite externa: Pode ser bacteriana ou fúngica, acometendo a região 
da membrana timpânica para fora. 
 
• Otoscopia: 
o Avalia o ouvido médio. 
o Aparelhos: otoscopio ou espelho frontal e fotóforo + espéculo. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
69 | P á g i n a 
 
o A mão dominante segura o otoscópio. 
o A mão não dominante deve estar na orelha do paciente, puxando para 
frente, para trás ou para o lado para retificar o conduto auditivo que pode 
ter formato de C ou S (técnica na foto acima está errada). 
o A dificuldade da otoscopia é a presença de rolha de cerume e hipertricose. 
o Não pode tocar a parede do conduto auditivo, senão sangra e dificulta 
ainda mais a visualização. 
• Otoscopia normal: a membrana timpânica normal é perolada, brilhante e é 
possível visualizar por transparência os ossículos do ouvido médio (martelo, 
bigorna e estribo). 
 
Quando coloca a luz, forma-se o trígono luminoso que nada mais é que o reflexo da luz. 
• Otite media aguda (OMA): 
o É uma infecção aguda no ouvido médio com início rápido dos sinais e 
sintomas. 
o Quadro clínico: otalgia de moderada a intensa, febre e irritabilidade na 
criança. 
▪ Criança rejeita o peito ou mamadeira pois, ao sugar, a dor aumenta. 
o Exame físico: membrana timpânica com hiperemia, abaulamento (para 
fora) e opacidade. OMA pode supurar apresentando otorreia. 
 
o Otorreia é a presença de secreção no canal auditivo e acontece quando a 
membrana timpânica abaula tanto e a pressão no ouvido médio aumenta 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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tanto, que ela rompe e o paciente começa a ter otorreia. Ao romper, há um 
alivio da dor, pois ela drenou para o conduto aditivo, aliviando a pressão. 
o Não é possível visualizar o trígono luminoso e é possível notar que atrás 
da membrana tem algum conteúdo que impede a visualização dos 
ossículos. 
• Otite média recorrente: 
o É quando o paciente tem três episódios de otite média aguda em seis meses 
ou quatro episódios em doze meses. 
o Investigar se é doente com rinite alérgica, se é desvio de septo ou se é 
pólipo que está obstruindo a tuba auditiva e causando essas otites de 
repetição. 
o Precisa saber se é uma causa anatômica, hipertrofia dos cornetos por conta 
de rinite alérgica tratada de forma inadequada. 
• Complicações da otite média aguda: 
1. Otite média crônica supurativa: é aquele paciente que teve infecção crônica em 
que já houve perfuração da membrana timpânica e ele eliminou aquele pus retido 
no ouvido médio para o conduto auditivo. 
 
2. Colesteatoma (crescimento de tumor benigno no ouvido médio levando à 
destruição dos ossículos): é uma massa composta de pele (tecido epitelial) que se 
forma dentro do ouvido, para dentro do tímpano. 
a. Sua tendência é de crescimento contínuo. 
b. Seu poder destrutivo das estruturas adjacentes vem de três fatores: seu 
crescimento e compressão das estruturas vizinhas, a produção de enzimas 
capazes de destruir tecidos e a participação de bactérias causando infecção 
e inflamação crônicas. 
c. Há dois tipos de colesteatomas: adquiridos e congênitos. Os adquiridos 
são decorrentes de otite média crônica. 
d. Paciente tem indicação de cirurgia. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
71 | P á g i n a 
 
 
3. Paralisia facial. 
 
4. Mastoidite: muito comum. Paciente evolui com processo inflamatório no 
mastóide. 
a. Trata com antibiótico, porém a otite média de repetição, colesteatoma, 
mastoidite, precisa drenar definitivamente esse ouvido médio > tratamento 
acaba sendo cirúrgico 
 
5. Abscesso cerebral: bem delimitado. 
 
6. Meningite: complicação tanto da sinusite quanto da otite. 
a. Muito temidas devido ao risco de morte que elas trazem 
b. Diagnosticar e tratar com seriedade 
7. Labirintite 
• Audiometria: avaliação da audição pelo fonoaudiólogo. Feita em uma clínica de 
audiometria. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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• Teste de Rinne: para verificar se há condução aérea e óssea estão adequadas. 
 
o Técnica: Vibra o diapasão e coloca na mastoide e, quando paciente para 
de ouvir a vibração na mastóide, colocamos ela perto do ouvido e ele tem 
que continuar ouvindo. 
o Então a condução óssea é mais curta que a aérea, ou seja, depois que a 
óssea acaba, a aérea continua. 
o Se ele não ouvir por condução aérea, significa que há alguma coisa 
obstruindo o conduto auditivo: corpo estranho (mais comum na pediatria), 
rolha de cerúmen (causa mais comum), otite externa – surdez de condução. 
 
o Se ele não escuta por condução óssea (quando o diapasão é colocado na 
mastóide), significa que o paciente possui lesão coclear, lesão nervosa. 
• Labirintopatia: 
o Sintomas: vertigem, desequilíbrio, náusea, fraqueza, dificuldade de 
concentração, turvação visual (principalmente após movimentos rápidos 
com a cabeça), zumbido, sensação de ouvido tampado, marcha vestibular 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
73 | P á g i n a 
 
