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Fiosiopatologia pulpar e perirradicular: Imunologia e microbiologia em endodontia Todo processo da polpa e do periapice engloba a imunologia e a microbiologia (é um processo único). Existem muitos microorganismos no nosso corpo, mesmo saudável, e são importantes para o funcionamento normal. A boca é o local de maior diversidade de microbiota bacteriana; A polpa é isolada dos MO patogênicos, que estão na boca, por barreiras físicas (o esmalte e a dentina) – o MO não tem livre acesso a polpa. A polpa possui uma grande capacidade de defesa por causa da presença do feiche vasculo nervoso apical , que comunica com os tecidos periapicais e por meio do fluxo sanguíneo permitem a chagada de células de defesa até o interior do tec pulpar. Logo, uma simples bactéria em contato com o tecido pulpar não desencadeia uma infecção . Essa fase de defesa é composta por células fagocitárias que indentificam a presença dos MO e os apresentam pra outras células que serão responsáveis por conter o avanço desse MO. Se ocorrer uma quebra dessa barreira protetora (ex: o inicio de uma lesão cariosa), tanto o equilíbrio quanto a capacidade de defesa da polpa podem ser alterados, existem vários estímulos que podem alterar esse equilíbrio (ex: térmicos, químicos, MO e bactérias). Obs: a principal fonte de agressão são os MO, principalmente as bactérias, pois se encontram em maior quantidade na cavidade bucal e se não removidos constituem em uma fonte de agressão persistente. Quando vencem a barreira no tecido, geral um grau de inflamação e se essa presença é mantida pode comprometer completamente a defesa pulpar, gerando uma necrose (impedimento da circulação – sem circulação sem a chegada de defesa) e a colonização das bactérias naquele local fica muito mais fácil. - A progressão do processo de necrose esta diretamente associado com o numero de bactérias que se tem presente no local, com a sua virulência (capacidade de agredir) e com a capacidade de defesa. Vias de acesso microbiano: - Lesão cariosa - Tubulos dentinarios expostos - Canais laterais ligamento periodontal - Danos na camada de cemento (acessoa dentina radicular) - Viana anacorética (células bacterianas da nossa corrente sanguínea, na presença de um tecido pulpar necrosado ou inflamado, podem ser atraídas ate a região alterada e atingir o tecido). * Quanto mais próximo da polpa maior o diâmetro e a quantidade dos túbulos, à medida que o processo bacteriano vai chegando perto da polpa maior se torna a permeabilidade. A infeção bacteriana é necessária e suficiente para que se instale uma lesão periapical. Os MO são a única fonte de agressão persistente e vão atuar na progressão e perpetuação do processo. As infecções no sistema de canais elas vão ser polimicrobianas (compostas por diversos tipos e espécies de MO). Eles se encontram de duas maneiras: - Suspensos no lumem do canal (forma panquitonia); - Aderidos à dentina – parede do canal (forma de biofilme, aderida à parede). O MO vai avançando por terços, lentamente ate a região apical, e podem penetrar nos interiores dos túbulos dentinarios e nas ramificações dos canais pulpares. A presença de infecções endodônticas diminui o prognostico de sucesso de 15% a 20% dos casos de tratamentos endodônticos. (sob a forma de biofilme). Biofilme e lesão perirradicular: O biofilme é uma comunidade estruturada como um método de defesa, conjunto de varias células bacterianas aderidas à superfície e em volta dessas células tem uma matriz formada de proteínas e carboidratos que atuam como um abarreira física a formas de defesa e a própria matriz serve como fonte de nutrientes para as bactérias. O processo de colonização das bactérias é um processo dinâmico, pois vai depender de diversos fatores e diversas espécies bacterianas (determinantes ecológicos). Determinantes ecológicos: (fatores importantes relacionados com a sobrevivência e colonização dos biofilmes). - Tensão de oxigênio: No inicio do processo, temos uma predominância de bactérias facultativa (anaeróbicas e aeróbias), e ao decorrer do processo o oxigênio vai diminuindo, pois com a necrose o fluxo sanguíneo é interrompido, gerando diminuição de oxigênio, e ocorre a predominância de bactérias anaeróbicas. - Nutrientes: No inicio o tecido pulpar necrótico pode ser usado com fonte de nutrientes para as bactérias, e com o passar do tempo novas fontes tem que ser buscadas (proteínas e fluidos que penetram pelo forame apical ou cavidade do dente). Além disso algumas bactérias podem utilizar produtos do metabolismo de outras espécies. - Interações: Sinérgicas: beneficiam os MO Antagônicas: beneficiar um e prejudicar outro. Biofilme: Comunidade integrada em relação ao metabolismo e aderida às superfícies favorece e permite