Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DOENÇA DE GLASSER DEFINIÇÃO Doença infecciosa de caráter septicêmico caracterizada por inflamação sero-fibrinosa das serosas, podendo causar pleurite, pericardite, peritonite, artrite e meningite. ETIOLOGIA Glaesserella (Haemophilus) parasuis ● Bacilo Gram Negativo ● Fastidioso ○ NAD (Fator V) ○ AS + S. aureus (satelitismo) ● 15 sorotipos + amostras ñ sorotipadas ● ≠ virulência entre ST A bactéria Glaesserella (Haemophilus) parasuis, um bacilo gram negativo, imovél normalmente encontrado na cavidade nasal de suínos é o agente etiológico da Doença de Glasser. Essa bactéria possui hoje 15 sorotipos conhecidos sendo que várias cepas ainda não foram caracterizadas. Cada sorotipo apresenta diferentes graus de virulência e a imunização contra um sorotipo não gera imunização cruzada para os outros, deixando o suíno suscetível a reinfecções. Seu cultivo é dificultoso, uma vez que necessitam de Fator V ou nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD) para seu crescimento ou então ser cultivada junto à Staphylococcus aureus que produz o Fator V permitindo que as colônias de Glaesserella parasuis cresçam “orbitando” as colônias de S. aureus, chamado de satelitismo. EPIDEMIOLOGIA ● Distribuição mundial ● Inverno ● 2-16 sem. idade (>ria 5-8 sem.) ● Rebanhos com alto status sanitário e nutricional ● Doença sistêmica - se estende para outros órgãos ● PCV2 A Glaesserella parasuis é um microorganismo normal da microbiota respiratória de suínos, que coloniza o trato respiratório dos leitões logo após o nascimento. Normalmente, quando imunologicamente bem essas cepas são equilibradas às outras pertencentes à microbiota respiratória e não causam nenhum quadro. Ela é uma das principais doenças a acometer rebanhos melhorados e de bom status sanitário e nutricional, não sendo obrigatoriamente correlacionada a baixa higiene nas granjas. É uma doença de distribuição mundial e seus principais reservatórios são os suínos domésticos e selvagens. Possui certa sazonalidade com prevalência maior no inverno associada a queda na imunidade devido ao frio ou coinfecções por agentes imunodepressores como por circovírus suínos tipo 2 (PCV2). PATOGENIA ● Aerossóis ● Tropismo por membranas serosas, sinovial, meninges e parênquima pulmonar ● Induz resposta inflamatória severa ● Fatores estressante x Imunidade A transmissão da Doença de Glasser ocorre por aerossóis e os mais suscetíveis são os leitões entre 2-15 semanas, sendo os de 5-8 semanas os mais acometidos. As Glaesserella parasuis possuem tropismo por serosas causando uma resposta inflamatória severa nesses locais com deposição de fibrina - serosite fibrinosa, → Polisserosite serofibrinosa - Que por acometer várias serosas ao mesmo tempo → Artrite serofibrinosa - articulações causa → Meningite serofibrinosa - meninges As bactérias se aderem e colonizam o epitélio respiratório da cavidade nasal primariamente e depois, com a queda na imunidade, seja por doenças imunodepressoras ou estresse, há o descontrole da população de G. parasuis, que se disseminam para o trato respiratório como um todo. Chegando nos pulmões as cepas mais virulentas resistem a fagocitose pelos macrófagos alveolares e atingem a circulação sanguínea se disseminando pelo organismo, sendo atraídas para as serosas, articulações e até meninges. No sangue as bactérias causam danos ao endotélio o que contribui para sua passagem pela barreira hematoencefálica e também causa a característica resposta inflamatória com produção de fibrina e extravasamento de fluidos para as cavidades. Algumas doenças virais são descritas como facilitadoras para a doença de Glasser por serem imunodepressoras, como a Síndrome reprodutiva e respiratória suína (PRRSV), Circovirose suína (PCV2) e Influenza suína tipo A. SINAIS CLÍNICOS Podem apresentar evolução hiperaguda, aguda ou crônica. → Na hiperaguda os animais apresentam septicemia com morte súbita. → Na