Buscar

Epidemiologia e História do HIV

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MAD2 HIV 
EPIDEMIOLOGIA E HISTÓRIA 
A primeira descrição do que veio posteriormente a ser conhecida por síndrome da 
imunodeficiência adquirida (AIDS) se deu no início da década de 1980 quando Gottlieb e 
colaboradores relataram 5 casos de pneumonia por Pneumocistis carinii (atualmente P. jiroveci) 
acometendo homossexuais masculinos, jovens e previamente saudáveis, em 3 hospitais de Los 
Angeles, EUA. Uma característica comum entre esses casos era a evidência de depleção de 
linfócitos T circulantes. Desses 5 casos, 2 haviam ido a óbito, mesmo havendo sido administrada 
terapia específica para pneumonia por P. carinii. Nos meses que se seguiram, epidemiologistas 
dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, Centers for Disease Control and 
Prevention) de Atlanta, EUA, se depararam com o aumento significativo do número de novos 
relatos de pneumonia por P. carinii em outras cidades dos EUA, além de outras infecções 
oportunistas. Detectou-se, ainda, aumento da incidência entre homossexuais masculinos jovens 
de uma doença até então rara nos EUA, o sarcoma de Kaposi. A Europa Ocidental, ao mesmo 
tempo, se deparava com maior número de casos dessas mesmas entidades clínicas entre 
homossexuais masculinos e entre imigrantes de origem africana. 
 
1979 - Casos isolados de Imunodeficiência Humana; 
Junho 1981 - Pneumonias severas e imunodeficiência em LGBTQI+ (90%Homens); 
1982 - Centenas de casos semelhantes: 
• usuários de drogas injetáveis; 
• hemofílicos; 
• pacientes de transfusão; 
• heterossexuais caribenhos/africanos; 
• filhos de mães +; 
• parceiros de bissexuais. 
1983 - HIV associado a AIDS, HIV associado a HHV8 e HTLV1; 
1987 - Primeiro medicamento (AZT). 
 
Estatísticas globais sobre HIV em 2019 
37,9 milhões [32,7 milhões- 44,0 milhões] de pessoas em todo o mundo vivendo com HIV; 
23,3 milhões [20,5 milhões- 24,3 milhões] de pessoas com acesso à terapia antirretroviral; 
1,7 milhão [1,4 milhão- 2,3 milhões] de novas infecções por HIV; 
770.000 [570 000- 1,1 milhão] de pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS; 
74,9 milhões [58,3 milhões- 98,1 milhões] de infectadas pelo HIV desde o início da epidemia; 
32 milhões [23,6 milhões- 43,8 milhões] de mortes 
relacionadas à AIDS desde o início da epidemia; 
8,1 milhões de pessoas não sabiam que estavam vivendo 
com HIV. 
 
HIV TIPO 1 E TIPO 2 
São cepas diferentes e apresentam grandes diferenças 
genéticas, sendo que o tipo 2 é restrito ao continente 
Africano e é muito mais próximo ao vírus da 
imunodeficiência de primatas. Atualmente, há 
medicamentos mais eficazes contra o tipo 2 e o 1 se 
mostra mais agressivo. 
 
MORFOLOGIA E CARACTERÍSTICAS GERAIS 
O HIV é uma partícula esférica medindo de 100 a 120nm de diâmetro, pertencente ao gênero 
Lentivirus e à família Retroviridae, que apresenta em seu núcleo duas cópias de RNA de cadeia 
simples, encapsuladas por uma camada proteica ou nucleocapsídeo, um capsídeo e um 
envelope externo composto por uma bicamada fosfolipídica (ICTV, 2017). 
 
