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Conceito de Bioética e Biossegurança

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Resumo 
Conceito de Bioética e Biossegurança 
INTRODUÇÃO 
A discussão sobre ética deve ser constante e contínua e, portanto, devendo ser 
retomada sempre, para que o caminho possa ser construído e reconstruído em 
consonância com as necessidades de determinados tempos e momentos 
históricos. 
Tomaremos como direção uma discussão para situar a necessidade de inserir 
as reflexões éticas no atual cenário de avanços científicos em que estamos 
inseridos. Ao mesmo tempo que houve um avanço considerável dos produtos da 
Ciência, sobretudo, após a década de 1960, surgiu o dever de refletir e de 
construir protocolos que permitissem que essa produção fosse realizada por 
meio de padrões que respeitassem aspectos culturais, sociais, psicológicos, 
biológicos, entre outros. 
Assim, a necessidade latente de inserir a ética nas pesquisas fez surgir os 
Comitês de Éticas, os protocolos de pesquisa e os instrumentos primordiais para 
assegurar os direitos e deveres de sujeitos de pesquisas, sejam humanos ou 
não humanos. 
O termo ‘Bioética” foi criado e desenvolvido por pesquisadores no ano de 1971. 
O estadunidense Van Rensselaer Potter, da Universidade de Winsconsin, 
Madison, criou o neologismo, mas foi o pesquisador Andre Hellegers, da 
Universidade de Georgetown, em Washington, que teria usado 
institucionalmente pela primeira vez para designar essa nova disciplina que 
estava sendo criada (DINIZ; GUILHEM, 2005). 
Com o avanço das pesquisas científicas e dos artefatos tecnológicos surgiu a 
importância de discutir essa produção, os seus impactos na sociedade e os 
limites e alcances desse tipo de conhecimento. 
Ao mesmo tempo, foi nessa época que muitos movimentos sociais, como 
movimento feminista, negro, hippies, ambientalista, entre outros grupos 
marginalizados, se organizaram para lutar em prol dos seus direitos civis. Foi o 
momento em que as bandeiras levantadas apontavam a necessidade de 
respeitar a diversidade de opiniões, as diferenças e o pluralismo de ideias que 
se referiam às questões morais. 
Assim, a bioética foi fundada e, gradativamente, vai sendo reconstruída em um 
constante processo de discussão entre os grupos sociais envolvidos. 
Atualmente, há comitês éticos com o intuito de promover um diálogo entre 
pesquisadores e cientistas em relação ao processo de produção do 
conhecimento científico. 
 