aguda geralmente se tem febre, apatia, tosse, dispneia, respiração abdominal, artrite e claudicação, quando atinge o cérebro se tem sinais neurológicos como tremores incoordenação, movimentos de pedalagem e decúbito lateral. → Quando crônica os animais apresentam tosse e redução no crescimento. Formas clínicas ● Polisserosite ○ Sinóvia, peritônio, pleura, pericárdio e meninges » Exudação serofibrinosa e purulenta em membranas serosas ○ Inflamação e dor nas articulações » Claudicação (tarso e carpo) ○ Sinais nervosos » Tremores, incoordenação, e decúbito lateral É a principal forma de lesões que ocorrem nos afetados pela Doença de Glasser: pleurite, peritonite e pericardite, com exsudação serofribrinosa e purulenta, nas articulações causa inflamação e dor com artrite e claudicação, principalmente nos carpos e tarsos, quando afeta as meninges - meningite, causa sinais neurológicos. Também podem apresentar hepato e esplenomegalia, pneumonia hemorrágica e aderências nas cavidades torácica e abdominal quando mais crônica. ● Septicêmica ○ Sem polisserosite ○ Morte súbita ● Pneumonia ○ Tosse ○ Dispneia LESÕES Necropsia ● Pleurite ● Pericardite ● Meningite ● Exudação fibrinosa ● Pneumonia hemorrágica ● Hepato e Esplenomegalia Abate ● Aderência das serosas torácicas e abdominais - aderência significa que o processo está cronificado lesão cronica ● Conteúdo fibrinopurulento das articulações DIAGNÓSTICO ● Clínico-patológico - fecha diagnóstico para Doença de Glasser. ● Bacteriológico ○ Medicações podem mascarar resultado ○ Tempo é crucial - mais de dois dias amostras contaminam OBS: quando se tem apenas lesões nas meninges deve-se excluir Streptococcus suis, outro agente causador de meningite bacteriana em suínos. O isolamento bacteriológico pode ser feito, porém depende de laboratórios especializados uma vez que é um cultivo dificultoso, além de que tem existe a possibilidade das Glaesserella parasuis estarem em baixa quantidade nos órgãos e líquidos ou ainda de os animais terem passado por antibioticoterapia. Outras formas de diagnóstico são por ELISA, imunofluorescência, imunohistoquímica e hibridização, porém são restritas a laboratórios de referência CONTROLE ● Vacinas comerciais X Vacinas autógenas ○ Leitões 3-6 sem. ○ Porcas se houver surto ● ATM ○ Penicilina, cefalosporina, florfenicol e sulfatrimetropina Isolamento e tratamento dos doentes com antimicrobianos quando as infecções ocorrem de forma. esporádica. Quando ocorrem surtos é indicado uso de vacina Pergunta da prova: Qual vacina é preferencial? É a vacina autogena porque não tem reação cruzada. Isso pois a bactéria possui 15 sorotipos conhecidos e alguns ainda não foram caracterizados, sendo que cada sorotipo apresenta diferente virulência e imunização. Ou seja, se cada uma apresentar um tipo de virulência, ela geram tipos de imunização diferente, logo se ele se infecta por uma não vai ter imunidade contra a outra, porque a outra vai ser diferente por isso que eles não vão ter imunidade para todos os tipos. Por isso as vacinas comerciais possuem certo tipo de antígeno, mas só que na sua granja não tem aqueles antígenos que ta na vacina comercial, os animais da granja estão entrando em contato com uma cepa que tem um antígeno diferente e que tem uma virulência diferente, por isso não vai adiantar. É por isso que nesse caso é melhor usar vacina autógena porque ai eu vou com certeza pegar os antígenos das cepas que estão circulantes ali Vacinas comerciais e vacinas autógenas podem ser usadas, as comerciais apresentam alguns dos principais sorotipos da bactéria, porém não garante a imunização completa uma vez que não gera imunização cruzada contra outros sorotipos que podem estar circulantes na granja; Já as autógenas possuem os sorotipos circulantes na granja garantindo a imunização, porém não imuniza contra novos sorotipos que podem vir a infectar os animais. Elas geralmente são feitas em leitões nas 3ª e 6ª semanas.
Compartilhar