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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM Olá! Meu nome é Danielle Monteiro Vilela. Possuo Graduação em Enfermagem pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (2004), Mestrado em Enfermagem Fundamental (2011) e Doutorado em Enfermagem em Saúde Pública pela mesma instituição (2015). Atualmente, sou professora no Claretiano – Centro Universitário e professora contratada III da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP. Também sou membro pesquisador do Grupo de Pesquisa Enfermagem no Cuidado à Criança e ao Adolescente (GPECCA). Tenho experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Ciências da Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: Assistência de Enfermagem, Enfermagem Neonatal, Educação em Saúde, Materiais de Ensino, Tecnologias de Ensino, Recém-Nascido, Prematuro e Avaliação Clínica Neonatal. E-mail: danielledias@claretiano.edu.br Olá! Meu nome é Renata Paula Fabri. Possuo Graduação em Matemática, Pedagogia e Enfermagem pelo Claretiano – Centro Universitário, Especialização em Educação Infantil e Atendimento Pré-Hospitalar de Urgência e Emergência pela mesma instituição; e Mestrado em Ciências pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, instituição em que realizei pesquisas relacionadas ao Ensino de Enfermagem. Atuei como enfermeira assistencial em Unidade de Terapia Intensiva e hospital geral. Atualmente sou coordenadora do Curso de Enfermagem do Claretiano – Centro Universitário de Batatais, e ministro as disciplinas de Fundamentos de Enfermagem: Procedimentos Técnicos Básicos, Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem e Metodologia da Assistência de Enfermagem. É com imenso prazer que compartilho experiências e conhecimentos na área de Enfermagem. Sejam todos bem-vindos à disciplina de Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem! E-mail: renatafabri@claretiano.edu.br Claretiano – Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 claretiano.edu.br/batatais Danielle Monteiro Vilela Renata Paula Fabri Batatais Claretiano 2020 SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM © Ação Educacional Claretiana, 2020 – Batatais (SP) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Gerente do Material Didático: Rodrigo Ferreira Daverni Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Simone Rodrigues de Oliveira • Vanessa Ito Nazar Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz Bulgarelli • Gustavo Fonseca • Luis Gustavo Millan • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 610.73 V755s Vilela, Danielle Monteiro Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem / Danielle Monteiro Vilela, Renata Paula Fabri – Batatais, SP: Claretiano, 2020. 186 p. ISBN: 978-65-88553-09-1 1. Semiologia. 2. Semiotécnica. 3. Enfermagem. 4. Exame físico. 5. Avaliação clínica. I. Fabri, Renata Paula. II. Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem. CDD 610.73 INFORMAÇÕES GERAIS Cursos: Graduação Título: Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem Versão: ago./2020 Formato: 15x21 cm Páginas: 186 páginas SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 12 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 14 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 15 5. E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 15 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 19 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 19 2.1. INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA .................................. 19 2.2. EXAME FÍSICO .......................................................................................... 23 2.3. SISTEMA TEGUMENTAR ......................................................................... 36 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 49 3.1. EXAME FÍSICO .......................................................................................... 49 3.2. SISTEMA TEGUMENTAR ......................................................................... 50 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 51 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 53 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 53 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 54 UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 57 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 57 2.1. EXAME FÍSICO DA CABEÇA E PESCOÇO ................................................. 57 2.2. EXAME FÍSICO DO TÓRAX (APARELHO RESPIRATÓRIO, MAMAS E AXILAS) ...................................................................................................... 79 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 108 3.1. EXAME FÍSICO DA CABEÇA E PESCOÇO ................................................. 108 3.2. EXAME FÍSICO DO TÓRAX ....................................................................... 108 3.3. EXAME DAS MAMAS E AXILAS ............................................................... 109 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 109 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 112 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 113 UNIDADE 3 – EXAMES FÍSICOS CARDIOVASCULAR, VASCULAR PERIFÉRICO E ABDOMINAL 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 117 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .............................................................117 2.1. EXAMES FÍSICOS CARDIOVASCULAR E VASCULAR PERIFÉRICO .......... 118 2.2. EXAME FÍSICO ABDOMINAL ................................................................... 126 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 143 3.1. EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR E VASCULAR PERIFÉRIO ................ 143 3.2. EXAME FÍSICO ABDOMINAL ................................................................... 143 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 144 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 146 6. E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 147 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 147 UNIDADE 4 – EXAME DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO E NEUROLÓGICO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 151 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 151 2.1. EXAME DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO ..................................... 151 2.2. 2. ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO ................................................... 163 2.3. ANAMNESE NEUROLÓGICA .................................................................... 169 2.4. INSPEÇÃO ................................................................................................. 178 2.5. AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO MOTORA ....................................................... 179 2.6. AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SENSITIVA ...................................................... 180 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 181 3.1. EXAME DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO ..................................... 181 3.2. EXAME NEUROLÓGICO ........................................................................... 182 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 182 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 185 6. E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 186 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 186 7 CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Conteúdo A disciplina engloba toda a nomenclatura semiológica, bem como a instrumentalização para realização do exame físico geral, sistema tegumentar, da cabeça e do pescoço, tórax e dos pulmões, sistema cardiovascular e vascular periférico, mamas e axilas, abdome, sistema musculoesquelético e sistema neurológico. Bibliografia Básica BARROS, A. L. B. L. (Org.). Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de Enfermagem no adulto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. BICKLEY, L. S.; SZILAGYI, P. G. Bates – Propedêutica médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. JARVIS, C. Exame físico e avaliação de saúde. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. Bibliografia Complementar CONSENDEY, Carlos Henrique (trad.). Semiologia: bases para a prática assistencial. Rio de Janeiro: Ganabara Koogan, 2006. JENSEN, S. Semiologia para Enfermagem: conceitos e práticas clínicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. POSSO, M.B. S. Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 1999. PORTO, C. C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. POTTER, Patrícia. Semiologia em enfermagem. 4. ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2002. 8 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM CONTEÚDO INTRODUTÓRIO É importante saber: –––––––––––––––––––––––––––––––– Estaobra está dividida, para fins didáticos, em duas partes: Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber. Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdo Digital Integrador” porque são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitura de “navegação” (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito de avaliação. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 9© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO Prezado aluno, seja bem-vindo! Iniciaremos o estudo de Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem, por meio do qual você obterá as informações necessárias para o embasamento teórico da sua futura profissão e para as atividades que virão. Além disso, procuramos elaborar um conteúdo capaz de proporcionar fundamentos para a realização da avaliação clínica do paciente, e ele servirá de base para realizar a anamnese e o exame físico. É importante lembrar, também, que a Semiologia e a Semiotécnica incluem o levantamento de dados de Enfermagem, sendo a observação, a entrevista e a coleta de dados extremamente necessárias. É de suma importância que o enfermeiro, além de dominar as técnicas propedêuticas de inspeção, palpação, percussão e ausculta, tenha uma profunda compreensão da fisiologia normal, de patologia clínica e de diagnóstico por imagem, o que permitirá extrapolar e analisar criticamente os dados coletados e oferecer cuidados e intervenções adequados à evolução positiva do estado de saúde do paciente. Falaremos, a seguir, das unidades de estudo, que irão ajudar você a aprender sobre Semiologia e Semiotécnica. O que é Semiologia e Semiotécnica Para iniciarmos os nossos estudos, você pode estar se perguntando: o que são Semiologia e Semiotécnica? 10 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Muitos responderão que são técnicas utilizadas para a realização do exame físico; outros dirão que são sinais e sintomas do paciente. Na Unidade 1, juntos, responderemos a essa pergunta. Veremos que os conceitos são muito mais abrangentes do que o senso comum afirma e bem mais importantes do que pensamos, pois garantem o cuidado prestado ao paciente com qualidade. Técnicas básicas Ainda na Unidade 1, trabalharemos a anamnese e as técnicas básicas, como inspeção, palpação, percussão e ausculta, pelas quais vocês devem começar ao realizar o exame físico do paciente. Iniciaremos, também, a avaliação física do sistema tegumentar e seus anexos, tratando de anatomia e função da pele. Exames físicos de cabeça, pescoço e tórax A partir dos conceitos discutidos, estudaremos, na Unidade 2, a anatomia de cabeça e pescoço, bem como faremos a Semiologia e Semiotécnica dos mesmos. Trataremos também da realização do exame físico do tórax, envolvendo pulmões, mamas e axilas. Aprenderemos, ainda, os valores considerados normais em relação ao número de movimentos respiratórios e suas alterações; os sons normais e anormais encontrados em ausculta e percussão do pulmão; as técnicas utilizadas para o exame das mamas e axilas, e as alterações a que devemos estar atentos; e os grupos de linfonodos estão presentes no tórax e suas alterações. 11© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Exames físicos cardiovascular, vascular periférico e de abdome Já na Unidade 3, estudaremos a abordagem teórica para a realizaçãodo exame cardiovascular e vascular periférico; a Semiologia e Semiotécnica dos sistemas cardiovascular e vascular periférico; os valores dos batimentos cardíacos considerados normais e as alterações desses números; como são formadas as bulhas cardíacas (B1 e B2) e as bulhas B3 e B4; sístole e diástole; a localização do ictus cordis; e os focos cardíacos encontrados na ausculta cardiovascular. Aprenderemos, também, sobre o sistema digestório. Realizando a Semiologia e Semiotécnica do abdome, descobriremos os parâmetros de normalidade encontrados em inspeção, ausculta percussão e palpação abdominal. Ainda, falaremos sobre a divisão do abdome em quadrantes, e quais órgãos se localizam em cada um. Exames físicos neurológico e musculoesquelético Nesta Unidade 4, estudaremos o sistema neurológico, com sua Semiologia e Semiotécnica. Abordaremos as alterações neurológicas relacionadas à sua função, bem como as mais comuns na avaliação do nível de consciência, a Escala de Coma de Glasgow. Além disso, estudaremos o sistema musculoesquelético, aprendendo sua Semiologia e Semiotécnica e suas alterações. Vamos iniciar esse desafio? Convidamos você a percorrer as unidades de estudo, sem esquecer da grande responsabilidade que terá de agora em diante no desenvolvimento das habilidades na realização do exame físico para prestar um cuidado com maior qualidade ao paciente. 12 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento dos temas tratados. 1) Arreativo: não reage a estímulos ofertados (JARVIS, 2002). 2) Ausculta: utilizada para ouvir os sons produzidos pelo nosso organismo. Geralmente utiliza-se o estetoscópio para ampliar o sentido da audição. Com a prática da ausculta, o enfermeiro torna-se sensível às alterações sonoras produzidas pelo nosso organismo, conseguindo realizar a diferenciação dos sons normais dos anormais e, dentro dos anormais, quais são indicativos de determinadas patologias (JARVIS, 2002). 3) Bulhas: sons cardíacos (JARVIS, 2002). 4) Decorticação: falência do córtex sobre o sistema motor, com a dobra e a rigidez de membros (JARVIS, 2002), 5) Descerebração: falência do córtex sobre o sistema motor com o estiramento e rigidez de membros (JARVIS, 2002). 6) Espessamento da sinóvia: inflamação dos tecidos que revestem a articulação (JARVIS, 2002). 7) Exame físico de Enfermagem: conjunto de técnicas e manobras que os profissionais de Enfermagem desenvolvem com o intuito de diagnosticar nos pacientes problemas associados a alguma patologia 13© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM CONTEÚDO INTRODUTÓRIO e, com isso, elaborar o planejamento da assistência de Enfermagem. O exame físico se divide em quatro etapas: inspeção, ausculta, palpação e percussão (JARVIS, 2002). 8) Ginecomastia: hipertrofia das glândulas mamárias (JARVIS, 2002). 9) Hidrocefalia: aumento da quantidade de líquido no cérebro (JARVIS, 2002). 10) Inspeção: a mais importante de todas as técnicas do exame físico, por isso deverá ser utilizada no início de cada uma de suas fases. Inicia-se no primeiro encontro com o cliente, em que o enfermeiro começa a analisar o comportamento e o organismo dele, utilizando o sentido da visão, realizando a observação do paciente (JARVIS, 2002). 11) Intumescência: aumento do volume, inchaço (JARVIS, 2002). 12) Macrocefalia: condição em que a cabeça da criança tem um tamanho maior do que o considerado esperado para sua idade (JARVIS, 2002). 13) Microcefalia: é a condição em que a cabeça da criança tem um tamanho menor do que o considerado esperado para sua idade (JARVIS, 2002). 14) Orofaringe: parte do nosso corpo que fica entre a boca e a faringe (JARVIS, 2002). 15) Palpação: obtenção de dados por meio de tato e pressão. Permite a identificação de textura, espessuras, consistência, sensibilidade, volume e dureza, percepção de frêmito, reconhecimento de flutuação, elasticidade e edema (JARVIS, 2002). 14 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 16) Percussão: produção de vibrações com pequenos golpes em determinadas partes do corpo, que transmitem aos órgãos e tecidos subjacentes. Deve ser realizada com o uso das mãos e dedos (JARVIS, 2002). 17) Submacicez: mesmo que submaciço; consiste em um som na percussão em regiões que são restritas de ar (JARVIS, 2002). 18) Torcicolo: um espasmo muscular causado na região do pescoço (JARVIS, 2002). 19) Tumefações: aumento do volume de uma parte do corpo, podendo ser causado por um processo inflamatório de ordem tumoral (JARVIS, 2002). 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo. 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS‐CHAVE O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo. Figura 1 Esquema de Conceitos‐chave de Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BICKLEY, L. S.; SZILAGYI, P.G. Bates – Propedêutica médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. JARVIS, C. Guia de exame físico para a Enfermagem. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002. POSSO, M. B. S. Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2010. 5. E‐REFERÊNCIA UNIFESP – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO. Entrevista e exame físico geral. 