 
HISTÓRICO, CONCEITO e Legislação em Bioética e Biossegurança 
A Bioética surgiu no século 20 como uma proposta de integração do ser humano 
à natureza. A crescente complexidade das intervenções científicas, 
especialmente na área da saúde, provocou uma reflexão sobre essas questões 
(GOLDIM, 2006). 
 A Bioética compreende o estudo transdisciplinar entre Biologia, Medicina, 
Filosofia (ética) e Direito (biodireito) que investiga as condições necessárias para 
uma administração responsável da vida humana, animal e responsabilidade 
ambiental. 
 Originou-se pelos conflitos gerados entre o crescente progresso tecnológico e 
as reflexões morais sobre as consequências desse progresso. Foi estabelecida 
como área do conhecimento a partir de 1971, tendo um rápido desenvolvimento 
e reconhecimento. Hoje é parte integrante do ensino em Ciências Biológicas, 
Ciências da Saúde, Direito entre outras áreas, com a finalidade de formar 
profissionais capazes de reconhecer conflitos éticos, realizar análise crítica de 
suas implicações, uso de senso de responsabilidade e obrigação moral ao tomar 
decisões relacionadas à vida humana. Em outras palavras, saber reconhecer 
padrões do que é certo ou errado, bom ou ruim, dentro dos valores morais 
(AZEVEDO, 1998). 
 Devido à falta de conhecimento pela população sobre o que é ética, muitas 
vezes tem recebido definições superficiais. A ética não deve ser limitada a um 
adjetivo, definindo se algo ou alguém é bom ou ruim, adequada ou inadequada. 
A ética deve ser usada, principalmente, em sua forma adverbial, devendo ela 
própria ser qualificada, mas não pressupondo que ela, no seu sentido 
substantivo, sempre se associe ao bom, ao adequado e ao correto. 
Nesse sentido, Adolfo Sanches Vasques caracterizou a ética como sendo a 
busca de justificativas para verificar a adequação ou não das ações humanas. 
Complementando, Robert Veatch define ética como “a realização de uma 
reflexão disciplinada das intuições morais e das escolhas morais que as pessoas 
fazem” (GOLDIM, 2006). 
 Historicamente a palavra bioética foi usada pela primeira vez pelo alemão Fritz 
Jahr (bio + ethik). Esse autor caracterizou a bioética como sendo o 
reconhecimento de obrigações éticas, não apenas com relação ao ser humano, 
mas para com todos os seres vivos. “Respeita, em princípio, cada ser vivo como 
uma finalidade em si e trata-o como tal, na medida do possível”. Posteriormente, 
o termo bioética foi usado em língua inglesa, pela primeira vez, pelo oncólogo 
Van Rensselder Potter, em 1970. Potter sugere que deve haver uma ligação da 
ciência com sua aplicação, visando a defesa dos valores humanos. O título do 
seu livro, Bioética: uma ponte para o futuro, define bem o alcance e a 
profundidade do tema para a sociedade humana como um todo. 
A Bioética teve uma outra origem paralela em língua inglesa. No mesmo ano de 
1970, André Hellegers utilizou esse termo para denominar os novos estudos que 
estavam sendo propostos na área de reprodução humana, ao criar o Instituto 
Kennedy de Ética (GOLDIM, 2006). Posteriormente, no final da década de 1980, 
Potter enfatizou a característica interdisciplinar e abrangente da Bioética, 
denominando-a de global, tendo por objetivo incluir as discussões e reflexões 
nas questões da medicina e da saúde, os novos desafios ambientais. Em 1998, 
Potter redefiniu a Bioética como sendo uma Bioética profunda, pela influência da 
ecologia profunda de Arne Ness. 
 A Bioética profunda como “a nova ciência ética”, que combina humildade, 
responsabilidade e uma competência interdisciplinar, intercultural, que 
potencializa o senso de humanidade. Essa terceira denominação da Bioética por 
Potter rompe com a perspectiva usual da relação dos seres humanos com a 
natureza. A proposta visava gerar uma relação harmoniosa com a natureza, 
reconhecendo-a como tendo valor intrínseco e buscando o reconhecimento da 
igualdade entre as diferentes espécies, e esta perspectiva deveria ser discutida 
na abrangência de biorregiões, além de reconhecer as tradições das minorias 
(GOLDIM, 2003). 
 Hans Jonas, propões a ética da responsabilidade dizendo que “nenhuma ética 
anterior tinha de levar em consideração a condição global da vida humana e o 
futuro distante ou até mesmo a existência da espécie. Com a consciência da 
extrema vulnerabilidade da natureza à intervenção tecnológica do homem, surge 
a ecologia” que dará uma nova e complexa visão da inserção dos seres humanos 
no conjunto da natureza. (JONAS, 1994). 
A Bioética exige uma visão multidisciplinar para uma correta utilização dos 
conhecimentos adquiridos pela ciência; ela deve unir a Ética e a Biologia, os 
valores éticos e os fatos biológicos. Ela é norteada por determinados princípios 
tais como: 
• a beneficência; 
• a prudência; 
• a autonomia; 
• a justiça; 
• a responsabilidade. 
Como beneficência se entende a análise dos benefícios ou eventuais malefícios 
que podem vir do conhecimento adquirido. O princípio da prudência nos indica a 
necessidade de uma postura cuidadosa e atenta, com o objetivo de impedir um 
possível prejuízo, durante a busca do conhecimento. A autonomia define a 
capacidade da pessoa governar-se a si mesmo. Por justiça se entende a 
necessidade de se procurar que os benefícios alcançados pelos conhecimentos 
a serem adquiridos sejam distribuídos de forma igual na sociedade. A 
responsabilidade se define como a previsão dos efeitos de uma ação ou 
comportamento e da sua correção e o dever de assumir a autoria eventual de 
erros ou omissões. 
 
