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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO DISCIPLINA: BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS PROFESSORA: Profª. Drª. Regilda Saraiva dos Reis Moreira-Araújo ROTULAGEM DE ALIMENTOS ORGÂNICOS HELLEN SOARES TERESINA – PI MARÇO/ 2021 HELLEN SOARES ROTULAGEM DE ALIMENTOS ORGÂNICOS ESTAGIÁRIAS DOCENTES: DÉBORA THAÍS SAMPAIO DA SILVA GUIDA GRAZIELA SANTOS CARDOSO JULIANA DAYSE DE CARVALHO SILVA TERESINA – PI MARÇO/ 2021 1 INTRODUÇÃO Rotulagem é toda inscrição, legenda, imagem ou toda matéria descritiva ou gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada, gravada em relevo ou litografada ou coloda sobre a embalagem do alimento, segundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 259/2002. Dessa forma, a rotulagem caracteriza-se como um elemento fundamental para saúde pública, uma vez que identifica a origem, as características nutricionais e composições dos produtos, propiciando ao consumidor escolhas mais apropriadas, sendo indispensável à fidedignidade das informações apresentadas nos rótulos dos produtos (MARTINEZ; PAULA, 2015). O termo de rotulagem Orgânico indica que os produtos são produzidos atendendo às normas da produção orgânica e que estão certificados por uma estrutura ou autoridade de certificação devidamente constituída. Nesse meandro, a agricultura orgânica é caracterizada pelo emprego mínimo de insumos orgânicos, visando reduzir a contaminação do ar, do solo e da água (MARTINEZ; PAULA, 2015). Dessa forma, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é a responsável pela fiscalização e normatização dos rótulos dos alimentos, objetivando garantir a veracidade das informações fornecidas (CAMARA et al.,2008). De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para ser considerado orgânico o alimento deve evitar qualquer contaminação com substâncias indesejadas durante sua produção, sendo seus ingredientes inofensivos à saúde do consumidor e deve ser composto por no mínimo 95% de ingredientes orgânicos (CARDOSO; RODRIGUES, 2015). Além disso, segundo as legislações vigentes no Brasil, no rótulo dos alimentos são obrigatórios alguns itens como o tipo de alimento, o nome ou marca, o nome do fabricante, a data de fabricação, a data de validade, o local de fabricação, entre outras informações (MARTINEZ; PAULA, 2015). Ademais, outro processo importante é a certificação dos produtos orgânicos para garantia da qualidade, realizado por meio de testes, auditorias ou mesmo controles esporádicos em produtos, que devem seguir critérios mínimos, pré-estipulados em normas ou leis, com o intuito de assegurar que determinado produto, processo ou serviço obedeça às normas e práticas de produção orgânica. Desse modo, para que ocorra a comercialização desses alimentos, estes devem ser certificados por auditoria e sistema participativos de garantia, além de apresentarem o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg) em seus rótulos, dando garantia a quem produz e a quem consome (CARDOSO; RODRIGUES, 2015). Dessa forma, é notório o crescimento, embora ainda pouco, da procura por alimentos orgânicos em detrimento dos produtos convencionais. Isso se deve ao fato do sistema convencional utilizar em sua produção a utilização intensiva de insumos químicos (agrotóxicos), mecanização pesada e melhoramento genético voltado para a produtividade física. Com isso, esse padrão de produção visando exclusivamente à produtividade, vem sendo muito questionado, em função da divulgação de aspectos negativos, tais como esgotamento dos recursos naturais, degradação ambiental, exclusão social, elevação dos custos de produção, contaminação dos alimentos por agrotóxicos e redução de sua qualidade. Logo, uma consequência da divulgação e da percepção desses aspectos indesejáveis tem sido a busca dos consumidores por dietas mais saudáveis e sem riscos para a saúde, materializada no crescimento da produção de alimentos orgânicos (ARBOS et al, 2010). Diante do exposto, o objetivo da prática foi comparar o rótulo de alimentos orgânicos e convencionais quanto aos ingredientes e valor nutritivo. 