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Sociedade de massa Teorias acerca da natureza da sociedade destacaram o conceito de massa como forma de relacionamento humano interpessoal que caracterizava a emergente ordem social urbano-industrial. Concepções da sociedade de massa e, consequentemente, da comunicação de massa. Fundadores da sociologia partem de duas observações: 1. a sociedade é vasta e organizada;1. a sociedade é vasta e organizada; 2. parece tornar-se mais complexa. Os indivíduos são considerados numa situação de isolamento psicológico uns dos outros; Diz-se predominar a impessoalidade em suas interações com outros; São considerados isentos das exigências de obrigações informais forçosas. Gestão das multidões (Mattelart) Qual a natureza da nova sociedade anunciada pela irrupção das multidões na cidade? Instalação de dispositivos de controle estatístico dos fluxos judiciários e demográficos. Adolphe Quételet (1796-1874) Funda em 1835 a mensuração social cuja unidade básica é o homem médio, a partir do qual podem ser avaliadas as patologias, as crises e os desequilíbrios sociais. Busca patologias, as crises e os desequilíbrios sociais. Busca índice de tendência ao crime. Para obter as leis de uma ordem moral pretensamente paralela à ordem física. Institucionaliza o cálculo de probabilidades. Daí derivam ciências criminais da mensuração humana: antropometria de Bertillon, biometria e eugenia de Galton, e antropologia criminal de Lombroso para identificação de indivíduos e estabelecimento de perfis. Psicologia das massas Scipio Sighele (1868-1931) “A massa criminosa”: só a sugestão explica como alguns seguem os outros. Contágio, sugestão, alucinação (influências de Jean- Martin Charcot) transformam os indivíduos em sonâmbulos, em autômatos. Gustave Le Bon (1841-1931) Analisa o comportamento das multidões: “Psycologie des foules” Analisa o comportamento das multidões: “Psycologie des foules” (1895). Alma da massa como ser autônomo em relação aos indivíduos que a compõem. A massa necessita de uma crença e um líder para se orientar. Analogia ao caráter não-racional de “povos inferiores”, que seria ainda remanescente nas crianças e mulheres. Sigmund Freud (1856-1939) Contesta a exaltação dos afetos e a inibição do pensamento na massa. Critica a tirania da sugestão como explicação mágica. Para esclarecer a essência da alma das massas recorre ao conceito de libido que seria a necessidade de estar de acordo, mais do que em oposição, fazendo-o talvez, por “amor” (libido”) a eles. FREUD, Sigmund. Psicologia de grupo e análise do ego (1921). Standart Brasileira, vol. XVIII. Imago, 1976. LE BON, G. : Psycologie des foules (1855) O que é um grupo? Como adquirir a capacidade de exercer influência sobre a vida mental do indivíduo? E qual é a natureza da alteração mental que ele força ao indivíduo? Para Le Bon: Para Le Bon: a mente grupal aponta para sua semelhança com a vida mental dos povos primitivos e das crianças. Um grupo é impulsivo, mutável, levado por seu inconsciente (não é o mesmo conceito de Freud). Ele não pode tolerar qualquer demora entre seu desejo e a sua realização. Sentimento de onipotência. É crédulo e aberto à influência, sem faculdade crítica. Pensa por imagens que se associam e cuja concordância com a realidade jamais é conferida pela razão. Não conhece dúvida nem incerteza. Vai direto aos extremos; um grupo só pode ser excitado por um estímulo excessivo. È tão intolerante quanto obediente. O que exige de seus heróis é força ou violência. Quer ser dirigido e oprimido. È conservador e tem aversão às inovações e ao progresso e respeito ilimitado pela tradição. Sujeito ao poder das palavras. Exige ilusões. Líderes de grupos Grupo é um rebanho obediente. Anseio de obediência. Em geral, os líderes devem ser fascinados por uma intensa fé numa idéia a fim de despertar a fé do grupo; possuir vontade forte e imponente para que o grupo, que não tem vontade própria, possa aceitá-la. Desperta fascinação pela hipnose, idéia de prestígio. Freud Possível distinguir outras formações de grupos que atuam num Possível distinguir outras formações de grupos que atuam num sentido contrário e das quais uma opinião mais elevada da mente grupal deve decorrer. Sentimento de desprendimento e devoção, o sentimento de entusiasmo. Mente grupal é capaz de gênio criativo no campo da inteligência: linguagem, folclore, canções populares Gabriel Tarde (1843-1904) Diz que a era das massas já pertence ao passado, e que a sociedade está em vias de entrar na era dos públicos. Massas são conjuntos de contágios psíquicos essencialmente produzidos por contatos físicos, o público é produto da longa história dos meios de transporte e de difusão, progridem com a sociabilidade.a sociabilidade. Só se pertence a uma única massa por vez, pode-se fazer parte de vários públicos ao mesmo tempo. O autor permanece influenciado pela