 
Ética é umtermo genérico designado para várias formas de se entender e 
analisar a vida moral. A ética pode ter abordagem normativa (apresentam 
padrões de ações boas ou más), descritiva (relatam aquilo em que as pessoas 
acreditam e como elas agem) ou, ainda, analítica (analisam os conceitos e os 
métodos da ética). A ética apresenta como objetivo principal a delimitação de um 
conjunto de princípios morais que sustentem boas razões para que seja aceito e 
tenha o comprometimento de alto padrão ético de todos os profissionais 
envolvidos. Este pensamento em relação a valores foi tornando-se cada vez 
mais complexo, e, na segunda metade do século XX, a Bioética surgiu para 
lançar luz a esses pensamentos, com o intuito de lidar com uma crise de valores 
instalada, advinda das transformações sociais profundas ocorridas. Neste 
sentido, a bioética parte dos saberes da própria ética filosófica, como uma 
espécie de ética aplicada. Sua abrangência foi sendo ampliada à medida que os 
seus problemas relacionados ao desenvolvimento tecnológico e biotecnológico, 
razão pela qual ela se apresenta como um espaço de reflexão e de ação 
interdisciplinar que envolve obrigatoriamente a noção de complexidade. 
Van Rensselaer Potter, em resposta ao crescimento exponencial do 
conhecimento científico e ao atraso da reflexão necessária e primordial a sua 
utilização, definiu-a como uma ciência da sobrevivência que se baseia na aliança 
no saber biológico (bio) com os valores humanos (ética) – bioética (22). Os 
objetivos da bioética nascem diferentes dos da ética profissional, pois não têm 
base na proibição ou na negação. Ela atua com o intuito de legitimar ações e 
situações, atuando positivamente, sob a essência da liberdade, porém com 
compromisso e responsabilidade, contextualizando cada situação de conflito, 
dentro de seus aspectos sociais, culturais, econômicos e biológicos. 
 A bioética pode ser considerada como um novo âmbito da ética, que se ocupa 
da moralidade dos atos biotecnocientíficos. Pode ser concebida de várias 
maneiras de acordo com as características do seu objeto, dos métodos adotados 
ou contexto em que queira inscrever suas atividades (ética da vida; ética da 
sacralidade da vida; implicações morais da práxis humana etc). Apesar das suas 
diferenças, todas as definições de ética possuem dois elementos em comum: 
1. moralidade – referida ao agente moral ou ao ato oriundo desse agente; 
2. referência à vida. 
Podemos entender a bioética com um significado mais abrangente, como sendo 
“a ética da vida”, ou com significado circunscrito, como apontado por Schramm, 
entendida de forma literal como “a ética aplicada ao bios, à vida humana naquilo 
que ela teria de específica: a vida moral, isto é, a competência em distinguir entre 
o bem e o mal.... 
 
 
 
Em resumo, pode-se definir a bioética como prática e discurso que têm por 
objetivo esclarecer ou resolver as questões éticas suscitadas pelo 
desenvolvimento tecnocientífico no campo da saúde e da vida humana. 
 A proposta da bioética é inerentemente complexa porque trata de questões 
éticas plasmadas em um mundo plural e culturalmente diversificado, por isso ela 
é composta pela confluência de numerosas disciplinas, tais como: filosofia 
(ética), medicina, biologia, sociologia, antropologia, economia, direito etc, além 
de ser um campo que está presente em temáticas que envolvem a sociedade e 
o meio ambiente. Possui uma abordagem interdisciplinar que permite analisar as 
situações e problemas éticos de forma abrangente e individual, verificando todas 
as perspectivas envolvidas e todas as linguagens de compreensão de cada 
disciplina. (28). 
Durante a 32ª Conferência Geral da UNESCO em 2003, foi identificada a 
necessidade de iniciar e apoiar o ensino em ética, visando habilitar os estudantes 
a reconhecer a analisar questões éticas, assim como capacitá-los a agir 
eticamente mediante as situações surgidas. Recomendou-se, ainda, que o 
ensino da ética seja em vários níveis, desde a graduação até a pós-graduação. 
Diante disso, torna-se evidente a necessidade da inserção deste saber nas 
grades curriculares de formação profissional das diversas áreas afins. 
A biossegurança, prática cada vez mais presente no cotidiano do profissional de 
saúde, compreende um campo de conhecimento e um conjunto de práticas e 
ações técnicas, com preocupações sociais e ambientais, destinados a conhecer 
e controlar os riscos que o trabalho pode oferecer ao ambiente, à vida humana 
e à animal (12). 
A Biossegurança apresenta como fundamento básico estudar, entender e tomar 
medidas para prevenir, minimizar ou eliminar os riscos inerentes às atividades 
da pesquisa, produção, ensino e desenvolvimento tecnológico e proteger a 
saúde humana, animal e ambiental ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 
Também pode ser entendida como um novo tipo de saber que se ocupa dos 
artefatos (produtos residuais) das biotecnologias, analisando e avaliando seus 
procedimentos e produtos do ponto de vista de sua segurança, assim necessária 
para uma política de segurança legítima e eficaz. 
 