 
O envelope contém glicoproteínas virais e é adquirido pelo brotamento a partir da membrana 
plasmática. O vírion também contém entre 10 e 50 cópias das enzimas transcriptase reversa e 
integrase e dois RNAs de transferência celular (RNAts). Esses RNAts estão associados com cada 
cópia do genoma e podem ser utilizados como iniciadores (primers) para a RT. A morfologia do 
nucleocapsídeo difere entre os vírus e pode ser utilizada como forma de classificação dos 
retrovírus. 
O genoma do HIV inclui três principais genes que codificam as proteínas estruturais e enzimas 
virais: gag, pol e env. A nomenclatura das proteínas virais utiliza a abreviação “gp” para 
glicoproteína ou “p” para proteína, seguida de um número que indica o peso molecular em 
kilodaltons (kd). 
O gene gag codifica a p55, a partir da qual quatro proteínas estruturais do capsídeo são 
formadas: p6, p9, p17 e p24. O capsídeo que circunda o ácido nucleico viral contém p24, p6 e 
p9, enquanto a p17 se encontra em uma camada entre o núcleo proteico e o invólucro, 
denominada matriz proteica, a qual reveste a superfície interna da membrana viral (FANALES-
BELASIO et al., 2010; MILLER, 2010; WATTS et al., 2009). 
O gene env codifica as glicoproteínas gp160, gp120 e gp41, encontradas no envelope viral. A 
gp160 é uma proteína precursora, clivada para formar a gp120 e a gp41. A gp120 se projeta na 
superfície viral na forma trimérica, enquanto a gp41 é uma glico-proteína transmembrana e se 
associa à gp120. Tanto a gp120 como a gp41 estão envol-vidas na ligação aos receptores de HIV 
nas células do hospedeiro e na fusão do envelope viral com a membrana celular (FANALES-
BELASIO et al., 2010; MILLER, 2010; WATTS et al., 2009; ENGELMAN; CHEREPANOV, 2012). 
O gene estrutural, pol, codifica as enzimas p66 e p51, as quais são subunidades que compõem 
a enzima transcriptase reversa (RT), necessária à replicação do HIV. Outras enzimas codificadas 
pelo gene pol incluem a integrase (p31), que tem como função principal promover a integração 
do ácido desoxirribonucleico (DNA) do HIV ao genoma do hospedeiro, e a protease (p10), que 
realiza a clivagem de percursores proteicos em unidades ativas menores após a liberação 
da partícula viral da célula do hospedeiro (FANALES-BELASIO et al., 2010; MILLER, 2010; 
WATTS et al., 2009; ENGELMAN; CHEREPANOV, 2012). 
 
Vários outros genes no genoma do HIV codificam produtos com função reguladora ou 
assessória. Embora esses produtos não sejam parte integrante da estrutura viral, eles atuam no 
controle da replicação viral e infectividade. Um exemplo é o gene nef (fator negativo) codifica a 
p27, a qual apresenta múltiplas funções, incluindo a modificação da célula hospedeira para 
aumentar a replicação viral e torná-la menos suscetível de ser destruída pelo sistema imune do 
hospedeiro. 
Os principais componentes virais com utilidade diagnóstica incluem as proteínas do envelope 
viral (gp160, gp120 e gp41), as proteínas codificadas pelo gene gag (p55, p24 e p17) e as 
proteínas codificadas pelo gene pol (p66, p51, p31) (CLSI, 2011). 
• envelopado; 
• RNA Rt (RNA > DNA) 
• Latência (DNA); 
• leucotropismo (variabilidade celular infectada); 
• gag – p55 → promove brotamento; 
• env – gp 120 (SU - Superficie) e gp 41(TM - transmembrana) → promovem adesão a mol. 
CD4 e CCR5; 
• pol – p66 e p51 → compõe a enzima RT; p31 → integrasse, integração ao DNA humano; 
p10 → clivagem; 
• nef – Regula negativamente a expressão de CD4, MHC 1 e 2, CD3 e CD28, aumenta a 
infecciosidade; 
• infecção célula/célula. 
 
TROPISMO 
O vírus da 
imunodeficiência 
humana infecta 
principalmente células 
LTCD4+ e células da 
linhagem mieloide (p. 
ex., monócitos, 
macrófagos, 
macrófagos alveolares 
pulmonares, células 
dendríticas e células 
micróglias). 
BIOSSÍNTESE VIRAL 
O HIV se liga à CD4 e co-receptores de 
quimiocinas CCR5 (adsorção) e penetra por 
fusão. O genoma é transcrito de forma 
reversa em ácido desoxirribonucleico (DNA) 
no citoplasma, entra no núcleo e é integrado 
no DNA nuclear. A transcrição e tradução do 
genoma ocorrem como um gene celular. O 
vírus é montado na membrana plasmática e 
matura após o brotamento a partir da célula 
(apresentará proteínas da membrana do 
indivíduo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ciclo de vida – biossíntese viral e fármacos 
A infecção de uma célula-alvo susceptível ao HIV 
começa com a adesão do vírus ao receptor CD4 
da célula-alvo. O CD4 está presente na 
superfície de muitos linfócitos, que são uma 
parte essencial do sistema imunológico do 
organismo. Evidências recentes indicam que o 
HIV precisa de um co-receptor para entrar na 
célula. A identificação dos co-receptores do HIV 
e os progressos na compreensão do processo de 
fusão com a célula abriu novas possibilidades 
para a criação de medicamentos anti-retrovirais. Estão sendotestados alguns agentes para 
prevenir a infecção através do bloqueio da fusão do HIV com a célula-alvo. 
 
