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Orientações para Transfusão Sanguínea em Cães e Gatos

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Transfusão Sanguínea 
Resumo 
 
q PERFIL DO DOADOR CANINO 
o Idade entre 1 a 8 anos; 
o Vacinação atualizada (Múltiplas e AR) 
o Vermifugação atualizada; 
o Peso: Igual ou superior a 25 kg 
o Não ter recebido transfusão; 
o Não devem doar: fêmeas no cio, gestantes, lactantes ou animais em terapia 
medicamentosa; 
o Não ter doado sangue com intervalo menor do que 21 dias (ideal é acima de 30 dias); 
o Frequência recomendada entre doações: 3 meses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
q PERFIL DO DOADOR FELINO 
o Idade entre 1 a 8 anos; 
o Vacinação atualizada (Múltiplas e AR) 
o Vermifugação atualizada; 
o Peso: Igual ou superior a 5 kg 
o Não ter recebido transfusão; 
o Não ter doado sangue com intervalo menor do que 21 dias (ideal é acima de 30 dias); 
o Não deve ser coletado mais do que 60 ml de um mesmo doador, independentemente do 
seu peso; 
o Mesmo em animais com bom temperamento, recomenda-se a sedação; 
o Frequência entre doações recomendada: 3 meses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exames Complementares 
Ht ≥ 40 % 
Bioquímicas: ALT, FA, albumina, ureia, creatinina 
Coproparasitológico 
Perfil para doenças infecciosas (PCR/sorologia) 
Volume a ser doado 
Volume total de sangue de um cão é de 
80 ml/kg; 
15 a 20% podem ser doados com 
segurança (13-20 ml/kg) 
Exames Complementares 
Ht > 35 - 40 % 
Bioquímicas: ALT, FA, albumina, ureia, creatinina 
Coproparasitológico 
Perfil para doenças infecciosas (PCR/sorologia) 
Volume a ser doado 
Volume total de sangue de um cão é de 
66 ml/kg; 
15 a 20% podem ser doados com 
segurança (10-15 ml/kg) 
Sedação 
Butorfanol – 0,1-02 mg/mg/IM 
Cetamina (2-4 mg/kg) + Diazepam (0,1-0,2 mg/kg) 
Cetamina + Midazolam (0,5 mg/kg) 
Acepromazina – Não usar (hipotensão, redução 
transitória do Ht) 
q COLETA DO SANGUE 
o Se for coletado diretamente na bolsa, é importante conter no mínimo 300 ml de sangue 
para não haver riscos de intoxicação pelo citrato; 
o Se o volume de sangue for pequeno, utilizar proporção de 2,8 ml de citrato para cada 20 
ml de sangue; 
o Após abrir a tampa da agulha, clampear o equipo da bolsa até que a agulha seja inserida 
na pele, para evitar entrada de ar no circuito e contaminação bacteriana; 
 
 
 
 
 
q QUANTO DE SANGUE TRANSFUNDIR 
o Sabe-se que para elevar o Ht em 10% é necessário, em média, 20 ml/kg de sangue total 
de um doador cujo Ht ≥ 40%; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
q TEMPO E TAXA DE TRANSFUSÃO 
o Primeiros 30 minutos: 0,25-0,5 ml/kg/hora – Observar reações de hipersensibilidade; 
o Após 30 minutos: 5-20 ml/kg/h; 
o Cardiopata/nefropata: 4-5 ml/kg/h 
o Duração do procedimento: ideal que não dure mais do que 4 horas (o risco de 
contaminação bacteriana começa a aumentar) – se necessário, dividir o sangue em dois 
volumes e manter um deles refrigerado até o momento de ser utilizado; 
o Temperatura de refrigeração: 
 
 
 
 
 
 
 
Gatos 
▪ Scalp 19 G acoplado diretamente a seringa ou a uma torneira de 3 vias; 
▪ Na 3º saída da torneira, acopla-se a bolsa satélite estéril sem anticoagulante; 
▪ Podem ser usados também agulha ou cateter; 
▪ Recomenda-se repor volume do doador com Ringer Lactato; 
Cães 
Ht Desejado: 37 – 55% 
n = 90 (fator cão) 
Volume (ml) = (peso do receptor em kg x n) x (Ht desejado – Ht do receptor) 
 (Ht do doador) 
Gatos 
Ht Desejado: 24-45% 
n = 70 (fator gato) 
Volume (ml) = (peso do receptor em kg x n) x (Ht desejado – Ht do receptor) 
 (Ht do doador) 
q REAÇÕES TRANSFUSIONAIS 
o Sinais de possível reação transfusional: 
▪ Vômito 
▪ Hipotensão 
▪ Edema em face 
▪ Anafilaxia 
▪ Mudanças na temperatura 
▪ Urticária 
▪ Aumento na frequência cardíaca 
▪ Dispneia, alterações na frequência respiratória 
▪ Tremores, inquietação 
▪ Urina vermelha/escura 
▪ Icterícia 
▪ Redução do débito urinário 
 
o Tratamento: 
 