O termo biosafety, do qual deriva o termo biossegurança, surge depois da 
Segunda Guerra Mundial, no âmbito do Center of Disease Control (CDC) de 
Atlanta, com a preocupação de detectar, avaliar e gerir os chamados biorriscos 
(biohazards), na época definidos como perigos biológicos engendrados 
diretamente pela natureza ou atividade humana. 
 
 Figura 1: Biossegurança e Segurança do Paciente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A biossegurança possui duas vertentes: legal e prática. 
A vertente legal - regida pela Lei de Biossegurança n° 11.105/2005, que trata 
das questões envolvendo a manipulação de DNA (Ácido desoxirribonucleico). 
A vertente prática - que é empregada nas instituições de saúde que envolvem 
riscos presentes nesses ambientes (agentes químicos, físicos, biológicos, 
ergonômicos e psicossociais). No entanto, a biossegurança não se resume 
apenas a normas de prevenção e controle; sua dimensão científica necessita 
uma formação educacional adequada para a compreensão dos seus principais 
objetivos. Figura 2: Definição de Biossegurança 
 
Na área da saúde, é possível observar um enorme número de casos que 
apresentam riscos ocupacionais, cujos profissionais se veem diariamente frente 
a situações de riscos, especialmente na área biomédica. A biossegurança é, 
portanto, tema de extrema relevância no dia a dia e necessita estar presente ao 
longo do processo de formação de profissionais nos cursos técnicos. 
Mastroeni firma que a educação é seguramente a única forma de modificarmos 
a cultura do fazer ‘fácil’ pelo fazer ‘correto’. 
Entretanto, é possível observar que a educação em biossegurança no Brasil, 
apesar de sua importância, ainda não está amplamente inserida nas diretrizes 
curriculares. Sabe-se que essa deficiência na formação profissional, em virtude 
do descompasso entre a teoria e a prática, principalmente nos cursos de saúde, 
é um importante obstáculo no processo educativo. Nesse contexto, é de 
fundamental importância ampliar a inserção desse campo de conhecimento nas 
grades curriculares, visando promover ações efetivas de proteção, tendo, assim, 
a biossegurança respaldada pelo senso de responsabilidade como característica 
individual e não como uma prática imposta. 
 
Níveis de Biossegurança Para manipulação dos microrganismos pertencentes a 
cada uma das quatro classes de risco devem ser atendidos alguns requisitos de 
segurança, conforme o nível de contenção necessário. Estes níveis de 
contenção são denominados de níveis de Biossegurança. Os níveis são 
designados em ordem crescente, pelo grau de proteção proporcionado ao 
pessoal do laboratório, meio ambiente e à comunidade. 
O nível de Biossegurança 1, é o nível de contenção laboratorial que se aplica 
aos laboratórios de ensino básico, ondesão manipulados os microrganismos 
pertencentes a classe de risco 1. Não é requerida nenhuma característica de 
desenho, além de um bom planejamento espacial e funcional e a adoção de boas 
práticas laboratoriais.  
O nível de Biossegurança 2 diz respeito ao laboratório em contenção, onde são 
manipulados microrganismos da classe de risco 2. Se aplica aos laboratórios 
clínicos ou hosp. laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de 
diagnóstico, sendo necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de 
barreiras físicas primárias (cabine de segurança biológica e equipamentos de 
proteção individual) e secundárias (desenho e organização do laboratório). 
O nível de Biossegurança 3 é destinado ao trabalho com microrganismos da 
classe de risco 3 ou para manipulação de grandes volumes e altas 
concentrações de microrganismos da classe de risco 2. Para este nível de 
contenção são requeridos além dos itens referidos no nível 2, desenho e 
construção laboratoriais especiais. Deve ser mantido controle rígido quanto a 
operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos e o pessoal 
técnico deve receber treinamento específico sobre procedimentos de segurança 
para a manipulação destes microrganismos 
O nível de Biossegurança 4 ou laboratório de contenção máxima, destina-se a 
manipulação de microrganismos da classe de risco 4, onde há o mais alto nível 
de contenção, além de representar uma unidade geográfica e funcionalmente 
independente de outras áreas. Esses laboratórios requerem, além dos requisitos 
físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção 
(instalações, desenho equipamentos de proteção) e procedimentos especiais de 
segurança. 
 
