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fACULDADE mULTIVIX - CASTELO
Kleyson Anastácio, Leior magri, leonardo xavier viquetti, Leticia Cunha e Lívia Otes lima 
Estresse calórico na Avicultura
CASTELO
2020
Kleyson Anastácio, Leior magri, leonardo xavier viquetti, Leticia Cunha e Lívia Otes lima 
Estresse calórico na Avicultura
Trabalho apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Multivix - Castelo, para a disciplina Avicultura.
Prof. : Gabriel Carvalho dos Santos
CASTELO
2020
Sumário
1 Introdução	4
2 Fisiologia do Estresse Calórico nas Aves	5
3 Estresse Calórico X Parâmetros Sanguíneos	6
4 Estresse Calórico X Eletrólitos	6
5 Perca da qualidade e prejuízos do produto final	8
5.1 Estresse calórico em aves poedeiras	8
5.2 Estresse calórico em aves de corte	11
6 Controle do estresse	13
6.1 Estruturas para controle ambiental	13
6.1.1Galpões	13
6.1.2 Bebedouros	14
6.1.3 Comedouros	14
7 Modificação ambiental primária	15
7.1 Circulação de vento natural	15
8 Modificações ambientais secundárias	16
8.1 Ventilação por pressão positiva	16
8.1.1 Ventilação por pressão negativa	16
8.2 Resfriamento evaporativo	17
8.3 Nebulização	17
9 Conclusão	18
10 Referências	19
1 Introdução
Vivemos em um país de clima quente, onde o consumo e a produção de carne de frango é o que mais está crescendo. Só em 2017 foram produzidas 13.440 mil toneladas, estima-se que chegará a 17.930 mil toneladas em 2027 (MAPA, 2007). Nosso clima é sem dúvida um dos maiores desafios para a produção eficiente e barata de frangos e ovos. Nesse contexto, toda a ciência sobre as mazelas causadas pelo estresse térmico é de fundamental importância para o avanço eficiente e lucrativo da avicultura. 
Galinhas são animais homeotérmicos que, apesar da ausência de glândulas sudoríparas, e dentro da faixa de 15° a 35° centígrados, são plenamente capazes de controlar sua temperatura corporal (NASCIMENTO, 2010). Entretanto, deixar o controle térmico unicamente por conta da ave pode gerar grandes prejuízos, atrapalhando o desenvolvimento pleno, rápido e eficiente do animal. 
É dever do hábil pecuarista tornar o ambiente da ave o mais perto da temperatura ideal, cerca de 21,1° a 24,4° Celsius (RESTELATTO, 2008), pois dessa forma o animal não terá que dispender esforços energéticos excessivos para controlar sua temperatura, desta maneira sobrando energia para a sua construção corpórea.
As aves de granja são animais geneticamente selecionados para crescerem rápido, todo seu metabolismo é especializado para uma rápida formação de proteína. Esse rápido metabolismo torna a ave notável geratriz de calor, entretanto, esses galináceos são especializados em guardar calor, não em perdê-lo. Vide seu corpo que, reitero, não possui glândulas sudoríparas, é plumado e não possui muita área nua. Logo, sua forma menos onerosa energeticamente de perder calor é através da convecção, irradiação e condução. Entretanto, quando a temperatura excede os níveis ideais, o animal, para manter sua homeotermia, terá que lançar mão da ofegação, aumentando sua frequência respiratória e dissipando calor através de sua respiração, contudo esse recurso é demasiadamente dispendioso. 
Quando a ave desvia seus recursos energéticos para abaixar sua temperatura torna-se economicamente menos eficiente. Para controlar sua temperatura irá gastar mais energia muscular na ofegação, diminuirá sua ingesta de ração, para dessa forma diminuir sua geração de calor endógeno, aumentará o consumo de líquido, consequentemente diminuindo o tempo de passagem do alimento pelo intestino, tornando menos eficiente sua conversão alimentar. Nessa condição de baixa ingesta nutricional a ave fará uso de suas reservas energéticas, perdendo massa corpórea. 
Com base em todas as informações supracitadas e mais uma miríade disponível no mundo acadêmico e profissional, esse trabalho discorrerá sobre o tema Estresse Térmico em Frangos. 
