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Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 1 | P á g i n a Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 2 | P á g i n a Cabeça e pescoço O exame físico de cabeça e pescoço tem uma boa especificidade. ➢ Tamanho: Tem macro e microcefalia • Macrocefalia: diâmetro cefálico alto. o A causa mais comum é a hidrocefalia congênita. Essa criança possui: - Sinal do sol poente: desvio conjugado do olhar para baixo. - Derivação ventrículo-peritoneal bilateral: esse sinal no subcutâneo do tórax e do abdome dela é da válvula que saiu do ventrículo cerebral e está drenando líquor para o peritônio devido à falha da reabsorção do líquor que ela possui no cérebro. Como ela tem derivação ventrículo-peritoneal dos dois lados, a hidrocefalia dela é tipo não comunicante. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 3 | P á g i n a “DVP: derivação ventrículo-peritoneal – implante de um sistema interno de drenagem de líquor, com o intuito de retirar excesso de líquor de uma estrutura chamada ventrículo cerebral para o intestino na cavidade chamada peritônio.” A DVP trata hidrocefalia congênita ou adquirida. Já a derivação ventrículo-atrial não é comumente utilizada na prática clínica. • O cérebro possui três compartimentos: o Liquórico o Parenquimatoso o Vascular: venoso e arterial. Se qualquer um desses três compartimentos aumentar de volume, o paciente terá Síndrome da Hipertensão Intracraniana e compressão das estruturas adjacentes. A hidrocefalia no adulto é uma das causas de aumento da pressão intracraniana (PIC) por aumento do compartimento. Exemplo: - Um tumor cerebral causa aumento PIC por aumento do compartimento parenquimatoso. - Um hematoma epidural, subdural, AVE hemorrágico causam hipertensão intracraniana (HIC) por aumento do compartimento vascular. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 4 | P á g i n a Na criança, a hidrocefalia congênita vai causar a macrocefalia > mas, nesse caso, a PIC não altera tanto pois as suturas estão abertas, ocorrendo distanciamento dos ossos da cabeça, e a criança vai desenvolver a macrocefalia. Já a hidrocefalia no adulto causa aumento da PIC e compressão das estruturas adjacentes com alteração dos exames neurológicos. • DVE Quando é uma hidrocefalia aguda que o paciente vai fazer cirurgia de urgência, e o líquor tem sangue ou o paciente tem meningite, não podemos tratar essa hidrocefalia derivando bactéria e sangue para cavidade peritoneal. Então fazemos a derivação ventricular externa (DVE): colocamos a válvula no ventrículo cerebral do paciente, drenando o líquor para um recipiente externo. DVE. Exemplo: Paciente teve hemorragia subaracnóidea por ruptura de aneurisma congênito e desenvolveu hidrocefalia, fazendo uma DVE. • Microcefalia: é quando o diâmetro cefálico da criança está abaixo do limite inferior da tabela. Atualmente, a incidência é alta devido ao Zika vírus. ➢ Formas: Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 5 | P á g i n a As alterações da forma do crânio são relacionadas a alterações da fusão das suturas cerebrais como fusão precoce ou inadequada. Podem estar relacionadas também à falta de mudança de decúbito da criança também – fica muito tempo em repouso na mesma posição. • Acrocefalia/Turricefalia: crânio em formato de torre. • Escafocefalia: ao palpar a sutura sagital da criança assemelha-se a uma quilha de navio. Causada pela fusão precoce das suturas cerebrais. A criança precisa fazer cirurgia para abrir novamente a sutura – essa cirurgia é chamada de cranioestenose. Se essa sutura não é reaberta, a criança terá déficit cognitivo e motor na fase de desenvolvimento e crescimento. Fechamento precoce da sutura sagital. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 6 | P á g i n a • Dolicocefalia: diâmetro ântero-posterior aumentado. • Braquicefalia: diâmetro ântero-posterior diminuído. Pode ser causada pela permanência por muito tempo em decúbito dorsal. Cabeça fica achatada posteriormente. “Cabeça chata” • Plagiocefalia posicional: cabeça e rosto todo torto. Orientar a mãe para mudança de decúbito. Alguns capacetes podem corrigir (usa-se o capacete até os ossinhos voltarem à posição habitual). ➢ Posição e movimentos: Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 7 | P á g i n a • Torcicolo: o Adquirido o Congênito: é um tocotraumatismo, ou seja, ocorre no canal de parto. A criança tem lesão do músculo esternocleidomastóideo durante o período expulsivo do parto vaginal e nasce com torcicolo congênito. Às vezes lesa o plexo braquial, quebra clavícula e nasce com alteração do nervo mediano, com mãozinha caída. • Tiques: são hereditários ou podem ser relacionados a distúrbios de ansiedade. Muito comum por exemplo: piscar sem parar. Não denotam doença psiquiátrica propriamente dita, sendo mais relacionada a doença hereditária e ansiedade. • Movimentos coreicos: o Coreia de Sydenham: é um sinal maior de Jones para febre reumática. Os movimentos da coreia de Sydenham têm pico de incidência compatível com a tonsilite pelo Streptococcus pyogenes que é entre 5-15 anos de idade. o Coreia de Huntington: congênita. Os movimentos coreicos aparecem mais tardiamente. • Sinal de Musset: pulsação da cabeça na sístole na insuficiência aórtica. • Tremores: podem estar relacionados a várias doenças como insuficiência hepática, insuficiência renal, abstinência de álcool e drogas. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 8 | P á g i n a • Mioquimia: é quando a pálpebra e os lábios ficam pulando. Relacionado à ansiedade, estafa, estresse. ➢ Couro cabeludo: Devemos comparar regiões homólogas através da palpação, avaliando se há fraturas, abaulamentos, tumores, osteomielite da tábua óssea, afundamento, amolecimento da tábua óssea, etc. • Tumores: • Bossas – hematoma subgaleal – tocotraumatismo: bossa no parto vaginal é um hematoma subgaleal (hematoma subgaleal é um hematoma entre o couro cabeludo e o osso, não é intracraniano) – vai reabsorver sozinho e não vai trazer nenhum dano para a criança. É amolecido, liquefeito, uma coleção de sangue subgaleal. • Consistência da tábua óssea – osteomielite: Paciente da foto fez uma neurocirurgia e desenvolveu uma osteomielite (infecção do osso), precisando ressecar esse pedaço do osso, tratar a infecção e depois é colocado uma prótese para corrigir. É uma complicação comum das neurocirurgias Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 9 | P á g i n a • Dermatite seborreica e psoríase: pode ter no couro cabeludo, região frontal, supercílios, sulco nasogeniano, na inserção do cabelo. As placas de células mortas da camada córnea da pele são muito aumentadas de espessura, são chamadas de psicodermatoses: não se sabe etiologia, mas é muito relacionada à TAG (transtorno de ansiedade generalizado). Esteticamente incomoda muito paciente, além do prurido. Os casos graves têm tratamento com imunossupressores e terapia imunobiológica – bastante eficiente. ➢ TC de crânio: • Normal: a linha média está normoposicionada e os ventrículos (partes pretas apontadas pela seta vermelha na imagem abaixo) são cheios de líquor e simétricos • HIC - Hipertensão intracraniana: os sinais na tomografia que denotam HIC são desvio da linha média, assimetria dos ventrículos, apagamentos de sulcos e giros (vejo do lado direito, mas não vejo do lado esquerdo). Pode ser causada pelo aumento dos 3 compartimentos (liquórico, parenquimatoso e vascular). Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 10 | P á g i n a o Se é hematoma, cirurgião vai drenar esse hematoma. o Se é uma hidrocefalia do adulto, será feita uma DVE (derivação ventricular externa). o Se é aumento do parênquima, temos que criar espaço para esse edema cerebral acomodar. A regiãoenvolta do tumor está com edema cerebral. Esse volume todo a mais vai causar uma compressão das estruturas adjacentes, causando lesões secundárias (a lesão primária é o tumor). Se não houver espaço para esse tumor ocupar, ele vai comprimir extrinsecamente as áreas sadias, levando a um dano neurológico muito superior. ▪ HIC causada pelo aumento do compartimento parenquimatoso devido a um tumor cerebral. o Craniectomia descompressiva – HIC: O paciente da foto ao lado teve um traumatismo cranioencefálico (TCE) e teve edema de partes moles. Não tinha espaço para acomodar o edema, então tiraram parte do osso do crânio (craniectomia descompressiva). Depois reconstrói a calota com prótese. Se ele não tivesse feito a craniectomia descompressiva, a área edemaciada iria comprimir áreas adjacentes com viabilidade, o paciente poderia até ficar em estado vegetativo ou evoluir para óbito devido à HIC. A craniectomia descompressiva é indicada quando há aumento de partes moles. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 11 | P á g i n a o Hematoma epidural: observa-se desvio de linha média, ventrículos apenas de um lado (assimetria dos ventrículos), sulcos e giros se apagam do lado do hematoma. Paciente tem HIC cuja causa é o hematoma (na tomografia o hematoma possui a mesma densidade radiológica do osso por conta do ferro presente no sangue > área de radiopacidade, ou também chamada de hiperdensidade radiológica). ➢ Superfície e Couro Cabeludo: • Pontos dolorosos o Cicatrizes: paciente fez uma neurocirurgia, mas o cabelo já cresceu, temos que palpar couro cabeludo e procurar por cicatrizes, pois pode ser que paciente teve déficit cognitivo, amnésia, etc e aí não vai conseguir falar, então no exame físico é que vamos perceber e procurar no prontuário ou ver com os familiares o que significa aquela cicatriz. o Escalpelamento: avulsão do couro cabeludo. Muito comum na região Norte do Brasil onde os pacientes andam muito de voadoras (barcos de alumínio) e o cabelo gruda na hélice do motor, ocorrendo essa avulsão do couro cabeludo. Na nossa região, é comum ocorrer em moto, kart (acidente que ficou famoso na internet porque perdeu todo o couro cabeludo). Depois têm que fazer enxerto da pele da perna na cabeça, mas cabelo não volta a nascer. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 12 | P á g i n a A moça da foto abaixo também perdeu os supercílios, teve lesão de orelha e fez enxerto de pele. A primeira foto mostra o cabelo completamente enrolado na roldana que gira a hélice do barco. o Ferimentos corto-contusos: cortes de couro cabeludo que sangram muito (ter cuidado e lembrar de comprimir até o paciente chegar ao hospital), podendo evoluir para choque hipovolêmico hemorrágico. Agressão física é muito comum. o Depressões – afundamento de crânio: muitas vezes só vou definir que há afundamento de crânio (cabelo pode tampar, disfarçar) se fizer palpação de regiões homólogas com muito cuidado. No paciente da foto, na inspeção já conseguimos ver, mas quando é abaixo do couro cabeludo temos que fazer uma palpação minuciosa, principalmente se for mulher que tem muito cabelo. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 13 | P á g i n a o Infestações: piolhos, lêndea > causam ferimentos no couro cabeludo devido prurido intenso. • Cabelos: implantação, cor, brilho, espessura. o Alopécia androgenética ou universal o Alopécia areata: não se sabe a etiologia. É considerada uma psicodermatose. Pode ser total, mas maioria é localizada. Os folículos pilosos somem totalmente na área afetada (sofrem atrofia total). Região brilha. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 14 | P á g i n a o Tinea capitis: causada por fungo. O fungo destrói os cabelos, mas observa- se o folículo piloso (ele está cortado próximo da raiz, mas está ali). Região opaca. ➢ Face: • Simetria: a principal causa de assimetria facial é mordida cruzada e desvio do septo nasal, além de tumores que acometem apenas um lado da face (hemangiomas são os mais comuns). • Expressão fisionômica: o Paralisia do nervo facial (VII par craniano) – paralisia de Bell: afeta a mímica facial. Do lado da lesão ele não têm mímica facial > não sorri, não franze supercílio, não contrai platisma, não pisca (olho fica tempo todo aberto, não se fecha completamente > lagoftalmia). O desvio da rima é para o lado são. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 15 | P á g i n a • Hipertricose: crescimento excessivo de pelos. Mais comum em nariz e ouvido, mas existe a síndrome do homem-lobo que ocorre no corpo todo. • Hirsutismo: característica de aparecimento de barba e bigode, pelos no tórax nas meninas. Principal causa é Síndrome dos Ovários Policísticos (obesidade, acne, irregularidade menstrual, infertilidade, resistência periférica à insulina, tendência ao diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia também estão associados à SOP). Toda pessoa com Ovário Policístico têm a Síndrome dos Ovários Policísticos? Não. o SOP: ▪ O diagnóstico da SOP é de exclusão. ▪ Suspeita: irregularidade menstrual e sinais de hiperandrogenismo: hirsutismo, acne, aumento das concentrações séricas de testosterona total, livre ou de androstenediona. ▪ Nota: ovários policísticos ao ultrassom é dado inespecífico para o diagnóstico da síndrome, pois mais de 25% das pacientes com este achado são assintomáticas. ▪ Na SOP, LH é geralmente elevado e FSH normal ou baixo. ▪ A maioria das mulheres com SOP apresentam aumento da resistência à insulina e hiperinsulinemia compensatória. ▪ Os níveis séricos de prolactina e TSH são fundamentais para exclusão do diagnóstico de hiperprolactinemia ou hipotireoidismo (obesidade). Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 16 | P á g i n a ▪ Níveis elevados de prolactina estão presentes em até 35% dos casos de SOP. ➢ Olhos: o Fundoscopia: exame de fundo de olho. ▪ Técnica: acender a luz do fundoscópio e aproximar o máximo possível da pupila do paciente. É uma técnica de dificuldade moderada, que requer treinamento. Fundoscopia normal x retinopatia diabética No fundo de olho normal a gente vê a papila óptica, o contorno dela é bem visível (quando o contorno da papila óptica é borrado a gente chama de edema de papila óptica é patognomônico de hipertensão intracraniana). No fundo de olho de um paciente com retinopatia diabética, tem exsudatos duros, moles, é um fundo de olho bastante alterado e que pode levar o paciente à cegueira. Fundo de olho normal x retinopatia hipertensiva ▪ Qual a importância do exame de fundo de olho? É uma forma inócua de avaliar lesão da microcirculação: o que acontece no fundo do olho do paciente, também está acontecendo na Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 17 | P á g i n a microcirculação de outros órgãos. Exemplo: um paciente com retinopatia hipertensiva avançada, lá na microcirculação do rim dele também está do mesmo jeito > já está tendo uma lesão glomerular avançada e pode evoluir para Insuficiência Renal Crônica. • Supercílios: o Madarose – ausência de cílios e/ou supercílios – pode ser causada por outras doenças, até mesmo a inflamação das bordas ciliares como na blefarite grave. E na foto 1 (fácies leonina) foi causado pela hanseníase que é uma causa muito frequente de madarose. Outro motivo pode ser por sequela de quimioterapia, mas depois eles voltam a nascer. • Pálpebras: o Síndrome de Horner: paciente apresenta a tríade ptose palpebral + miose + anidrose (ausência do suor do lado afetado) ipsilateral à lesão. É causado por uma compressão do simpático a nível cervical. o Causas: ▪ Cefaleia em salva ▪ Trauma na base do pescoço ▪ AVC ▪ Infecção do ouvido médio Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 18 | P á g i n a ▪ *Tumor de Pancoast: tumor de ápice pulmonar –comumente relacionado à compressão do simpático cervical ▪ *Tumor de tireoide ▪ Aneurisma aórtico torácico ▪ Neurofibromatose: raro ▪ Bócio ▪ Aneurisma aórtico dissecante ▪ Esclerose Múltipla ▪ Dissecção de artéria carótida ▪ Paralisia de Klumpke ▪ Trombose do seio cavernoso ▪ Simpatectomia ▪ Siringomielia (cisto na coluna espinhal) * Mais comuns o Ptose: ▪ Lesão de III par craniano (nervo oculomotor): causa ptose, midríase e estrabismo divergente (vai predominar a ação do músculo reto lateral, que é inervado pelo nervo abducente, VI par) do lado da lesão. • Região periorbital: Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 19 | P á g i n a o Celulite periorbitária: o Herpes zoster: no trajeto do ramo oftálmico do trigêmeo (trigêmeo = V par craniano). Causado pela recrudescência do vírus varicela zoster. ▪ Fase aguda com vesículas. ▪ Fase iniciando a formação de crosta ▪ Fase avançada de crosta o Herpes simples: pode aparecer no lábio, nariz e região periorbital. Pode causar até úlcera de córnea a inflamação na córnea (inflamação na córnea: ceratite herpética). ▪ Paciente com vesículas, crostas, vesículas rotas. Pálpebras: • Pálpebras o Lagoftalmo: condição em que o paciente não consegue abaixar a pálpebra superior quando tenta cerrar os olhos. Indicativo de lesão no nervo facial Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 20 | P á g i n a (paralisia do VII par - paralisia de Bell). O lado com desvio da rima é são. Paciente não fecha completamente o olho no lado lesado. o Edema: pode ser causado pela fácies renal (o edema periorbital do paciente renal crônico é matutino, predomina pela manhã). A causa mais comum é alergia a cosmético, medicamento, alimento. Crise de rinite alérgica pode causar conjuntivite alérgica que pode levar ao edema palpebral. o Ectrópio: é a flacidez da pálpebra inferior com eversão da borda ciliar. Tratamento é blefarosplatia. Não é apenas estética. o Entrópio: é a inversão da pálpebra inferior. Quando paciente pisca, os cílios podem causar lesão na córnea. Paciente precisa corrigir o mais rápido possível para não haver lesão grave da córnea por conta do atrito do cílio com esclera e córnea. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 21 | P á g i n a o Epicanto: é a preguinha que pacientes com Síndrome de Down possuem na pálpebra superior medialmente. É parecido com as pessoas da Mongólia > Fácies mongoloide. o Equimose periorbital bilateral: chama-se Sinal do Guaxinim no contexto de fratura de base de crânio em que o paciente apresenta equimose periorbital e retroauricular. O paciente pode ter tomado um soco nos olhos e por isso desenvolveu a equimose (não foi por conta da fratura de base de crânio), portanto, nesse caso, não é Sinal de Guaxinim. o Equimose atrás da orelha (retroauricular ou retrorbitária): chama-se Sinal de Battle. O contexto também é fratura de base de crânio. o Xantelasma: acúmulo de colesterol na região medial da pálpebra superior e inferior. Quando aparece nas partes extensoras das articulações chama- se xantomas. Portanto, xantelasma e xantomas são sinais ao exame físico de hipercolesterolemia. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 22 | P á g i n a o Blefarite: inflamação da pálpebra que ocorre por uma alteração na produção de gordura das glândulas das pálpebras (blefarite seborreica). Também pode acontecer por uma infecção bacteriana dessas mesmas glândulas (blefarite infecciosa ou estafilocócica). Sintomas: prurido, irritação ocular, sensação de corpo estranho, lacrimejamento, hiperemia e edema das bordas das pálpebras. Aumenta o risco de o paciente apresentar hordéolo. ▪ Blefarite seborreica (primeira foto) ▪ Blefarite infecciosa ou estafilocócica (segunda foto) o Hordéolo – tersol: é uma infecção piogênica (normalmente estafilocócica) ou abscesso resultante de obstrução e infecção de um folículo ciliar e das glândulas adjacentes de Zeis ou Moll. Então, têm que ter uma pústula e sinais flogísticos no entorno. A blefarite aumenta o risco dessa doença. o Calázio: obstrução de uma glândula meiboniana, não infeccioso. Forma- se um cisto, mas não têm pústula e nem sinais flogísticos. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 23 | P á g i n a • Canal nasolacrimal: o Dacriocistite: também é chamada de dacriorinocistite. É uma obstrução do canal nasolacrimal. Pode evoluir com infecção secundária e o tratamento é cirúrgico. • Fenda palpebral: o Exoftalmia: protusão dos olhos (aumento da fenda palpebral). A causa mais comum é a doença de Basedow Graves. No pescoço, paciente com essa doença também apresenta aumento do istmo e dos lobos direito e esquerdo da tireoide, perda ponderal, tremor de extremidade, pele quente e sudorenta, taquicardia sinusal e tendência a taquiarritmias. o Enoftalmia – ptose palpebral bilateral: redução da fenda palpebral. ▪ Causada por: Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 24 | P á g i n a ▪ Miastenia gravis (fácies miastênica): é uma doença autoimune que tem como alvo os receptores nicotínicos de acetilcolina na membrana pós-sináptica da junção neuromuscular. Muitas vezes, paciente chega no hospital com insuficiência respiratória, entubado e aí vai ver ele está com ptose bilateral e percebe que é um fácies miastênico. ▪ Acidente ofídico crotálico: como picada de cascavel, cujo veneno é neurotrópico > paciente, algumas horas após, chega no hospital com ptose palpebral bilateral e diminuição da fenda palpebral. ▪ Desidratação: afundamento do globo ocular. • Globos oculares: o Nistagmo: movimentos involuntários dos olhos, ou seja, os olhos fazem movimentos repetitivos, não controlados, muitas vezes resultando em visão reduzida. Estes movimentos podem ser mais ou menos fortes ou bruscos e podem assumir várias direções. “olhos que saltam”, “olhos que dançam” ou "olhos dançantes". Podem acontecer em doenças que cursam com desequilíbrio estático, dinâmico, doenças cerebelares. o Estrabismo: ▪ Divergente: olho desvia para o lado lateral. paciente têm lesão do nervo óculo motor (que inerva o músculo reto medial), predominando o nervo abducente (que inerva o músculo reto lateral). ▪ Convergente: olho desvia para o lado medial. Causado pela lesão do nervo abducente (VI par). Este é responsável por desviar o olhar para fora, mas como ele está lesionado o olhar é desviado para Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 25 | P á g i n a dentro (através do nervo oculomotor). Mais comum em casos não traumáticos. • Conjuntivas: o Anemia o Icterícia o Hiperemia: conjuntivite viral, bacteriana, alérgica, etc. o Conjuntivite bacteriana: ▪ Sintomas: hiperemia conjuntival, edema palpebral, fotofobia, epífora, secreção purulenta (predominantemente de manhã – paciente amanhece com o “olho colado”), sensação de corpo estranho. ▪ Tratamento: colírio de antibiótico. o Conjuntivite Viral: é a mais comum. Pode ser causada por diversos vírus (adenovírus, poxvírus, coxsackievírus, enterovírus, etc), sendo o adenovírus o mais comum. Em situação de epidemia de conjuntivite por adenovírus, é chamado de ceratoconjuntivite epidêmica. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 26 | P á g i n a ▪ Sintomas: hiperemia conjuntival, sensação de corpo estranho, epífora, ardência e secreção ocular serosa ou hialina, edema palpebral. Pode evoluir com pseudomembrana (complicação). ▪ Tratamento: anti-inflamatório ocular para aliviar a dor e lágrimas artificiais para lubrificar > tratamento sintomático. Se evoluir com pseudomembrana, encaminhar para oftalmologista. ▪ Conjuntivite viral. ▪ Pseudomembrana. o Conjuntivite alérgica: acompanha a rinite alérgica. Caracterizado por prurido ocular, hiperemia e edema periorbital. o Conjuntivite tóxica:pode ser causada por qualquer substância que exerça ação irritativa à superfície ocular. Pode ser causada por medicações tópicas como antivirais, antibióticos, mióticos (utilizados na oftalmologia), atropina e preservativos (encontrados em colírios e soluções de lentes de contato). Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 27 | P á g i n a ▪ Se olho estiver irritado, o ideal é utilizar soro fisiológico gelado (é o que mais vai aliviar a irritação do olho sem causar nenhum dano adicional) e não usar água boricada. o Hemorragia subconjuntival: pode ser causado por prurido intenso durante o sono, ou após uma crise de vômitos. A hemorragia é reabsorvida sozinha. É uma condição benigna. Paciente chega desesperado achando que teve um AVE hemorrágico, mas na verdade é uma condição benigna que vai reabsorver sozinha. o Petéquias: são pontinhos na esclera. Podem ser causadas por distúrbios da coagulação (relacionados à plaquetopenia – via extrínseca e via intrínseca) e pela endocardite bacteriana. ▪ A endocardite bacteriana acontece principalmente em valva doente nos pacientes imunocompetentes e em prótese valvar biológica. Quando paciente tem febre reumática (FR) e desenvolve lesão valvar, ele é predisposto a endocardite bacteriana. Portanto, a lesão valvar pela endocardite reumática pode predispor no futuro à endocardite bacteriana. ▪ Outros sinais de endocardite bacteriana: sopro cardíaco, febre prolongada (2-4 semanas) e de origem indeterminada, hemorragias subungueais, nódulos de Osler (na polpa digital e na parte proximal Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 28 | P á g i n a dos dedos), lesões de Janeway (hemorragias maculares nas palmas das mãos e pés), manchas de Roth (hemorragias retinianas, ovais com parte central pálida visualizadas na fundoscopia). OBSERVAÇÃO: As lesões de Janeway são consequentes de êmbolos sépticos: a cúspide valvar está cheia de colônia de bactéria. Então esses êmbolos de bactéria podem ir para mão e até mesmo para SNC, causando abscessos ou microabscessos cerebrais. • Cristalino: o O cristalino é uma membrana bicôncava. o Catarata: opacificação do cristalino (é quando o cristalino fica opaco). ▪ Cirurgia: facectomia (visa trocar a lente cristalina). Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 29 | P á g i n a ▪ Quando diabetes está descompensado, ele se torna cilíndrico e os diabéticos queixam de visão turva. ▪ Quando colocamos a luz no olho do paciente, em vez de vermos um fundo negro, vamos observar um fundo opalescente na catarata. o Idosos têm, pelo envelhecimento, hipoacusia, lesão crônica da cóclea e do ouvido médio, opacificação do cristalino, osteoartrite, mobilidade comprometida > por isso é frequente o atropelamento de idosos na rua. • Esclerótica – Córnea: o Arco senil: é um arco acinzentado em volta da íris, ocorre nos idosos. o Albinismo: ausência de coloração na íris. o Anel de Kayser-Fleischer: acúmulo de cobre na periferia da íris. Aparece na doença de Wilson em que o paciente acumula cobre no organismo e ele vai se depositando em todos órgãos e tecidos. ▪ A doença de Wilson é diagnóstico diferencial de cirrose hepática. o Pterígeo: é crescimento de um tecido fibrovascular de forma triangular, de característica benigna. Começa na periferia e vai até a íris. Pode encobrir a íris e interferir na visão do paciente. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 30 | P á g i n a ▪ Tratamento: laser, porém recidiva muito. ▪ A população leiga confunde muito pterígeo com catarata. o Uveíte: é uma inflamação da parte dos olhos que acomete o trato uveal, que é composto por: íris, corpo ciliar e coróide. As causas podem ser: traumática, infecciosa, tumorais e autoimunes. o Artrite reativa – Síndrome de Reiter: a síndrome de Reiter é uma artrite reativa e é composta por uma tríade: artrite, uveíte e uretrite. Todos os sinais podem estar presentes ou não. É reativa, ou seja, após uma infecção. Essa infecção costuma ocorrer dias ou semanas antes do aparecimento da dor nas articulações. Em alguns casos, uma infecção anterior à Síndrome de Reiter só pode ser identificada com exames laboratoriais ou então nem é identificada. Sintomas: dor e rigidez nas articulações, principalmente nos joelhos, tornozelos e pés. Pode haver desconforto durante a micção (uretrite) e inflamação ocular. o Úlcera de córnea: é muito comum na época de panha de café (funcionário que não usa óculos de proteção – ele puxa o galho de café e ele volta, Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 31 | P á g i n a podendo lesar a córnea – é comum entrar no ouvido do trabalhador também). É comumente de origem traumática. o Ceratite: é um processo inflamatório na córnea, que pode ser inclusive de etiologia viral, como Herpes Simples (não é raro, principalmente em paciente imunocomprometido). o Ceratocone: córnea em formato de cone. É uma causa muito comum de deficiência visual. Antigamente, era tratado com transplante de córnea, mas atualmente pode tratar com lentes rígidas com bons resultados. o Glaucoma: é o aumento da pressão intraocular (PIO) que pode ocasionar cegueira súbita se não for tratado. ▪ A pressão intraocular alta pode comprimir os vasos sanguíneos que nutrem as sensíveis estruturas visuais do fundo do olho. ▪ Devido à falta de irrigação sanguínea, as células nervosas da retina e o nervo óptico vão morrendo provocando perda progressiva da visão e estreitamento do campo visual. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 32 | P á g i n a ▪ Se o processo não for controlado, pode levar à cegueira. ▪ Paciente tem hiperemia do olho, podendo até se assemelhar com uveíte devido à hiperemia muito acentuada. • Devemos comparar o tônus dos dois globos oculares: o lado que a PIO está alta, o tônus está muito aumentado. Mas precisa de uma avaliação oftalmológica de urgência. o Hifema: presença de sangue na câmara anterior. Paciente teve um trauma de córnea com sangramento na câmara anterior. o Hipópio: paciente com lesão na córnea que infectou, acumulando pus na câmara anterior. • Pupilas: o Formas: o Arredondada: normal o Discoria: forma irregular. Sequela de trauma, cirurgia de catarata. Trauma ocular perfurante: Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 33 | P á g i n a • Tamanho: o Miose: Síndrome de Horner, AVE isquêmico da ponte (pupila fica puntiforme). o Midríase: ▪ Midríase bilateral não fotoreagente e Glasgow 1T: é um dos critérios de morte encefálica. ▪ Pode ser causada também por lesão de III par craniano (oculomotor), apresentando também ptose, midríase unilateral e estrabismo divergente. • Anisocoria: tamanho desigual das pupilas que pode ser causada por traumas sofridos no cérebro. Significa hipertensão intracraniana do lado da midríase no paciente que tem um evento neurológico agudo ao exame neurológico. Sempre encaminhar paciente para um serviço que tenha recursos. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 34 | P á g i n a • Reflexos: o Fotomotor: incide a luz na pupila de um olho e observa-se se as pupilas de ambos os olhos contraem (ou seja, ao colocar a luz em apenas uma pupila, as duas pupilas devem contrair reflexo consensual). Se contraírem, elas são fotorreagentes e o reflexo consensual está preservado. A contração das pupilas depende dos pares oculomotor e óptico (a via aferente é do nervo óptico e a eferente – onde volta o estímulo – é do oculomotor). o Acomodação/convergência: aproximamos algum objeto não luminoso ou o próprio dedo ao olho do paciente e pedimos para ele olhar. Com isso, vai haver convergência do olhar em direção ao ponto, causando contração pupilar. Ele converge o olhar e acomoda a pupila à medida que objeto vai aproximando. • Movimentação do globo ocular – motricidade extrínseca– oculomotor, troclear e abducente Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 35 | P á g i n a o O principal par craniano responsável é o oculomotor (III): olha para dentro, para baixo, para cima e obliquamente (junto com o troclear). o Olhar para fora é o abducente (VI). o Olhar obliquamente é o oculomotor juntamente com o troclear (IV). o Para avaliar III, VI, IV pares cranianos, devemos pedir para paciente realizar todos movimentos. o Quando paciente olha para baixo e faz movimento oblíquo para baixo, é importante mantermos o olho dele aberto com nossa mão, enquanto a outra segura o objeto que ele vai acompanhar. OBSERVAÇÃO: Pares cranianos Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 36 | P á g i n a • Visão: o Campimetria: o Em relação ao campo visual, devemos avaliar a perda da visão. o Do ponto de vista de campo visual, a retina lateral enxerga para dentro e a medial enxerga para fora. o Quando a lesão é a nível do quiasma óptico, lesa a retina medial de um lado e medial do outro, então o paciente perde o campo visual periférico isso é chamado de hemianopsia heterônima (lesa ramos dos dois nervos: um ramo do nervo esquerdo e um ramo do nervo direito). OBSERVAÇÃO: Hemianopsia homônima: lesa o mesmo nervo > retina lateral de um lado e medial do outro. Perder metade do campo visual: hemianopsia ¼ do campo visual: quadrantopsia Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 37 | P á g i n a Campo visual total: amaurose (cegueira) o Se o paciente tiver um macroadenoma de hipófise, pode comprimir o quiasma óptico e o paciente perde a visão periférica. Ele terá visão em cone. o A campimetria pode ser avaliada colocando um objeto na frente do paciente e pedir para ele fixar a visão para frente enquanto movimentamos o objeto. Ao movimentarmos o objeto, pedimos ao paciente avisar quando o objeto sumir do campo visual dele. Testa um olho de cada vez (outro olho fica fechado). Exame falho, pois, muitos pacientes movimentam o olho e não fixam o olhar para frente. o Outra técnica é pedir para paciente tampar um olho e aí colocamos uma mão no campo visual lateral e a outra mão no campo visual medial, e balançamos as mãos para cima e para baixo. Com isso, verificamos se ele vai observar a mão e seu movimento. Faz um olho de cada vez. ➢ Nariz: o Fazer inspeção da pirâmide nasal e rinoscopia anterior (usa-se um espéculo nasal ou a lanterna simples e puxar com o dedo) a fim de avaliarmos pólipo, corpo estranho, se o corneto está hipertrofiado, etc. o Rinofima: múltiplas lesões no nariz de acne grave, semelhante a pequenos cistos sebáceos. Só corrige com abrasão e cirurgia plástica. Em algumas áreas a pele pode ficar fina e com secreção amarelada em volta. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 38 | P á g i n a o Hipertrofia: pode aparecer na acromegalia (paciente possui tumor produtor de GH já na fase adulta, então não apresenta gigantismo, mas apresenta crescimento das extremidades. Se for macroadenoma de hipófise produtor de GH, pode ter hemianopsia heterônima). o Tumores: são comuns os tumores malignos de pele no sulco nasogeniano, na pirâmide do nariz, no pavilhão auricular, nos lábios. o Herpes simples: pode ter no nariz, lábio, periorbital. Formam-se vesículas. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 39 | P á g i n a o Desvio de septo: olhar se as narinas são simétricas ou assimétricas. O lado do desvio predispõe à sinusite (maxilar, frontal, etmoidal) e à otite (obstrução da tuba auditiva com otite média). o Nariz em sela: lesão da cartilagem do nariz. Pode ser causada por hanseníase, leishmaniose, sífilis congênita. o Lesões destrutivas: pode causar deformidades nas narinas. Pode ser causada por Leishmaniose. Caso de Leishmaniose cutânea. o Exame das narinas: o Coriza ou rinorréia anterior: na rinoscopia anterior percebemos se a coriza é hialina, serosa ou purulenta. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 40 | P á g i n a o Epistaxe: ▪ Anterior: trauma, distúrbio da coagulação, exposição ao sol, rinite alérgica. ▪ Posterior: crise hipertensiva com ruptura dos vasos da nasofaringe (sangue fica gotejando na nasofaringe, paciente engole, enche o estomago de sangue e vomita sangue > fazer anamnese detalhada para não confundir com hemorragia digestiva). Usa-se balão da Sonda de Foley insuflado para conter essa hemorragia quando se está em uma cidade pequena e o sangramento seja muito intenso. o Corpo estranho: (tanto no ouvido quanto no nariz) comum na pediatria. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 41 | P á g i n a o Hiperemia e edema de cornetos: paciente com rinite possui limitação da respiração durante as crises de rinite. Com isso, ele acaba respirando pela boca, roncando muito durante a noite. o Pólipos: o Rinite: termo usado para descrever uma inflamação das membranas internas do nariz que vão causar uma hipertrofia do corneto, obstruindo a passagem de ar. o Rinite vasomotora, não alérgica ou idiopática: ▪ Inflamação causada por vários irritantes como perfumes, odores, poluição ou fumaça de cigarro, mudanças climáticas, infecções virais como aquelas associadas com gripe e resfriado (rinite catarral aguda – viral), bebidas ou alimentos quentes ou condimentados, medicamentos como aspirina ou ibuprofeno. ▪ Há uma vasodilatação dos cornetos nasais causando a obstrução. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 42 | P á g i n a ▪ Sintomas: obstrução nasal, coriza ou rinorreia anterior e posterior hialina. o Uma característica importante é que ao sair do meio em que o irritante se encontra ou com a resolução da infecção viral, a rinite some, diferentemente da rinite alérgica. Comum chegar no consultório um paciente falando que vive com o nariz entupido, que tem prurido, espirro, olhos coçam muito e ficam vermelhos, alegando ter uma gripe crônica (não existe) – na verdade o paciente tem é uma rinite alérgica – tomar cuidado com a prescrição de vasoconstritor nasal. o Rinite alérgica: Hipertrofia e palidez dos cornetos, com secreção hialina. ▪ É inflamação da mucosa nasal, induzida pela exposição a alérgenos que, após sensibilização, desencadeiam uma resposta inflamatória mediada por imunoglobulina E (IgE), que pode resultar em sintomas crônicos ou recorrentes. ▪ Assim como na síndrome atópica constituída por asma, rinite, dermatite atópica ou miscelância. ▪ É classificada como sazonal (intermitente; pico no outono, quando têm polinização das plantas; abril até setembro) ou perene (persistente). ▪ Quadro clínico: rinorreia aquosa, prurido nasal, obstrução nasal, espirros e sintomas oculares (hiperemia e prurido da conjuntiva), voz anasalada, esternutação, evoluindo com fadiga, mudanças de humor, deterioração da função cognitiva, depressão e ansiedade. ▪ Baixo rendimento escolar ou laboral, devido às alterações do sono (hipersonia durante o dia). ▪ Uso crônico de vasoconstritor