 
Níveis de Biossegurança para Laboratórios 
Níveis de biossegurança (NB 1) 
Determinado para a manipulação de agentes da classe de risco 1, ou seja, 
microrganismos que têm baixa probabilidade de provocar doenças em homens 
ou animais. Dessa forma, não são necessários equipamentos específicos de 
proteção (barreiras primárias) e quanto às instalações (barreiras secundárias) 
são exigidas apenas bancadas abertas com pias próximas. Todos os 
colaboradores devem ser treinados para os procedimentos específicos do 
laboratório, supervisionados por um profissional com domínio em biossegurança 
e ter o trabalho norteado pelas Boas Práticas Laboratoriais, que são, dentre 
outras: 
• lavagem de mãos; 
• não comer, beber e fumar. Os alimentos devem ser mantidos fora da área 
de trabalho; 
• evitar o uso de calçados abertos; 
• utilizar dispositivos mecânicos para a pipetagem, sendo proibido fazê-lo 
pela boca; 
• não usar acessórios como anéis, relógios e pulseiras durante as 
atividades laboratoriais; 
• possuir kit de primeiros socorros; 
• realizar a desinfecção das superfícies de trabalho ao final do uso ou 
quando houver contato direto de material viável; 
• possuir programa 
• possuir programa de controle de insetos e roedores. 
Níveis de biossegurança (NB 2) 
Adequado ao trabalho que envolva agentes com classe de risco 2, sendo 
microrganismos que podem causar infecções mas que são de tratamento fácil e 
eficaz — representando risco individual moderado e baixo para a comunidade. 
Nesse caso, há recomendação do uso de equipamentos de segurança, como 
luvas, aventais e proteção para o rosto quando necessário. Quando a 
manipulação de agentes provocar aerossóis ou vazamentos de materiais 
infecciosos, é determinado o uso de Cabines de classe I ou II. No que se refere 
às instalações, é recomendado o mesmo do NB 1 acrescido de Autoclave. 
 As práticas específicas são: 
• possuir acesso limitado; 
• dispor de aviso de Risco Biológico; 
• possuir precauções para objetos perfuro cortantes; 
• apresentar Manual de Biossegurança que defina qualquer 
descontaminação de dejetos ou normas de vigilância médica. 
 
 
Níveis de biossegurança (NB 3) 
Destinado ao trabalho com agentes de risco biológico de classe 3, 
potencialmente fatais, que apresentam elevado risco individual e baixo risco para 
a comunidade. Os equipamentos de segurança desse nível são semelhantes ao 
NB 2, acrescentando o uso das Cabines de classe I ou II em todas as 
manipulações de agentes abertas. A instalações seguem o NB 2 somadas a 
separação física dos corredores de acesso, portas duplas com fechamento 
automático, ar de exaustão que não deve recircular e o fluxo negativo dentro do 
laboratório. 
As práticas específicas são: 
Apresentar acesso rigorosamente controlado; 
• realizar desinfecção de todo o lixo, assim como a roupa usada no 
laboratório antes de ser lavada; 
• coletar e armazenar amostra sorológica de cada colaborador exposto ao 
risco como referência. 
Níveis de biossegurança (NB 4) 
Referente a laboratórios em que os colaboradores estão expostos a agentes 
altamente patogênicos, de fácil propagação, que não possuem medidas 
terapêuticas ou profiláticas, representando um elevado risco individual e para a 
comunidade. Consequentemente, todos os procedimentos devem ser realizados 
dentro de Cabine classe III ou em Cabines de classe I ou II, juntamente ao uso 
do macacão de pressão positiva com suprimento de ar. Quanto às instalações, 
é necessário seguir as recomendações do NB 3, sendo que o edifício ou a área 
do laboratório devem ser isolados, os sistemas de abastecimento e escape 
devem ser a vácuo e possuir eficiente sistema de descontaminação, além de 
outras especificações descritas a serem seguidas devido ao risco envolvido. 
As práticas de segurança também devem ser executadas criteriosamente e 
envolvem: 
• mudança de roupa antes de entrar; 
• banho ao sair; 
• descontaminação de todo o material na saída do laboratório. 
Segurança Biológica Segurança Biológica é definido como o manejo dos riscos 
biológicos e ambientais associados à alimentação e agropecuária, incluindo os 
setores de pesca e floresta. Importância da segurança biológica. Gerar 
conhecimentos e validar tecnologias para a avaliação, manejo e diminuição do 
risco de introdução e dispersão de pragas no Brasil, visando à melhoria da 
qualidade dos produtos agrícolas e proteção da agricultura brasileira e do meio 
ambiente. 
 