2 Fisiologia do Estresse Calórico nas Aves
 As aves de forma geral atuam como animais homeotérmicos, que se dispõem de um centro termorregulador , sendo esse denominado de tesmóstato, ficando localizado no hipotálamo, tal órgão atua controlando a temperatura através dos mais diversos mecanismos fisiológicos e respostas comportamentais, mediante a produção e liberação de calor, assim elegendo uma temperatura corporal de mantença. Como respostas fisiológicas compensatórias, quando expostas ao um calor excessivo, inclui-se a vasodilatação periférica, resultando em uma perca de calor não evaporativo. Contudo, na tentativa de aumentar a dissipação do calor, as aves tendem atentar aumentar a área superficial, e para mantém as suas asas abertas e afastadas do seu corpo; para completar tal alternativa as aves acabam por eriçar as suas penas, e intensificar a sua circulação periférica, a perda de calor não evaporativo também ocorre pelo aumento da produção de urina, se essa forma de excreção levar ao uma atitude compensativa que seria a ingestão de água fria, como outra resposta fisiológica se tem o aumento da taxa respiratória, resultando assim em uma alta perda de CO2, o que leva a pressão parcial de CO2 reduzir-se, alterando assim também a concentração de ácido carbônico (H2CO3) e de hidrogênio (H+). Em resposta, os rins aumentam a excreção de HCO3- e reduzem a de h+ com o objetivo de controlar os índices ácidos- básicos da ave. Tal alteração é denominada de Alcalose respiratória.
3 Estresse Calórico X Parâmetros Sanguíneos
O sistema sanguíneo é particularmente sensível as mais diversas mudanças do corpo e das temperaturas deste; e se constitui um indicador das respostas fisiológicas da ave aos agressores ou agentes estressores. As alterações quantitativas e morfológicas nas células sanguíneas são associadas ao estresse calórico, traduzidas por variações nos valores do hematócrito, nú0mero de leucócitos circulantes, conteúdo de eritrócitos e teor de hemoglobina no eritrócito. No estresse calórico, ocorre aumento no hematócrito, podendo ser justificado por um acréscimo no número de hemácias. A relação heterofilo/linfócito é alterada como consequência do aumento do heterofilo e redução de linfócito, sendo que a relação heterofilo/linfócito tem sido proposta como um índice sensível de estresse crônico em frangos de corte. Outra resposta é o aumento da concentração de glicose em resposta direta a maior secreção de adrenalina, noradrenalina e glicocorticoides.
4 Estresse Calórico X Eletrólitos
Eletrólito pode ser definido como uma substância química, que se dissocia nos seus constituintes iônicos, tendo uma função fisiológica principal a manutenção do equilíbrio ácido-base corporal. O sódio (Na+), o potássio (K+) e o cloro (Cl-) são íons fundamentais na manutenção da pressão osmótica e equilíbrio ácido-basico dos líquidos corporais. Assim, os efeitos do balanço iônico da dieta. No desempenho de frangos de corte podem estar relacionados com as variações no balanço ácido-base. O K+ é o principal cátion do fluido intracelular, enquanto o Na+ e o Cl- são os principais íons do fluído extracelular. A osmorregulação se faz pela homeostasia destes íons intracelular e extracelular. Em condições ideais, os conteúdos de água e eletrólitos serão mantidos dentro de alguns estreitos; mas a perda de eletrólitos ocorre sem alteração do nível de água do corpo, reduz a osmolaridade de diversos fluídos. O potássio está muito envolvido em vários processos metabólicos, incluindo o antagonismo arginina-lisina, condução nervosa e excitação assim como a contração das musculaturas, síntese de proteínas teciduais, manutenção da homeostasia intracelular e reações enzimáticas, da mesma forma com que ocorre o balanço osmótico e equilíbrio ácido - básico. Como consequência ocorrem mudanças de homeostase de potássio podendo afetar as mais diversas funções celulares. Existem estudos com a desidratação térmica, seguida de reidratação em humanos, demonstrando que o grau de déficit de água no fluido intracelular foi associado a perda de potássio intracelular e o déficit de fluido extracelularfoi ligada á perda de cloreto de sódio plasmático; contudo o grau de reidratação intracelular foi pré-determinado pela restauração do potássio. A alcalose respiratória, chega a provocar a dita