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Larissa Toloy Bigaran Pode irradiar-se e/ou apresentar da cabeça até o abdome. Equivalentes anginosos: dor epigástrica, dispepsia, dispneia, náuseas e vômitos, sudorese, hipotensão e síncope. As doenças ameaçadoras à vida são: 1) síndromes aórticas; 2) SCA; 3) TEP; 4) Tamponamento Cardíaco; 5) Pneumotórax hipertensivo; 6) Rotura esofágica. ABORDAGEM INICIAL Paciente instável Monitorização cardíaca; Oxigênio se SAT O2<90%; Acesso Venoso periférico. Ver o nível de consciência e os sinais vitais; ABCDE. Exame físico e USG à beira leito → ajudam no diagnóstico. Dissecção aguda de aorta → contraindica antiagregantes e anticoagulantes, manejo é feito por meio da redução da FC e da PA. SCA → estabilizar para intervenção coronariana, instabilidade hemodinâmica é indicação de cateterismo em até 2 horas (mesmo em IAMSSST). Paciente estável Anamnese e exame físico dirigidos; avaliar características da dor (irradiação, tempo de instalação, se é súbito, sintomas associados, associação com esforço, sintomas como náuseas e vômitos, antecedentes e fatores de risco. Exame fisico: inspeção local, avaliar simetria de pulsos, medir a PA nos 4 membros, ausculta pulmonar e cardíaca, testar dor à palpação e pesquisa de sinais neurológicos. ECG: em todos os pacientes com dor torácica ou suspeita de equivalente anginoso em até 2 minutos da admissão, visto e avaliado em até 10 minutos. Síndromes aórticas → escore ADD + Dímero-D; Embolia pulmonar → Wells ou Geneva; Rotura esofágica → enfisema e ar no mediastino; Tamponamento cardíaco → tríade de Beck (hipotensão, turgência jugular e hipofonese de bulhas), USG na emergência, fazer imediatamente punção de Marfan; Pneumotórax → USG, RX e exame físico (enfisema subcutaneo, auscula), quadro clínico (taquicardia, hipotensão, enfisema Dor Torácica Larissa Toloy Bigaran subcutâneo, turgência jugular e hipóxia, evolução para choque e PCR). ABORDAGEM PARA DIAGNÓSTICOS ESPECÍFICOS Síndrome Coronariana Aguda: Inicia com angina estável, progredindo pra instável e IAMSSST até IAMCSST. Dor torácica com duração de 10-20 min, retroesternal ou precordial, com irradiação para ombro e face medial do braço esquerdo. Aumenta a probabilidade de ser SCA: irradiação para um ou ambos ombros, náuseas e vômitos, sudorese, associação da dor com esforço. Fatores de risco: HAS, DM, DLP, tabagismo, história familiar de coronariopatia precoce. Exame físico: fatores de maior gravidade – EAP, complicação mecânica ou choque. Ausculta pode ter sopro diastólico devido à insuficiência mitral isquêmica (mau prognóstico). Sinais de IC ou instabilidade hemodinâmica ou elétrica → diagnóstico e tratamento imediato. ECG: IAMCSST - elevação de 1 mm do ponto J em duas derivações contíguas. São derivações contíguas DII, DIII e aVF (parede inferior); V1, V2, V3, V4, V5 e V6 sequencialmente (parede anterior) e DI e aVL (parede lateral alta). V2 e V3 são exceção, pois são necessários 1,5 mm em mulheres, 2 mm em homens acima de 40 anos e 2,5 mm em homens abaixo de 40 anos. V7 a V9 → 0,5 mm. Outros padrões sugerem infarto oclusivo – De Winter e Sgarbossa na presença de BRE. No IAMSSST ou angina instável, a isquemia leve pode se manifestar como ondas T altas e apiculadas e é conhecida como isquemia subendocárdica (indistinguível de hipercalemia moderada). Sinais isquêmicos como alteração do segmento ST e onda T, bloqueio atrioventricular, alterações dinâmicas entre ECGs e alguns padrões específicos de ECG isquêmicos como Wellens e De Winter ; padrão de Wellens; padrão de De Winter. Biomarcadores de isquemia: principais são a troponina I e a T, podendo haver alteração após 2 horas de necrose de cardiomiócito e atingem o valor máximo após 24-48 hrs, voltando a valores basias após 5-14 dias. Essas enzimas identificam o IAM quando há uma elevação e queda da curva, em locais onde há apenas a convencional faz quando chega e 3 horas após, já onde há a de alta sensibilidade a repetição deve ser em 1 hora. Obs: angina instável não altera troponina. IR, IC, sepse, miocardite e outras podem provocar aumento de troponina. Larissa Toloy Bigaran EXAMES COMPLEMENTARES ADICIONAIS TESTE DE ESFORÇO: diagnóstico de SCA ou evento cardíaco em 30 dias. CINTILOGRAFIA: dor torácica atípica, ECG não diagnósticos e risco baixo a moderado de IAM. ANGIOTC DE CORONÁRIAS: risco baixo a intermediário, FC deve estar em torno de 60. Síndromes aórticas agudas: O sintoma principal da dissecção de aorta é a dor torácica, normalmente irradiando para região posterior e abdome, tem início súbito, grande intensidade, lancinante ou em pontada e descrita como “sensação de rasgão” com irradiação para dorso, PA geralmente elevada (diferença entre os membros - >20 mmHg na PAS), assimetria de pulsos. Os sintomas secundários incluem AVC, IAM e isquemia de membro. Déficits neurológicos focais são raros. Fatores de risco: sexo masculino, >50 anos, HAS mal controlada, uso de cocaína ou anfetamina, valva aórtica bicúspide ou troca valvar aórtica prévia, doenças do tecido