Realizada a fusão do vírus com a célula-alvo, o HIV entra na 
célula. O material genético do vírus (RNA) é liberado, passa 
pelo processo de transcrição reversa e se converte em 
DNA. Uma enzima do HIV chamada transcriptase é 
necessária para catalisar esta conversão do RNA viral em 
DNA. Os inibidores da transcriptase reversa, como o AZT, 
foram os primeiros medicamentos anti-HIV e continuam 
sendo essenciais no tratamento de pacientes portadores 
do HIV. Os inibidores da transcriptase reversa se dividem 
em duas classes — análogos de nucleosídeo e não-
nucleosídeos — com base na sua estrutura e na maneira 
como eles inibem a transcriptase reversa. 
 Uma vez que o material genético do HIV foi convertido 
em DNA, este DNA viral entra no núcleo, onde se integra 
ao material genético da célula. A enzima integrase 
catalisa este processo e os inibidores da integrase estão 
sob estudo como um novo caminho para o bloqueio da 
replicação do HIV. Depois de integrado ao material 
genético do hospedeiro, o HIV pode permanecer em 
estado latente por muitos anos. Esta habilidade que o HIV 
tem de se abrigar (e de permanecer latente) em células 
infectadas é o maior obstáculo para a erradicação ou a 
cura do HIV. Por esta razão, com base no conhecimento 
atual, os pacientes devem se manter em terapia anti-
retroviral por toda a vida. 
 A ativação da célula-alvo resulta na transcrição do DNA viral 
em RNA mensageiro (mRNA), que é então traduzido em 
proteínas virais. O novo RNA viral forma o material genético 
da próxima geração de vírus e as proteínas virais migram a 
membrana. 
O RNA viral e as proteínas virais 
se estruturam junto à 
membrana da célula para 
formar um novo vírus. Uma das 
proteínas do HIV é a protease, 
que é necessária no 
processamento de outras proteínas do HIV que, desse modo, 
adquirem sua forma funcional. Os inibidores de protease são um 
dos mais potentes tipos os de medicamento anti-viral e atuam 
bloqueando este estágio crítico da maturação do vírus. Após a 
estruturação na superfície da célula, o vírus se desprende desta e 
fica livre para infectar outra célula-alvo. 
Transcriptase reversa 
Se o ciclo de vida do HIV não for interrompido através do 
tratamento, a infecção por este vírus se espalha pelo corpo 
e resulta na destruição do sistema imunológico do 
organismo. Com os medicamentos anti-retrovirais em uso, 
como por exemplo os inibidores de transcriptase reversa e 
os inibidores de protease, a infecção pelo HIV pode ser 
contida. No entanto, é necessário fazer muito mais para 
controlar a epidemia de AIDS. Um objetivo imediato 
importante consiste em criar medicamentos novos, mais 
potentes, que sejam mais fáceis de administrar e que 
tenham menos efeitos adversos. De qualquer forma, os 
desafios decisivos são a utilização dos nossos 
conhecimentos a respeito do ciclo de vida do HIV para 
desenvolver medicamentos que possam erradicar este vírus do organismo de pessoas já 
infectadas e para criar uma vacina capaz de prevenir novas infecções. 
HISTÓRIA NATURAL 
• a infecção aguda ocorre 
nas primeiras semanas 
após o contágio pelo HIV; 
• a Viremia plasmática 
alcança níveis elevados e 
o indivíduo é altamente 
infectante (linha cinza); 
• inicialmente, ocorre 
queda importante da 
contagem de LTCD4+, 
com elevação em algumas 
semanas (controle 
imunológico), mas não há 
retorno aos níveis iniciais 
(linha preta); 
• na fase de latência clínica, 
o exame físico costuma 
ser normal, enquanto a contagem de LT-CD4+ permanece acima de 350 céls/mm³, com 
infecções semelhantes às da população imunocompetente; 
• o aparecimento de Infecções oportunistas (IO) e neoplasias são definidoras de AIDS; 
• se a TARV não for instituída, inevitavelmente o indivíduo evolui para a morte. 
 
 
 