noção de sugestão e laço social por imitação e contra-imitação. Contra a premissa de uma desordem fatal na democracia de massa (sufrágio universal, ações coletivas como partidos, sindicatos, manifestações). Os 1°s elementos de uma ciência da opinião pública As idéias e opiniões não são de seu autor, pois não são inventadas, mas descobertas, colocadas em dia. Como se elas já estivessem lá, prontas a se realizarem, se objetivam, mas não são criadas no sentido de invenção. Crença e desejo categorias de sua teoria da sociedade. Uma sociedade deve estar composta de um grupo bastante numeroso para fazer eclodir as principais variedades morais da espécie para fazer eclodir as principais variedades morais da espécie humana. Pela idéia de eclosão, Tarde indica que as idéias estão lá e que é preciso encontrá- las,e esta é a tarefa do inventor. Ele não pode imaginar uma idéia, pois elas não são em número infinito, mas limitadas: “Toda invenção que eclode é um possível realizado entre mil, entre os possíveis diferentes”. A invenção para Tarde se liga a uma descoberta, ao desenvolvimento de um já dado que preexiste ao inventor e o depassa. Esta descoberta não é exatamente um ato individual, pois essa invenção atravessa o indivíduo, parece se extrair do mundo vital para atingir o mundo social graças à mediação do sujeito que é o instrumento. Reencontro necessário entre diversos fluxos sociais que dará Reencontro necessário entre diversos fluxos sociais que dará nascimento a uma opinião nova, inicialmente desconhecida de quase todos, depois fluxo social ela própria. Idéia de um cruzamento feliz, reenvia a uma lógica social, e além dela. O único aspecto verdadeiramente individualista reside no reencontro entre uma idéia e o indivíduo. Público: uma foule dispersa, a influência dos espíritos uns sobre os outros se torna uma ação à distância. Ferdinand Tönnies (1855-1936) Gemeinschaft (comunidade): •organização onde as pessoas se acham intimamente ligadas umas às outras graças à tradição, parentesco, amizade, ou outro fator social coercivo. •sentimento recíproco e vinculativo que mantém seres humanos •sentimento recíproco e vinculativo que mantém seres humanos juntos como membros de uma totalidade. Gesellschaft (sociedade): •tem como condição essencial o contrato que é um relacionamento social voluntário, mediante acordo racional, formal. •Insere o indivíduo em um sistema social impessoal e anônimo. •Uma situação onde os indivíduos não são tratados nem •Uma situação onde os indivíduos não são tratados nem avaliados por suas qualidades pessoais, mas são apreciados na medida em que possam atender às suas obrigações contratuais. •É um sistema de relacionamentos competitivos onde os indivíduos visam maximizar o que podem obter de trocas e minimizar o que dão, ao mesmo tempo aprendendo a precaver-se dos outros. Psicologia Behaviorista •Estudo dos conteúdos psicológicos através das suas manifestações observáveis. • O comportamento representava a adaptaçãodo organismo ao ambiente. • Os comportamentos complexos dos homens podiam ser observáveis se decompostos em sequências de unidades precisas: o estímulo (impacto do ambiente), a resposta (a reação ao ambiente), o reforço (os efeitos da ação capazes dereação ao ambiente), o reforço (os efeitos da ação capazes de modificar as reações seguintes ao ambiente). Definição de massa (WOLF) •Ela é constituída por um conjunto homogêneo de indivíduos que, enquanto seus membros, são essencialmente iguais, indiferenciáveis, mesmo que provenham de ambientes diferentes, heterogêneos, e de todos os grupos sociais.de todos os grupos sociais. •Além disso, a massa é composta por pessoas que não se conhecem, que estão separadas umas das outras no espaço e que têm poucas ou nenhumas possibilidades de exercer uma ação ou uma influência recíprocas. •Por fim, a massa não possui tradições, regras de comportamento ou estrutura organizativa. Em WOLF, p. 22: para Simmel, “a massa é uma formação nova que não se baseia na personalidade dos seus membros mas apenas naquelas partes que põem um membro em comum com os outros todos e que equivalem às formas mais primitivas e ínfimas da evolução orgânica”. Daí que sejam banidos deste nível todos os comportamentos que pressupõem a afinidade e a reciprocidade de muitas opiniões diferentes. As ações da massa apontam para o objetivo e procuram diferentes. As ações da massa apontam para o objetivo e procuram atingi-lo pelo caminho mais curto, o que faz com que exista sempre uma única idéia dominante, a mais simples possível. Acontece frequentemente que, nas suas consciências, os elementos de uma grande massa possuam em comum com os outros, um vasto leque de idéias. Além disso, dada a complexidade da realidade contemporânea, toda e qualquer idéia simples deve também ser a mais radical e a mais exclusiva (Simmel, 1917, 68)
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