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PLEUROPNEUMONIA SUÍNA Doença infectocontagiosa que causa lesões graves no pulmão e pleura ETIOLOGIA ● Actinobacillus pleuropneumoniae, ou App ● Cocobacilo gram negativo, Camp positivo, beta hemolítico ● Possui fatores de virulência como: ○ LPS ○ Adesinas ○ Citotoxinas/exotoxinas Apx I até o Apx IV responsáveis pelas lesões pulmonares características da doença. ● Apresenta 2 biotipos ○ Dependentes de NAD (biotipo 1) ○ Independentes de NAD (biotipo 2) que são menos patogênicos, porém podem causar o quadro superagudo e morte dos animais ● Possui 15 sorotipos capsulares sendo os 13 e 14 percentes ao biotipo 2 e os demais ao 1. ● Os sorotipos 1, 5, 9, 10 e 11 apresentam Apx I que é altamente hemolítica ● A Apx II é fracamente hemolítica e moderadamente citotóxica, é secretada por todos os sorotipos exceto o 10 ● A Apx III é secretada pelos sorotipos 2, 3, 4, 6, 8, não é hemolítica mas sim fortemente citotóxica; ● A Apx IV é produzida por todos os sorotipos In vivo. ● São sensíveis à maioria dos desinfetantes, como cloramina-T, hipoclorito de sódio, permanganato de potássio, água oxigenada e aldeídos, e também ao cozimento EPIDEMIOLOGIA ● Transmissão pode ocorrer por aerossois ou contato direto com secreções respiratórias, sendo os suínos os próprios reservatórios do agente. ● Suínos de todas as idades podem ser acometidos, destacando-se leitões em crescimento em rebanhos cronicamente infectados. ● Pode se manifestar de forma aguda em leitões de 10-14 semanas e crônica em leitões de mais de 14 semanas. ● Sua morbidade é variável indo de 8,5-40%, assim como sua mortalidade que varia entre 0,4-24%. ● Como fatores risco se tem a mistura de lotes de várias origens, falta ou falha no vazio sanitário, co-infecções, baias vazadas, mais que 500 animais por galpão. PATOGENIA → Ainda não está completamente elucidada. → Após a inalação/contato com as secreções, as bactérias tem acesso à cavidade nasal e se aderem e colonizam as células do epitélio respiratório e tonsilas. → Elas se disseminam pelo trato respiratório até chegarem no epitélio alveolar. → Nos pulmões elas se multiplicam e causam lesões extensas devido a produção das citotoxinas Apx e LPS em associação à resposta inflamatória local. → Nos pulmões as bactérias são fagocitadas por macrófagos porém se mantém viáveis devido a presença de cápsula e pela secreção de exotoxinas que são tóxicas aos macrófagos, células do epitélio alveolar e também para as células endoteliais dos capilares alveolares inibindo as defesas do organismo e produzindo as lesões erosivas e hemorrágicas. SINAIS CLÍNICOS A pleuropneumonia suína pode se manifestar de forma superaguda, aguda ou crônica. Na forma superaguda tem início repentino e alguns animais podem morrer sem apresentação de sinais clínicos, morte súbita. Outros podem chegar a apresentar sinais de febre, letargia, dispneia, cianose e exsudato hemorrágico pelas narinas e boca - hemoptise devido as lesões graves e hemorrágicas nos pulmões, a progressão para a morte é rápida, de 18-36h. Na forma aguda se tem febre, insuficiência cardíaca, associada à congestão e cianose, anorexia, dispneia com apresentação de posição ortopneica ou decúbito esternal, tosse profunda, sangramentos pelo nariz e boca evoluindo para morte ou então apresentando melhora dos sinais. Pode ocorrer morte súbita também. A forma crônica decorre da resolução da aguda, com os mesmos sinais de tosse, dispneia e febre, porém de forma mais branda, com diminuição do ganho de peso e retardo no crescimento LESÕES As lesões de necropsia se concentram mais nos lobos cranial direito e caudais com consolidação, hemorragia e fibrina, nódulos encapsulados, abscessos nos pulmões, nas pleuras observa-se exsudato fibrino-sanguinolento - pleurite fibrinosa, que pode ainda afetar o pericárdio causando pericardite fibrinosa. DIAGNÓSTICO Pelos sinais clínicos, principalmente de hemoptise, e lesões macro e microscópicas, confirmadas por PCR, imunohistoquímica (IPX) ou imunofluorescência, além de ELISA, que é mais utilizado na avaliação de programas vacinais e para programas de erradicação. CONTROLE ● Tratamento dos doentes com antibióticos, recomendando-se o antibiograma prévio devido a cepas multirresistentes. ● Vacinação - vacinas bacterinas de sorotipos específicos, vacinas autógenas promovem a imunização contra os sorotipos presentes no rebanho, essas duas não conferem imunidade cruzada; vacinas de toxoide - contém as citotoxinas Apx, conferindo imunidade cruzada já que diferentes biotipos e sorotipos apresentam as mesmas citotoxinas Apx. ○ Em leitões a vacinação é feita nos dias 30 e 50. Porcas, 90 dias pós cobertura e 70-90 dias pós coberturas para marrãs. ● Evitar mistura de suínos de diferentes origens, difícil no sistema produtivo brasileiro em que se misturam leitões provenientes de diferentes granjas produtoras de leitões. ● Boas práticas de manejo e biosseguridade.
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