2010. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=7yqTLzvm1Bw. Acesso em: 17 jul. 2016. Semiologia e Semiotécnica Exame Físico Inspeção Ausculta Palpação Percussão Cabeça e Pescoço Cardiovascular Vascular periférico Abdome Tórax Axila e Mamas Neurológio Musculoesquelético Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem. 15© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BICKLEY, L. S.; SZILAGYI, P.G. Bates – Propedêutica médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. JARVIS, C. Guia de exame físico para a Enfermagem. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002. POSSO, M. B. S. Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2010. 5. E-REFERÊNCIA UNIFESP – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO. Entrevista e exame físico geral. 2010. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=7yqTLzvm1Bw. Acesso em: 17 jul. 2016. © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM 17 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Objetivos • Compreender a importância da e Semiologia e Semiotécnica. • Realizar as técnicas básicas da e Semiologia e Semiotécnica. • Apreender a realizar o exame físico do sistema tegumentar. Conteúdos • Definição de Semiologia e Semiotécnica. • Anamnese (entrevista) e exame físico. • Abordagem teórica das técnicas utilizadas na realização da avaliação física: inspeção, palpação, percussão e ausculta. • Abordagem teórica do sistema tegumentar (pele) e anexos, anatomia e função da pele. • Semiologia e semiotécnica da pele e anexos. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 18 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR 2) Busque identificar os principais conceitos apresentados; siga a linha gradativa dos assuntos até poder observar a evolução do estudo da semiologia e semiotécnica na enfermagem. 3) Não deixe derecorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador. 19© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR 1. INTRODUÇÃO Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo, você está preparado? Nesta unidade, entraremos em contato com o mundo da Semiologia e da Semiotécnica, de suas técnicas básicas, e, em seguida, já começaremos a estudar o exame do sistema tegumentar. Na introdução à Semiologia, estudaremos a anamnese, juntamente com os sinais e sintomas demonstrados pelo paciente; e, na Semiotécnica, estudaremos as técnicas utilizadas para a realização do exame físico, bem como a importância deste para o cuidado ao paciente. É importante que você observe como são construídos os conceitos, pois eles serão fundamentais ao longo de nosso estudo. 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador. 2.1. INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA Semiologia e Semiotécnica são técnicas utilizadas para realização do exame físico: a primeira é o estudo dos sinais e sintomas encontrados quando avaliamos o paciente; e a segunda é a verificação desses sinais e sintomas, definidos como inspeção, ausculta, palpação e percussão (POSSO, 2010, p. 21). 20 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR De acordo com Posso (2010, p. 23): A palavra anamnese se origina de ana= trazer de volta, recordar e mnese= memória, portanto significa trazer de volta à mente todos os fatos relacionados com a doença e com a pessoa doente. Simplificando, a anamnese é uma entrevista, e o instrumento utilizado para tal é a palavra falada. Lembramos que, em casos especiais (como pacientes surdos e mudos), pode ser utilizada a linguagem de sinais e/ou a palavra escrita. Na anamnese, o diálogo precisa ser estabelecido, e ele precisa ter objetivo definido, isto é, reconstituir os fatos e acontecimentos da vida do paciente, ligados ou não à sua doença. A entrevista pode ser conduzida de duas maneiras: • O paciente pode relatar livre e espontaneamente suas queixas sem interrupção, e o enfermeiro se limita a ouvi-lo. • O enfermeio utiliza uma técnica para a entrevista, com roteiros e perguntas pré-estabelecidas. Trata-se da chamada anamnese dirigida. Essa forma de entrevista pode ser composta por três fases: introdução, corpo e fechamento. Introdução à entrevista Na introdução, você deve apresentar-se, utilizando o primeiro nome do paciente, antecedido por “Senhor(a)” ou “Seu/ Dona”, e perguntando por qual nome/sobrenome o paciente prefere ser chamado. Lembre-se de que deve ser evitado o uso de apelidos ou títulos (vozinho, tio), que pode criar a falsa 21© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR impressão de intimidade. É importante explicar ao paciente a necessidade da entrevista para o melhor cuidado a ser prestado. Exemplo: Bom Dia, Sr. Antônio. Sou aluno do segundo ano do curso de Enfermagem e preciso saber algumas informações a seu respeito para que possamos cuidar do senhor da melhor forma. Corpo da entrevista Depois desse primeiro momento, você deve dar início à entrevista propriamente dita. Nessa fase, o paciente deve ser encorajado e estimulado a falar e expressar a sua percepção acerca da doença e de sua história de saúde, contando suas queixas, sentimentos e sofrimentos por que passa. Ainda nessa fase, o enfermeiro precisa obter informações sobre os diversos hábitos e costumes de vida do paciente. A entrevista, enquanto primeiro passo da coleta de dados de enfermagem, deve prover à equipe um conhecimento amplo acerca do paciente, para que a assistência seja individual e englobe todos os pontos a serem cuidados no paciente. Para facilitar o aprendizado, o Quadro 1 traz o conteúdo geral do corpo da entrevista. 22 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Quadro 1 Conteúdo dos dados do corpo da entrevista a serem coletados. Aspecto abordado Conteúdo a ser coletado Motivo da internação e/ou queixa principal Descrição dos sintomas que apresenta (quando surgiram, localização, intensidade, fatores que agravam ou aliviam os sintomas). Presença de doenças e tratamentos anteriores; alergias Descrição resumida de doenças crônicas; motivo das hospitalizações e/ou cirurgias anteriores; alergias a medicamentos, alimentos, esparadrapos etc. Antecedentes familiares Estado de saúde dos familiares diretos (presença de diabetes, hipertensão arterial, doenças cardíacas, renais, autoimunes, tuberculose etc.) e causa da morte desses familiares, se for o caso. Uso de medicamentos Relação dos remédios que tomou ou toma (se prescritos ou não) e outras substâncias que ingere para o alívio de sintomas. Existência de outros fatores de risco Relato do consumo de álcool, fumo ou drogas (quantidade, frequência, idade de início e, se for o caso, quando parou). Hábitos e costumes Relato de condições de moradia. Hábitos de higiene, alimentação, sono repouso, atividade física, atividade sexual, lazer/ recreação e eliminações. Como são muitos dados a serem coletados, sugerimos que você esteja com um instrumento de coleta nas mãos que conte com todos esses tópicos, em forma de questionário, assim será garantido que nenhum aspecto a ser abordado na entrevista seja esquecido. Peça sempre licença ao paciente para fazer as anotações e justifique a necessidade das mesmas. 23© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Fechamento da entrevista Conforme a entrevista for progredindo e se aproximando do final, você entrará na terceira e última etapa, o fechamento. Nessa fase, é necessário dar ao paciente a oportunidade de falar algo que ainda não tenha sido abordado, e que ele julga ser importante. Ainda nessa etapa, oportunize ao paciente ser também o entrevistador, esclarecendo suas dúvidas quanto ao tratamento, rotinas do hospital, e outras que possa haver. A anamnese é uma técnica que pode sofrer interferências na sua realização, portanto procure um lugar tranquilo para realizá-la. Vale ressaltar que é muito importante deixar de lado seus valores e crenças – escute o paciente de forma individual e com qualidade. 2.2. EXAME FÍSICO A Enfermagem é uma ciência e uma arte que, segundo conceito de Wanda Horta, visa "assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas"(COREN, 2020). No último século, “a ciência vem estabelecendo, por meio a resolução de problemas da avaliação do paciente, denominado processo de enfermagem” (JARVIS, 2016, p. 59). Segundo Jarvis (2016, p. 61), O exame físico é o traço da união entre a arte e a ciência de enfermagem, e é através dele que acontece a fusão destes dois componentes inerentes a enfermagem, e assim, o cuidado é realizado. 