 
Fases X Manifestações Clínicas 
A infecção pelo HIV, em sua fase aguda, pode ser acompanhada por um conjunto de 
manifestações clínicas, denominado Síndrome Retroviral Aguda (SRA). Os principais achados 
clínicos de SRA incluem febre, cefaleia, astenia, adenopatia, faringite, exantema e mialgia. A SRA 
pode cursar com febre alta, sudorese e linfadenomegalia, comprometendo principalmente as 
cadeias cervicais anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar. Podem ocorrer, ainda, 
esplenomegalia, letargia, astenia, anorexia e depressão. Sintomas digestivos, como náuseas, 
vômitos, diarreia, perda de peso e úlceras orais podem estar presentes. Entretanto, o 
comprometimento do fígado e do pâncreas é raro na SRA. Cefaleia e dor ocular são as 
manifestações neurológicas mais comuns, mas pode ocorrer raramente quadro de meningite 
asséptica, neurite periférica sensitiva ou motora, paralisia do nervo facial ou síndrome de 
Guillain-Barré. 
A SRA e autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparece em três a quatro 
semanas. Linfadenopatia, letargia e astenia podem persistir por vários meses. A presença de 
manifestações clínicas mais intensas e prolongadas (por período superior a 14 dias) pode estar 
associada a progressão mais rápida da doença. 
Os sinais e sintomas que caracterizam a SRA, por serem muito semelhantes aos de outras 
infecções virais, são habitualmente atribuídos a outra etiologia e a infecção pelo HIV 
comumente deixa de ser diagnosticada nessa fase inicial ou aguda. 
Fase de latência clínica: 
• exame físico geralmente normal; 
• linfadenopatia pode persistir; 
• pode ocorrer plaquetopenia; 
• anemia e leucopenias leves podem estar presentes; 
• enquanto a contagem de LT-CD4+ está acima de 350 céls/mm3 → infecções bacterianas, 
respiratórias, como TB; 
• progressão da infecção → apresentações atípicas de infecções, resposta tardia a 
antibioticoterapia e reativação de infecções antigas; 
• diminuição na contagem de LT-CD4+: à medida que a infecção progride, sintomas 
constitucionais (febre baixa, perda ponderal, sudorese noturna, fadiga), diarreia 
crônica, cefaleia, alterações neurológicas, infecções bacterianas (pneumonia, sinusite, 
bronquite) e lesões orais, como a leucoplasia oral pilosa, tornam-se mais frequentes, 
além do herpes-zoster. 
PATOGÊNESE 
Durante a transmissão sexual, o HIV infecta uma superfície de mucosa, entra e rapidamente 
infecta células do tecido linfóide associado com a mucosa (MALT), incluindo o intestino. Os 
estágios iniciais de infecção são mediados pelos vírus com tropismo às células mieloides 
(denominado M-trópico), que se ligam ao CD4 e ao receptor de quimiocinas CCR5 nas células 
dendríticas e em outras células da linhagem de monócitos-macrófagos, assim como em células 
memória, TH1, a maioria das células T associadas ao intestino e outras células T CD4. A ligação-
alvo ao CCR5 ou às células T CD4 que expressam α-4 β-7 integrina, rapidamente esgota o tecido 
linfóide intestinal de células T CD4. A depleção da população intestinal de células T CD4 
desarranja completamente a regulação imune da flora intestinal normal e a manutenção do 
epitélio da mucosa intestinal, levando a vazamentos e diarreia. 
 
Os macrófagos, as DCs, as células T de memória e as células estaminais hematopoiéticas são 
persistentemente infectados com HIV e são os principais reservatórios e meios de distribuição 
de HIV (cavalo de Troia). O HIV pode ligar-se à molécula de lectina de DC-SIGN e permanece 
sobre a superfície das células dendríticas (incluindo as DC foliculares). As células T CD4 podem 
ser infectadas com o HIV ligado às células ou por transmissão célula a célula do vírus por ligação 
à DC. 
No final da progressão da doença, a mutação no gene env para a gp120 ocorre em alguns dos 
vírus, e isso muda o seu tropismo de M-trópico (R5) a T--trópico (vírus X4). A proteína gp120 do 
vírus T-trópico liga-se a CD4 e ao receptor da quimiocina CXCR4. Alguns vírus podem utilizar 
ambos os receptores (vírus R5X4). Essefato expande a diversidade dos alvos virais, de modo a 
incluir quase todas as células T CD4. 
A morte de células T CD4 pode resultar da citólise direta induzida pelo HIV (incluindo a formação 
de sincícios) e citólise imune induzida por células T citotóxicas, mas muitas células T em repouso 
não permissivas cometem um tipo de suicídio celular inflamatório (piroptose) induzido pela 
presença de grandes quantidades de cópias de DNA circular não integradas do genoma. A 
piroptose é uma forma inflamatória de morte celular que pode atrair para o local a ser infectado 
mais células-T inativadas, que podem, por sua vez, também sucumbir à piroptose. 
IMUNIDADE 
A maioria das infecções pelo HIV-1 ocorre por meio das mucosas do trato genital ou retal 
durante a relação sexual. Nas primeiras horas após a infecção pela via sexual, o HIV e células 
infectadas atravessam a barreira da mucosa, permitindo que o vírus se estabeleça no local de 
entrada e continue infectando linfócitos T-CD4+, além de macrófagos e células dendríticas 
(MCMICHAEL et al.,2010; KAHN; WALKER, 1998). Após a transmissão do vírus, há um período de 
aproximadamente dez dias, denominado faz eclipse, antes que o RNA viral seja detectável no 
plasma (MCMICHAEL et al.,2010). Estudos que utilizaram técnicas avançadas de 
sequenciamento genético das primeiras partículas virais detectadas no plasma permitiram 
demonstrar que aproximadamente 80% das infecções sexuais pelo HIV-1 dos subtipos B e C são 
iniciadas por um único vírus. A homogeneidade do vírus, dito fundador, indica que o 
estabelecimento da infecção é resultado de um único foco de linfócitos T-CD4+ infectados da 
mucosa (KEELE et al., 2008; SALAZAR-GONZALEZ et al., 2009). A resposta imunológica inata que 
se estabelece no foco da infecção atrai uma quantidade adicional de células T, o que, por sua 
vez, aumenta a replicação viral (MCMICHAEL et al., 2010). 
 