 
Barreiras de Contenção 
O termo "contenção" é usado para descrever os métodos de segurança 
utilizados na manipulação de materiais infecciosos em um meio laboratorial onde 
estão sendo manejados ou mantidos. O objetivo da contenção é o de reduzir ou 
eliminar a exposição da equipe de um laboratório, de outras pessoas e do meio 
ambiente em geral aos agentes potencialmente perigosos. A contenção primária, 
a proteção da equipe do laboratório e do meio de trabalho contra a exposição 
aos agentes infecciosos, é proporcionada por uma boa técnica de microbiologia 
e pelo uso de um equipamento de segurança adequado. O uso de vacinas pode 
fornecer um elevado nível de proteção pessoal. Já a contenção secundária, a 
proteção do meio ambiente externo ao laboratório contra a exposição aos 
materiais infecciosos, é proporcionada pela combinação de um projeto das 
instalações e das práticas operacionais. Desta forma, os três elementos de 
contenção incluem: na prática e a técnica laboratorial; o equipamento de 
segurança; o projeto da instalação. 
A avaliação do risco do trabalho a ser realizado com um agente específico 
determinará a combinação adequada destes três elementos. Prática e Técnica 
Laboratorial. O elemento de contenção mais importante é a adesão rígida às 
práticas e técnicas microbiológicas padrões. As pessoas que trabalham com 
agentes infecciosos ou com materiais potencialmente contaminados devem se 
conscientizar sobre os riscos potenciais, e devem ser treinadas e estarem aptas 
a exercerem as técnicas e práticas necessárias para o manuseio seguro destes 
materiais. Cabe ao diretor ou a pessoa responsável pelo laboratório, a 
responsabilidade também pelo fornecimento ou pela elaboraçãode um 
treinamento adequado para o corpo de funcionários. Cada laboratório deverá 
desenvolver ou adotar um manual de biossegurança ou de operações que 
identifique os riscos que serão ou que poderão ser encontrados e que 
especifique também as práticas e procedimentos específicos para minimizar ou 
eliminar as exposições a estes perigos. Os funcionários devem receber 
informações sobre os riscos especiais e devem ler e seguir todas as práticas e 
procedimentos solicitados. 
Um cientista treinado e com grande conhecimento das técnicas laboratoriais 
apropriadas, dos procedimentos de segurança e dos perigos associados ao 
manuseio de agentes infecciosos deve ser o responsável pela condução do 
trabalho envolvendo quaisquer agentes ou materiais infecciosos. Quando as 
práticas laboratoriais padrões não forem suficientes para controlar os perigos 
associados a um agente ou a um procedimento laboratorial em particular, 
medidas adicionais poderão ser necessárias. O diretor do laboratório será o 
responsável pela seleção das práticas adicionais de segurança que devem estar 
relacionadas aos riscos associados aos agentes ou aos procedimentos.  A 
equipe, as práticas de segurança e as técnicas laboratoriais deverão ser 
complementadas com um projeto apropriado das instalações e das 
características da arquitetura, do equipamento de segurança e das práticas de 
gerenciamento. 
 
Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias). 
O equipamento de segurança inclui: 
• as cabines de segurança biológica (CSB); 
• recipientes adequados; 
• e outros controles da engenharia de segurança projetados para remover 
ou minimizar exposições aos materiais biológicos perigosos. 
A cabine de segurança biológica (CSB) é o dispositivo principal utilizado para 
proporcionar a contenção de borrifos ou aerossóis infecciosos provocados por 
inúmeros procedimentos microbiológicos. Três tipos de cabines de segurança 
biológica (Classe I, II e III) usados em laboratórios de microbiologia estão 
descritos e ilustrados no Apêndice A. 
As cabines de segurança biológica Classe I e II, que possuem a frente aberta, 
são barreiras primárias que oferecem níveis significativos de proteção para a 
equipe do laboratório e para o meio ambiente, quando utilizado com boas 
técnicas microbiológicas. 
A cabine de segurança biológica Classe II também fornece uma proteção 
contra a contaminação externa de materiais (por exemplo, cultura de células, 
estoque microbiológico) que serão manipulados dentro das cabines. 
A cabine de segurança biológica Classe III hermética e impermeável aos 
gases proporcionam o mais alto nível de proteção aos funcionários e ao meio 
ambiente. Um outro exemplo de barreira primária é o copo de segurança da 
centrífuga, um recipiente conectado à centrífuga projetado para evitar que 
aerossóis sejam liberados durante uma centrifugação. Para minimizarmos este 
perigo, controles de contenção como as cabines de segurança biológicas (CSB) 
ou os copos da centrífuga deverão ser utilizados ao manipularmos agentes 
infecciosos que possam ser transmitidos através da exposição aos aerossóis. 
O equipamento de segurança também pode incluir itens para a proteção pessoal 
com: 
• luvas, aventais, gorros, proteção para sapatos, botas, respiradores, 
escudo ou protetor facial, máscaras faciais ou óculos de proteção. 
O equipamento de proteção pessoal frequentemente é usado em combinação 
com as cabines de segurança biológica e outros dispositivos que façam a 
contenção os agentes, animais ou materiais que estão sendo manipulados. Em 
alguns casos nos quais se torna impossível trabalhar em capelas de segurança 
biológica, o equipamento de segurança pessoal deve formar a barreira primária 
entre os trabalhadores e os materiais infecciosos. Os exemplos incluem certos 
estudos sobre animais, necropsia animais, atividades de produção em grande 
escala do agente e atividades relacionadas à manutenção, serviços ou suporte 
da instalação do laboratório. 
 
Projeto e Construção das Instalações (Barreiras Secundárias). 
O planejamento e a construção das instalações contribuem para a proteção da 
equipe do laboratório, proporcionando uma barreira de proteção para as pessoas 
que se encontram fora do laboratório e para as pessoas ou animais da 
comunidade contra agentes infecciosos que podem ser liberados acidentalmente 
pelo laboratório. 
A gerência do laboratório deve ser a responsável por instalações que estejam de 
acordo com o funcionamento do mesmo e com o nível de biossegurança 
recomendado para os agentes que forem ali manipulados. As barreiras 
secundárias recomendadas dependerão do risco de transmissão dos agentes 
específicos. Por exemplo, o risco das exposições para grande parte dos 
trabalhos laboratoriais em dependências de um Nível De Biossegurança 1 e 2 
será o contato direto com os agentes ou as exposições inadvertidas através de 
um meio de trabalho contaminado. As barreiras secundárias nestes laboratórios 
podem incluir o isolamento da área de trabalho ao acesso público, 
disponibilidade de uma 
Quando o risco de contaminação através da exposição aos aerossóis infecciosos 
estiver presente, níveis mais elevados de contenção primária e barreiras de 
proteção secundárias poderão ser necessários para evitar que agentes 
infecciosos escapem para o meio ambiente. 
Estas características do projeto incluem sistemas de ventilação especializados 
em assegurar o fluxo de ar unidirecionado, sistemas de tratamento de ar para a 
descontaminação ou remoção do ar liberado, zonas de acesso controlado, 
câmaras pressurizadas como entradas de laboratório, separados ou módulos 
para isolamento do laboratório. - EPI e EPC Os EPIs e EPCs devem ser 
implementados em todos 
Os EPIs e EPCs devem ser implementados em todos os ambientes do trabalho 
sempre que não for possível eliminar o risco. Portanto, é dever do empregado 
utilizar o equipamento. Assim como, é dever do empregador fornecer o EPI 
adequado, dar o treinamento e apresentar todas as informações necessárias 
para que o trabalhador esteja ciente das zonas de riscos e como utilizar 
corretamente o Equipamento de Proteção Individual. A seguir será listado alguns 
dos principais EPIs para os serviços em saúde. Devendo considerar que para 
fazer a escolha, deve-se consultar o profissional da segurança do trabalho para 
que ele estabeleça os equipamentos ideais para garantir a proteção do 
trabalhador em cada tipo de ambiente. 
1. Avental descartável 2. Toucas 3. Luvas de segurança 4. Máscaras 
respiratórias 5. Óculos de segurança 6. 6. Sapato de segurança 
 
 
REFERÊNCIAS 
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http://www.brapci.ufpr.br/ic.php?dd99=journals>. Acesso em: 13 jun. 2015.

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