redução da competição entre o hidrogênio e o potássio para excreção urinaria, assim resultando em um aumento de potássio na urina. O excesso de K+ compete com os ânions tampões do liquido tubular renal, impedindo a remoção do H+, procedendo este a ser reabsorvido, podendo levar a uma acidose. Esse mecanismo, quando presente em frangos, leva ao aumento da necessidade de potássio durante todo o período do estresse calórico. Quando se analisa existe varias evidencias que células intercaladas do ductor coletor, secretoras de ácidos, e também excretam H+ e tal processo evolui pela hipocalemia e parece ser um contribuinte para acidose renal. Assim observa-se que os níveis de cloreto de sódio, potássio e de cloro presentes no plasma são afetados pelo estresse calórico. A concentração de potássio e de cloreto de sódio diminui na mesma medida com que a temperatura aumenta , e enquanto que a de cloro tende a sempre aumentar, porém o aumento do cloro deprime como consequência a excreção de hidrogênio e a reabsorção de HCO3 a nível renal; o que poderia contribuir de forma significativa para acidificação do sangue, o que parece ser uma resposta apropriada á alcalose. Porém segundo Salvador et al. (1999), é necessário com que seja considerado o tempo de estresse, e analisando neste á redução dos níveis séricos de cloro quando tais frangos forem submetidos são estresse crônico durante uma semana. Os níveis séricos de potássio são influenciados pelo calor. A excreção de potássio é diretamente influenciada por hormônios como aldosterona, hormônio antidiurético – ADH e deoxicorticosterona), e equilíbrio ácido- básico e a própria balança de cátions. A taxa de excreção de potássio pela urina é uma variável, sendo esta diretamente ligada á concentração plasmática de cloreto de sódio e ao estado de hidratação da ave, sendo que as perdas podem ser causadas por um aumento do próprio consumo de água, já que o gradiente osmótico favorece a movimentação da água do fluido intracelular para urina, podendo ser um carreador de potássio. O aumento na ingestão de potássio resulta em uma perda urinária, sendo que a ave tem pouca capacidade de conservar de potássio do corpo; o nível sérico de potássio diminui durante um quadro de estresse ( BORDES, 1997; SALVADOR et al. 1999). A diminuição dos níveis de potássio no plasma ocorre devido a um aumento na excreção deste íon durante o estrese crônico e um aumento do potássio intracelular encontrado durante um estresse agudo. Nos seres humanos a hipercalemia resultando em uma acidose metabólica, tanto pela redução da excreção de amônia como também pela limitação na reabsorção de carbonato pelos rins ( AITBOULAHSEN et al., 1995)
Fonte: Ciência rural
5 Perca da qualidade e prejuízos do produto final 
5.1 Estresse calórico em aves poedeiras
 
Em consequência do estresse calórico, as aves ativam diversos mecanismos para garantir sua homeostasia, mantendo êxito nas suas funções vitais, principalmente seu metabolismo, mas em situações críticas esses mecanismos não se tornam suficientes ou então, se tornam prejudiciais em segmentos específicos do organismo da ave.
 Fonte: Cursos CPT
O aumento da temperatura corporal associado com o aumento da taxa de ventilação decorrentes do calor, levam a hipertensão alveolar de acordo com a demanda, assim, ocorre a redução na pressão parcial do gás carbônico no sangue oriundo à perda excessiva do CO2 na respiração e diminuição na concentração de íons de hidrogênio, levando ao que chamamos de alcalose respiratória, ou seja, o aumento do pH.
Pela questão de metabolismo e geração de calor, as aves acabam por ingerirem menos quantidade de alimento e ingerirem mais água, somado a diminuição da atividade gastrointestinal, uma vez que ocorre redução do fluxo e aporte sanguíneo nesta região e em outros locais, como os ovários, focando nos órgão de maior relevância.
Com o aumento da frequência respiratória que é uma via de perda de calor pela evaporação, há redução da enzima anidrase carbônica, que em suma tem grande importância na deposição de cálcio por catalisar a reação de CO2 + H2O em H2CO3, que sofre dissociação gerando hidrogênio e bicarbonato, logo, temos menos íons carbonatos de cálcio e cálcio ionizado livres no útero, prejudicando assim a formação e deposição de cálcio nos ovos em galinhas poedeiras.