A partir dessa pequena população de células infectadas, o vírus é disseminado inicialmente para 
os linfonodos locais e depois sistemicamente, em número suficiente para estabelecer e manter 
a produção de vírus nos tecidos linfoides, além de estabelecer um reservatório viral latente, 
principalmente em linfócitos T-CD4+ de memória. A replicação viral ativa e a livre circulação do 
vírus na corrente sanguínea causam a formação de um pico de viremia por volta de 21 a 28 dias 
após a exposição ao HIV. Essa viremia está associada a um declínio acentuado no número de 
linfócitos T-CD4+ (MCMICHAEL et al.,2010; KAHN; WALKER, 1998). Na fase de expansão e 
disseminação sistêmica, há a indução da resposta imunológica, mas esta é tardia e insuficiente 
em magnitude para erradicar a infecção. 
A ativação imune, por outro lado, produz uma quantidade adicional de linfócitos T-CD4+ 
ativados que servem de alvo para novas infecções. Ao mesmo tempo, o número crescente de 
linfócitos T-CD8+ exerce um controle parcial da infecção, mas não suficiente para impedir, na 
ausência de terapia, a lenta e progressiva depleção de linfócitos T-CD4+ e a eventual progressão 
para a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) (MCMICHAEL et al.,2010). 
A progressão da infecção 
pelo HIV se relaciona com a 
disseminação do vírus a 
partir do sítio inicial de 
infecção para os tecidos 
linfoides de todo o corpo. A 
resposta imune controla 
temporariamente a 
infecção aguda, mas não 
evita o estabelecimento da 
infecção crônica das células 
do tecido linfoide. O 
estímulo de citocinas 
induzido por outros 
microrganismos atua para 
aumentar a produção do 
HIV e a progressão para a 
AIDS. 
 
A ativação de linfócitos T-CD8+ específicos contra o HIV ocorre normalmente antes da 
soroconversão. O aparecimento de uma resposta imune celular HIV-específica e a subsequente 
síntese de anticorpos anti-HIV levam a uma queda da carga viral plasmática (viremia) – até um 
nível (set point) que é específico de cada indivíduo – e à cronicidade da infecção pelo HIV. A 
resposta imune mediada por células é mais importante do que a resposta imune humoral no 
controle da replicação viral durante a infecção aguda, mas os anticorpos têm um papel relevante 
na redução da disseminação do HIV na fase crônica da infecção (MCMICHAEL et al.,2010; KAHN; 
WALKER, 1998; SALAZAR-GONZALEZ et al., 2009). 
A resposta imunológica humoral contra vários antígenos virais é vigorosa. A maioria das 
proteínas do HIV é imunogênica, mas uma resposta de anticorpos precoce e preferencial é 
induzida contra as glicoproteínas do envelope, a gp120 e a gp41, e contra a proteína do capsídeo 
viral, a p24 (MCMICHAEL, et al., 2010; GANDHI; WALKER, 2002). As glicoproteínas virais são 
produzidas pela clivagem proteolítica da poliproteína codificada pelo gene env. O tamanho das 
glicoproteínas difere entre cada grupo de vírus. Por exemplo, a (glicoproteína) gp62 do HTLV-1 
é clivada em gp46 e p21, e a gp160 do HIV é clivada em gp41 e gp120. Essas glicoproteínas 
formam espículas trímeras com a ponta arredondada (em formato de pirulito) que são visíveis 
sobre a superfície do vírion. A maior glicoproteína do HIV, a gp120, se liga aos receptores da 
superfície celular, determina o tropismo tecidual primário do vírus e é reconhecida por 
anticorpos neutralizantes. A subunidade menor (gp41 do HIV) forma o cabo do pirulito e 
promove a fusão célula a célula. A gp120 do HIV é extremamente glicosilada; por conseguinte, 
sua antigenicidade pode ser alterada. Além disso, a especificidade ao receptor pode sofrer 
alterações por mutações ocorridas durante infecção crônica por HIV. Esses fatores impedem a 
eliminação do vírus pelo anticorpo. 
DIAGNÓSTICO 
Testes para detectar a infecção 
por HIV são realizados por uma 
de quatro razões: (1) identificar 
indivíduos com a infecção nos 
quais a terapia medicamentosa 
antiviral possa ser iniciada; (2) 
identificar portadores que 
possam transmitir a infecção a 
outros (especialmente doadores 
de sangue ou órgãos, gestantes e 
parceiros sexuais); (3) 
acompanhar o curso da doença e 
confirmar o diagnóstico de AIDS; 
ou (4) avaliar a eficácia do 
tratamento. 
 
