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Anestesiologia Historico No século XII o alquimista Raimundo Lulio ou Doctor Illuminatus descobriu o fluído branco, dois séculos depois o médico Theofrastus Bombastus Paracelsus de Hohenheim descobriu que misturar ácido sulfúrico com álcool e aquecendo a mistura gera éter sulfúrico que foi utilizado em pombos, somente 100 anos depois o alemão Frobenius descobriu o éter e em 1844 dois dentistas realizaram a descoberta do gás hilariante (ciclo propano) para extração dentária porém esse gás não apresenta analgesia verdadeira. ↬ 1845: Horace Wells – EUA – Óxido Nitroso. ↬ 1846: Willian Morton – EUA – Éter. ↬ 1847: utilização de éter em animais. ↬ 1930: ciclopropano. ↬ 1940: metoxifluorano. ↬ 1951: halotano. ↬ 1968/71: enfluorano/isoflurano. ↬ 1994: sevofluorano e desfluorano. ↬ 1920: barbitúricos – anestésicos gerais. ↬ 1930: pentobarbital. ↬ 1933: tiopental. ↬ Década de 70: etomidato. ↬ Década de 80: propofol. Condutas Anestesicas Deve-se levar em conta o estado do paciente se ele apresenta alguma patologia, desidratação, se é obeso, sua idade, a espécie do animal, a duração da intervenção e a localização da intervenção para identificar o melhor tipo de anestesia (local ou geral). A escolha do agente anestésico deve ser realizada pensando no sucesso do procedimento e raramente no custo operacional, assim tornado o plano anestésico mais seguro. Conceitos ↬ Anestesia segura: conhecimento sobre a farmacodinâmica e a farmacocinética dos fármacos utilizados. ↬ Droga: matéria prima de origem animal, vegetal ou material que contém um ou mais fármacos. ↬ Fármaco: substância de estrutura definida que, quando em contato ou introduzida num sistema biológica, modifica uma ou mais de suas funções. ↬ Anestesiologia: o estudo da anestesia. ↬ Anestesia: fármaco capaz de suprir temporariamente a dor, preparando para fins cirúrgicos ou exploratórios. ↬ Neurolepse/Tranquilização: estado obtido com fármacos em que o paciente permanece consciente, embora calmo, sem responder exageradamente à manipulação. ↬ Sedação: estado semelhante à tranquilização, embora com maior depressão do sistema nervoso central, em que o animal está consciente e responde com menos intensidade à manipulação. ↬ Narcose: trata-se de um estado característico da anestesia geral, pois o animal é induzido ao sono de forma artificial. ↬ Anestesia geral: todo ato anestésico reversível que possui: narcose (perda da consciência/sono artificial), analgesia (supressão temporária da percepção @vettstudy.g dolorosa) e relaxamento muscular. A anestesia geral apresenta estágios: Estágio I Analgesia O paciente fica sonolento, porém consciente, as respostas aos estímulos dolorosos são reduzidas. Estágio II Excitação/Delírio O indivíduo perde a consciência e não responde mais aos estímulos indolores, porém responde, de maneira reflexa, aos estímulos dolorosos Estágio III Anestesia Cirúrgica O movimento espontâneo cessa, e a respiração torna- se regular. Com o aprofundamento da anestesia, esses reflexos desaparecem e os músculos se relaxam por completo. Estágio IV Paralisia Bulbar A respiração e o controle vasomotor cessam, havendo morte em poucos minutos. Procura evitar o estágio II devido a agitação que leva ao animal. ↬ Neurolepto-analgesia: termo que descreve o estado de narcose associado com profunda analgesia. ↬ Catalepsia: é um estado característico produzido por anestésicos dissociativos derivados da fenciclidina (Quetamina e tiletamina). Ocorre rigidez muscular dos membros locomotores, e o animal em geral não responde à estimulação ou à manipulação. ↬ Anestesia local: bloqueio reversível dos impulsos nervosos aferentes. ↬ Anestesia dissociativa: dissociar o córtex cerebral, causando analgesia e “desligamento” do paciente, sem perda dos reflexos protetores. ↬ Neuroleptoanalgesia: tranquilização com analgesia intensa, sem perda da consciência. Vias de Administracao ↬ Via intravenosa: possui a vantagem de administração de grandes volumes em infusão lenta, obtenção rápida dos efeitos e substâncias irritantes e suas desvantagens é o grande risco de embolia, infecção por contaminação, imprópria para administração de substâncias oleosas. ↬ Via intramuscular: possui a