2 METODOLOGIA A prática de rotulagem de alimentos orgânicos foi realizada por meio do ensino remoto, em uma sala de reunião virtual, através da plataforma digital Google Meet. Nessa atividade, foram comparados os rótulos das embalagens de salgadinhos e cookies, sendo eles convencionais e orgânicos, analisando os ingredientes e informações nutricionais de cada produto, para que os alunos identificassem as principais diferenças nos rótulos dos alimentos orgânicos em detrimento dos convencionais e estabelecessem sua conformidade, ou não, de acordo com a legislação vigente. . 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO No Brasil, o sistema orgânico de produção está regulamentado pela Lei Federal nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que contém normas disciplinares para a produção, tipificação, processamento, envase, distribuição, identificação e certificação da qualidade dos produtos orgânicos, sejam de origem animal ou vegetal. Logo, os rótulos dos alimentos orgânicos devem conter todas as informações exigidas pela legislação vigente (MAPA, 2003). Na prática analisaram-se os ingredientes e o valor nutritivo dos alimentos. Para a obtenção dos resultados deste procedimento, comparou-se os rótulos de alimentos orgânicos e convencionais. No quadro 1, verifica-se a composição de salgadinhos, convencional e orgânico. Quadro 1 – Verificação dos ingredientes na rotulagem de salgadinhos Salgadinho Ingredientes Salgadinho de Cebola Convencional (Marca: referência do segmento) Farinha de milho fortificada com ferro e ácido fólico, óleos vegetais e preparado para salgadinho com cebola (sal, farinha de arroz, especiarias: cebola, salsa e alho, alimentos tratados por processo de irradiação), açúcar, cloreto de potássio, maltodextrina, realçador de sabor glutamato monossódico, antiumectantes: dióxido de silício e fosfato tricálcico e aromatizantes). Salgadinho de Cebola Orgânico (Marca: Mãe Terra) Milho integral orgânico, arroz integral orgânico, sal moído, aroma natural de cebola, salsa, cúrcuma, extrato de levedura. Fonte: Dados de pesquisa. Teresina, 2021. Com base no quadro 1, observa-se que o Salgadinho de Cebola Orgânico (Mãe Terra) apresenta uma composição de ingredientes mais saudáveis, sendo estes mais nutritivos, além de apresentar menos aditivos que o Salgadinho de Cebola Convencional. Sendo possível observar também que o produto orgânico tem uma lista menor de ingredientes que o convencional. O consumo por alimentos orgânicos tem crescido bastante, principalmente, devido às pessoas manifestarem preocupação no tocante às questões éticas, ambientais e de saúde (Torjusen et al., 2001). Além disso, pesquisa realizadas por Schuphan (1974) afirmam que quando comparado o cultivo com fertilizantes tradicionais e a adoção de adubo orgânico, ocorre um decréscimo de 24% na produção orgânica, no entanto, observa-se acréscimos em matérias secas, proteínas, vitamina C, ferro, potássio, cálcio e fósforo, resultando em alimentos com maior valor nutricional. Logo, nesse quesito os alimentos orgânicos apresentam superioridade em relação aos convencionais. Ademais, cabe-se mencionar que os produtos orgânicos são produzidos com ingredientes mais naturais, livres de pesticidas e fertilizantes, configurando-se como uma melhor escolha alimentar de maior valor nutritivo em comparação aos convencionais. Além disso, a crescente preocupação com a saúde éum dos fatores que tem contribuído para o crescimento do mercado orgânico, devido a uma maior procura por esses produtos (BORGUINI; TORRES, 2006). No quadro 2, logo abaixo, é possível observar as informações nutricionais do Salgadinho de Cebola Convencional, apresentando a quantidade por porção e o valor diário recomendado (%VD). Quadro 2 – Informação Nutricional do Salgadinho de Cebola Convencional, para porção de 25 g (2 xícaras) Informação Nutricional Quantidade por porção %VD (*) Valor energético 120 kcal = 504 kJ 6 Carboidratos 14 g 5 Açúcares 0 g ** Proteínas 1,4 g 2 Gorduras Totais 6,7 g 12 Gorduras Trans 0 g ** Fibra Alimentar 