Como em qualquer infecção viral, observa-se primeiramente um predomínio de IgM e 
posteriormente de IgG. Entretanto, ao contrário de outras doenças infecciosas, a presença da 
IgM não permite diferenciar uma infecção recente de uma infecção crônica, tendo em vista que 
a IgM pode reaparecer em outros momentos durante o curso da infecção. A IgG anti-HIV atinge 
níveis séricos elevados e persiste por anos, enquanto os níveis séricos de IgM tendem a 
desaparecer com o tempo ou apresentar padrão de intermitência (MCMICHAEL, et al., 2010). 
Linfócitos TCD4+: quantificar os linfócitos. 
Anticorpos: detectar Ig presente (IgM e IgG). 
Carga viral: quantidade de material genético observado (Ag. Viral; p24). 
 
Uma compreensão detalhada do tempo de curso da viremia e da soroconversão durante 
a infecção primária pelo HIV é pré-requisito importante para entender e aper-feiçoar 
fluxogramas diagnósticos. Nesse sentido, Fiebig et al. (2003) propuseram um sis-tema de 
estagiamento laboratorial da infecção recente pelo HIV-1 que inclui também projeções da 
duração de cada estágio, com base no padrão de reatividade de diferentes ensaios – RNA viral, 
antígeno p24, imunoensaio (IE) de terceira geração e western blot (WB) (Figura 13) (FIEBIG et 
al., 2003). 
 
Uma primeira observação importante é a de que a reatividade dos diferentes tipos de ensaios 
para a detecção da infecção pelo HIV progride sequencialmente e permite que a cada 
aparecimento de um marcador na circulação seja atribuído um estágio à in-fecção. Assim, cada 
um dos seis estágios é definido por um padrão único de reatividade a um ou mais ensaios (FIEBIG 
et al., 2003; COHEN et al., 2010). 
Material 
genético 
continua 
detectável 
sempre 
Abordagem inicial 
A abordagem laboratorial no início do acompanhamentoclínico auxilia a avaliação da condição 
geral de saúde, a pesquisa de comorbidades, a presença de coinfecções e a urgência no início 
da TARV. Também fornece informações laboratoriais basais pré-tratamento, bem como orienta 
sobre a necessidade de imunizações ou profilaxias. O Quadro abaixo indica os exames que 
devem ser solicitados na primeira consulta. 
 
CUIDADO CONTÍNUO 
O cuidado contínuo em HIV pode ser entendido como o processo de atenção aos usuários que 
vivem com HIV, passando pelos seguintes momentos: 
 
 
Esses cinco momentos são representados como uma sequência de degraus na chamada 
“Cascata de cuidado contínuo do HIV” e têm sido usados globalmente para estabelecer metas e 
monitorar os avanços relativos ao cuidado das PVHIV (pessoas vivendo com HIV). No que diz 
respeito ao cuidado clínico e a atuação nos serviços brasileiros, definem-se os momentos de 
“vinculação”, “retenção” e “adesão” da seguinte forma: 
Vinculação: é o processo que consiste no acolhimento, orientação, direcionamento e 
encaminhamento de uma pessoa recém-diagnosticada com HIV ao serviço de saúde para que 
ela realize as primeiras consultas e exames o mais brevemente possível e desenvolva autonomia 
para o cuidado contínuo. O desfecho principal para considerar uma PVHIV vinculada e a 
realização da 1a consulta no serviço de atenção para o qual foi encaminhada e, de preferência, 
seu início de tratamento o mais rápido possível. 
Retenção: é o processo que consiste no acompanhamento clínico regular e contínuo da pessoa 
que vive com HIV já vinculada ao serviço de saúde, garantindo que ela compareça às consultas, 
faca exames regularmente e, se estiver em terapia, realize também o seguimento do seu 
tratamento, respeitando a sua autonomia. Um paciente retido no serviço é aquele que realiza 
exames e/ou retira os medicamentos antirretrovirais sistematicamente, sem faltar as consultas. 
Adesão ao tratamento: consiste na utilização ideal dos medicamentos ARV da forma mais 
próxima possível aquela prescrita pela equipe de saúde, respeitando as doses, horários e outras 
indicações. A adesão também e um processo colaborativo que facilita a aceitação e a integração 
de determinado esquema terapêutico no cotidiano das pessoas em tratamento, pressupondo 
sua participação nas decisões sobre a terapia (MCCP). 
PREVENÇÃO 
O termo Prevenção Combinada do HIV refere-se a diferentes ações de prevenção, tanto as 
diretamente voltadas ao combate do HIV quanto aos fatores associados à infecção. Assim, sua 
definição parte do pressuposto de que 
diferentes ações devem ser conciliadas 
em uma ampla estratégia, mediante a 
combinação dos três eixos de 
intervenções para prevenção ao HIV: as 
biomédicas, as comportamentais e as 
estruturais. A associação dessas 
diferentes abordagens não encerra, 
contudo, todos os significados e 
possibilidades do termo “Prevenção 
Combinada”. 
 