 
Fonte: Agroceres Multimix
Neste quadro de estresse o hormônio T3 da tireoide é diminuído a fim de reduzir o metabolismo do animal, evitando um tipo de termogênese. Como consequência, diminui-se a síntese de proteínas no interior de células, principalmente musculares, acarretando em menor peso da ave, ora que temos menos nutrientes e proteínas no organismo do animal, modificando assim certas funções metabólicas, além de atuar em outros sítios, como nos rins, cérebro, coração etc.
Soma-se como alteração no sistema endócrino, o aumento de glicocorticoides liberado pelas adrenais, como a cortisona, levando a inúmeras alterações no funcionamento do corpo. Destas, as principais ligadas as galinhas de postura seriam a redução do GnRH, ligada os hormônios FSH e LH, comprometendo assim todo o ciclo reprodutivo da ave que tem de suma importância para formação do ovo. Ocorre redução da síntese proteica e aumento da degradação muscular e de outras fontes de energia, mobilizando essas reservas, e, a imunossupressão do animal, pois, o aumento desses hormônios resulta na diminuição da ação das células de defesa frente a antígenos, por inibir a liberação de interleucinas.
Fonte: Agroceres Multimix
Como em qualquer alteração a idade se apresenta como um fator predisponente a esses quadros de estresse pelo calor, sendo as galinhas mais velhas e nas fases de recria como mais sensíveis a temperatura, por apresentarem menor capacidade de dissipação e maior desequilíbrio entre produção e utilização de energia.
Em consequência deste conjunto de alterações a ave poedeira apresenta uma grande exaustão a esse desequilíbrio para a manutenção de sua vida, se tornando mais susceptível a microrganismos nocivos e doenças oportunistas como Influenza, doença de Newcastle, Coccidiose e entre outras, ou até mesmo a maior sintomatologia para essas enfermidades uma vez que o sistema imune do animal se torna menos eficiente. Com o menor aproveitamento dos macro/micronutrientes e minerais temos aves com menor ganho de peso, com ovos de menor qualidade e peso, menos posturas e menor conversão alimentar, prejudicando toda sua produtividade e finalidade, além de causar a morte do animal, sendo o estresse calórico uma das principais causas de mortalidade na avicultura.
Fonte: Agroceres Multimix
5.2 Estresse calórico em aves de corte
Com a alteração fisiológica antes, durante e pós-abate devido ao estresse, a qualidade da carne se torna comprometida, diminuindo seu rendimento industrial, ou seja, sua qualificação e amplitude nos diversos ramos em que a carne pode ser direcionada, como a carne fresca e a vácuo. Além disso, temos uma maior ou menor retenção de água e luz, modificando a cor, maciez e suculência da carne.
Outro fator que devemos ponderar é a questão da evolução desses animais com as mudanças na genética e nutrição, buscando cada vez mais aves no abate com maiores pesos e de forma precoce, assim objetivando um crescimento mais rápido e maior deposição de tecido muscular o que acarretou em um metabolismo acelerado e menor capacidade termorreguladora, e como consequência aumentou os quadros de estresse por calor e seus respectivos resultados.
Antes de falarmos sobre as alterações e suas anomalias da carne, devemos relembrar a fisiologia desses animais, principalmente no tecido muscular. Estes armazenam glicose na forma de reservas de glicogênio nos músculos, e após abate, o que chamamos de post mortem, se tem o rigor mortis (contração das miofibrilas) e em sequência a autólise(ação enzimática), logo, o estresse no antes e durante o abate pode alterar a permeabilidade das membranas e o metabolismo dos músculos, prejudicando toda essa cascata. Três efeitos deletérios se mostram mais significantes, o desequilíbrio ácido-base que é bastante complexo, pois há respostas de vários setores do organismo, a hipertermia aguda e a alcalose respiratória.
Na presença de O2 a formação de ATP se faz através da via aeróbica, formando-se também CO2 e H2O, já sem a presença de O2, como no período post mortem, é ativado a via anaeróbica, e esta se tem como produto além do ATP, o ácido lático, que reduz o pH muscular, que é essencial para a autólise e o processo de maturação (músculo se tornar carne), indo do pH de 7,2 para 5,8 aproximadamente.