maior variabilidade das bactérias. - Maiores condições de crescimento - Diversidade e eficiência metabólica - Patogenicidade aumentada - Proteção - Dificuldade de eliminação Como ocorre a formação: Chegada dos colonizadores primários (primeiras células bacteriana), em seguida a chegada de novas bactérias que se aderem a essa superfície primaria (bactérias de outras espécies que muitas vezes não conseguiriam colonizar na superfície dentaria), vai formando uma estrutura mais elaborada, resistente e adaptada. Biofilme extraradicular: As infecções extraradiculares normalmente dependem das intraradiculares, logo com a remoção da intra a extra irá ser cessada (na maioria dos casos) Fatore de seleção de microrganismos: São conhecidas mais de 700 espécies potencialmente infectantes, porem apenas grupos restristos são capazes de colonizar o canal. - Disponibilidade de oxigênio: aeróbios (depende de O2 para sobreviver), anaerobios facultativos (sobrevivem na presença ou não de O2), anaeróbios estritos (não sobrevivem de forma alguma na presença de O2) - Interações: positivas (mutualismo e comensalismo) e negativas (antagonismo e competição). Fatores de virulência: Questões adaptativas das bactérias. - Gram +: tem em sua superfície o acido lipoteicoico (LTA) que atua na adesão na hidroxiapatita e também é responsável por estimular macrofragos, monocitos e leucocitos na liberação de mediaros inflamatórios, capazes de se organizar em biofilme, apresentam capsulas como barreira protetória, apresentam diversos fatores que estimulam a inflamação (exotoxinas e proteínas extracelulas, ácidos graxos de cadeia curta e ânion superóxido). - Gram -: em a presença dos lipopolissacarídeos (LPS)(importante nas patologias periapicais – endotoxina) ela é produzida pela célula e liberad no meio quando ocorre uma morte celular por lise ou durante a divisão celular em vesículas, tem um alto efeito imflamatorio e reabçoerção de tecidos mineralizador; possuem vesículas extracelulare, capsulas exotoxinas e proteínas extracelulares, ácidos graxos de cadeia curta e ânion superóxido pró-inflmatório; presença de fímbrias possibilitando a adesão. Evolução da infeção: Em porções mais coronárias temos geralmente uma colonização dos organismos sacaroliticos (presentes nas caries), diretamente expostos ao meio bucal existem uma grande disponibilidade de O2 e nutrientes. A medida que vai se progredindo para o terço médio temos uma redução na oferta dos nutriente e de O2 (vai sendo consumindo pelos MO da região), e quando se avança para o teço apical existe uma baixa tensão de O2, predomínio de anaeróbios estritos e nutrientes do tecido periapical e MO que quebram proteínas. Tipos de infecções endodônticas: - Intrarradicular primaria: Ocorre logo após a necrose pulpar, é uma infecção polimicrobiana, maior presença de anaeróbiosestritos. - Intrarradicular secundaria: (tratamento já realizado e mal sucedido) MO não presente na infecção inicial, proveniente de microinfiltração coronária ou apical após o tratamento endodôntico (bem controverso). (imagem radiografia: tratamento endodôntico associado a lesão periapical) - Intrarradicular persistente: (tratamento já realizado e mal sucedido) permanência de MO após a antessepsia ou devido à canais não localizados, resistência alta: preparo mecânico-químico, meio nutricional restrito e mínima relação interbacteriana. (imagem radiografia: tratamento endodôntico associado à lesão periapical). - Extraradicular: caracterizada pela presença de biofilme extraradicular, envoltos por matriz polissacaridica que protege o biofilme e limita o acesso de células de defesa, geralmente dependentes de infecções intrarradiculares, raramente biofilmes extrarradiculares independentes. Microrganismo X sintomatologia: - Necrose pulpar e periodontite apical sintomáticos agudo (anaeróbias estritas, principalmente gram negativas, elevados níveis de LPS) - Necrose pulpar e periodontite apical assintomáticos crônico (anaeróbias estritas, principalmente gram positivas). Independente da bactéria o ideal é uma limpeza adequada para eliminação ou redução de qualquer tipo de MO presente no interior do SCR. Na presença das bactérias que são patogênicas, a nossa defesa é estimulado numa tentativa de prevenir que essa infecção se dissemine para outros lugares do nosso corpo. Devido o intimo contato da polpa com o periodonto faz com que as patologias que ocorrem na polpa determinem alterações no periodonto. Essas agressões aos tecidos periapicais podem ser traumática ou iatrogênica, e na maioria dos casos devido das inflamações pulpares em resposta a um processo carioso. A inflamação é a resposta fisiológica do corpo frente a uma lesão, invasão por fatores externos e ocasionalmente por auto-agressão: Calor, rubor, tumor (aumento de