Intervenções biomédicas: aquelas cujo 
foco está na redução do risco à exposição 
dos indivíduos ao HIV. 
Intervenções comportamentais: aquelas 
cujo foco está na abordagem dos 
diferentes graus de risco a que os 
indivíduos estão expostos. 
Intervenções estruturais: remetem às estratégias voltadas a interferir nos aspectos sociais, 
culturais, políticas e econômicos que criam ou potencializam vulnerabilidades dos indivíduos ou 
segmentos sociais em relação ao HIV. 
PrEP 
Determinados segmentos populacionais, devido a vulnerabilidades especificas, estão sob maior 
risco de se infectar pelo 
HIV, em diferentes 
contextos sociais e tipos de 
epidemia. Essas 
populações, por estarem 
sob maior risco, devem ser 
alvo prioritário para o uso 
de PrEP. Esses subgrupos 
populacionais são gays e 
outros HSH, pessoas que 
usam drogas, profissionais 
do sexo e pessoas trans. 
Pessoas em parceria soro 
discordante para o HIV 
também são consideradas 
prioritárias para uso da 
PrEP. As evidências 
cientificas já indicam a 
baixa transmissibilidade de 
HIV por via sexual quando uma pessoa HIV positiva está sob terapia antirretroviral (TARV) há 
mais de seis meses, apresenta carga viral indetectável e não tem nenhuma outra IST. 
Adicionalmente, entende-se que a PrEP pode ser utilizada pelo(a) parceiro(a) soronegativo(a) 
como forma complementar de prevenção para casos de relato frequente de sexo sem uso de 
preservativo, múltiplas parcerias e/ou para o planejamento reprodutivo de casais soro 
discordantes. No entanto, outros fatores devem ser considerados e não apenas o pertencimento 
a um desses grupos, como busca repetida por PEP, histórico e episódios de ISTs, repetição de 
práticas sexuais anais e/ou vaginais com penetração sem uso de preservativo, entre outros. 
 
PrEP faz parte das estratégias de prevenção combinada do HIV. Dentro do conjunto de 
ferramentas da prevenção combinada, inserem-se também: 
1. Testagem para o HIV; 
2. Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP); 
3. Uso regular de preservativos; 
4. Diagnostico oportuno e tratamento adequado de infecções sexualmente transmissíveis (IST); 
5. Redução de danos; 
6. Gerenciamento de vulnerabilidades; 
7. Supressão da replicação viral pelo tratamento antirretroviral; 
8. Imunizações. 
 
Profilaxia Pré Exposição: a PrEP é a combinação de dois medicamentos (tenofovir desoproxila + 
entricitabina) que bloqueiam alguns “caminhos” que o HIV usa para infectar seu organismo. Se 
você tomar PrEP diariamente, a medicação pode impedir que o HIV se estabeleça e se espalhe 
em seu corpo. 
Mas ATENÇÃO: a PrEP só tem efeito se você tomar os comprimidos todos os dias. Caso contrário, 
pode não haver concentração suficiente do medicamento em sua corrente sanguínea para 
bloquear o vírus. 
 
 
PEP 
A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) ao HIV, hepatites virais, sífilis e outras infecções sexualmente 
transmissíveis (IST) consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas 
infecções. 
Profilaxia Pós Exposição: A PEP é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, 
hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), que consiste no uso de 
medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer 
situação em que exista risco de contágio, tais como: 
• Violência sexual; 
• Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da 
camisinha); 
• Acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com 
material biológico). 
 
O primeiro atendimento após a exposição ao HIV e uma urgência. A PEP deve ser iniciada o mais 
precocemente possível, tendo como limite as 72 horas subsequentes a exposição. 
No atendimento inicial, após a exposição ao HIV, e necessário que o(a) profissional avalie como, 
quando e com quem ocorreu a exposição. Didaticamente, quatro perguntas direcionam o 
atendimento para decisão da indicação ou não da PEP. 
 
A PrEP não protege das outras IST ou das hepatites virais. Recomenda-se orientar os usuários 
sobre as estratégias de redução de risco, sendo o uso do preservativo a melhor proteção para 
as IST. 
Existem materiais biológicos sabidamente infectantes e envolvidos na transmissão do HIV. 
Assim, a exposição a esses materiais constitui situação na qual a PEP está recomendada. 
 
Existem exposições com risco de infecção envolvidas na transmissão do HIV. Assim, a exposição 
constitui situação na qual a PEP está recomendada. 
 