Todavia, em razão do estresse, ocorre o esgotamento das reservas de glicogênio ante mortem (impossibilitando a queda do pH, no post mortem) ou a acelerada glicólise logo após o abate (acúmulo de ácido lático levando a acelerada diminuição do pH), sendo esses os principais fatores da alteração do produto final, a carne. Porém, temos também a peroxidação excessiva oriunda ao estresse, aumentando o número de radicais livres no sangue, e estes causam distúrbios no balanço entre a oxidação e os sistemas antioxidantes de defesa (causando peroxidação lipídica e injúrias oxidativas às proteínas), deteriorando mais ainda a carne. A partir disso são classificados dois tipos de anomalias na carne, a carne DFD e a carne PSE.
A DFD (dark, firm, dry) é a carne em que não ocorreu diminuição do pH de forma adequada, sendo uma resposta a um estresse severo ou de período prolongado, na qual o pH é superior a 5,8. Nesta as proteínas como actina e miosina estão firmemente ligadas a água endógena, tornando-a “seca”, as fibras estão intumescidas pelo preenchimento de fluidos sarcoplasmáticos, deixando-a rígida e pelo pH elevado a luz se dispersa menos, logo, escura. Além disso, este pH possibilita um maior crescimento de microrganismos, diminuindo a longevidade da carne.
Já a carne PSE (pale, soft, exsudative) é considerada quando após 15 minutos do abate o pH está menor que 5,8, ou seja, ocorreu um rápido declínio do pH pelo rápido acúmulo de ácido lático. Nesta, devido a rápida queda do pH em temperaturas próximas da fisiológica, ocorre desnaturação proteica e menor potencial proteolítico, assim, dando uma coloração pálida a carne, já que há alta dispersão de luz. Ocorre também uma menor retenção de água pelas proteínas, reduzida suculência e maciez, e a carne se torna flácida e exsudativa, levando a transtornos na industrialização.
 Fonte: Engormix
6 Controle do estresse	
O Brasil apresenta diversas climatologias por todo seu território e durante todo o ano, porém no geral o clima é de alta temperatura com grande intensidade da radiação. Nos últimos anos as tecnologias vem se intensificando para minimizar o estresse calórico, esta evolução é de grande importância, pois com o conforto térmico das aves faz com que a produção das mesmas consiga chegar no seu maior potencial.
O estresse calórico se intensifica nas aves quando se tem uma grande densidade de animais no galpão, sendo assim quanto maior a quantidade de aves em uma mesma área, maior será o estresse gerado e consequentemente a diminuição da produtividade.
 Quando se vai construir uma granja se faz necessário levar em consideração a temperatura ambiental da região, pois antes de fazer as grandes adaptações tecnológicas precisamos adaptar as coisas simples que também causam algum efeito positivo, e assim diminuindo o custo e aumentando o retorno financeiro da propriedade.
6.1 Estruturas para controle ambiental 
6.1.1Galpões 
 Quando se aloja um galpão tem que ser levado em consideração seu eixo longitudinal, que se destaca com maior eficiência na direção leste- oeste, isto ocorre porque nesta direção há uma menor incidência do sol, o que ajuda a diminuir o calor dentro do galpão.
Outro ponto a ser considerado são os materiais utilizados na construção do galpão. A cobertura adequada para o clima do Brasil tem que ser algo que tem grande reflexão, por conta da grande incidência de raios solares, e também tem que possuir a capacidade de isolamento e retardo térmico, vendo essas exigências é utilizado a cerâmica, amianto e alumínio como os materiais para construção dos galpões. Sendo que o amianto tem grandes valores de temperatura superficial ao sol, porém a pintura com cores claras ajuda a reduzir a temperatura. Estas medidas se faz de grande relevância pois é necessário que haja sombreamento no galpão sem a absorção de calor para dentro do mesmo. 
 Ao elaborar o galpão é necessário analisar as dimensões corretas de largura e comprimento, em médio a projeção fica de 10 a 12 m de largura com 100 a 125 m de comprimento, porém as dimensões vão depender da quantidade de aves propostas para aquele local.
6.1.2 Bebedouros
 Os bebedouros tem que está em uma altura adequada, sendo ela na linha dos olhos das aves, aonde estimula o consumo. Não podendo haver nenhum obstáculo que dificulte este consumo e o ajuste de altura é dependente do tamanho do lote. A quantidade de bebedouros é analisada conforme o modelo do mesmo que será utilizado, sendo que a cada 1 bebedouro varia de 100 a 28 frangos.