volume ou edema), dor e perda da função. A inflamação é a principal resposta da polpa e tecidos perirradiculares à estímulos agressores e visa a localização e preparo dos tecidos alterados para a reparação da região afetada. Condições especiais na inflamação pulpar: a polpa é um tecido mole de alta resiliência (capaz de aumentar ou reduzir o tamanho) mas se encontra envolto da dentina que é rígida, e o único meio de comunicação é pelo forame apical e as foraminas que é considerado uma circulação colateral ineficiente. Vários são os estímulos que podem agredir o tecido pulpar, toda agressão que acontecer vai estimular a resposta inflamatória, e essa reposta vai depender da duração e intensidade do estimulo que foi aplicado. A polpa não consegue se expandir, então dificulta a resolução do processo. Na inflamação são liberados mediadores que são substancias que podem estimular o desenvolvimento da resposta e são produzidos pelas células de defesa, eles provocam uma vasodilatação para chegar mais células de defesa naquele local, mas com a chegada de mais sangue a polpa aumenta de volumo e não por onde expandir, então dessa forma o fluxo fica comprometido e se tiver um agente agressor mantido esse fluxo da inflamação e mantido se tornando mais um agressor da polpa. (com a remoção do agente agressor temos chance de conseguir um reparo). Ocorre uma vasodilatação (VD), aumento do fluxo sanguíneo e uma hiperemia, junto com o aumento da permeabilidade vascular provocam uma exsudação plasmática e a transmigração celular (com a vaso dilatação a pressão sanguínea nos vasos da polpa se elevam e com a maior permeabilidade vascular ocorre uma maior perda de proteínas do sangue para o espaço intercelular que faz com que haja um aumento da saída de fluidos dos vasos sanguíneos e uma diminuição do retorno, isso faz com que ocorra um edema (acumulo de substancias fora dos vasos), isso tudo contribui para o aumento da pressão intratecidual e contribui para alteração no lumem das vênulas (pois se tenho um tesido vasodilatado com edema em um espaço fechado a tendência é que essa pressão compra o lumem das vênulas), dessa forma a drenagem dos líquidos, por meio do forame apical fica impedida e isso vai aumentando ainda mais a inflamação juntamente com a compressão das fibras sensoriais da polpa e essa compressão gera dor (qua leva para uma maior liberação de mediadores) e vai ocorrendo a morte celular em cada área da polpa que é comprometida, e se essa agressão é mantida esse tecido desenvolve para uma necrose. 1º linha de defesa do tecido pulpar: é uma barreira inespecífica, pois é uma barreira física, atua contra os agentes agressores independente da sua natureza. (esmalte e cemento). 1º célula de defesa pulpar: defender pela ação dos ododntoblastos, com a difusão dos produtos das bac por meio dos túbulos, podem atingir o prolongamento do odontoblasto, e eles transmitem o sinal pras fibras nervosa e esses odontoblastos reagem com a produção de dentina (esclerosada ou terciaria). Resposta imuni inata (1ºtipo, mais rápida e inespecífica): Mesmo em porções mais superficiais, os odontoblastos já identificam a agressão e já liberam os mediadores químicos ou moléculas pro inflamatório, e essas moléculas vao recrutar outras células de defesa, e essas células recrutadas vao produzir mais mediadores químico na tentativa de impedir a disseminação e também podem capturar os antígenos e apresentar para os linfócitos. Quando os linfócitos recebem os antígenos, eles vão se proliferar para ampliar a resposta de defesa, e se diferenciam em células efetoras para poder eliminar o antígeno. Responta imuni adaptativa - Linfocitos B: se diferenciam em plasmocitos e produzem anticorpos (resposta humoral) atuam neutralizando os fatores de virulência, na opsonização (fização de imunoglobulina no antígeno permitindo que eles sejam fagocitados por outras células de defesa), ativação do complemento (sistema de defesa). -Linfocitos T: se diferenciam em células de memoria, citotóxicas e auxiliares, células efetoras que vão atuar na produção de citocinas que vão produzir mais anticorpos, aumentando a inflamação local e a produção de macrófagos e neutrófilos. Resposta inata: - Primeiro passo da resposta imune - Imediatamente e inespecífica (responde da mesma forma frente a diferentes tipod de agressores) - Fagocitose e apresentação de antígenos - Macrofagos, neutrófilos, células dendriticas e células naturais Killer - Citocinas e quimiocinas - Mediadores neurogênicos Resposta Adaptativa: - Capacidade de memoria - Especificidade - Diversidade de resonhecimento - Autotolerância - Linfocitos T e B Mediadores neurogênicos: Neuropeptideos = são proteínas liberadas pelas fibras nervosas frente a estímulos - Neurotransmissosres que participam da inflamação