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AFECÇÕES DE LARINGE E ESÔFAGO Um sinal clássico e comum de afecções de faringe e esôfago é a regurgitação que pode ser disfágica ou não disfágica. E exames complementares comuns de solicitar ao desconfiar de doenças que acometem essas estruturas são o raio x contrastado e esofagoscopia (endoscopia), que deve ser feito sob anestesia geral e por isso é o último recurso a ser utilizado, avalia a anatomia do esôfago, assim como possíveis obstruções e lesões. ACALASIA CRICOFARÍNGEAS Se dá pela assincronia entre o esôfago e a faringe, que faz com que p alimento fique preso na faringe e vá para a via aérea ou seja regurgitado. É uma doença congênita mais comum em raças de pequeno porte, porém o Golden tem um gene identificado como causador da acalasia também. Apresentação clínica: mais comum em animais jovens de pequeno porte, apresentam disfagia, regurgitação, magreza e tosse em casos de pneumonia aspirativa. Diagnóstico: avalia-se o histórico, anamnese, sinais clínicos e exames complementares ► Raio X: para verificar sinais de pneumonia aspirativa. ► Fluoroscopia. Tratamento: o tratamento é apenas sintomático, se houver pneumonia aspirativa, deve tratá-la. Ainda tem a cirurgia que faz com que haja a liberação da musculatura e relaxamento (miotomia cricofaríngea ou miectomia cricofaríngea parcial). MEGAESÔFAGO É a ausência ou diminuição dos movimentos esofágicos, resultado de uma diminuição da ação dos plexos nervosos intramurais. Por conta disso, os animais ficam com alimento retido no esôfago, levando a uma distensão e consequente flacidez do mesmo. Apresentação clínica: acomete tanto jovens, quanto adultos, pois o megaesôfago pode ser de origem congênita ou adquirida, que é secundário a outras doenças esofágicas e neuromusculares, como miastenia gravis, hipoadrenocorticismo, hipotireoidismo, corpo estranho, hérnia de hiato, cinomose e disautonomia, nesse caso o animal vai apresentar sintomas sistêmicos. O animal apresenta regurgitação, perda de peso e sialorreia. Diagnóstico: anamnese, sinais clínicos e exames complementares. ► Raio X: localiza a área dilatada, pode ser feito com ou sem contraste. Ainda é possível avaliar se há ou não pneumonia aspirativa secundária. Tratamento: é um tratamento apenas sintomático. ► Manejo alimentar para o resto da vida, que evita a regurgitação e aspiração do alimento. É importante após a refeição deixar o animal em posição elevada ou colocá-lo em uma plataforma que permita que ele se alimente ereto. ► Terapia auxiliar: o Cisaprida 0,25 mg/kg e Bromoprida 0,2mg/kg pré refeição estimulam a motilidade do trato gastrointestinal o Omeprazol 0,7 – 1,5mg/kg SID, administrar pela manhã. ► Tubo de gastrostomia em últimos casos, como último recurso a ser tomado. CORPO ESTRANHO ESOFÁGICO Obstrução da passagem esofágica por objeto ingerido, pode ser uma obstrução total ou parcial. A parte mais afetada do esôfago é a torácica, pois é a que menos dilata. Tem baixa taxa de complicação, mas deve ser procurado um veterinário assim que for percebido o problema. Apresentação clínica: acomete mais animais jovens, pois são mais propensos a engolir coisas, mas não deixa de acontecer com adultos. O animal apresenta regurgitação de surgimento agudo, disfagia em casos de acometimento da parte inicial do esôfago, sialorreia, dispneia em alguns casos que o objeto acaba pressionando a traqueia e pode acontecer de ter ruptura e pneumotórax quando o objeto engolido é um osso ou algo pontudo. Diagnóstico: para diagnóstico é importante uma anamnese detalhada, examinar os sinais clínicos e solicitar exames complementares como o Raio X, mas deve evitar o contraste de bário se houver suspeita de ruptura, além disso pode fazer a esofagoscopia que além de permitir a visualização do objeto, ainda serve como tratamento em alguns casos em que é possível usar a sonda para empurrar o objeto para o estomago sem complicações. Tratamento: pode ser feita a endoscopia que vai empurrar o objeto ou retirá-lo pela boca, porém ainda pode ser feita a cirurgia, nesse caso é indicado receitar antibiótico pré e pós operatório (Metronidazol ou Cefalexina), também inibidores