conjuntivo (Marfan e Ehlers-Danlos) e gestação. ECG: alterações no segmento ST ou na onda T. Ecocardiograma transesofágico e angiotomografia podem ser indicados. Tromboembolismo pulmonar: Dor torácica súbita (pode piorar com a inspiração – pleurítica), dispneia, hipoxemia, síncope ou choque, pode ter tosse ou hemoptise, além de febre, edema ou dor nas pernas e na parede torácica. Ao EF, pode ter taquipneia, taquicardia e hipoxemia. Fatores de risco: cirurgia recente, trauma, imobilidade prolongada, câncer ativo, estrógenos de pílulas anticoncepcionais ou TRO, principalmente se tabagismo associado, trombofilias ou história de embolia pulmonar prévia ou trombose. Exames: D-dímero não deve ser solicitado para pacientes com alto risco, já nos casos de baixo a intermediário risco, a normalidade desse exame torna a TEP muito improvável. BNP e troponina elevados → disfunção ventricular e mau prognóstico. ECG: achados inespecíficos, sendo o mais comum a taquicardia sinusal. RX: normal ou com sinais de infarto pulmonar. ANGIOTC de art.pulmonar: exame de escolha. Pericardite aguda: Sintoma mais comum também é a dor torácica, que é aguda, intensa e constante e com localização subesternal, pode irradiar para o dorso, pescoço ou ambos, piora deitado e por inspiração e alivia sentando-se inclinando-se para frente. O local Larissa Toloy Bigaran mais comum da irradiação é para o trapézio, sendo esse altamente específico. Os pacientes podem apresentar associado dispneia, febre ou taquicardia desproporcional à temperatura corporal. Ao EF, pode ter atrito pericárdico na borda esternal inferior esquerda e é bem auscultado com a inclinação para frente, podendo desaparecer e reaparecer, além das bulhas poderem ser abafadas. As complicações que podem aparecer são: pulso arterial paradoxal (diminuição >10 na PAS durante a inspiração); Sinal de Kussmaul (distensão da veia do pescoço na inspiração); distensão venosa jugular. ECG: elevação difusa do segmento ST com infradesnivelamento do intervalo PR. Pneumonia: Dor torácica geralmente descrita como aguda, pleurítica e associada com febre, tosse, produção de expectoração e, possivelmente, hipoxemia. Na ausculta pode ter sons respiratórios diminuídos, estertores crepitantes ou sons respiratórios brônquicos nas áreas de consolidação afetadas. Rx de tórax geralmente confirma o diagnóstico. Pneumotórax espontâneo: Dor torácica pleurítica de início súbito, aguda e com dispneia. Fatores de risco: tabagismo e doenças pulmonares crônicas (asma e DPOC). Na ausculta: sons respiratórios diminuídos e hiperressonância à percussão no lado ipsilateral. Taquicardia sinusal é o achado mais comum, mas pode ter enfisema subcutâneo também. Além de MV diminuído, hipertimpanismo à percussão e ausência de FTV. Diagnóstico → Raio x de tórax. Patologias esofágicas e gastroduodenais: Dor torácica subesternal de início súbito e acentuada após um forte vômito. Ruptura esofágica → taquicardia, febre, dispneia ou diaforese. EF → crepitação no pescoço ou tórax por enfisema subcutâneo. Rx → derrame pleural (mais comum à esquerda), pneumotórax, pneumomediastino, pneumoperitônio ou ar subcutâneo ou até normal. DRGE → espasmo esofágico, início súbito de dor torácica subesternal apertada, precipitada pelo consumo de líquidos quentes ou frios ou um grande bolo alimentar e pode ser aliviada por nitratos. Quadros dispépticos → dor epigástrica ou retroesternal, em geral em queimação, podendo ser associada com náuseas, vômitos, regurgitação alimentar com alívio com uso de antiácidos ou bloqueadores de bomba de prótons ou de receptores histamínicos H2 e podem piorar com o decúbito. Úlcera péptica → dor pós-prandial na região epigástrica. Os pacientes geralmente descrevem o despertar do sono pelo desconforto. Úlcera duodenal → dor alivia após ingestão de alimentos. Pancreatite e doença biliar → quadrante superior direito ou dor e sensibilidade epigástrica imitando quadro de angina de parede inferior. Podem ser investigadas em exames laboratoriais e de imagem. Patologias superficiais: Dor musculoesquelética → aguda, localizada e relacionada com a posição, reprodutível por palpação leve a moderada ou por movimentos específicos e pode ser aumentada por inspiração ou tosse. Costocondrite (síndrome de Tietze) → inflamação das cartilagens costais ou articulações esternais e causa dor torácica que costuma ser aguda e frequentemente aumenta com as inspirações. Herpes-zóster → acomete dermátomos precordiais pode simular dor torácica. A dor pré-erupção pode preceder as lesões cutâneas em vários dias, disestesia, prurido e delimitação dos sintomas em dermátomo podem ajudar no diagnóstico. Dor psicogênica: Transtorno de pânico → períodos recorrentes e inesperados de sensação de medo ou desconforto intenso com pelo menos 4 dos seguintes sintomas: dor torácica, dispneia, palpitações, diaforese, náusea, tremores, asfixia, tontura, medo de perder o controle ou morte, parestesia, calafrios ou ondas de calor. É diagnóstico de exclusão.
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