nasal pode causar isquemia da mucosa do nariz, com uma secreção fétida (ozena). A causa é Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 43 | P á g i n a alérgica, então deve tratar do alérgeno e não usar vasoconstritor nasal. ▪ Exame físico: hipertrofia dos cornetos, mucosa do corneto esbranquiçada, chamada de mucosa em carne de peixe crua. Observação: com essa hipertrofia crônica dos cornetos, o muco dos seios da face e da tuba auditiva não é drenado, acumulando muco dentro do ouvido médio e dos seios da face. Com isso, esse muco vira um meio de cultura, predispondo à OMA bacteriana e à rinosinusite bacteriana. Perto desses locais, está a mastoide e o SNC, aumentando risco de desenvolver complicações temidas, como meningite e abscesso cerebral (são neuroinfecções relacionadas a essas infecções crônicas ou recorrentes bacterianas devido à faltade drenagem do muco dos seios da face e tuba auditiva). o Rinite infecciosa: ▪ É uma inflamação da mucosa que reveste as fossas nasais, aguda, podendo ser provocada por uma grande variedade de agentes patogênicos ▪ Quando de origem viral, costuma apresentar-se de forma brusca e tem uma evolução curta, de poucos dias. Porém, pode evoluir para infecção bacteriana devido à estase de muco e evoluir para infecção dos seios da face (rinosinusite). ▪ Quadro clínico: sensação de formigueiro no nariz e na garganta, coriza hialina abundante (viral), coriza purulenta (bacteriana), obstrução nasal, espirros, redução do olfato e do paladar, epífora (lacrimejamento), disfonia. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 44 | P á g i n a ▪ Sintomas sistêmicos: mal estar, mialgia, febre. ▪ Os sinais e sintomas persistem durante alguns dias, normalmente entre três a cinco, desaparecendo por completo ao fim de uma semana, a não ser que se desenvolva uma sobreinfecção bacteriana > rinosinusite bacteriana ▪ Quando paciente procura a princípio, tratamos a congestão e passamos soro fisiológico, soro hipertônico, descongestionante nasal. Se em 1 semana ele não melhorar, secreção passar de hialina/serosa para purulenta, devemos introduzir o antibiótico. o Rinosinusite: ▪ É todo processo inflamatório que acomete a mucosa nasal e os seios paranasais, seja de etiologia viral ou bacteriana. ▪ Viral é mais comum. Então, a princípio, tratamos como viral e vamos observar. ▪ Quadro clínico: rinorreia anterior e posterior; pressão/dor facial, cefaleia; anosmia ou hiposmia (olfato), dor na mandíbula e nos dentes; tosse que piora a noite (se ele têm rinorreia posterior e deita, a secreção pinga na epiglote e aí ele tosse, dificultando o sono); halitose (quando a secreção é purulenta é muito comum); obstrução nasal, congestão nasal; náuseas (comum no sexo feminino devido gotejamento pós nasal); otalgia (se tiver entupido a tuba auditiva e pressão aumentada no ouvido médio); cacosmia objetiva (paciente e médico sente o cheiro). ▪ Se sinusite for bilateral, desce secreção dos dois lados. Caso contrário, desce de um lado só Seta apontando a nasofaringe. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 45 | P á g i n a ▪ Diagnóstico: clínico. A tomografia dos seios da face é indicada apenas em casos crônicos e complicados. Tomografia mostrando cisto mucoso ou cisto de retenção no seio maxilar. o Perfuração do septo nasal: ▪ Pode ser causada por piercing de septo ou uso de cocaína inalatória. o Respirador bucal – Hipertrofia de adenoide: ▪ O paciente respirador bucal é aquele que tem hipertrofia de adenoide (esta fica na nasofaringe). Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 46 | P á g i n a ▪ O paciente ronca durante o sono, tem apneia do sono, obstrução nasal, respiração bucal, acorda de noite com boca seca querendo tomar água, problemas ortodônticos (desalinhamento da arcada dentária), desvio do septo nasal, deformidade do palato, alterações do crescimento dos ossos da face, principalmente dos maxilares. Quando a adenoide cresce, a coluna de ar que passa por ali é menor, podendo a adenoide ocupar toda a nasofaringe > paciente não consegue respirar pelo nariz. ▪ A redução de oxigenação durante o sono ocasiona diversos problemas no desenvolvimento da criança, como hiperatividade, queda do rendimento escolar, dificuldade de concentração, irritabilidade, sonolência diurna, voz anasalada, falhas no crescimento. ▪ Complicações: obstrução da abertura da tuba auditiva; otites de repetição; perdas auditivas; sinusites (devido à drenagem inadequada da nasofaringe). ▪ Diagnóstico: • Raio X do cavum: define diagnóstico. A letra “A” é a adenoide – então a coluna de ar que passa por aqui quando a adenoide cresce (em preto – camada de ar) é menor, ou seja, a camada de ar não consegue atravessar por uma “obstrução da adenoide” e aí a paciente tenta respirar pelo nariz e não consegue Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 47 | P á g i n a • Rinofaringoscopia: feita por vídeo. ▪ Paciente possui fácies adenoideana: respira com boca aberta; narinas afiladas; deformidades de dentes (dentuços; incisivos superiores protusos), palato fundo. ▪ Em pacientes respiradores bucais, precisamos fazer diagnóstico diferencial entre rinite alérgica e hiperplasia de adenóide. Os pacientes com rinite alérgica devem ser tratados como portadores de síndrome atópica, e não dar apenas vasoconstritor (devido risco de isquemia da mucosa nasal e paciente ficar com cacosmia objetiva que é extremamente desagradável). Ou seja, se é rinite alérgica tem que tratar com corticoide nasal, estabilizador de mastócito, anti-leucotrienos. ➢ Boca: o Orofaringoscopia: avaliamos os lábios, dentes, gengivas, face interna das bochechas, língua, assoalho da boca, óstios das glândulas salivares, pilares amigdalianos, palato mole, loja da amígdala palatina, base da língua e parede posterior da faringe. o Oroscopia: a limitação da oroscopia é o Score de Mallampati (esse escore também é limitação para entubação orotraqueal), ele é classificado em: Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 48 | P á g i n a ▪ Classe I: é a oroscopia mais fácil ▪ Classe II: intermediária ▪ Classe III: difícil ▪ Classe IV: muito difícil. Para fazer o exame, o ideal é abaixarmos a língua nos ⅔ anteriores. Então se o abaixador de língua for colocado no território do glossofaríngeo e vago, paciente vai vomitar. Portanto, para fazer uma orofaringoscopia adequada em um paciente Mallampati III e IV, devemos anestesiar a garganta com xilocaína spray para conseguirmos colocar a espátula lá atrás e abaixar a língua. • A técnica adequada é abaixar os ⅔ anteriores da língua e incidir a luz na orofaringe. Se paciente coloca a língua para fora e você colocar a espátula no território do glossofaríngeo e vago, ele vai vomitar. Portanto, ou o paciente coloca a língua para fora e fala uma vogal e nisso olhamos com a lanterna, ou usamos o abaixador de língua com a língua dentro da boca. Território proibido – vai provocar reflexo de vômito. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 49 | P á g i n a • Tonsilite viral: o Na oroscopia vemos as tonsilas palatinas (amigdalas) bem hiperemiadas e hipertrofiadas, porém sem placas de pus. o Sintomas: dor de garganta, febre, odinofagia (dor ao engolir), sintomas gripais associados. o Herpangina: é uma tonsilite viral que o palato mole fica cheio de vesículas e ulcerações. É uma faringoamigdalite viral na qual a odinofagia é intensa. • Tonsilite bacteriana: o Oroscopia: hipertrofia e placas de pus nas tonsilas palatinas; linfoadenomegalias submandibular. o Sintomas: Febre alta, odinofagia, disfagia e halitose (por conta da presença de pus). o Quando abaixa a língua do paciente e chega perto, o cheiro da infecção é bem típico. • Caseo: o Clínica de halitose. o É conhecida como “pedra” na amígdala > tem restos alimentares com bactérias. A literatura ainda não definiu bem o que compõe o caseo. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 50 | P á g i n a o Odor é extremamente fétido, por isso é uma causa muito frequente de halitose. o Para paciente remover, ele precisa de cotonete longo e anestesiar a garganta. Ao empurrar a base do caseo com cotonete, ele sai, porém possui um cheiro bem fecaloide, que nem a secreção da língua saburrosa. É uma causa de halitose, porém a língua saburrosa é a causa mais comum. o Oroscopia: é semelhante a uma placa de pus (tonsilite bacteriana). Mas o que diferencia de uma tonsilite bacteriana é que, nesse caso, não há febre alta, adenomegalia, linfoadenomegalia submandibular, hipertrofia e hiperemia da tonsila. Por isso a checagem do quadro clínico é importante. OBSERVAÇÃO: Tonsilite = amigdaliteLaringite = processo inflamatório na laringe Tonsilite e faringite possuem quadro clínico semelhante: dor de garganta, odinofagia, febre. Laringite: afonia, disfonia, dispneia (se a via aérea proximal estiver com edema da glote, causando dificuldade para respirar). Faringite: tonsila palatina é hipertrofiada (hipertrofia crônica); palato mole possui áreas de hiperemia; na parede posterior da nasofaringe também têm edema, hiperemia. • Frênulo curto: o Frênulo do lábio superior curto cujo tratamento é cirúrgico. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 51 | P á g i n a • Lábios: • Lábio leporino: o Dependendo do caso, pode ter comunicação do palato duro com nariz (foto 3) e criança pode mamar e entrar leite no nariz, na tuba auditiva, causando otite. • Lábios: o Edema: ▪ Edema angioneurótico hereditário de Quincke: acontece nas crises. É uma causa hereditária de reação alérgica que cursa com edema de boca, língua. Quincke: vimos na insuficiência aórtica (pulsação do leito ungueal > sinal de Quincke). ▪ Reação alérgica: comumente causa edema de boca e de língua. No edema de língua, a pessoa chega disártrica (fala parecendo que está com ovo dentro da boca). • Maior preocupação desses edemas é o risco de asfixia. Deixar paciente na sala de emergência até observar que a fala e a respiração estão ok. • Teleangiectasia: são aranhas vasculares. o Mais comum em pacientes idosos. Não têm nenhum significado clínico maior. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 52 | P á g i n a • Herpes labial: o Fase só de vesículas o Vesículas já coalescidas o Vesículas rompidas formando crostas • Queilite: processo inflamatório no lábio. o Pode ser causada por exposição excessiva ao sol, frio. Pode vir acompanhada de rachaduras. Observação: ▪ Glossite: processo inflamatório na língua ▪ Estomatite: processo inflamatório na face interna da bochecha o Movimentos involuntários: mioquimia (paciente estressado com estafa mental importante o lábio pode ficar pulando), tiques. • Ulcerações: causas: o Câncer: os tumores malignos de pele são muito comuns no lábio, sulco nasogeniano, nariz e orelhas. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 53 | P á g i n a o Leishmaniose: Paciente com essa lesão ulcerada crônica já fez uso de antibiótico e anti-inflamatorio e não melhorou, então tem que biopsiar para fazer o diagnóstico diferencial entre as causas de úlceras cutâneas como paracoco cutânea e esporotricose (pacientes imunocomprometidos), leishmaniose e câncer. • Cavidade bucal: Para o exame, precisa-se de: o Luz natural ou lanterna o Abaixador de língua o Abridor de boca em crianças (difícil pois a criança normalmente tem medo de médico) o Espátula de madeira • Técnica: inspeção e palpação. o Se o paciente fizer uso de prótese pede para ele retirar para realizar o exame. Autoexame bucal: • Estomatite: popularmente conhecida como afta. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 54 | P á g i n a • Pigmentação cor de café com leite: presente na doença de Addison que é uma insuficiência crônica da suprarrenal causando bronzeamento patológico da pele e das mucosas, hipotensão, hiponatremia, hipercalemia, hipoglicemia, acidose metabólica. o Em pacientes de raça negra pode ser mais arroxeada (normal). • Síndrome de Peutz-Jeghers: paciente possui uma associação de pigmentação na mucosa oral, lábio, língua e face interna da bochecha + polipose. Endoscopia mostrando polipose gástrica: o Essa polipose pode ser gástrica ou intestinal, pode predispor à câncer > fazer avaliação anual ou a cada 3 anos por endoscopia e colonoscopia, pois Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 55 | P á g i n a esses pólipos podem ser pré-cancerígenos, levando ao câncer gástrico e de cólon. • Manchas de Koplik: manchas na bochecha perto das tonsilas palatinas associado a exantema máculo-papular. Essas manchas de Koplik que vão chamar a atenção para esse exantema ser sarampo (importante principalmente porque agora no Brasil voltou a ter surto de Sarampo). o Exantema máculo-papular do sarampo: possui uma inespecificidade muito grande, pois se parece com rubéola e com outras várias doenças virais exantemáticas. • Leucoplasias o São lesões pré-cancerígenas • Tumores de boca: o Tumor avançado de boca relacionado ao tabagismo • Perfuração de palato: Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 56 | P á g i n a o Pode ser por infecções odontogênicas ou por cocaína inalatória, fístulas do seio da face, fístula de abscesso dentário, etc • Malformações congênitas • Fístulas • Úlceras e erosões – Síndrome de Stevens-Johnson: dermatite bolhosa e muito grave que pode ser causada por alergia a medicamentos (dipirona, diclofenaco de sódio). • Língua: Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 57 | P á g i n a o Avaliamos: posição, tamanho, cor, umidade, superfície, textura, movimentos, glossite, desvio da língua (causado por lesão do nervo hipoglosso), paladar. o Mão com luva e movimentar para os lados e para cima e para baixo, usando uma gaze para não escorregar. Em insuficiência aórtica temos o Sinal de Minervini (pulsação do leito da base da língua, causando movimentos involuntários) e o Sinal de Miller (pulsação da úvula). • Frênulo curto: língua presa, altera a fala. o Tratamento cirúrgico. • Língua saburrosa: tem acúmulo de bactérias e detritos quando as papilas linguais são muito altas. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 58 | P á g i n a o Pessoa deve fazer higienização da língua diariamente, raspar a língua, fazer gargarejos com antissépticos bucais diluídos em água morna, comer frutas que possam comer com casca (maçã). o O cheiro é muito próximo do fecalóide. o Avaliar com dentista se é periodontite, se tem caseo, se é língua saburrosa, em caso de halitose. • Língua seca: se o paciente estiver respirando pelo nariz e a língua estiver seca, é critério de desidratação. • Tipos de língua: • Língua seca – Síndrome de Sjogren: A Síndrome de Sjogren é uma doença autoimune que afeta as glândulas lacrimais, salivares (principalmente, por isso ele refere boca seca) e sudoríparas. o O paciente apresenta língua e pele extremamente secas, hiperemia conjuntival (devido irritação pela falta de lágrima), olho seco. o O paciente urina normalmente sem sinais de desidratação sistêmica – então é devido à doença afetar as glândulas salivares. • Língua lisa: comum nas síndromes anêmicas, sugestiva de anemias carenciais (ferropriva, deficiência de vitamina B12 e ácido fólico). o Muito comum na ferropriva em que há desaparecimento das papilas, ficando uma língua despapilada, brilhante, hiperemiada com sinais de processo inflamatório. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 59 | P á g i n a • Língua pilosa preta: há uma hipertrofia das papilas com retenção de resíduos. o Presente em pacientes tabagistas, pois quando o paciente fuma fica retido substâncias do cigarro na superfície da língua. o É comum nos pacientes psiquiátricos que fumam, pois fumam dois a três maços de cigarros por dia. • Glossite: processo inflamatório da língua. o O paciente apresenta hipersensibilidade na língua. o Pode ser causada por hipovitaminose, infecções bacterianas, doenças virais. • Língua em framboesa: típica da escarlatina. o A escarlatina é uma doença infecciosa e contagiosa aguda causada pela Streptococcus pyogenes, que atinge principalmente crianças. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 60 | P á g i n a o É uma complicação da tonsilite/amigdalite/faringite estreptocócica, aparecendo cerca de 2 dias após o início dos sintomas. o O paciente apresenta também exantema em lixa (áspero), e uma hiperemia que predomina nas dobrinhas (naregião inguinal, nas axilas) que se chama linha de Pastia. • Língua geográfica ou eritema migratório ou glossite migratória benigna: não se sabe a etiologia, mas é uma doença benigna então, não tem indicação de tratamento específica. o O paciente tem áreas com papilas normais intercaladas áreas despapiladas. • Língua escrotal ou fissurada: não se sabe etiologia. o É mais difícil de higienizar devido fissuras que ajudam na retenção de alimentos e bactérias. • Língua de Cobra – Piercing: causa comum de glossite Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 61 | P á g i n a • Lesões da língua: • Leucoplasia: são lesões pré-cancerígenas. o Investigar sempre em pacientes tabagistas. • Tumores: câncer de língua. • Hemangiomas: podem aparecer na língua, face interna da bochecha, gengiva, base da língua, lábio inferior, palato. o São tumores congênitos que podem estar presentes na orofaringe inteira. • Equimoses e petéquias: comuns nos distúrbios de coagulação associados a plaquetopenia e deficiência de fatores K dependentes. o Tanto a epistaxe quanto a hemorragia da cavidade oral são muito comuns nesses pacientes com distúrbios de coagulação. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 62 | P á g i n a • Ulcerações nos lábios e língua: causada pela doença de Behçet (doença autoimune que pode cursar simultaneamente com úlceras orogenitais). Observação: fazer biópsia é importante para investigar a etiologia. • Candidíase Oral: comum em pacientes que usam corticoide inalatório e esquecem de enxaguar a boca após, comum após uso de antibióticos de amplo espectro e comum em pacientes fazendo quimioterapia. o A primeira infecção oportunista dos pacientes HIV positivos que desenvolvem AIDS é candidíase oral, com muita frequência. Então, se o paciente possui candidíase oral e não fez quimio, nem uso de corticoide inalatório e nem antibiótico de amplo espectro, investigar seu comportamento de risco para HIV e exame. • Placas Cinzento-Pérolas da sífilis secundária: são sugestivas de sífilis secundária. o Esta também é caracterizada por exantema que inclui a palma da mão. o Já o exantema da sífilis primária poupa a palpa da mão. OBSERVAÇÃO: Sífilis primária tem o cancro duro na genitália Exantema nas palmas das mãos (sífilis secundária). ➢ Gengivas: • Avaliamos: cor, consistência, forma e desenvolvimento. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 63 | P á g i n a • Muitos pacientes com gengivite acabam evoluindo com atrofia da gengiva e acabam perdendo o dente), abcessos alveolares, tumores, periodontite, edema (acompanha a gengivite), etc. • Manchas hemorrágicas: são de sangramento gengival ou sangramento ativo na gengiva (foto). o Comum na periodontite e na gengivite em que a gengiva está frágil, sangrando na escovação. o Comum em distúrbios da coagulação (como na doença de Von Willebrand). • Gengivite e periodontite: podem causar hipertrofia da gengiva, sangramento fácil durante escovação • Hipertrofia gengival: pode ser causada por gengivite. o Comum também quando faz uso de anticonvulsivante, como fenitoína. (Comum aparecerem pacientes epiléticos com hipertrofia gengival devido ao uso crônico da fenitoína). • Na gengiva podemos visualizar ulcerações, aftas, atrofia de gengiva (pode ocorrer exposição da raiz do dente e aí ele acaba amolecendo), abcessos alveolares, tumores, periodontite, edema (edema gengival que acompanha a gengivite). • Orla saturnina ou linha plumbea: quando o paciente está intoxicado por chumbo. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 64 | P á g i n a ➢ Palato duro ou mole: • Procurar ulcerações, petéquias, torus palatinos. • Petéquias (podem aparecer nos distúrbios de coagulação). • Torus palatinos: é uma exostose da linha mediana. o Congênito. o Quando é muito grande (tipo o da foto), incomoda o paciente, podendo fazer cirurgia, raspagem (é como se fosse um calo ósseo). ➢ Dentes: • Observar número, estado, presença de cáries, hipoplasia do esmalte. • As infecções odontogênicas são muito preocupantes por serem fonte de bacteremia. A bacteremia em pacientes com doença valvar pode causar endocardite. • Nas periodontites, a infecção pode atingir as partes moles periodontais, causar osteomielite na mandíbula, infecção do subcutâneo do pescoço, celulite que pode causar mediastinite, empiema pleural, etc. • Dentes de Hutchinson: são causados pela sífilis congênita, assim como deformidades de esqueleto dos MMII, do crânio, ceratite. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 65 | P á g i n a Nos dias atuais a incidência de sífilis tem aumentado. • Avaliar presença de próteses e tipo de oclusão (que pode causar inflamação crônica da ATM e paciente apresentar dor crônica da ATM). ATM – articulação temporomandibular • Laringite: o Processo inflamatório da laringe. o Etiologias: ▪ Infecciosa: aguda ou crônica ▪ Bacteriana, fúngica, protozoários, virais ▪ Por doença de refluxo gastroesofágico (DRG), assim como a asma ▪ Doenças sistêmicas com manifestações laríngeas: • Hipotireoidismo com bócio: pode comprimir o laríngeo recorrente e causar rouquidão/disfonia. • Tumor de pancoast (tumor de ápice de pulmão): pode comprimir o simpático cervical causando a Síndrome de Horner, pode comprimir também o laríngeo recorrente, causando disfonia. Se for no ápice direito, pode comprimir Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 66 | P á g i n a a veia cava superior, causando a Síndrome da Veia Cava Superior. ▪ Tabagismo ▪ Uso excessivo da voz (professores, cantores, etc) ▪ Sarcoidose: doença granulomatosa não infecciosa; pode causar infiltração das cordas vocais ▪ Granulomatose de Wegener: doença autoimune ▪ Amiloidose: doença tipo depósito ▪ Angioedema: angioedema de Quincke e reação alérgica grave ▪ Lesões traumáticas e por inalantes o Sintomas: disfonia, afonia, tosse, dispneia. ▪ Se houver obstrução avançada, paciente terá estridor laríngeo com rebaixamento de fúrcula, uso da musculatura acessória, sinais de insuficiência respiratória aguda, tiragem intercostal difusa, cianose, batimento de asa de nariz, rebaixamento do nível de consciência em uma fase mais avançada. o Diagnóstico: ▪ Clínico: tratamento deve ser rápido e, se paciente não responder, pode ser feito uma traqueostomia ou crico para tirá-lo da insuficiência respiratória. ▪ Laringoscopia indireta: anestesia a garganta (para que ele não vomite por conta dos nervos vago e glossofaríngeo), coloca o espelho virado para baixo, visualizando indiretamente as cordas vocais. • Técnica muito usada no PS para avaliar a presença de espinho na garganta (então pode fazer também faringoscopia indireta para avaliar presença de corpo estranho). Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 67 | P á g i n a ▪ Videolaringoscopia (se for crônica) ➢ Ouvido: • Começa pela inspeção da orelha: o Implantação: implantação baixa está presente, principalmente, nos pacientes com Síndrome de Turner (pacientes com Síndrome de Down também podem ter). o Alterações da cor: orelha é fácil observar alteração de cor da pele como palidez, cianose o Processos inflamatórios: ▪ Piercing o Presença de secreção: pode ser otite externa ou otite media aguda (em que a membrana timpânica já rompeu e supurou para o ouvido externo). o Tofos: presente em pacientes com gota crônica. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 68 | P á g i n a o Nódulos e tubérculos: podem aparecer no paciente com hanseníase. o Eczema: alergia crônica na orelha e no conduto auditivo Eczema por reação alérgica ao brinco o Neoplasias: pirâmide nasal, sulco nasogeniano, lábios e pavilhão auricular são locais comuns de carcinoma basocelular e espinocelular. o Lesões micóticaso Otite externa: ▪ Quadro clínico: otalgia, prurido, otorreia, hipoacusia ▪ Otite externa: Pode ser bacteriana ou fúngica, acometendo a região da membrana timpânica para fora. • Otoscopia: o Avalia o ouvido médio. o Aparelhos: otoscopio ou espelho frontal e fotóforo + espéculo. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 69 | P á g i n a o A mão dominante segura o otoscópio. o A mão não dominante deve estar na orelha do paciente, puxando para frente, para trás ou para o lado para retificar o conduto auditivo que pode ter formato de C ou S (técnica na foto acima está errada). o A dificuldade da otoscopia é a presença de rolha de cerume e hipertricose. o Não pode tocar a parede do conduto auditivo, senão sangra e dificulta ainda mais a visualização. • Otoscopia normal: a membrana timpânica normal é perolada, brilhante e é possível visualizar por transparência os ossículos do ouvido médio (martelo, bigorna e estribo). Quando coloca a luz, forma-se o trígono luminoso que nada mais é que o reflexo da luz. • Otite media aguda (OMA): o É uma infecção aguda no ouvido médio com início rápido dos sinais e sintomas. o Quadro clínico: otalgia de moderada a intensa, febre e irritabilidade na criança. ▪ Criança rejeita o peito ou mamadeira pois, ao sugar, a dor aumenta. o Exame físico: membrana timpânica com hiperemia, abaulamento (para fora) e opacidade. OMA pode supurar apresentando otorreia. o Otorreia é a presença de secreção no canal auditivo e acontece quando a membrana timpânica abaula tanto e a pressão no ouvido médio aumenta Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 70 | P á g i n a tanto, que ela rompe e o paciente começa a ter otorreia. Ao romper, há um alivio da dor, pois ela drenou para o conduto aditivo, aliviando a pressão. o Não é possível visualizar o trígono luminoso e é possível notar que atrás da membrana tem algum conteúdo que impede a visualização dos ossículos. • Otite média recorrente: o É quando o paciente tem três episódios de otite média aguda em seis meses ou quatro episódios em doze meses. o Investigar se é doente com rinite alérgica, se é desvio de septo ou se é pólipo que está obstruindo a tuba auditiva e causando essas otites de repetição. o Precisa saber se é uma causa anatômica, hipertrofia dos cornetos por conta de rinite alérgica tratada de forma inadequada. • Complicações da otite média aguda: 1. Otite média crônica supurativa: é aquele paciente que teve infecção crônica em que já houve perfuração da membrana timpânica e ele eliminou aquele pus retido no ouvido médio para o conduto auditivo. 2. Colesteatoma (crescimento de tumor benigno no ouvido médio levando à destruição dos ossículos): é uma massa composta de pele (tecido epitelial) que se forma dentro do ouvido, para dentro do tímpano. a. Sua tendência é de crescimento contínuo. b. Seu poder destrutivo das estruturas adjacentes vem de três fatores: seu crescimento e compressão das estruturas vizinhas, a produção de enzimas capazes de destruir tecidos e a participação de bactérias causando infecção e inflamação crônicas. c. Há dois tipos de colesteatomas: adquiridos e congênitos. Os adquiridos são decorrentes de otite média crônica. d. Paciente tem indicação de cirurgia. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 71 | P á g i n a 3. Paralisia facial. 4. Mastoidite: muito comum. Paciente evolui com processo inflamatório no mastóide. a. Trata com antibiótico, porém a otite média de repetição, colesteatoma, mastoidite, precisa drenar definitivamente esse ouvido médio > tratamento acaba sendo cirúrgico 5. Abscesso cerebral: bem delimitado. 6. Meningite: complicação tanto da sinusite quanto da otite. a. Muito temidas devido ao risco de morte que elas trazem b. Diagnosticar e tratar com seriedade 7. Labirintite • Audiometria: avaliação da audição pelo fonoaudiólogo. Feita em uma clínica de audiometria. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 72 | P á g i n a • Teste de Rinne: para verificar se há condução aérea e óssea estão adequadas. o Técnica: Vibra o diapasão e coloca na mastoide e, quando paciente para de ouvir a vibração na mastóide, colocamos ela perto do ouvido e ele tem que continuar ouvindo. o Então a condução óssea é mais curta que a aérea, ou seja, depois que a óssea acaba, a aérea continua. o Se ele não ouvir por condução aérea, significa que há alguma coisa obstruindo o conduto auditivo: corpo estranho (mais comum na pediatria), rolha de cerúmen (causa mais comum), otite externa – surdez de condução. o Se ele não escuta por condução óssea (quando o diapasão é colocado na mastóide), significa que o paciente possui lesão coclear, lesão nervosa. • Labirintopatia: o Sintomas: vertigem, desequilíbrio, náusea, fraqueza, dificuldade de concentração, turvação visual (principalmente após movimentos rápidos com a cabeça), zumbido, sensação de ouvido tampado, marcha vestibular Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 73 | P á g i n a (ao andar, tende a cair para o lado do labirinto afetado; equilíbrio dinâmico)*, Romberg (tende a cair para o lado doente; equilíbrio estático) O VIII par craniano (vestibulococlear) é misto > o coclear é responsável pela audição e vestibular pelo equilíbrio. Andar = equilíbrio dinâmico. Romberg = equilíbrio estático Tanto o equilíbrio dinâmico quanto o estático estão afetados na doença vestibular e na doença cerebelar. o Exame neurológico nesse paciente com lesão labiríntica: ▪ Marcha em estrela: quando o paciente anda em linha reta, ele tende a cair para o lado lesado, fazendo uma marcha em estrela. ▪ Teste de Romberg: quando o paciente fica em pé, com a ponta dos pés afastadas e fecha os olhos, ele tende a cair também para o lado da lesão. o Causas: o Doenças próprias do ouvido e do labirinto: ▪ Vertigem posicional paroxística benigna: episódios breves de vertigem associado a mudança da posição da cabeça (é quando a pessoa está deitada e levanta de uma vez, ficando tonta). Quase todo mundo tem. Ocorre quando cristais de carbonato de cálcio (otocônias) se deslocam pelos canais do labirinto estimulando os sensores do labirinto simulando a sensação de movimento e vertigem. ▪ Doença de Menière: aumento da pressão da endolinfa. O paciente apresenta vômitos, náuseas, zumbido e não consegue parar em pé por tontura. Comum em adultos jovens. Devido ao início súbito, muitos pacientes ficam desesperados. ▪ Tumores: neurinoma ou Schwanoma vestibular > tumores benignos. Quadro clínico é de Síndrome Vertiginosa Aguda. ▪ Doenças sistêmicas: diabetes, hipertensão, doenças autoimune ▪ Utilização de drogas ototóxicas como alguns antibióticos (aminoglicosídeos, vancomicina) e anti-inflamatórios que alteram as funções do ouvido. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 74 | P á g i n a ▪ Pré-síncope (lipotímia): hipotensão ortostática e cardiopatias (devido baixo débito) > paciente pode confundir com labirintopatia. ▪ Distúrbios sensoriais: neuropatia periférica (pode acontecer no diabetes também) ▪ Infecção do labirinto: labirintite Labirintopatia é diferente de labirintite. Labirintite é uma das causas de labirintopatia. ▪ Barotrauma: alterações bruscas da pressão barométrica, como no mergulho e nos aviões ▪ Hábitos: excesso de doces, cafeína, tabagismo, álcool ou drogas. ▪ Aterosclerose ▪ Traumas sonoros ▪ Problemas de coluna cervical e articulação da mandíbula ▪ Osteoartrites, alterações articulares e musculares: muitos estudos falam que mordida cruzada é uma das causas de labirintopatia. ▪ Stress e problemas psicológicos ▪ Traumatismos cranianos ➢ Parótidas: • Parotidite = processo inflamatório da parótida. o A parotidite viral, que é a caxumba, pode causar também orquite e pancreatite. ▪ E a orquite pode levarà infertilidade se for bilateral. o Na parótida também podemos ter a presença de cistos e de tumores. A presença de cistos na região das glândulas salivares e submandibular necessita de um exame de imagem para fazer um diagnóstico diferencial, Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 75 | P á g i n a pois às vezes é um cisto de glândula salivar, cisto tireoglosso, resquícios embrionários da respiração da vida intrauterina (brânquias). ▪ Às vezes achamos que paciente tem cisto na parótida ou das glândulas salivares ou mandibulares e, ao fazer US, percebemos que é alguma dessas outras causas. o Diagnóstico: clínico, seguido de US. ▪ Se o US não definiu, pedimos uma TC de pescoço com contraste para avaliar melhor se na verdade é cisto de glândula salivar, resquício embrionário, etc. ➢ Pescoço: • Avaliar: pele, forma e volume, posição, mobilidade, turgência ou ingurgitamento de jugulares, batimentos arteriais e venosos. • No pescoço, também devemos fazer exame dos vasos e dos linfonodos. • Devemos avaliar a estase de jugular, palpar a carótida, auscultar carótidas (paciente tem que fazer breve apneia para não confundir o sopro carotídeo com o som traqueal) • Palpar todas cadeias de linfonodos, avaliando volume, sensibilidade, doloroso ou mobilidade, se é aderido aos planos profundos, consistência o Os linfonodos metastáticos são duros, indolores e aderidos aos planos profundos. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 76 | P á g i n a o Os linfonodos reacionais são móveis, pequenos, muito doloridos. o Linfadenomegalia reacional pode doer até mais do que a própria infecção. ➢ Tireoide: • Avaliar: volume, consistência (dura ou consistência glandular), mobilidade (móvel ou aderida aos planos profundos – câncer é aderido), superfície, temperatura da pele (em tireoidite, a temperatura da tireoide é quente), presença de frêmito e sopro (sugere fístulas arteriovenosas - mais comum nos tumores de tireoide malignos) e sensibilidade (tireoidite é dolorosa e os outros tipos de bócio não). o Em tireoidites, a pele pode ficar quente. Já em cânceres, pode apresentar frêmito e sopros. • Exame: Palpa-se a tireoide na parte anterior e lateral do pescoço, um pouco acima da fúrcula. o A técnica consiste no profissional se posicionar atrás ou na frente. Quando se posiciona atrás do paciente, é possível palpar a tireoide como um todo. o Posicionar-se na frente, palpa-se o istmo e depois as laterais. o É interessante o esternocleidomastóideo estar relaxado para melhor avaliação. o Segurar na tireoide e pedir para paciente deglutir para avaliar a mobilidade da tireoide. OBSERVAÇÃO: não confundir o osso hioide com a glândula tireoide. • Quando há nódulo tireoidiano que ao US, pela classificação de Chammas, sugere que possa ser de característica maligna, é necessário realizar o PAAF que é uma punção aspirativa da tireoide para biópsia. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 77 | P á g i n a o Também é feito a ultrassonografia para localização do nódulo e ser possível puncionar corretamente. • Bócio: é o aumento da glândula tireoide. o Uma das causas é a deficiência de iodo, atualmente nosso sal já vem com iodo, por isso é bem raro. o Há bócio do hipertireoidismo, bócio multinodular, bócio difuso (é do Basedow Graves em que o istmo e lóbulo direito e esquerdo são grandes. ▪ Não tem nódulo, e sim um aumento difuso da glândula. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 78 | P á g i n a ▪ Na doença de Basedow-Graves, toda tireoide capta o iodo radioativo). o Doença de Plummer: nódulo único. Trata-se de uma forma de hipertireoidismo que leva à produção excessiva de hormônios tireoidianos. o Na cintilografia, o nódulo de Plummer é quente pois, assim como na doença de Basedow-Graves, ele produz autonomicamente o hormônio tireoidiano, sem estímulo do TSH e da hipófise. Então quando dá iodo radioativo, ele capta o iodo radioativo e o resto da glândula não capta, mostrando que o TSH muito baixo suprimiu a glândula inteira que não está produzindo hormônio (mas o nódulo de Plummer produz autonomicamente). ▪ Então o TSH baixo no eixo hipotálamo-hipófise e tireoide não consegue suprimir o nódulo, consegue suprimir apenas o resto da glândula. Então o paciente continua com hipertireoidismo e temos que inibir a produção de hormônio pelo nódulo. ▪ Se fizer a cintilografia na doença de Basedow-Graves, a tireoide inteira vai captar, apesar do TSH estar extremamente baixo, pois a produção é autonômica também. ▪ Cintilografia: ▪ Nódulo quente: Plummer > tratar o hipertireoidismo. ▪ Nódulo morno: capta mais ou menos o iodo radioativo. Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 79 | P á g i n a ▪ Nódulos frios: não captam o iodo radioativo, enquanto o resto da glândula inteira capta. Possuem possibilidade de ser tumor maligno de tireoide e deve ser puncionado. o Ultrassom: o Tomografia: • Angina de Ludwig: o É uma infecção do espaço submandibular. o É a celulite aguda dos tecidos moles abaixo da boca. o A origem da infecção pode ser odontogênica e por tonsilite bacteriana. Se for por tonsilite bacteriana (garganta), ela evolui para abscessos periamigdalianos e desce para o pescoço, atingindo as partes moles do pescoço, podendo descer para o mediastino. Do mediastino, pode causar empiema pleural (coleção de pus na cavidade pleural) > paciente tem que drenar todas as coleções do pescoço, mediastino e os dois tórax. o Chance de óbito superior a 50% > potencialmente fatal o É necessário tirar todos os dentes infectados e drenar todas as lojas possíveis. o Os sintomas incluem dor, disfagia e obstrução das vias aéreas superiores. o Paciente pode apresentar trismo, edema de vias aéreas superiores, disartria, paciente pode chegar babando por não conseguir engolir saliva (devido complicação, que é o abscesso amigdaliano) Carollayne Mendonça Rocha - TXXXIX 80 | P á g i n a o Para diagnóstico é necessário fazer tomografia de pescoço para avaliar onde estão as lojas de pus e saber a extensão dessa infecção. Paciente com angina de Ludwig com abscesso dentário que evoluiu com infecção na região submandibular.
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