(ao andar, tende a cair para o lado do labirinto afetado; equilíbrio 
dinâmico)*, Romberg (tende a cair para o lado doente; equilíbrio estático) 
O VIII par craniano (vestibulococlear) é misto > o coclear é responsável pela audição e 
vestibular pelo equilíbrio. 
Andar = equilíbrio dinâmico. 
Romberg = equilíbrio estático 
Tanto o equilíbrio dinâmico quanto o estático estão afetados na doença vestibular e na 
doença cerebelar. 
o Exame neurológico nesse paciente com lesão labiríntica: 
▪ Marcha em estrela: quando o paciente anda em linha reta, ele tende 
a cair para o lado lesado, fazendo uma marcha em estrela. 
▪ Teste de Romberg: quando o paciente fica em pé, com a ponta dos 
pés afastadas e fecha os olhos, ele tende a cair também para o lado 
da lesão. 
o Causas: 
o Doenças próprias do ouvido e do labirinto: 
▪ Vertigem posicional paroxística benigna: episódios breves de 
vertigem associado a mudança da posição da cabeça (é quando a 
pessoa está deitada e levanta de uma vez, ficando tonta). Quase 
todo mundo tem. Ocorre quando cristais de carbonato de cálcio 
(otocônias) se deslocam pelos canais do labirinto estimulando os 
sensores do labirinto simulando a sensação de movimento e 
vertigem. 
▪ Doença de Menière: aumento da pressão da endolinfa. O paciente 
apresenta vômitos, náuseas, zumbido e não consegue parar em pé 
por tontura. Comum em adultos jovens. Devido ao início súbito, 
muitos pacientes ficam desesperados. 
▪ Tumores: neurinoma ou Schwanoma vestibular > tumores 
benignos. Quadro clínico é de Síndrome Vertiginosa Aguda. 
▪ Doenças sistêmicas: diabetes, hipertensão, doenças autoimune 
▪ Utilização de drogas ototóxicas como alguns antibióticos 
(aminoglicosídeos, vancomicina) e anti-inflamatórios que alteram 
as funções do ouvido. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
74 | P á g i n a 
 
▪ Pré-síncope (lipotímia): hipotensão ortostática e cardiopatias 
(devido baixo débito) > paciente pode confundir com 
labirintopatia. 
▪ Distúrbios sensoriais: neuropatia periférica (pode acontecer no 
diabetes também) 
▪ Infecção do labirinto: labirintite 
Labirintopatia é diferente de labirintite. Labirintite é uma das causas de labirintopatia. 
▪ Barotrauma: alterações bruscas da pressão barométrica, como no 
mergulho e nos aviões 
▪ Hábitos: excesso de doces, cafeína, tabagismo, álcool ou drogas. 
▪ Aterosclerose 
▪ Traumas sonoros 
▪ Problemas de coluna cervical e articulação da mandíbula 
▪ Osteoartrites, alterações articulares e musculares: muitos estudos 
falam que mordida cruzada é uma das causas de labirintopatia. 
▪ Stress e problemas psicológicos 
▪ Traumatismos cranianos 
➢ Parótidas: 
• Parotidite = processo inflamatório da parótida. 
 
o A parotidite viral, que é a caxumba, pode causar também orquite e 
pancreatite. 
▪ E a orquite pode levarà infertilidade se for bilateral. 
o Na parótida também podemos ter a presença de cistos e de tumores. A 
presença de cistos na região das glândulas salivares e submandibular 
necessita de um exame de imagem para fazer um diagnóstico diferencial, 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
75 | P á g i n a 
 
pois às vezes é um cisto de glândula salivar, cisto tireoglosso, resquícios 
embrionários da respiração da vida intrauterina (brânquias). 
▪ Às vezes achamos que paciente tem cisto na parótida ou das 
glândulas salivares ou mandibulares e, ao fazer US, percebemos 
que é alguma dessas outras causas. 
o Diagnóstico: clínico, seguido de US. 
▪ Se o US não definiu, pedimos uma TC de pescoço com contraste 
para avaliar melhor se na verdade é cisto de glândula salivar, 
resquício embrionário, etc. 
 