 O reservatório de água ele tem que ter tapagem, a água tem que permanecer circulando para que fique sempre fresca e de boa qualidade. A água é responsável pelo equilíbrio do ácido-básico que auxilia na absorção de calor e na eliminação do mesmo quando está em alta temperatura, por isso se introduz algumas substâncias na água como: cloro, bicarbonato de sódio e amônia, conforme o necessário. Sendo necessário a verificação do Ph desta água semanalmente para que haja um controle eficiente. 
	
6.1.3 Comedouros 
Os comedouro são regulados a cada 3 dias com o objetivos de ficar na altura do dorso das aves, sendo necessário uma higienização que é mais frequente quando se trata de comedouros manuais e menos frequentes quando são os automatizados. A ração tem que ocupar 1/3 do bebedouro para evitar o desperdício. 
 A ração é balanceada conforme a idade, objetivo, densidade e necessidade das aves, buscando sempre uma boa suplementação e assim evitando que haja estresse por parte das mesmas. A ração possuem elétrons que influenciam no processo acido- basico, assim, influenciando no metabolismo, como o crescimento e resistência a doenças, por isto é um bom meio de prevenir futuros problemas de estresse calórico. Os principais íons que mantem o equilíbrio é o sódio, potássio e cloro.
 Os principais motivos que fazem as aves diminuir o consumo de ração é a idade avançada que é algo fisiológico, natural das galinhas. A falta de consumo de água e também o estresse calórico do ambiente, provocam a baixa produção tanto de aves poedeiras, quanto ao desenvolvimento das aves para corte.
7 Modificação ambiental primária
São modificações simples no ambiente que causam uma melhor circulação do ar, assim, regulando a temperatura, fazendo com que abaixe ou aumente conforme o necessário.
7.1 Circulação de vento natural 
São utilizados quebra-vento para auxiliar o desvio de ventos muito intenso, assim evitando destruir e causar algum prejuízo ás estruturas do galpão. Um exemplo é a utilização de matas para evitar esta grande circulação de vento, para isto precisa que a mata tenha no máximo 15 m e se localiza na área do lado que o vento sopra. As arvores escolhidas tem que ter características adaptáveis ao local e sendo arvores flexíveis, que são pouco competitiva e que possuem baixo índice de desenvolver pragas, sendo elas capazes de fazer absorção do calor devido ao processo de fotossíntese e diminuir o calor ambiental. Porém é de grande importância lembrar que com esta medida adotada tem que ser realizado a limpeza dos bueiros e das estruturas, para evitar proliferação de pragas e o entupimento de calhas.
É necessário a ventilação natural, pois ela é responsável pela eliminação de gases e odores, controlando assim a pureza do local e a eliminaçãodo ar quente e úmido, o que controla a temperatura do ambiente, fazendo com que aumenta a perda de calor por convecção do galpão. 
 As cortinas que são instaladas nos galpões tem uma função importante quanto a regulação da temperatura naquele meio, elas tem a finalidade de impedir entrada de corrente de ar e saída do calor em épocas mais frias, por isto tem que ser adaptada de uma maneira correta. Esta instalação tem que ser sobre a tela de uma maneira que não fique espaços oportunos para entrada de ar, normalmente esta cortina é de fácil acesso na sua manipulação, para que seja colocada apenas em períodos necessários. 
 Os forros também são estruturas físicas utilizadas para impedir a entrada de calor no galpão e assim reduzindo a transferência de calor para as aves. O principal material utilizado nesse forro é polietileno que tem como função ser isolante térmico e por isso consegue alcançar o seu objetivo que é controlar a temperatura ambiente.
8 Modificações ambientais secundárias
São novas instalações nas áreas internas dos galpões para a implantação de um sistema de confinamento total ou parcial, normalmente fazendas que possuem esse sistema tem um grande nível de sofisticação.
8.1 Ventilação por pressão positiva	
Este sistema ele é o mais utilizando na produção de galpões aberto, é com a utilização de ventiladores com o objetivo de trazer o ar de fora do galpão para dentro, ele se difere em dois modelos que pode ser modo túnel e lateral.