24 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Os procedimentos que constituem as bases do exame clínico são: entrevista (que já estudamos no tópico anterior), inspeção, ausculta, palpação e percussão, as quais serão estudadas a seguir Para a realização do exame físico, é necessário que o avaliador e o avaliado estejam cofortáveis, e que a superfície corporal seja dividida em regiões. Essa divisão deve “seguir a Terminologia Anatômica Internacional, publicada em português pela Sociedade Brasileira de Anatomia (2001), e será apresentada ao longo das unidades” (POSSO, 2010, p. 72). Para a realização do exame físico, costuma-se usar fundamentalmenteas seguintes posições para o paciente: decúbito dorsal (Figura 1); decúbito lateral direito e esquerdo (Figura 2); decúbito ventral (Figura 3); posição sentada, no leito ou em uma cadeira (Figura 4); posição ortostática (Figura 5). Fonte: Jarvis (2016, p. 76). Figura1 Paciente em decúbito dorsal. Fonte: Jarvis (2016, p. 77). Figuras 2 Paciente em decúbito lateral. 25© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Fonte: Jarvis (2016, p. 77) Figura 3 Paciente em decúbito ventral. Fonte: Jarvis (2016, p. 78). Figura 4 Paciente em posição sentada. Fonte: Jarvis (2016, p. 79). Figura 5 Paciente em posição ortostática. É importante que o examinador procure sempre a posição mais confortável para o paciente antes de iniciar a coleta dos dados, para que este se sinta bem durante todo o exame físico. 26 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Como já citado anteriormente, “o exame físico compreende a inspeção, ausculta, palpação e percussão” (JARVIS, 2016, p. 81). Para a realização de cada etapa, o examinador deve empregar os seus sentidos, principalmente visão, tato e audição. Além desses, o olfato é considerado também um sentido importante para buscar dados do paciente. Busca-se verificar, por meio do olfato, a presença de diferentes odores corporais que possam indicar alterações. Ao entrar em contato com o paciente, ou durante o exame da boca, pode-se identificar a presença de hálitos específicos, tais como o hálito cetônico (o odor lembra acetona). Pode-se sentir também as halitoses, normalmente ocasionadas por má higiene bucal, cáries e infecções; odor de suor, o que pode indicar falta de higienização corporal; e odor genital, que podem indicar infecções genitais, restos de placentas e outros. Vejamos em detalhe, a seguir, as etapas do exame físico. Inspeção A inspeção exige a utilização do sentido da visão. Deve-se inspecionar, nos segmentos corporais, a presença de assimetria, distúrbios do desenvolvimento, lesões cutâneas, e presença de cateteres e tubos e outros dispositivos. A inspeção pode ser estática, quando se analisa a anatomia, ou dinâmica, quando o enfermeiro observa os movimentos do pacinte. Deve-se providenciar iluminação adequada, de preferência com luz natural; se for artificial, deve ser preferencialmente de cor branca e com intensidade suficiente. Para a inspeção das cavidades (nariz, boca, ouvidos, olhos e outros), usam-se pequenas lanternas. 28 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Com o estetoscópio, podemos encontrar, no abdome, os ruídos dos intestinos, chamados hidroaéreos, considerados ruídos normais, e ruídos chamados hipoativos e hiperativos, considerados anormais (Figura 8). Fonte: Jarvis (2016, p. 101). Figura 8 Técnica da ausculta abdominal. Ao longo das próximas unidades, serão discutidos os sons que podem ser obtidos por meio da ausculta de cada sistema. Palpação A palpação é uma técnica que permite a obtenção do dado por meio do tato e da pressão. Posso (2016, p. 103) afirma que: O sentido do tato leva a obtenção das impressões táteis da parte mais superficial do corpo humano, enquanto que a pressão permite a obtenção destas impressões de regiões mais profundas do corpo. Vale ressaltar que a inspeção e a palpação são procedimentos que cursam juntos, porém um complementa o outro. A palpação permite a identificação de modificações de textura, espessura, consistência, sensibilidade, volume e dureza, Permite, ainda, a percepção de frêmito, elasticidade e edema. 29© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Para realizar a palpação, é importante que: • As mãos estejam lavadas com água e sabão. • As mãos sejam aquecidas, esfregando-as uma contra outra, antes de colocá-las no paciente. • As unhas estejam cortadas e tratadas, em um tamanho que não machuque o paciente. A palpação pode ser realizada da seguinte maneira: 1) Palpação com a mão espalmada, usando-se toda a palma de uma mão ou ambas as mãos (Figura 9). Fonte: Jarvis (2016, p. 105). Figura 9 Técnica da palpação do tórax com a mão espalmada. 2) Palpação com uma das mãos, sobrepondo-se à outra (Figura 10). Fonte: Jarvis (2016, p. 107). Figura 10 Técnica da palpação abdominal com mão sobrepostas. 30 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR 3) Palpação com a mão espalmada, usando-se apenas as polpas digitais e a parte ventral dos dedos (Figura 11). Fonte: Jarvis (2016, p. 107). Figura 11 Técnica da palpação torácica com as polpas digitais. 4) Palpação usando-se os polegares e o indicador, for- mando uma pinça (Figura 12). Fonte: Jarvis (2016, p. 109). Figura 12 Técnica da palpação abdominal usando o polegar e o indicador. 31© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR 5) Palpação com o dorso dos dedos da mão, para avaliar temperatura (Figura 13). Fonte: Jarvis (2016, p. 109). Figura 13 Técnica da palpação com o uso dos dedos. 6) Dígito-pressão: realizada com a polpa do polegar ou do indicador, para avaliar edema e dor (Figura 14). Fonte: Jarvis (2016, p. 109). Figura 14 Técnica da palpação com o uso dos dedos. 32 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR 7) Puntipressão: utiliza-se um objeto pontiagudo, não cortante, num ponto do corpo, para avaliar sensibilidade dolorosa (Figura 15). Fonte: Jarvis (2016, p. 110). Figura 15 Técnica da puntipressão. 8) Fricção com algodão: com uma mecha, roçar de leve a pele, procurando verificar sensibilidade tátil (Figura 16). Fonte: Jarvis (2016, p. 110). Figura 16 Técnica da fricção com o algodão. 33© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Percussão A percussão é executada por meio de pequenos golpes realizados em determinadas superfície do organismo. Os “sons obtidos têm características próprias quanto à intensidade, tonalidade e timbre de acordo com a estrutura anatômica percutida” (JARVIS, 2016, p. 112). Dentre as várias técnicas existentes na percussão, falaremos daquelas que são de maior interesse para a prática clínica na enfermagem: • percussão direta; • percussão dígito-digital; • percussão com a borda da mão, punho-percussão e percussão de piparote. A percussão direta é realizada com as pontas dos dedos na região a ser examinada.Os dedos devem estar dobrados, como se fossem um martelo, e os movimentos são feitos pela articulação do punho (Figura 17). Fonte: Jarvis (2016, p. 115). Figura 17 Técnica da percussão direta. 34 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR A percussão dígito-digital é realizada utilizando a borda ungueal de um dedo, golpeando-se contra o segundo ou terceiro dedo da outra mão, que deve estar aberta e apoiada na região a ser examinada. O examinador deve procurar a forma em que se sinta mais adequado e confortável, ou seja, na mão que percute, o dedo que buscará o som fica na posição de martelo e os outros estendidos ou em outra posição mais confortável, tomando-se cuidado para que a movimentação da mão se faça apenas com a articulação do punho. O cotovelo deve permanecer fixo, fletido em um ângulo de 90°, com o braço em semiabdução. O golpe deve ser dado com a borda ungueal, não com a polpa (Figura 18). Fonte: Jarvis (2016, p. 117). Figura 18 Técnica da percussão dígito-digital. A técnica da percussão dígito-digital é a maisutilizada no exame físico e os sons nela encontrados são: maciço, submaciço, timpânico e claro pulmonar. Alguns cuidados devem ser tomados ao realizar a percussão, o examinador não deve estar com a unha longa, e é importante realizar dois golpes seguidos para confirmar o som. 35© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR A punho-percussão e a percussão com a borda da mão, por sua vez, são utilizadas para buscar dor no paciente. Na punho-percussão, a mão deve ser mantida fechada (Figura 19). Fonte: Jarvis (2016, p. 120). Figura 19 Técnica da punho-percussão. Na percussão com a borda da mão, os dedos ficam estendidos e unidos (Figura 20). Fonte: Jarvis (2016, p. 120). Figura 20 Técnica da percussão com a borda da mão. A percussão por pirote é feita golpeando o abdome com uma mão, enquanto a outra permanece aberta do outro lado do abdome para captar as ondas na parede abdominal (Figura 21). Deve ser utilizada para pesquisa de ascite. 