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Brenda da Silva Araújo – Odontologia, UFPE Microbiologia e Imunologia UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE MEDICINA TROPICAL DISCIPLINA DE MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA A S P E R G I L O S E E C A N D I D Í A S E O R O F A R I N G E A N E A ASPERGILOSE 1. Cite 4 fatores predisponentes para infecções fúngicas oportunistas. • Possuir um sistema imunológico deficiente; • Ser portador da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS); • Ter realizado transplante; • Fazer terapia antineoplásica e corticoidoterapia. 2. Cite 7 características gerais das aspergilose. • É uma infecção fúngica oportunista por excelência; • Caracteriza-se como multifacetada; • Suas manifestações clínicas dependem da resposta imune do hospedeiro; • A fonte de contágio mais comum é a via aérea; • Atinge os pulmões, ouvidos, SNC, olhos, etc.; • A. fumigatus é seu principal agente etiológico; • Pode ser dividida em três tipos: invasiva, saprofítica e alérgica. 3. Quais as principais manifestações clínicas gerais da aspergilose? Febre; dispneia; tosse, podendo ser inclusive com sangue (hemoptise); e delírio são alguns dos principais sintomas. Além destes, insuficiência renal e hepática (icterícia) podem aparecer. 4. Cite 3 características importantes da aspergilose broncopulmonar alérgica. • É uma forma de hipersensibilidade pulmonar associada à destruição das vias aéreas em resposta ao Aspergillus spp; • Caracteriza-se por episódios de asma aguda responsiva a corticosteroide ou por asma corticoide dependente, com sintomas não usuais de febre e hemoptise. O dano pulmonar permanente pode progredir para fibrose; • O tratamento consiste da associação de corticosteroide e itraconazol. 5. Cite as principais características da aspergilose pulmonar invasiva. • Atinge com alta morbidade e mortalidade indivíduos imunodeprimidos; • Para estabelecer seu diagnóstico, são utilizados métodos como material de LBA, biópsia transtorácica percutânea e biópsia por vídeo-toracoscopia, procedimentos considerados padrões. • Infecções após transplantes, uso prolongado de imunossupressores e corticoides e neutropenia, são alguns exemplos de fatores que aumentam o risco de morte por API; • O voriconazol é o principal medicamente indicado para seu tratamento; • A duração do tratamento pode ser determinada pela normalização da Antigenemia e a resolução do quadro clínico e radiológico. 6. Qual molécula é detectada para determinação da Antigenemia para aspergilose pulmonar invasiva? A galactomanana, polissacarídeo componente da parede celular do Aspergillus spp. CANDIDÍASE OROFARINGEANEA 1. Cite o que é o fenômeno de Switching (Candida) e qual sua importância na virulência? Brenda da Silva Araújo – Odontologia, UFPE Microbiologia e Imunologia Esse fenômeno (estudado principalmente na espécie C. albicans) possui relação com a sexualidade da Candida, na sua passagem de ciclo assexual para sexual, promovendo alterações morfológicas e metabólicas nas células. A C. albicans se apresenta como células leveduriformes brancas, ovais e que produzem energia através do processo de fermentação (baixa produção de ATP). Quando ocorre o fenômeno de Switching nessa espécie, a célula passa a ser leveduriforme opaca, morfologicamente alongada e com produção de energia por meio de metabolismo oxidativo (Ciclo de Krebs e Cadeia Transportadora de Elétrons). A quantidade de ATP produzida neste tipo é muito mais elevada que a produzida na fermentação, necessidade acarretada devido a intensa multiplicação celular. Desse modo, o switching leva ao aumento da proliferação do fungo, que se relaciona diretamente com a importância de sua virulência, pois quanto maior sua população, maior o efeito patogênico exercido no organismo hospedeiro. 2. Quais as principais características clínicas das infecções por Candida do tipo PSEUDOMEMBRANOSA (1), ATRÓFICA AGUDA/ERITEMATOSA (2) e QUEILITE ANGULAR (3)? Diferencie as mesmas. A pseudomembranosa se caracteriza pelo surgimento de placas moles, difusas, com sutil elevação e de coloração amarelo-esbranquiçada (popularmente denominadas “sapinhos”), em qualquer região da cavidade oral, principalmente a retromolar, língua, palato e mucosa jugal. Além disso, é muito comum que ela seja acompanhada de mau hálito. As placas que se formam nesse tipo de infecção são facilmente removidas (até mesmo passando uma gaze) e quando isso acontece a mucosa fica levemente eritematosa ou ulcerada. Já no caso da atrófica aguda (eritematosa), é comum que surja como evolução da pseudomembranosa (inclusive surgir os dois tipos associados) e não possui aspectos clínicos bem definidos. No geral, se caracteriza pela presença de um intenso eritema generalizado, a mucosa se apresenta seca e brilhante, e há o surgimento de pequenas placas e úlceras superficiais muito dolorosas no dorso da língua, resultado da perda de papilas filiformes. A queilite angular, por sua vez, é uma designação não específica e pode ser intensamente eritematosa. Manifesta-se através de fissuras (ressecamento), ulcerações, erosões e inflamações, que levam a dor intensa nos indivíduos que a possuem. Esse tipo de infecção por Candida é muito comum em pacientes pediátricos. 3. A Nistatina é um antifúngico que não pode ser associado com qual composto químico presente em alguns enxaguatórios? O uso de Nistatina deve ser feito somente após, pelo menos, 30 minutos da utilização de enxaguatório de Clorexidina. Isso se deve ao fato dos dois compostos reagirem entre si, fazendo com um que inative o outro. Assim, eles não podem ser associados de maneira subsequente. 4. Qual o composto ativo presente em enxaguatórios bucal que é mais efetivo para controle de fungos? Segundo a maioria dos estudos acerca dessa questão, enxaguatórios à base de óleos essenciais têm sido considerados muito efetivos e vantajosos no combate a fungos, uma vez que não ocasionam resistência. REFERÊNCIAS SIMÕES, Ricardo Jorge; FONSECA, Patrícia; FIGUEIRAL, Maria Helena. Infecções por cândida spp na cavidade oral. Odontologia Clínico-Científica (Online), v. 12, n. 1, p. 19-22, 2013. SALES, Maria da Penha Uchoa. Capítulo 5-Aspergilose: do diagnóstico ao tratamento. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 35, p. 1238-1244, 2009. BARBEDO, Leonardo S.; SGARBI, Diana BG. Candidíase. J Bras Doenças Sex Transm, v. 22, n. 1, p. 22-38, 2010.
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