vantagem de aplicação de volumes moderados e absorção relativamente rápida e sua desvantagem é a presença dolorosa, lesões musculares com substâncias irritantes. Os músculos a serem utilizados devem ser: coxa em pequenos animais e tábua do pescoço em grandes animais. ↬ Via subcutânea: possui como vantagem sua absorção lenta e contínua para medicamentos que necessitam dessas características e a sua desvantagem é a facilidade em produzir sensibilização, dor e necrose com substâncias irritantes. ↬ Via inalatória: segura e confiável, controle dos planos anestésicos, mas requer aparelho específico. Periodo Pre-Operatorio Possui o objetivo de diminuir a mortalidade cirúrgica, obtenção do @vettstudy.g consentimento esclarecido junto ao proprietário, diminuir complicações, determinar a condição física do paciente para escolher o protocolo anestésico e estimar o risco anestésico-cirúrgico do procedimento. Nesse período deve realizar exames das funções principais (hepática, renal e hemograma) e manter o animal em jejum. Carnívoros – jejum de 12 horas. Roedores e aves – não é necessário jejum devido ao seu rápido metabolismo. Equinos – jejum de 12 a 18 horas. Ruminantes a pasto – jejum 12 a 18 horas. Ruminantes alimentados com ração: terceiro dia pré-operatório meia ração, segundo dia meia ração e primeiro dia jejum total de seis horas antes. Individualidade das Especies ↬ Felinos: possuem laringe sensível e isso o faz ter maior suscetibilidade a laringospasmo e por isso deve realizar apenas três tentativas de intubação e são mais susceptíveis aos efeitos excitatórios dos opioides que cães. ↬ Caninos: a grande variedade de raças e temperamentos influenciam na resposta aos anestésicos. ↬ Equinos: o maior índice de mortalidade no período perianestésico (durante a anestesia devido a compreensão do intestino sob a artéria), o temperamento com reações violentas à dor, possuem maior susceptibilidade aos efeitos excitatórios dos opioides do que cães e felinos e maior susceptibilidade à depressão cardiopulmonar durante a anestesia. ↬ Raça: os braquicefálicos possuem excesso de tecidos moles na região da faringe e laringe, chamado de extensão do palato e o boxer e doberman são raças predispostas à doenças cardíacas e morte súbita. ↬ Temperamento: animais agitados geralmente necessitam de doses maiores, enquanto animais calmos doses baixas já são o suficiente para produzir o efeito desejado. ↬ Sexo: fêmeas no cio apresentam maior risco de hemorragia intraoperatória. ↬ Condição corporal: animais obesos e caquéticos. Asa Asa é a sigla americana para American Society of Anesthesiology que possui como intuito de acessar e comunicar as comorbidades médicas do paciente durante o pré anestésico. ASA Descrição Exemplos I Paciente Hígido Ausência de doença sistêmica, procedimento eletivo. II Paciente com afecção sistêmica discreta Pacientes neonatos e geriátricos, gestantes, obesos, cardiopatas compensados, infecções localizadas, fraturas não complicadas. III Paciente com afecção sistêmica moderada Desidratação moderada, hipovolemia, anorexia, caquexia, anemia e fraturas complicadas. Choque, uremia, @vettstudy.g IV Paciente com afecção sistêmica grave toxemia, desidratação grave, hipovolemia severa, anemia grave, síndrome dilatação- torção gástrica e doença cardíaca. VSem expectativa de sobrevivência nas 24 horas Falência múltipla de órgãos, choque em fase terminal e traumatismo craniano. Contencao ↬ Mecânica: aparelhos, cordas, mordaças, cabrestos, cachimbos/pitos, argolas, gaiolas, são formas que de maneira inadequada geram risco ao animal e ao manipulador e também causam estresse (liberação de catecolaminas). ↬ Medicamentosa: utilização de fármaco. Periodo Trans-Anestesico ↬ Paciente: deve zelar e vigiar reflexos pertinentes ao plano anestésico, parâmetros fisiológicos. ↬ Aparelho de anestesia: deve observar o fluxo, borbilhamento, frequência respiratória e cardíaca. ↬ Reflexos: óculo-palpebrais, digitais, laringo-traqueal, anais, cardíacos e respiratórios. Periodo Pos- Operatorio/Anestesico ↬ Imediato: evitar que os animais se machuquem (cantos, baias, quedas). ↬ Mediato/Tardio: problemas fisiológicos (animal acorda mais tarde).
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