36 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Fonte: Jarvis (2016, p. 123). Figura 21 Técnica da percussão por pirote. Ao realizar a coleta de dados do paciente, por meio de instrumentos e técnicas apropriados, estamos realizando a avaliação clínica. Se for realizada com competência, ela poderá poupar o paciente de abordagens desnecessárias e cansativas, preservando o que há de mais nobre no cuidado: respeito, consideração e amor ao próximo. 2.3. SISTEMA TEGUMENTAR Agora vamos tratar do sistema tegumentar, o qual é composto pela pele e seus anexos – unhas, pelos, e glândulas sebáceas e sudoríparas. Pele A pele (ou tegumento cutâneo) é constituída de três camadas (Figura 22): epiderme ou camada externa; derme ou córion; e hipoderme ou tecido celular subcutâneo. A epiderme é constituída de células epiteliais que se renovam em um processo contínuo. Não tem vascularização, e suas atividades metabólicas dependem da difusão de líquidos 38 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Coloração: o primeiro passo é relembrar a coloração da pele que foi registrada na anamnese do paciente. Nos indivíduos de cor branca, nota-se uma coloração de pele rósea, que é o aspecto normal. Esse róseo é dado pelo sangue que circula na rede capilar cutânea, e pode sofrer alterações com a exposição ao frio e ao sol, ou até após emoções. É importante lembrar que, em pessoas de coloração de pele negra, os distúrbios de coloração da pele são mais difíceis de serem visualizados. Você pode estar se perguntando quais as principais alterações da coloração da pele. São elas: Palidez • Desaparecimento ou diminuição da cor rósea da pele. Pode ser classificada em generalizada e localizada. A palidez generalizada ocorre devido à diminuição de hemácias circulantes da corrente sanguínea, o que pode acontecer por dois motivos: vasoconstrição por conta de susto ou crises de dor, e a redução real do número de hemácias no organismo, resultante de anemias. A palidez localizada tem sua causa principal a isquemia, a obstrução de uma artéria, que pode provocar a palidez. Vermelhidão • Intensifacação da coloração rósea da pele, indicando um aumento da quantidade de sangue na rede vascular cutânea, ocasionada por vasodilatação ou aumento do sangue. A vermelhidão também pode ser classificada como generalizada e localizada ou segmentar. A generalizada deve ser observada nos pacientes febris, nos indivíduos que ficaram expostos ao sol, ou em casos de certas algumas patologias, como escarlatina, pênfigo foliáceo e outras. Já a vermelhidão localizada pode ocorrer por emoção, como ruborização do rosto, 39© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR ou por algum evento adverso, como picada de inseto, entre outros. Cianose • cor azulada da pele, a qual se manifesta quando a hemoglobina alcança no sangue valores superiores a 5 mh/100ml. Quanto à sua localização, pode ser generalizada ou localizada. A cianose generalizada é vista na pele toda e, na localizada, apenas em seguimentos corporais, podendo ser leve, moderada e intensa. Icterícia • Coloração amarelada da pele, resultante de aumento de bilirrubina no sangue. Pode variar de um amarelo claro até o amarelo-esverdeado. Integridade da pele • Lesões elementares que, quando agrupadas e associadas aos dados complementares, permitem caracterizar as doenças da pele. Manchas ou máculas • Modificações da coloração da pele sem alteração de relevo ou consistência (Figura 23). Fonte: Jarvis (2016, p. 162). Figura 23 Manchas e máculas na pele. 40 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Eritema • Mancha de coloração avermelhada causada por dilatação vascular e caracterizada pelo desaparecimento quando submetida a pressão (Figura 24). Fonte: Jarvis (2016, p. 163). Figura 24 Eritema na pele. Mancha hemorrágica • Resultado de sangue extravasado na derme. Pode ser classificada como petéquia, equimose e hematoma (Figura 25). Fonte: Jarvis (2016, p. 163). Figura 25 Manchas hemorrágicas na pele. 41© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Hemangioma • Mancha de cor vermelha e permanente. Deve-se ao aumento de vasos sanguíneos na derme (Figura 26). Fonte: Jarvis (2016, p. 164). Figura 26 Mancha angiomatosa na pele. Pápula • Elevação sólida na pele, menor que 1 cm (Figura 27). Fonte: Jarvis (2016, p. 164). Figura 27 Pápula na pele. 42 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Vesícula • Elevação na pele, de conteúdo líquido, menor que 1 cm (Figura 28). Fonte: Jarvis (2016, p. 166). Figura 28 Vesículas na pele. Bolha • Elevação na pele, de conteúdo líquido, maior que 1 cm (Figura 29). Fonte: Jarvis (2016, p. 166). Figura 29 Bolha na pele. 43© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Pústula • Elevação na pele com conteúdo purulento (Figura 30). Fonte: Jarvis (2016, p. 167). Figura 30 Pústula na pele. Abscesso • Elevações purulentas, flutuantes, circulares e proeminentes, que se localizam na epiderme, derme ou hipoderme (Figura 31). Fonte: Jarvis (2016, p. 170). Figura 31 Abscesso na pele. 44 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Crosta • Ressecamento de secreção que recobre uma área machucada ou lesada (Figura 32). Fonte: Jarvis (2016, p. 171). Figura 32 Crosta na pele. Escoriação • Fenda estreita e profunda. Forma-se quando a pele perde a flexibilidade, torna-se quebradiça ou masserada (Figura 33). Fonte: Jarvis (2016, p. 171). Figura 33 Escoriações na pele. 45© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Lesão por pressão • Perda circunscrita de epiderme e derme, podendo atingir a hipoderme e os tecidos adjacentes (Figura 34). Fonte: Jarvis (2016, p. 172). Figura 34 Lesão por pressão na pele. Umidade: a umidade da pele dever ser observada após palpar com as polpas digitais e a palma da mão. Pela sensação tátil, pode-se avaliar a pele como: com umidade normal, seca e sudorenta. Textura: a avaliação da textura da pele é realizada por meio da palpação, e pode ser classificada como: normal, lisa, aspera e enrugada. Espessura: a espessura na pele deve ser avaliada por meio da dobra cutânea, realizando o pinçamento da pele entre o polegar e o indicador,pegando apenas a epiderme e a derme. Deve ser feita no antebraço, tórax e abdome. Pode-se encontrar: pele de espessura normal, atrófica (espessura fina encontrada em idosos e prematuros) e hipertrófica ou espessa. Temperatura: para a avaliação da temperatura da pele, deve se usar a palpação, utilizando a face dorsal das mãos ou dos dedos. Lembre-se de que temperatura da pele e temperatura 46 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR corporal são duas coisas bem diferentes, embora algumas vezes estejam relacionadas. Elasticidade e mobilidade: essas duas características devem ser analisadas e interpretadas simultaneamente. Para realizar- se a avaliação da elasticidade, utiliza-se a técnica da palpação, realizando uma prega cutânea com o polegar e o indicador, fazendo tração, e, ao fim, solta-se a pele. As classificações podem ser: elasticidade normal, aumento da elasticidade (hiperelástica), diminuição da elasticidade (hipoelástica). Para a mobilidade, realiza-se a seguinte manobra: coloca- se a palma da mão sobre a superfície que se quer examinar e movimenta-se a mão para todos os lados, fazendo-se deslizar sobre as estruturas subjacentes (ossos, articulações, tendões, glândula mamária etc.). Quanto à mobilidade, podemos usar as seguintes classificações: mobilidade normal, mobilidade diminuída e mobilidade aumentada. Turgor: a avaliação do turgor também é feita pela inspeção e palpação, pinçando com o o polegar e o indicador uma prega da pele que engloba o tecido subcutâneo. Sensibilidade: três tipos de sensibilidade podem ser encontrados na avaliação clínica do paciente: dolorosa, tátil e térmica. A primeira é mensurada pela técnica da palpação, e o paciente pode apresentar, em diversas regiões da pele, uma sensibilidade aumentada ou diminuída. A sensibilidade tátil tem como receptores principais as terminações nervosas dos folículos pilosos. Para avaliá-la, realize uma leve fricção com algodão na parte a ser analisada. A perda ou diminuição da sensibilidade tátil classifica-se como anestesia ou hipoestesia. 47© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR A sensibilidade térmica, por fim, tem como receptores específicos, para as temperaturas frias, os bulbos terminais de Krause e, para as temperaturas quentes, os corpúsculos de Ruffini. Para a avaliação dessa característica, utilizam-se materiais quentes e frios colocando-os levemente na pele do paciente. Edema: trata-se de um acúmulo de líquido no espaço intersticial ou no interior das próprias células. Na avaliação clínica do edema, utilizam-se as técnicas da inspeção e palpação, devendo-se atentar a características de localização, intensidade e consistência. A localização pode ser generalizada ou localizada. O edema generalizado é caracterizado por edemas em diversas partes do corpo do paciente (Figura 35), enquanto o edema localizado está presente em uma parte do corpo, por exemplo, edema localizado na face (Figura 36). Fonte: Jarvis (2016, p. 181). Figura 35 Edema generalizado. 