de receptores de h2, que acabam inibindo a secreção gástrica (Ranitidina). Em casos de ruptura deve ser avaliado o tórax. ESOFAGITE É a irritação/inflamação do esôfago, pode ser de curso agudo ou crônico, e apresentar da forma grave (necrose, fistula e estenose por conta de vômito e regurgitação) ou discreta. Pode ser causada por vômito e regurgitação frequentes, corpo estranho, substância caustica ou até por evolução de uma inflamação oro nasal prévia. Apresentação clínica: varia de acordo com a causa, o animal apresenta regurgitação, disfagia e sialorreia Diagnóstico: é obtido pela anamnese, sinais clínicos e exames complementares. Geralmente é feito apenas a anamnese e avaliação dos sinais clínicos e com isso chega a um diagnostico presuntivo (lesões ulcerativas e hiperemia na cavidade oral), porém é possível fazer a esofagoscopia. Tratamento: trata-se a causa base e os sintomas da esofagite. ► Inibidor da bomba de prótons – Omeprazol (0,5 – 1mg/kg SID) de 7 a 14 dias, em jejum pela manhã. ► Inibidor de receptor de H2 – Ranitidina (1 – 2mg/kg BID/TID de 7 a 14 dias) ou Famotidina (0,5 – 1mg/kg SID/BID. 5 dias) Se o animal estiver muito obstruído ou com muita dor para se alimentar, pode optar pela gastrostomia. PERSISTÊNCIA DO QUARTO ARCO AÓRTICO É uma anomalia cardiovascular congênita que garante a permanência do arco aórtico (liga a artéria pulmonar e aorta), este acaba “estrangulando” o esôfago que passa no meio da aorta e da artéria pulmonar, esse estrangulamento gera estenose, consequentemente dificuldade na passagem de alimento e dilatação esofágica. Apresentação clínica: é manifestado em animais jovens, geralmente na transição da alimentação líquida para a sólida. Os animais apresentam regurgitação, perda de peso e baixo desenvolvimento por falta de nutrientes, podem desenvolver também uma pneumonia aspirativa. Diagnostico: anamnese, sinais clínicos e exames complementares (Raio X contratado onde nota-se a as porções dilatada, com estenose e normal. Tratamento: cirúrgico (ressecção do anel vascular). HERNIA DE HIATO É uma anomalia diafragmática que causa o prolapso do esôfago abdominal e estômago e o esfíncter, ao invés de estar no abdômen fica no tórax. A hérnia por deslizamento é aquela em que desloca o esôfago abdominal e cárdia, é uma alteração congênita, onde os primeiros sinais clínicos aparecem ao desmame, porém pode ainda ser adquirida, quando a pressão intra- abdominal aumenta e o tórax fica com pressão negativa. Existem casos, em que a junção do esôfago e estomago estão em suas posições anatômicas corretas, porem parte do estômago é deslocado para a cavidade torácica e permanece ao lado do esôfago, neste caso a hérnia é chamada de paraesofágica. Apresentação clínica: os animais, podem ser assintomáticos ou apresentar regurgitação e vômito, que são sinais inespecíficos da doença. Diagnóstico: anamnese, sinais clínicos e pode ser feito radiografia simples ou contrastada, porém na maioria das vezes é um achado diagnóstico. Tratamento: para animais sintomáticos o tratamento pode ser cirúrgico ou clínico, com Ranitidina, Famotidina, Sucralfato ou Metroclopramida, esses fármacos agem diminuindo a acidez e a frequência de vômitos e regurgitação. NEOPLASIAS As neoplasias de esôfago não são muito comuns, normalmente são primárias, sendo os fibrossarcomas principais em cães e carcinomas de células escamosas as principais em gatos. Ainda podem ser de origem secundária, oriunda de metástase, como de carcinoma de tireoide, neoplasias pulmonares e gástricas. Apresentação clínica: geralmente acomete mais animais idosos, que vem a apresentar regurgitação por obstrução pela massa tumoral e consequente menor perfusão e motilidade, disfagia e odinofagia,halitose e aumento de volume na região. Diagnostico: Anamnese e sinais clínicos, mas podem ser feitos exames complementares como radiografia simples ou contrastada, citologia ou histopatologia guiado por ultrassom ou biópsia. Tratamento: o tratamento mais indicado é o cirúrgico, onde procura-se fazer a ressecção total da massa, ainda Pode ser feito quimio e radioterapia porém a resposta é muito baixa.
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