Exposição com risco de transmissão do HIV: 
• Percutânea – Exemplos: lesões causadas por agulhas ou outros instrumentos 
perfurantes e/ou cortantes; 
• Membranas mucosas – Exemplos: exposição sexual desprotegida; respingos em olhos, 
nariz e boca; 
• Cutâneas envolvendo pele não integra – Exemplos: presença de dermatites ou feridas 
abertas; 
• Mordeduras com presença de sangue – Nesses casos, os riscos devem ser avaliados 
tanto para a pessoa que sofreu a lesão quanto para aquela que a provocou. 
Exposição sem risco de transmissãodo HIV: 
• Cutâneas, exclusivamente, quando a pele exposta se encontra íntegra; 
• Mordedura sem a presença de sangue. 
 
IMUNIZAÇÕES 
Adultos e adolescentes vivendo com HIV podem receber todas as vacinas do calendário nacional, 
desde que não apresentem deficiência imunológica importante. À medida que aumenta a 
imunodepressão, eleva-se também o risco relacionado a administração de vacinas de agentes 
vivos, bem como se reduz a possibilidade de resposta imunológica consistente. 
 
Sempre que possível, deve-se adiar a administração de vacinas em pacientes sintomáticos ou 
com imunodeficiência grave (contagem de LT-CD4+ abaixo de 200 células/mm3), até que um 
grau satisfatório de reconstituição imune seja obtido com o uso de TARV, o que proporciona 
melhora na resposta vacinal e redução do risco de complicações pós-vacinais. 
A administração de vacinas com vírus vivos atenuados (poliomielite oral, varicela, rubéola, febre 
amarela, sarampo e caxumba) em pacientes com imunodeficiência esta condicionada a análise 
individual de risco-benefício e não deve ser realizada em casos de imunodepressão grave 
(quadro 9). 
 
Adiar vacinas em sintomáticos ou com imunodeficiência grave até que um grau satisfatório de 
reconstituição imune seja obtido com o uso de TARV. 
O quadro 10 aborda o esquema vacinal básico para adultos e adolescentes vivendo com HIV: 
 
 
EXISTE CURA? 
Controladores de elite: menos de 0,5% podem controlar a infecção de forma espontânea. 
Nesses casos, o vírus é suprimido pelas defesas da pessoa e é indetectável, sendo que a 
transmissão por via sexual, assim como nos pacientes com carga viral indetectável, não ocorre. 
 
 
 
 
 
Referências 
Não há fontes bibliográficas no documento atual. 
 
 
 
 
O desenvolvimento de uma vacina é prioridade em laboratórios de todo o mundo. 
 
Referências 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Para Manejo da Infecção Pelo 
HIV Em Adultos. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2013/protocolo-clinico-e-diretrizes-
terapeuticas-para-manejo-da-infeccao-pelo-hiv-em-adultos 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Para Profilaxia Pós-Exposição 
(Pep) de Risco À Infecção Pelo HIV, IST e Hepatites Virais. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-
br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-profilaxia-pos-exposicao-pep-de-risco 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Para Profilaxia Pré-Exposição 
(PrEP) de Risco À Infecção Pelo HIV. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/protocolo-
clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-profilaxia-pre-exposicao-prep-de-risco 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018. Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV em Adultos e 
Crianças. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/node/57787 
ABBAS, Abul K.; Imunologia Celular e Molecular, 9ed. Capítulo 20 – Imunodeficiências Congênitas e 
Adquiridas. 
MURRAY, Patrick R. et al.; Microbiologia Médica, 8ed. Capítulo 54 – Retrovírus. 
CDC – Center for Disease Control and Prevention. HIV, How can I protect my partners?. Disponível em: 
https://www.cdc.gov/hiv/basics/index.html 
Hoffmann CJ, Gallant JE. HIV and Aids. ACP Medicine. 2007;1-33. 
SANTOS, Norma Suely de Oliveira; ROMANOS, Maria Teresa Villela; WIGG, Marcia Dutra; Virologia 
Humana, 3ed. Capítulo 19 – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida/AIDS. 
 
 
 
Timothy Ray Brown, ou Tim Brown, também conhecido como ‘Paciente de Berlim’ em 2008 
após transplante de medula para tratar um linfoma. 
Loreen Willenber contraiu o vírus em 1992 e nunca manifestou um período de viremia 
detectável, mesmo sem medicamento. Controlador de Elite. 
Adam Castillejo declarado curado em 2019 após tratamento de transplante por conta de um 
câncer. 
Em 2020 paciente brasileiro encontra se a 17 meses sem detecção através de um tratamento 
experimental com fármacos (porém pouco tempo depois invalidou o estudo). 
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2013/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-manejo-da-infeccao-pelo-hiv-em-adultos
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2013/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-manejo-da-infeccao-pelo-hiv-em-adultos
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-profilaxia-pos-exposicao-pep-de-risco
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-profilaxia-pos-exposicao-pep-de-risco
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-profilaxia-pre-exposicao-prep-de-risco
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-profilaxia-pre-exposicao-prep-de-risco
https://www.cdc.gov/hiv/basics/index.html

Continue navegando