0,5 g 2 Sódio 248 mg 10 Potássio 12 mg ** Fonte: Dados de pesquisa. Teresina, 2021. A seguir, o quadro 3, apresenta as informações nutricionais, contendo a quantidade por porção e o valor diário recomendado (%VD), do Salgadinho de Cebola Orgânico (Mãe Terra). Quadro 3 - Informação Nutricional do Salgadinho de Cebola Orgânico (Mãe Terra), para porção de 25 g (1 e 1/2 xícara) Informação Nutricional Quantidade por porção %VD* Valor Energético 103 kcal = 432 kJ 5 Carboidratos 14 g 5 Proteínas 2,0 g 3 Gorduras Totais 4,3 g 8 Gorduras Saturadas 2,0 g 9 Gorduras Trans 0,0 g ** Fibra Alimentar 0,8 g 3 Sódio 161 mg 7 Magnésio 16 mg 6 Vitamina B1 0,26 mg 22 Vitamina B2 17 mcg 7 Fonte: Dados de pesquisa. Teresina, 2021. Ao comparar as informações nutricionais dos salgadinhos, convencional e orgânico, observa-se que embora apresentem informações para a mesma porção, o produto orgânico contém menor valor energético, menos proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas e sódio; maior quantidade de fibra alimentar; e a mesma quantidade de carboidratos. Com isso, cabe destacar que o salgadinho orgânico se torna uma melhor opção de alimento que o convencional, uma vez que apresenta menor quantidade de gorduras, principalmente de gorduras saturadas, uma vez que seu consumo exagerado pode causar doenças como infarto, acidente vascular cerebral e câncer; maior quantidade de fibras, cujo consumo é importante para a regulação do intestino, controle da diabetes, eliminação dos metais tóxicos do organismo, saciedade, sistema imunológico, diminuição do colesterol e prevenção do câncer de cólon; e menos sódio, cujo consumo excessivo está relacionado com o aumento de doenças crônicas, como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças renais, entre outras (REIS; MESSIAS; SOUZA, 2017). Em uma pesquisa realizada por Schuphan (1974), utilizou-se no processo um fertilizante convencional de alta solubilidade, contendo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), e no outro houve a adoção de adubo orgânico. Os resultados revelaram um decréscimo de 24% na produtividade, quando se utilizou adubo orgânico. No entanto, ao examinar os demais resultados, obtidos para os alimentos cultivados com a aplicação da adubação orgânica, observou-se acréscimos de matéria seca (23%), proteína (18%), vitamina C (28%), açúcares totais (19%), metionina (23%), ferro (77%), potássio (18%), cálcio (10%) e fósforo (13%). Inversamente, verificou-se o decréscimo do sódio (12%) e do nitrato (93%). Logo, embora a produção absoluta tenha sido menor com o uso dos adubos orgânicos, o substancial aumento da matéria seca, vitaminas e minerais resultou em um alimento com maior valor nutricional, assim como é possível observar em relação aos salgadinhos convencionais e orgânicos estudados na prática. O consumo de alimentos orgânicos tem aumentado consideravelmente no mundo, impulsionado principalmente pela preocupação dos consumidores com a qualidade dos alimentos, incluindo-se as instituições que produzem refeições para coletividades, como restaurantes, hospitais, escolas, entre outros. No entanto, apesar dos benefícios dos alimentos orgânicos, sua disponibilidade no mercado é pequena, e seu preço, elevado (LIMA; SOUSA, 2011). Diante do exposto, é importante mencionar que a Instrução Normativa (IN) sobre os Mecanismos de Garantia e Informação da Qualidade Orgânica determina que produtos orgânicos com 70% a 95% de ingredientes orgânicos certificados podem utilizar na informação de local, publicidade ou propaganda ou no rótulo, a expressão “produto com ingredientes orgânicos”. Ademais, produtos com, no mínimo 95% de ingredientes orgânicos certificados, podem utilizar a expressão “produto orgânico” ou “orgânico”, permitida a complementação da expressão sobre a corrente agrícola adotada (SOARES; 2008). Além de analisados os salgadinhos, comparou-se também cookies, convencional e orgânico. A seguir, no quadro 4, é possível observar a lista de ingredientes de cada um deles. Quadro 4 – Verificação dos ingredientes na rotulagem de cookies Cookie Ingredientes Cookie