➢ Pescoço: 
• Avaliar: pele, forma e volume, posição, mobilidade, turgência ou ingurgitamento 
de jugulares, batimentos arteriais e venosos. 
• No pescoço, também devemos fazer exame dos vasos e dos linfonodos. 
• Devemos avaliar a estase de jugular, palpar a carótida, auscultar carótidas 
(paciente tem que fazer breve apneia para não confundir o sopro carotídeo com o 
som traqueal) 
• Palpar todas cadeias de linfonodos, avaliando volume, sensibilidade, doloroso ou 
mobilidade, se é aderido aos planos profundos, consistência 
 
o Os linfonodos metastáticos são duros, indolores e aderidos aos planos 
profundos. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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o Os linfonodos reacionais são móveis, pequenos, muito doloridos. 
o Linfadenomegalia reacional pode doer até mais do que a própria infecção. 
➢ Tireoide: 
 
• Avaliar: volume, consistência (dura ou consistência glandular), mobilidade 
(móvel ou aderida aos planos profundos – câncer é aderido), superfície, 
temperatura da pele (em tireoidite, a temperatura da tireoide é quente), presença 
de frêmito e sopro (sugere fístulas arteriovenosas - mais comum nos tumores de 
tireoide malignos) e sensibilidade (tireoidite é dolorosa e os outros tipos de bócio 
não). 
o Em tireoidites, a pele pode ficar quente. Já em cânceres, pode apresentar 
frêmito e sopros. 
• Exame: Palpa-se a tireoide na parte anterior e lateral do pescoço, um pouco acima 
da fúrcula. 
o A técnica consiste no profissional se posicionar atrás ou na frente. Quando 
se posiciona atrás do paciente, é possível palpar a tireoide como um todo. 
o Posicionar-se na frente, palpa-se o istmo e depois as laterais. 
o É interessante o esternocleidomastóideo estar relaxado para melhor 
avaliação. 
o Segurar na tireoide e pedir para paciente deglutir para avaliar a mobilidade 
da tireoide. 
 
OBSERVAÇÃO: não confundir o osso hioide com a glândula tireoide. 
• Quando há nódulo tireoidiano que ao US, pela classificação de Chammas, sugere 
que possa ser de característica maligna, é necessário realizar o PAAF que é uma 
punção aspirativa da tireoide para biópsia. 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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o Também é feito a ultrassonografia para localização do nódulo e ser 
possível puncionar corretamente. 
• Bócio: é o aumento da glândula tireoide. 
 
o Uma das causas é a deficiência de iodo, atualmente nosso sal já vem com 
iodo, por isso é bem raro. 
o Há bócio do hipertireoidismo, bócio multinodular, bócio difuso (é do 
Basedow Graves em que o istmo e lóbulo direito e esquerdo são grandes. 
 
▪ Não tem nódulo, e sim um aumento difuso da glândula. 
 
 Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 
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▪ Na doença de Basedow-Graves, toda tireoide capta o iodo 
radioativo). 
o Doença de Plummer: nódulo único. Trata-se de uma forma de 
hipertireoidismo que leva à produção excessiva de hormônios tireoidianos. 
 
o Na cintilografia, o nódulo de Plummer é quente pois, assim como na 
doença de Basedow-Graves, ele produz autonomicamente o hormônio 
tireoidiano, sem estímulo do TSH e da hipófise. Então quando dá iodo 
radioativo, ele capta o iodo radioativo e o resto da glândula não capta, 
mostrando que o TSH muito baixo suprimiu a glândula inteira que não está 
produzindo hormônio (mas o nódulo de Plummer produz 
autonomicamente). 
▪ Então o TSH baixo no eixo hipotálamo-hipófise e tireoide não 
consegue suprimir o nódulo, consegue suprimir apenas o resto da 
glândula. Então o paciente continua com hipertireoidismo e temos 
que inibir a produção de hormônio pelo nódulo. 
▪ Se fizer a cintilografia na doença de Basedow-Graves, a tireoide 
inteira vai captar, apesar do TSH estar extremamente baixo, pois a 
produção é autonômica também. 
▪ Cintilografia: 
 
▪ Nódulo quente: Plummer > tratar o hipertireoidismo. 
▪ Nódulo morno: capta mais ou menos o iodo radioativo. 
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▪ Nódulos frios: não captam o iodo radioativo, enquanto o resto da 
glândula inteira capta. Possuem possibilidade de ser tumor 
maligno de tireoide e deve ser puncionado. 
o Ultrassom: 
 
o Tomografia: 
 
• Angina de Ludwig: 
o É uma infecção do espaço submandibular. 
o É a celulite aguda dos tecidos moles abaixo da boca. 
o A origem da infecção pode ser odontogênica e por tonsilite bacteriana. Se 
for por tonsilite bacteriana (garganta), ela evolui para abscessos 
periamigdalianos e desce para o pescoço, atingindo as partes moles do 
pescoço, podendo descer para o mediastino. Do mediastino, pode causar 
empiema pleural (coleção de pus na cavidade pleural) > paciente tem que 
drenar todas as coleções do pescoço, mediastino e os dois tórax. 
o Chance de óbito superior a 50% > potencialmente fatal 
o É necessário tirar todos os dentes infectados e drenar todas as lojas 
possíveis. 
o Os sintomas incluem dor, disfagia e obstrução das vias aéreas superiores. 
o Paciente pode apresentar trismo, edema de vias aéreas superiores, 
disartria, paciente pode chegar babando por não conseguir engolir saliva 
(devido complicação, que é o abscesso amigdaliano) 
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o Para diagnóstico é necessário fazer tomografia de pescoço para avaliar 
onde estão as lojas de pus e saber a extensão dessa infecção. 
Paciente com angina de Ludwig com abscesso dentário que evoluiu com infecção na 
região submandibular.

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