neurogênica - Atuam na regulação homeostática da polpa - Causam aumento de fluxo sanguíneo pulpar e permeabilidade vascular. Citocinas: Moduladores inter-celulares = substancias liberadas, polipeptideos que atuam modulando a função de diferentes tipos celulares. - TNF-alfa e a interleucina-1 são pro inflamatórios (aumentar o extravasamento de células que realizam a fagocitose) - Interferon-gama ação pro inflamatória e potencializa as ações do TNF-alfa e estimula as células de defesa. - Interleucina-10 apresenta resposta mais anti- inflamatória. Quimiocinas: Citocinas quimiotaticas = fazem a cumunicção entre células, recrutamento de linfócitos para local de inflamação. Polipeptideos que atuam modulando função de diferentes tipos celulares. Modelo animal desenvolvimento da necrose: A necrose do tecido pulpar avança porcompartimentos, a inflamação periapical inicia-se antes da necrose pulpar completa A inflamação periapical e a destruição tecidual são estimuladas primeiramente, por mediadores derivados do hospedeiro, induzidos pela infeção. Estes combatem a infecção mas podem degradar os tecidos Reabsorção óssea periapical Rank/Rankl/OPG - Rank: receptor de membrana,localizado na superfície do osteoclastos. - Rankl: citocinas produzida pelos osteoblastos (células formadoras de osso), estimula diferenciação de osteoclastos (se liga no receptor rank) - OPG (osteoprotegerina): citocina produzida por osteoblastos, aintiinflamatoria. É preciso um numero mínimo de células bacterianas para se começar uma aparência de desenvolvimento de doença de aumento de lesão periapical, essa lesão óssea periapical so inicia quando as células bac ultrapaçãm o limiar, com o tratamento endodontiso tem-se uma queda no numero de bactérias, se esse numero não é reduzido abaixo do limiar essa lesão reaparece, em C seria um tratamento mal sucedido Carga microbiana X Mediadores: Limpeza e formação do sistema de canais radiculares (SCR) promove uma redução do conteúdo e seus produtos, e isso faz com que ocorra uma mudança no padrão da resposta imune, ocorre uma redução na expressaão de mediadores pró-inflamatorios e é favorecida uma reação em progresso do reparo da região Reparo periapical: - Regeneração: reparo com tecidos de mesmas características e reconstituição da arquitetura original e função, células mitoticamente competentes (ocorre com o ligamento periodontal). - Cicatrização: substituição por tecido conjuntivo neoformado com alterações de arquitetura tecidual e função, forma mais comum de reparo. - Reparação das reabsorções de cemento e de dentina por cemento neoformado - Reposição do osso, quando reabsorvido, por tecido ósseo neoformados, reconstituindo a normalidade do ligamento - Restauração da dimensão normal do espaço periodontal - Ausência de fenômenos inflamatórios nos tecidos ápico – perapicais. A remoção do agente causal que vai favorecer a ocorrência de uma resposta imuni que promova um reparo dos tecidos (o próprio organismo promove esse reparo) – perfil anti- inflamatorio com osteoblastos, cementoblastos e fibroblastos. Ocorre uma neoformação de tecidos mineralizados e regeneração do ligamento periodontal. O reparo vai depender de algumas características da infecção, pois tem-se que considerar a patogenicidade desse microorganismo que é a capacidade dessa bactéria produzir um dano tecidual, além da virulência a concentração desse MO é um fator importante na patogenicidade, uma determinada quantidade de MO produz um dano mais acentuado quando acontece em uma pequena área (como dentro do canal). Porem se houver uma boa limpeza e obturação haverá uma eliminação máxima dos MO ou um impedimento de sua nutrição (condições favoráveis para o reparo dos tecidos periapicais). Condições sitemica: - Paciente idosos podem apresentar um reparo mais longo especialmente nos casos de lesão periapical - Deficiência nutritiva: especialmente proteica. Organismo mais suscetível as infecções por reduzir a síntese de mediadores dos processos de defesa. Reparação tecidual dificultada: redução da a síntese de proteínas necessárias ao crescimento células. - Diabetes: deficiência na produção de insulina (alteração metabólicas), susceptibilidade a infecções (dificuldade de nutrição tecidual e capacidade de reparo significativamente reduzida), especiais cuidados em relação a infecção e traumatismo, controle da doença.. - Paratormonio (aumento de osteoclastos- reabsorção óssea) e calcitonina (efeito oposto): Osteoporose (reparo dificultado de lesões periapicais). O que consideramos um reparo periapical na clinica: - Ausência de sintomatologia - Espessura uniforme do espaço do ligamento periodontal - Integridade da lamina dura - Ausência de processo inflamatório clinicamente detectável.
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