Convencional (Marca: Nesfit) Farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, farinha de trigo integral, gordura vegetal, açúcar, açúcar invertido, sal, fermentos químicos, bicarbonato de amônio, bicarbonato de sódio e pirofosfato dissódico, melhorador de farinha metabissulfito de sódio e emulsificante lecitina de sódio. Cookie Orgânico (Mãe Terra) Cereais integrais (farinha de trigo integral orgânica, aveia integral prensada orgânica, fubá de milho integral orgânico enriquecido com ferro e ácido fólico, farinha de arroz integral orgânica, quinoa em flocos), farinha de trigo orgânica enriquecida com ferro e ácido fólico, açúcar demerara, óleo de soja orgânico (não transgênico), gordura vegetal de palma orgânica, fibra de aveia, cacau em pó, semente de chia orgânica, açúcar mascavo orgânico, melado de cana orgânico, semente de linhaça dourada, sal moído, farinha de castanha-do-pará, castanha-de-bauru triturada, aromas naturais, fermentos químicos, bicarbonato de amônio e sódio, emulsificante lecitina de sódio (natural) e antioxidantes ácido cítrico e tocoferol (natural, também chamado de vitamina E). Fonte: Dados de pesquisa. Teresina, 2021. Com base no quadro 4, nota-se que a lista de ingredientes do Cookie Orgânico (Mãe Terra) é bem maior que a do Cookie Convencional (Nesfit). No entanto, observa-se que esses ingredientes são quase em sua totalidade orgânicos, portanto, apresentam maior valor nutricional que o produto convencional, sendo mais benéfico à saúde. Segundo Archanjo et al. (2001) o crescimento do consumo de orgânicos não está diretamente relacionado só com o valor nutricional dos alimentos, mas também aos diversos significados que lhes são atribuídos pelos consumidores. Tais significados variam desde a busca por uma alimentação mais saudável, de melhor qualidade e sabor, até a preocupação ecológica de preservar o meio ambiente. No quadro 5, é possível observar as informações nutricionais, contendo a quantidade por porção e o valor diário recomendado (%VD), do Cookie Convencional (Nesfit). Quadro 5 - Informação Nutricional do Cookie Convencional (Nesfit), para porção de 30g (5 unidades) Informação Nutricional Quantidade por porção %VD (*) Valor energético 128 kcal = 538 kJ 6 Carboidratos 20 g 7 Proteínas 3,3 g 4 Gorduras Totais 4,0 g 7 Gorduras Saturadas 1,4 g 6 Gorduras Trans Não contém ** Gorduras Monoinsaturadas 1,5 g ** Gorduras Poli- insaturadas 0,7 g ** Colesterol 0 mg 0 Fibra Alimentar 1,4 g 6 Sódio 52 mg 2 Fonte: Dados de pesquisa. Teresina, 2021. A seguir, o quadro 6, apresenta as informações nutricionais, contendo a quantidade por porção e o valor diário recomendado (%VD), do Cookie Orgânico (Mãe Terra). Quadro 6 - Informação Nutricional do Cookie Orgânico (Mãe Terra), para porção de 30g (7 unidades) Informação Nutricional Quantidade por porção %VD* Valor Energético 130 kcal = 546 kJ 7 Carboidratos 16 g 5Açúcares 5,6 g ** Proteínas 2,3 g 3 Gorduras Totais 6,1 g 11 Gorduras Saturadas 1,7 g 8 Gorduras Trans 0 g ** Fibra Alimentar 2,9 g 12 Sódio 70 mg 3 Selênio 9,1 µg 27 Magnésio 24 mg 9 Zinco 0,42 mg 6 Ferro 0,69 mg 5 Vitamina B1 0,07 mg 6 Vitamina B6 0,06 mg 5 Vitamina E 0,65 mg 7 Fonte: Dados de pesquisa. Teresina, 2021. Ao analisar os quadros 5 e 6, nota-se que o Cookie Orgânico (Mãe Terra) apresenta maior valor energético, maior quantidade de gorduras, de fibra alimentar e de sódio; e menor quantidade de carboidratos e de proteínas, quando comparado ao Cookie Convencional (Nesfit). Com isso, é importante mencionar, que o produto orgânico apresentou mais gordura devido a sua composição conter castanhas, sendo estas, a castanha-do-pará e a castanha- de-bauru, que são oleaginosas, contendo maior quantidade de gordura, por isso, também, o cookie orgânico tem maior valor energético. Além disso, o fato de conter mais sódio também se deve a presença de alguns aditivos e do sal moído. No entanto, embora o produto orgânico tenha apresentado alguns valores nutricionais maior, isso não quer dizer que seja menos saudável que o convencional, ao contrário, nota-se que ele é constituído quase que em sua