A vantagem traga deste sistema é o fato de não conter concentrações grandes de gases, por ser um sistema aberto, e o seu baixo custo. Já suas desvantagens são pelo fato de sofrer influência externa, o que ocasiona em menor controle e maior mão de obra, e quando comparado com o sistema de ventilação por pressão negativa ele é menos eficiente.
8.1.1 Ventilação por pressão negativa
É um sistema que tem como objetivo puxar o ar de dentro pra fora através de exaustores que usam a pressão negativa. Este sistema têm sido muito utilizado, e traz como vantagem um grande controle sobre a climatologia e luminosidade do local e assim trazendo um conforte térmico para as aves, que intensifica a produção, além disso torna possível uma maior produção em um menor espaço, porém todas essas vantagens estão diretamente dependente de uma vedação total do galpão. A sua desvantagem está relacionada com o alto custo de instalação e também de manutenção devido a um elevado gasto de energia para a execução do sistema em questão. 
8.2 Resfriamento evaporativo
É muito utilizado junto com o sistema de refrigeração tipo túnel. São paineis com o objetivo de diminuir a temperatura do galpão que pode chegar até 11 graus. Porém só são utilizados quando o galpão não apresenta problemas com a umidade. Este sistema também pode ser realizado através da nebulização, assim fazendo a troca de temperatura do ar com a água. 
 A vantagem é resfriar a temperatura. Sua desvantagem é que esta matéria tem pouco tempo de uso, muito frágil, com alto custo e dificuldade para obtenção. 
8.3 Nebulização
Nebulização não é um sistema que é indicado para se utilizar sozinho, ele necessita de estar relacionado com a ventilação. Pois ele aumenta a umidade do ar, e com a ventilação evita a concentração de umidade, assim, espalhando o calor no galpão e amenizando a temperatura. Porém este método não e capaz unicamente de realizar um grande impacto na diminuição do estresse calórico. 
 A grande vantagem é a questão da umidade no galpão, porém se torna uma desvantagem caso não seja associada com o ventilador, o que causa problemas sanitários.
9 Conclusão
É um fato notório que a produção de proteína de frango é a que mais cresce no país. Estimativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apontam um crescimento de 2,8 % ao ano até 2027.
Com todo o conhecimento exposto ao longo desse trabalho, fica clara a necessidade de atenção focada no bem estar térmico dessas aves. 
Os Cuidados, que vão desde o local em que a granja será instalada, passando pelo posicionamento do galpão com relação ao sol no verão, até a quantidade de animais por metro quadrado, além da escolha da cama, ventilação sobre as aves etc. são essenciais para tornar a produção de frangos lucrativa. 
Confiando nas ótimas perspectivas para esse ramo da pecuária e alinhando-se as boas práticas no controle térmico é perfeitamente tangível garantir o bem estar animal a o êxito financeiro na avicultura. 
10 Referências
ESTRESSE TÉRMICO E SEU IMPACTO NA CRIAÇÃO DE AVES: UM BREVE RELATO – POR JULIANA BATISTA. Disponível: <https://www.aviculturaindustrial.com.br/imprensa/estresse-termico-e-seu-impacto-na-criacao-das-aves-um-breve-relato-por-juliana/20170926-133753-d548> Acesso em 25 de março de 2020.
ESTRESSE CALÓRICO EM AVES: COMO IDENTIFICAR? Disponível: <https://www.cpt.com.br/cursos-avicultura/artigos/estresse-calorico-em-aves-como-identificar> Acesso em 25 de março de 2020.
FISIOLOGIA DO ESTRESSE CALÓRICO E A UTILIZAÇÃO DE ELETRÓLITOS EM FRANGOS DE CORTE. Disponível: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782003000500028> Acesso em 25 de março de 2020.
BEM ESTAR AVÍCOLA: ESTRESSE CALÓRICO EM POEDEIRAS. Disponível: <https://agroceresmultimix.com.br/blog/bem-estar-avicola-estresse-calorico-em-poedeiras/> Acesso em 25 de março de 2020.
APRESENTAÇÃO AVES ESTRESSE CALÓRICO. Disponível: <https://www.passeidireto.com/arquivo/17502222/apresentacao-aves-estresse-calorico> Acesso em 25 de março de 2020.
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO ESTRESSE NA PRODUÇÃO COMERCIAL DE AVES. Disponível: <http://guahyba.vet.br/trabalhos/pale07.pdf> Acesso em 25 de março de 2020.
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