 
 
 
 
 
 
o Recomendações: 
▪ Sinais mais graves (ex. hemolíticas), angioedema intenso – PARAR TRANSFUSÃO! 
▪ Sinais mais leves – leve urticária ou reação febril discreta – É possível continuar 
observando criteriosamente todos os sinais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuidados na Hemoterapia! 
▪ Não administrar o sangue em conjunto com soluções contendo cálcio, glicose, 
medicamentos ou Ringer Lactato; 
▪ Bombas de Infusão: apesar de não ter levado a impactos mais sérios de saúde 
nos animais, um estudo demonstrou redução de vida útil das hemácias nas 
bolsas transfundidas dessa forma, recomendando assim que se evite o seu uso; 
▪ Sangue estocado: hemácias irão sofrer hemólise com o tempo e oferecem 
maiores riscos principalmente em animais com AHIM; 
1) Dexametasona – 0,5-1 mg/mg/IV 
2) Difenidramina – 0,5 /mg/kg/IM (intravenoso NÃO) 
3) Dipirona – 25 mg/kg/IV ou SC (estado febril) 
4) Adrenalina – 2,5-5 µg/kg/IV ou 10 µg/kg/IM 
5) Prometazina – 0,2-0,4 mg/kg/IV ou IM 
Obs: a pré medicação não é recomendada, não existe 
evidências de que previne uma reação e pode mascarar 
sinais graves. 
 
REAÇÕES IMUNOLÓGICAS AGUDAS 
HEMOLÍTICAS Inquietação, tremores, febre, náusea, 
vômitos, salivação, taquipneia, taquicardia, 
bradicardia, urina escura, falência renal, 
choque, convulsão. 
Pode ser durante ou após a transfusão. 
INTERROMPER TRANSFUSÃO 
MANTER ACESSO VENOSO 
MONITORAR PA E DU 
MONITORAR RISCO DE CID 
DEXAMETASONA 
FLUIDOTERAPIA 
VASOPRESSOR 
FEBRIL Ocorre pela destruição dos leucócitos do 
doador, libera pirógenos na circulação do 
receptor. 
INTERROMPER TRANSFUSÃO 
DEXAMETASONA 
ANTITÉRMICO 
ALÉRGICAS Urticária, eritema, prurido, angioedema, 
vômito, broncoconstrição, dispneia, choque; 
Liberação de aminas vasoativas devido as 
proteínas plasmáticas do doador; 
Pode ser imediata ou em até 24 horas. 
 
DEXAMETASONA OU 
DIFENIDRAMINA (SINTOMAS 
LEVES) 
FLUIDOTERAPIA 
ADRENALINA (SINAIS MAIS 
GRAVES) 
REAÇÕES IMUNOLÓGICAS TARDIAS 
HEMOLÍTICAS 
TARDIAS 
Destruição lenta de hemácias, anemia; 
Ocorre 3-5 dias pós transfusão; 
Hipertermia, anorexia, icterícia. 
TRANSFUSÃO 
PÚRPURA PÓS 
TRANSFUSÃO 
Petéquias, equimoses, sufusões; 
Leva a trombocitopenia (< 10.000) cerca de 
1 semana pós transfusão – ação de 
anticorpos anti-plaquetários. 
IMUNOSSUPRESSÃO, 
PLASMAFERESE 
REAÇÕES NÃO IMUNOLÓGICAS AGUDAS 
SOBRECARGA 
CIRCULATÓRIA 
Tosse, dispneia, taquipneia, taquicardia, 
cianose, hipertensão, estertores, vômito, 
distensão de veias do pescoço, ascite, 
efusão pleural. 
INTERROMPER TRANSFUSÃO 
P/ GRANDES VOLUMES, DIVIDIR O 
VOLUME 
OXIGENOTERAPIA 
DIURÉTICO 
ANTIEMÉTICO (SE NECESSÁRIO) 
REINICIAR LENTAMENTE, 
PREFERÊNCIA COM 
HEMOCOMPONENTES 
HIPOCALCEMIA 
(TOXICIDADE 
PELO CITRATO) 
Tremores, arritmia cardíaca, vômitos, 
câimbras, tetania, convulsões, reflexos 
hiperativos; 
Pode ocorrer pela infusão rápida, problemas 
na metabolização do citrato (disfunção 
hepática). 
REDUZIR VELOCIDADE OU PARAR 
TRANSFUSÃO 
MONITORAR ECG 
GLUCONATO DE CÁLCIO 10% (0,5 
– 1,5 ml/kg)

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