totalidade por ingredientes orgânicos, caracterizados por serem livre de defensivos agrícolas e agrotóxicos, e portanto, mais benéfico à saúde. Outra característica que pode ser observada entre os alimentos orgânicos e convencionais, é o maior teor de vitaminas e minerais tanto no salgadinho orgânico quanto no cookie orgânico, em detrimento dos convencionais. Em um estudo realizado por Smith (1993), ele analisou o teor de minerais de alimentos adquiridos em várias lojas da cidade de Chicago, durante o período de dois anos. As frutas (maçãs e pêras), batata e milho foram selecionadas entre amostras de alimentos convencionais e orgânicos, considerando-se variedades e tamanhos similares. Os resultados revelaram que nos alimentos orgânicos, as concentrações foram superiores para os seguintes minerais: cálcio (63%), ferro (59%), magnésio (138%), fósforo (91%), potássio (125%), zinco (72,5%), sódio (159%) e selênio (390%). Inversamente, foi verificado menor conteúdo de alumínio (40%), chumbo (29%) e mercúrio (25%). Deste modo, este estudo sugeriu que existem diferenças significativas, quando se estabelece a comparação entre a composição dos alimentos orgânicos e convencionais, no que diz respeito a nutrientes e contaminantes minerais. Diante disso, vale ressaltar que a presença de vitaminas nos alimentos orgânicos é muito importante, uma vez que elas auxiliam no metabolismo celular ao favorecerem reações químicas que permitem a absorção dos nutrientes, além de serem essenciais para o bom funcionamento do corpo e possuirem funções de coenzimas e antioxidantes. Assim como a presença dos minerais nesses alimentos são importantes para a manutenção dos tecidos do corpo humano, como, por exemplo, o sistema músculo-esquelético; para a composição de diversos sistemas enzimáticos (que garantem as funções vitais, tais como: digestão, absorção, destoxificação hepática), além da manutenção do sistema nervoso central (CATANIA; BARROS; FERREIRA, 2009). Dessa forma, se configura a importância de que os rótulos contenham todas as informações obrigatórias para que o indivíduo possa analisar o produto e escolher a melhor opção que desejar. Diante disso, os rótulos devem declarar o valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio, e opcionalmente, podem conter teores de vitaminas e minerais quando estiverem presentes em quantidade igual ou maior a 5% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) por porção indicada no rótulo (LONGO-SILVA; TOLONI; TADDEI, 2010). E no caso dos produtos orgânicos é importante apresentarem o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg) em seus rótulos, fator este importante segundo José Carlos Barbieri (2004), pois serve aos consumidores como mais um critério na escolha de produtos sustentáveis e saudáveis, além de os diferenciar dos convencionais. 4 CONCLUSÃO Mediante o exposto, observou-se o domínio dos discentes quanto aos procedimentos da prática de rotulagem de alimentos orgânicos, executando com eficiência a comparação entre o rótulo dos alimentos orgânicos e convencionais quanto aos ingredientes e ao valor nutritivo, estabelecendo sua conformidade, ou não, de acordo com a legislação vigente. REFERÊNCIAS BORGUINI, R. G.; TORRES, E. A. F. DA S. Alimentos orgânicos: qualidade nutritiva e segurança do alimento. Segurança Alimentar e Nutricional, v. 13, n. 2, p. 64-75, 11. CAMARA, Maria Clara Coelho et al. A produção acadêmica sobre a rotulagem de alimentos no Brasil. 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Embalagens de Salgadinhos de Cebola Convencional e Orgânico (Mãe Terra), apresentando os ingredientes contidos no rótulo Fonte: Dados de pesquisa. Teresina, 2021. Figura 2. Embalagens de Salgadinhos de Cebola Convencional e Orgânico (Mãe Terra), apresentando as informações nutricionais contidas no rótulo Fonte: Dados de pesquisa. Teresina, 2021 Figura 3. Embalagem de Cookies Convencional (Nesfit) e Orgânico (Mãe Terra), apresentando os ingredientes e as informações nutricionais Fonte: Dados de pesquisa. Teresina, 2021.
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