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Desafios para combater o aumento de ISTs entre os jovens brasileiros Na década de 1990, as mortes de Cazuza e Renato Russo, cantores brasileiros, fizeram com que a população fosse alertada quanto ao risco de se contrair uma infecção sexualmente transmissível. No cenário atual, mesmo após décadas, as ISTs ainda apresentam uma grave ameaça para a sociedade, uma vez que o assunto não é propagado e, consequentemente, isso as tornam mais perigosas. Dessa forma, há dois fatores desafiantes para combater o aumento dessas infecções, principalmente, entre a população jovem: a frágil educação sexual no âmbito escolar e a tentativa da sociedade de ignorar a necessidade da busca por prevenção e informação. Nesse contexto, é válido ressaltar que, no ambiente educacional, existem tabus relacionados à discussão sobre relações sexuais e, devido a isso, a difusão de informações necessárias e úteis sobre o assunto é dificultada. Durante a Idade Média, a Igreja, como detentora de um enorme poder, tratava o sexo como pecado e, por conseguinte, fazia com que não houvesse debates entre os fiéis acerca dessas relações. À vista disso, percebe-se uma negligência semelhante nas escolas, haja vista que, ainda que seja uma das principais representações de ensino e auxílio no desenvolvimento de jovens, menosprezam, na maioria das vezes, a ocorrência dessas infecções e a importância de aulas que auxiliem na construção da educação sexual – robusta e cautelosa – dos seus alunos, o que faz com que a linha de pensamento pautada na Idade Média seja perpetuada e a propagação de métodos de cuidados entre os jovens seja cada vez menos difundida. Logo, faz-se necessário promover debates e campanhas referentes a essa temática na esfera educacional. Além disso, cabe pontuar que um dos maiores desafios para amenizar a ocorrência de ISTs entre adolescentes é a indiferença da sociedade quando se trata de prevenir e informar sobre essa problemática. Platão, filósofo grego, retratou, em sua teoria sobre o Mito da Caverna, a necessidade de procurar o saber para atingir o desenvolvimento social e conhecer suas formas de manifestação. Diante desse fato, é perceptível a importância do acesso à informação, tendo em vista que a maioria dos jovens não conversam sobre sexo, sendo a família e a sociedade em geral pouco acessadas para a busca de informações. Dessa maneira, torna-se imprescindível modernizar o diálogo com essa parcela da população com o intuito de propagar informações sobre as consequências das ISTs e como prevenir a sua contração, principalmente no que tange a conhecer a importância do uso dos preservativos, onde os comprar ou como os receber em unidades de saúde, uma vez que esses previnem casos de gravidez “inesperadas” e a prevenção de inúmeras infecções transmitidas sexualmente. Desse modo, é nítida a urgência de uma forma para ampliar esse assunto e solucionar a problemática. Portanto, para que as questões negativas que envolvem essa problemática sejam resolvidas e haja uma mudança – ética e efetiva – de pensamento a respeito das infecções sexualmente transmissíveis, os Ministérios da Saúde e Educação, por meio de verbas governamentais e dos Parâmetros Curriculares Nacionais, devem incentivar a promoção gratuita de métodos contraceptivos seguros e inserir, na grade curricular do Ensino Fundamental ao Médio, a matéria de “Educação Sexual, Prevenção e ISTs”, a partir da contratação de professores, psicólogos e profissionais especializados na área, a fim de contribuir com a diminuição da ocorrência desses casos. Concomitantemente, é necessário que a escola e os pais ou responsáveis auxiliem esses adolescentes, por intermédio de diálogos e conselhos que explicitem a necessidade de proteção e compromisso. Somente assim, a presença de jovens com ISTs no Brasil será reduzida e casos como os ocorridos durante a década de 90 serão mitigados. Redação escrita por Maria Cecília Ricardo Ramalho Nunes