48 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Fonte: Jarvis (2016, p. 181). Figura 36 Edema localizado. A verificação da intensidade é feita por meio da polpa digital do dedo polegar ou do dedo indicador, fazendo-se uma compressão na estrutura a ser verificada. Se houver edema, ao ser retirado o dedo, vê-se uma depressão no local comprimido, que é denominado fóvea ou cacifo. A intensidade do edema é referida em cruzes, como +, ++, +++ e ++++. Pode-se também utilizar o peso do paciente e a medida do perímetro da região edemaciada para avaliar a intensidade do edema. Por fim, a consistência é avaliada com a mesma técnica da intensidade. Ela pode ser definida como o grau de resistência encontrado ao comprimir a região edemaciada. Pode ser classificada em dois tipos: edema mole e duro. O edema mole é facilmente depressível, a formação da fóvea é feita com uma leve compressão por meio da dígitopressão (Figura 37). Já o edema duro apresenta maior resistência para a obtenção da fóvea. 49© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Fonte: Jarvis (2016, p. 188). Figura 37 Edema de membros inferiores, podendo ser vistas as depressões provocadas pela digitopressão. Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––– Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. • Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo (Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos. • Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e selecione: Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem – Vídeos Complementares– Complementar 1. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. EXAME FÍSICO Estão relacionados, a seguir, artigos para complementar alguns temas abordados na anamnese e no exame físico que não 50 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR foram amplamente explicados, principalmente relacionados ao registro do exame físico, e à avaliação clínica da criança. Confira: • COSTA, S. P.; PAZ, A. A.; SOUZA, E. N. Avaliação dos registros de enfermagem quanto ao exame físico. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 31, n. 4, p. 62- 69, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ rgenf/v31n1/a09v31n1.pdf. Acesso em: 11 maio 2020. • VASCONCELOS, J. M. B.; PEREIRA, M. A.; OLIVEIRA, E. F. Exame físico na criança: um guia para o enfermeiro. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 52, n. 4, p. 529-538, out./dez. 1999. Disponível em: http://www. scielo.br/pdf/reben/v52n4/v52n4a06.pdf. Acesso em: 11 maio 2020. • SANTOS, N.; VEIGA, P.; ANDRADE, R. Importância da anamnese e do exame físico para o cuidado do enfermeiro. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 64, n. 2, p. 355-358, mar./abr. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v64n2/a21v64n2.pdf. Acesso em: 11 maio 2020. 3.2. SISTEMA TEGUMENTAR É de suma importância ler os artigos indicados a seguir, referentes ao sistema tegumentar, pois eles complementarão o que foi visto até agora. Confira: • ANSELMI, M. L.; PEDUZZI, M.; FRANÇA JUNIOR, I. Incidência de úlcera por pressão e ações de enfermagem. Acta paulista de Enfermagem, v. 22, n. 3, p. 257-264, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/ v22n3/a04v22n3.pdf. Acesso em: 19 maio 2020. 51© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR • COSTA, J. B. et al. Proposta educacional on-line sobre úlcera por pressão para alunos e profissionais de Enfermagem. Acta paulista de Enfermagem, v. 22, n. 5, p. 607-611, 2009. Disponível em: <http://www.scielo. br/pdf/ape/v22n5/02.pdf>. Acesso em: 19 maio 2020. • SOUZA, T. S. et al. Estudos clínicos sobre úlcera por pressão. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 63, n. 3, p. 470-476, maio/jun. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v63n3/a20v63n3.pdf. Acesso em: 1 ago. 2016. 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) Em relação à entrevista, marquea alternativa verdadeira: a) Deve ser realizada ao final do exame físico e sempre com rapidez. b) Deve ser estruturada em três partes e conter todas as informações do paciente. c) Não deve ser realizada com o paciente. d) Deve ser realizada com todos os pacientes, mas não necessita ser estruturada. 2) Em relação ao exame físico, marque a alternativa incorreta: a) Som maciço é obtido percutindo regiões desprovidas de ar (mús- culos, fígado, coração). Esse som transmite a sensação de dureza e resistência. b) A palpação com o dorso dos dedos da mão é realizada para avaliar a temperatura. 52 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR c) A percussão direta é realizada golpeando-se diretamente com as pon- tas dos dedos a região alvo. d) O som timpânico é variação do som maciço, indicando a presença de ar em pequena quantidade. 3) Relacione a semiotécnica do exame físico a sua definição/função: a) Percussão ( ) É utilizado o sentido da visão, realizando a observação do paciente. b) Ausculta ( ) Levanta dados por meio do tato e pressão. c) Palpação ( ) Consiste em produzir vibrações com pequenos golpes em determinadas partes do corpo. d) Inspeção ( ) é utilizada para ouvir os sons produzidos pelo nosso organizamo. 4) Em relação às lesões elementares, assinale a alternativa falsa: a) Pápulas são elevações sólidas na pele, menores que 2 cm. b) Bolhas são uma elevações circunscritas na pele de conteúdo líquido, diferenciando-se da vesícula por seu tamanho superior a 1 cm. c) Manchas ou máculas são modificações da coloração da pele sem alteração do relevo ou consistência. d) Manchas hemorrágicas são resultado de sangue extravasado na derme, podendo ser classificadas como petéquias, equimoses e hematomas. 5) Em relação à pele, devem ser investigados: a) Coloração, intensidade e volume. b) Textura, volume e sensibilidade. c) Coloração, textura e sensibilidade. d) Elasticidade, intensidade e vermelhidão. 53© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR Gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas: 1) b. 2) d. 3) d; c; a; b. 4) a. 5) c. 5. CONSIDERAÇÕES Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve a oportunidade de aprender sobre anamnese, exame físico e sistema tegumentar. Esperamos que você tenha compreendido a Semiologia e a Semiotécnica que devem ser utilizadas no exame físico de cada sistema do nosso organismo, especialmente do sistema tegumentar, de que tratamos nesta unidade. Caso tenha alguma dúvida, releia o material e assista aos vídeos disponíveis. Na próxima unidade, serão fornecidos subsídios teóricos para que você conheça a Semiologia e a Semiotécnica da cabeça e pescoço, do tórax e do sistema cardiovascular e vascular periférico. 6. E-REFERÊNCIAS COREN-SP – CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. Wanda de Aguiar Horta. Disponível em: https://portal.coren-sp.gov.br/wanda-de-aguiar-horta/. Acesso em: 6 maio 2020. 54 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA, EXAME FÍSICO E SISTEMA TEGUMENTAR UNIFESP – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO. Entrevista e exame físico geral. 2010. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7yqTLzvm1Bw. Acesso em: 17 jul. 2016. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JARVIS, C. Guia de exame físico para a Enfermagem. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. POSSO, M. B. S. Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2010. 55 EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX Objetivo • Oferecer subsídios teóricos para que o aluno compreenda, na prática, os passos para a realização do exame físico de cabeça, pescoço e tórax (sistema respiratório, mamas e axilas). Conteúdos • Abordagem teórica do exame físico de cabeça e pescoço, abordando crânio, face, olhos, ouvidos, nariz, cavidade bucal e pescoço. • Abordagem teórica do exame físico do tórax, envolvendo sistema respiratório, mamas e axilas. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 2) Busque identificar os principais conceitos apresentados; siga a linha gradativa dos assuntos para observar a evolução do estudo da Semiologia e Semiotécnica de cabeça, pescoço e tórax. UNIDADE 2 56 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX 3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador. 57© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX 1. INTRODUÇÃO Vamos iniciar nossa segunda unidade de estudo, você está preparado? Nesta unidade, estudaremos as técnicas para a realização do exame físico, iniciando as atividades pela abordagem teórica de cabeça e pescoço; posteriormente, trataremos do tórax, englobando sistema respiratório, mamas e axilas. Para que o exame seja realizado de maneira eficaz, são necessários os conhecimentos da anatomia de cabeça, pescoço e tórax, assim como o conhecimento das técnicas de inspeção, palpação, percussão e ausculta, que serão utilizadas na realização desses exames. A observação durante a realização do exame físico é de extrema importância para que sejam identificados sinais e sintomas que capazes de passar despercebidos, e que podem ser manifestação de muitas doenças. 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador. 2.1. EXAME FÍSICO DA CABEÇA E PESCOÇO Na realização do exame de cabeça e pescoço, é importante compreender a anatomia dessas regiões, para que sejam definidas as áreas em que as alterações foram identificadas, além de seguir a seguinte ordem de execução, que são: Rebeca Realce Rebeca Realce 58 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX • Tamanho, forma do crânio, posição e movimentos involuntários. • Superfície do couro cabeludo. • Exame da face. • Exame dos olhos. • Exame do nariz. • Exame do ouvido. • Exame da cavidade bucal. • Exame do pescoço. Para que você entenda quais alterações são observadas no paciente, é importante que você conheça as condições de normalidade. Vamos a elas. Crânio O crânio é uma caixa óssea que protege o cérebro e os órgãos do sentido, sendo formado pelos ossos do crânio e da face, que recebem a denominação de craniofaciais (JARVIS, 2002). As regiões da cabeça derivam seus nomes de acordo com os ossos presentes nelas – por exemplo, área temporal. O conhecimento da anatomia óssea é imprescindível para a detecção da área em questão (BICKLEY; SZILAGYI, 2010). Observe a Figura 1: Rebeca Realce Rebeca Realce coloca no meu dicionario do termo tecnico 59© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX Fonte: Jarvis (2002, p. 252). Figura 1 Crânio. Deve ser observado o tamanho do crânio, que apresenta variações de acordo com idade e biótipo. Alterações possíveis são a macrocefalia e microcefalia. Em situações de hidrocefalia, é possível observar que o tamanho do crânio é desproporcional ao tamanho da face. É importante examinar, ainda, se existem lesões, cistos sebáceos, tumores ósseos, hematomas ou nódulos no couro cabeludo, sendo necessário indicar a região em que se encontram. O couro cabeludo é inspecionado e palpado por toda a sua extensão,sendo sempre indicadas a distribuição e consistência dos cabelos, assim como higiene, presença de seborreia e de pa- rasitas (POSSO, 2010; BARROS, 2016). Em relação ao movimento, situação recorrente é a presença do torcicolo. Normalmente, a cabeça do paciente deve permanecer ereta e em equilíbrio com o corpo. Posições voltadas para frente ou para trás podem ser indício de doença nas meninges ou no pescoço; Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce coloca no meu dicionario do termo técnico Rebeca Realce Rebeca Realce dicionario Rebeca Realce Rebeca Realce 60 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX movimentos involuntários ou tremores indicam Parkinson ou coreia; inclinação da cabeça para o lado pode indicar problemas de audição ou visão (PORTO, 2008; BARROS, 2016). É necessário, então, verifi car e anotar os dados subjeti vos obti dos por meio da anamnese: se há cefaleia, lesão na cabeça, tontura, dor no pescoço, limitação do movimento, nódulos ou edema (JARVIS, 2002). Face No exame da face, devem-se observar simetria e expres- sões apresentadas pelo paciente. A assimetria facial (Figura 2) encontra-se nas tumefações ou depressões unilaterais (inflamação de glândulas, abscesso dentário, tumores e anomalias congênitas) e paralisia facial. É importante identificar as alterações da coloração da pele, que possam indicar certas doenças, como: palidez, cianose ou icte- rícia, e os eritemas nas regiões malares (sinal semelhante com asa de borboleta) indício de lúpus eritematoso (PORTO, 2008; BARROS, 2016). Fonte: Jarvis (2002, p. 274). Figura 2 Assimetria facial. Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce coloca cianose no dicionario 61© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX As alterações ou mímicas observadas na expressão facial do paciente são denominadas fácies e, além de seres características de determinadas doenças, também demonstram o estado de humor do indivíduo: tristeza, desânimo, esperança, desespero, ódio ou alegria. Existem características específicas encontradas em certas doenças. Vamos falar de algumas delas a seguir. 1) Fácies Cushingoide (Figura 3): rosto apresenta-se arre- dondado, avermelhado, com aumento na quantidade de pelos e com acne. Aparece nas alterações endócri- nas por hiperfunção da suprarrenal ou é determinada pelo uso de corticoides (BARROS, 2016). Fonte: Jarvis (2002, p. 276). Figura 3 Fácies Cushingoide. 2) Fácies Mixedematosa ou do hipotireoidismo (Figura 4): rosto arredondado, pele seca, espessada e com acen- tuação dos sulcos, nariz e lábios grossos, cabelos são Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce 62 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX secos e sem brilho e pálpebras enrugadas e infiltradas (JARVIS, 2002). Fonte: Jarvis (2002, p. 276). Figura 4 Fácies Mixedematosa ou do hipotireoidismo. 3) Fácies Basedowiana ou do hipertireoidismo: rosto emagrecido, olhos salientes e brilhantes (exoftalmia) e presença de bócio (Figura 5). Fonte: Jarvis (2002, p. 276). Figura 5 Fácies Basedowiana ou do hipertireoidismo. Rebeca Realce Rebeca Realce 63© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX 4) Fácies Acromegálica: secreção excessiva de hormô- nios do crescimento pela hipófise. Aumento do crâ- nio, cabeça alongada, face compacta, nariz e mandí- bula proeminentes. Características faciais grosseiras (Figura 6). ANTES DEPOIS Fonte: Jarvis (2002, p. 273). Figura 6 Fácies Acromegálica. Olhos Os olhos são órgãos sensoriais responsáveis pela visão. São compostos pelos seguintes elementos: pálpebras, que protegem os olhos contra lesões, luz forte e poeira; fissura palpebral, espaço existente entre as pálpebras; cobertura conjuntiva, camada protetora transparente normalmente clara, que recobre a parte exposta do olho, delineando as pálpebras e apresentando muitos capilares sanguíneos; conjuntiva bulbar, que envolve o globo ocular, com a esclera branca aparecendo Rebeca Realce 64 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX através dela; limbo, região em que a conjuntiva se funde com a córnea; córnea, que recobre e protege a íris e a pupila (JARVIS, 2002). Observe a Figura 7. Fonte: Jarvis (2002, p. 280). Figura 7 Estruturas externas dos olhos. Os olhos possuem um valor semiológico extraordinário, merecendo um exame metódico e detalhado (PORTO, 2008). É necessário analisar: 1) Pálpebras: devem-se avaliar edema, equimose, fechamento e a abertura das pálpebras. 2) Fissura palpebral: é preciso verificar o tamanho – ela estará aumentada em caso de exoftalmia (deslocamento para frente associado a doença da tireoide) e diminuída na ptose palpebral. Deve-se levar em consideração diferenças raciais – são horizontais em não asiáticos e apresentam inclinação ascendente em indivíduos de raça oriental. Observe as Figuras 8 e 9. Rebeca Realce Rebeca Realce 65© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX Fonte: Jarvis (2002, p. 318). Figura 8 Exoftalmia. Fonte: Jarvis (2002, p. 318). Figuras 9 Ptose palpebral. 3) Globos oculares: deve-se verificar presença de exoftalmia, enoftalmia (afundamentos dos olhos), desvios e movimentos involuntários. 4) Conjuntivas: são saudáveis quando transparentes, com a rede vascular levemente desenhada na esclera e rósea nas pálpebras. 5) Escleras: apresentam idealmente a cor branca. Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce 66 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX 6) Pupilas: devem ser isocóricas (tamanhos iguais) e fotorreagentes (reflexo pupilar na presença de luz, diminuindo de tamanho). • A anisocoria é uma anormalidade que resulta em pupilas com tamanhos diferentes (Figura 10). Fonte: Jarvis (2002, p. 322). Figura 10 Anisocoria. • A miose (Figura 11) é a condição caracterizada por pupilas fixas e contraídas. Fonte: Jarvis (2002, p. 322). Figura 11 Miose. • Já a midríase (Figura 12) é a condição marcada por pupilas fixas e dilatadas. Fonte: Jarvis (2002, p. 322). Figura 12 Midríase. Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce 67© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX • Movimentação ocular: deve-se testar o movimento dos olhos para os lados, para cima e para baixo (Figura 13). Fonte: Jarvis (2002, p. 293). Figura 13 Teste do movimento ocular. Outras situações ainda poderão ser encontradas no exame dos olhos. Destacamos a seguir os seguintes achados anormais: • Fotofobia: intolerância à luminosidade. • Diplopia: visão dupla. • Nistagmo: movimentos involuntários, repetitivos e rítmicos dos olhos. • Ectrópio (Figura 14): a pálpebra inferior fica solta e gira para fora. As lágrimas não são drenadas e ocorre lacrimejamento excessivo. A conjuntiva palpebral fica exposta, aumentando o risco de inflamação (JARVIS, 2002). Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce 68 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX Fonte: Jarvis (2002, p. 318). Figura 14 Ectrópio. • Entrópio (Figura 15): a pálpebra inferior volta-se para dentro como contração do tecido cicatricial (JARVIS, 2002). Fonte: Jarvis (2002, p. 318). Figura 15 Entrópio. • Calázio (Figura 16): nódulo redondo protuberante na pálpebra, como resultado de uma infecção ou um cisto RebecaRealce Rebeca Realce 69© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX de retenção de uma glândula. Trata-se de um edema não sensível, enrijecido, firme, discreto, com pele móvel sobre ele (JARVIS, 2002). Fonte: Jarvis (2002, p. 319). Figura 16 Calázio. • Hordéolo (terçol) (Figura 17): infecção estafilocócica localizada nos folículos pilosos na margem palpebral. É doloroso, vermelho, edemaciado e assemelha-se a uma pústula (JARVIS, 2002). Fonte: Jarvis (2002, p. 319). Figura 17 Hordéolo. Rebeca Realce 70 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX Nariz O nariz é a primeira estrutura do sistema respiratório. Pos- sui a função de aquecer, umedecer e filtrar o ar inalado; é tam- bém o órgão sensorial do olfato. As aberturas ovais na base do nariz são denominadas narinas, que são divididas pelo septo na- sal. Internamente, a cavidade nasal é grande e se estende sobre o palato oral. A mucosa nasal tem aparência mais avermelhada do que a mucosa oral devido à grande vascularização para aque- cer o ar inalado (JARVIS, 2002). É importante atentar para os dados subjetivos colhidos na anamnese, como: secreção, infecção de vias aéreas superiores (Ivas), dor nos seios da face, trauma, epistaxe (sangramento na- sal), alergias e alterações do olfato. A Semiotécnica do nariz envolve as técnicas de inspeção e palpação. Os dados verificados no exame, de acordo com os padrões de normalidade, são (BARROS, 2016): • Simetria: deve ser simétrico, localizado na linha média do rosto e proporcional às demais características faciais. Deve-se examinar qualquer deformidade, assimetria, inflamação ou lesão cutânea. • Perviedade nasal: verificar se apresenta obstruções. A ausência de inalação de ar indica obstrução, por exemplo, por pólipo nasal, rinite. • Mucosa nasal: deve ser de coloração avermelhada, com superfície lisa e úmida. Observar edemas, secreção, sangramento ou corpo estranho. • Seios paranasais: devem ser examinados com a utilização dos polegares, pressionando os seios frontais abaixo das sobrancelhas e os seios maxilares acima do osso zigomático. Não pressione diretamente os globos Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce 71© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX oculares. O paciente deve sentir uma pressão firme, não dor. Ouvido Trata-se do órgão sensorial responsável pela audição e a manutenção do equilíbrio. É constituído por três partes: ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno. O ouvido externo é composto pelo pavilhão auricular (ore- lha), formado por cartilagem recoberta de pele, e o conduto au- ditivo externo. O ouvido médio compreende a caixa do tímpano situada entre o ouvido externo e o interno. O tímpano é visua- lizado como uma membrana puxada para dentro pelo ossículo martelo. Já o ouvido interno não pode ser visualizado, e é onde está localizada a cóclea (BARROS, 2016; JARVIS, 2002). Observe a Figura 17. Fonte: Porto (2008, p. 280). Figura 17 Tímpano normal. Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce 72 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX No processo de coleta de dados, deve-se atentar aos seguintes elementos obtidos na entrevista: dores no ouvido, infecções, secreção, perda da audição, zumbido, vertigem e tontura (PORTO, 2008). Na realização da inspeção do pavilhão auricular, devem-se observar forma e tamanho, pele íntegra, sem presença de lesões e deformações congênitas ou adquiridas, como nódulos, tumo- rações e hematomas. É importante notar a presença de cerume no canal auditivo, que, em excesso, pode prejudicar a audição. É necessário, ainda, observar presença de sangue (otorragia) e pus (otorreia), sendo um indício de otite média supurada, com rup- tura do tímpano, traumatismos ou neoplasias (BARROS, 2016). Cavidade bucal A cavidade bucal é revestida por uma mucosa extremamente vascularizada que deve apresentar-se íntegra, na cor rósea avermelhada. Caso sejam observados nódulos ou lesões, deve-se palpar a lesão, e observar espessamentos ou infiltrações teciduais (BARROS, 2016; BICKLEY; SZILAGYI, 2010). Os procedimentos técnicos para exame da cavidade bucal compreendem inspeção e palpação. Deve ser examinada com uma boa iluminação utilizando-se uma espátula para auxiliar no exame, e verificando: coloração da mucosa oral, presença de úlceras, placas esbranquiçadas e nódulos (BARROS, 2016). Deve-se observar as gengivas quanto à coloração, geralmente rosada, levando em consideração as diferenças raciais, como no tocante à pigmentação segmentar, comum em pessoas negras. Deve-se inspecionar a borda da gengiva, pesquisando edema ou ulceração; e verificar número de dentes Rebeca Realce Rebeca Realce Que se refere a ouvido, à orelha. Rebeca Realce Substância gordurosa, amarelo-escura, formada no conduto auditivo externo pelas glândulas que o revestem. Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce 73© SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX presentes, posicionamento, alterações no esmalte e cárie (BICKLEY; SZILAGYI, 2010). Cabe observar, também, o posicionamento da língua, com o paciente abrindo a boca ao máximo, e verificar a posição de repouso, colocando-a para fora da boca, e solicitando ao paciente tocar o céu da boca com a ponta da língua. Devem ser inspecionados, com a utilização de luvas e gazes, segurando a ponta da língua, os lados, a superfície inferior da língua e do assoalho da boca, regiões onde o câncer é mais frequente (BICKLEY; SZILAGYI, 2010). As seguintes alterações na língua podem ser encontradas (PORTO, 2008): • Língua saburrosa: indica higiene bucal insatisfatória, estados febris, tabagismo, desidratação. • Língua seca: denota desidratação, respiração pela boca e ingestão de medicamentos antidepressivos, febre. • Língua lisa: indica atrofia de papilas, anemia, desnutrição proteica. • Língua papilosa: apresenta papilas filiformes alongadas, parecidas com “pelos”, com cor variando de amarela a preta. • Língua de framboesa: denota escarlatina. Acima da língua, em posição posterior, encontram-se o palato mole e a úvula. As tonsilas palatinas devem ser observadas no paciente com a boca aberta, com a ajuda de espátula. No adulto, elas se apresentam pequenas ou ausentes, ocorrendo aumento de volume e presença de placas de pus na ocorrência de infecção. Observa-se também a orofaringe, que pode se apresentar hiperemiada nos processos inflamatórios (BARROS, 2016). Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce Rebeca Realce 74 © SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM UNIDADE 2 – EXAME FÍSICO DE CABEÇA, PESCOÇO E TÓRAX Pescoço A estrutura que compõe o pescoço é complexa. Nela devem ser analisados pele, tireoide, musculatura, vasos (jugulares e carótidas), linfonodos e coluna cervical. É necessário verificar simetria e presença de massas ou cicatrizes, aumento das glândulas parótidas e submandibulares e gânglios linfáticos visíveis (PORTO, 2008; BICKLEY; SZILAGYI, 2010). Realiza-se o exame do pescoço por meio da inspeção, palpação e ausculta. A inspeção permite obter dados referentes a pele, forma e volume, posição, mobilidade, turgência ou ingurgitamento das jugulares e batimentos arteriais e venosos (PORTO, 2008). Vejamos cada um desses elementos em detalhe: • Pele: deve-se verificar a presença de sinais flogísticos (edema, calor, rubor e dor) e lesões nas áreas que recobrem os linfonodos. • Forma e volume: podem ser alterados por conta de aumento de tireoide (bócio), linfonodos, parótidas e tumorações benignas ou malignas, que não têm posição específica e deformam de modo irregular o pescoço. • Posição: a posição normal é mediana, seguindo o eixo da
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