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VICTORIA ALENCAR – 6º SEMESTRE – UNIFTC – 2021.1 6 otorrino aula 11 – PATOLOGIAS BENIGNAS da laringe ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS MÍNIMAS · São lesões que na maioria das vezes o paciente não se queixa e nem sabe que existe, sendo muitas vezes um achado acidental de exame/cirurgia. PRINCIPAIS LESÕES · Sulco vocal; · Cisto epidermóide; · Ponte mucosa; · Microdiafragma; · Vasculodisgenesia. sulco vocal · Pode ser definido entre Sulco Estria e Sulco bolsa; · Sulco Estria: depressão ao longo do eixo longitudinal da prega vocal (PV) com lábio superior e inferior. · Estria menor: sulco com uma pequena reentrância na prega vocal. Muito difícil de ser visualizado na laringoscopia; · Estria maior: sulco com reentrância mais profunda na prega vocal. Facilmente visto na laringoscopia; · Sulco-bolsa: existe uma bolsa fechada na prega vocal; · Sulco oculto: pequenos furinhos na prega vocal, muito difícil de visualizar. NA IMAGEM À ESQUERDA AS SETAS EM PRETO APONTAM PARA UM SULCO ESTRIA MAIOR BILATERAL. NA IMAGEM À DIREITA UM CASO DE SULCO ESTRIA MAIOR (a e d) E SULCO ESTRIA MENOR (b e c). características clínicas · Soprosidade: por fechamento incompleto da glote, formando uma fenda fusiforme; · Diminuição de eficiência vocal; · Disfonia leve a moderada; · Disfonia - intensidade varia de acordo com: · Lesão uni ou bilateral; · Extensão e profundidade da lesão (o sulco estria maior é bastante profundo); · Rigidez da mucosa. tratamento · Controverso, não há um tratamento definitivo; · Fonoterapia (quadro inicial) – tratamento único em casos de disfonia de grau leve; · Cirurgia + fonoterapia coadjuvante: · Quando o comprometimento vocal constitui forte limitação de suas atividades sociais e profissionais (cantores, políticos, professores). cisto epidermóide · Cavidade fechada delimitada por uma cápsula revertida por tecido epitelial; · Conteúdo: descamação epitelial – queratina e cristais de colesterol; · Camada superficial (lâmina própria); · Origem: · Congênita; · Traumática · Existem cistos, como o da imagem à direita, que podem acabar levando, por conta do atrito de contato, à formação de um cisto contralateral. · Geralmente são unilaterais; · Leva a uma perda da flexibilidade da PV; · Ocorre principalmente no terço médio da PV. Se ocorrer entre o terço médio e anterior da PV, e possuir uma reação contralateral (cisto contralateral), pode ser bastante confundido com os nódulos de corda vocal; · Coloração amarelo-esbranquiçada; · Pequeno espessamento da PV com hiperemia mucosa e ectasia vascular, principalmente no quadro inicial; · Pode apresentar-se como uma monocordite e associado a outras alterações estruturais mínimas importante, pois se existe uma ectasia vascular/ vasculodisgenesia já indica que existem outras alterações estruturais mínimas associadas (AEMs); · Sintomas: · Dificuldade de manutenção vocal – voz falha; · Aspereza/ Soprosidade (soprosidade está sempre presente em patologias nas quais apresentam fendas no fechamento glótico); · Tensão a voz; · Instabilidade vocal; · Diminuição do pitch vocal voz mais rouca. · Diagnóstico: · Laringoscopia cistos maiores; · Videoestroboscopia cistos menores; · Laringoscopia suspensão. tratamento · Fonoterapia em casos leves, com cistos menores; · Cirurgia – indicações: · Pacientes com alta demanda vocal (professor, cantor ou alguém que fala muito); · Lesões císticas maiores, com alto comprometimento de fechamento glótico; · Pacientes sem melhora suficiente com fonoterapia. · Fonoterapia pós-cirúrgica. ponte mucosa · Fita de mucosa que se dispõe à semelhança de uma alça de mala; · Mais rara das AEMs; · Muitas vezes acaba sendo um achado em uma cirurgia (até mesmo de uma outra lesão na laringe, PVs); · Fadiga vocal pode ser o único sintoma, na maioria das vezes não há sintomatologia alguma; · Pode ocorrer mais de uma ponte na laringe, até na mesma PV; · Pode provocar lesões secundárias pelo trauma vocal. PONTES MUCOSAS EM SETA DE INICIO PODE-SE ACHAR QUE SE TRATA DE UMA PREGA VOCAL NORMAL, MAS APÓS A PALPAÇÃO À LARINGOSCOPIA SE DESCOBRE A PONTE MUCOSA. · Impacto vocal: depende da extensão e da localização da ponte – pontes grandes ou localizadas entre terço anterior e médio possuem maiores impactos vocais; · Aspereza, Soprosidade; · Dificuldade de controle vocal esforço maior para emissão vocal; · Esforço para emissão vocal; · Fatigabilidade; · Diagnóstico intra-operatório lesão é dificilmente vista em consultório por laringoscopia; · Tratamento: excisão (controversa) CUIDADO! Pode piorar a qualidade vocal, por redução do corpo da prega vocal. Microdiafragma (microweb) · Raramente vista no dia-dia do médico; · Pequena membrana em comissura anterior; · Leve extensão subglótica, um pouco mais para baixo na corda vocal; · Geralmente não causa alterações diretas na qualidade vocal, mas pode favorecer formação de nódulos de corda vocal; · Paciente chega ao consultório queixando rouquidão por conta dos nódulos formados de forma secundária, e não pelo microweb, que não causa sintomas e pode até mesmo ser um achado cirúrgico; · Tratamento conservador: fonoterapia para os nódulos; · Cirúrgico: se houver indicação para os nódulos e não apenas pelo microweb. SETA PRETA APONTANDO O MICROWEB, PEQUENA MEMBRANA EM COMISSURA ANTERIOR DA PREGA VOCAL. NÓDULOS DE CORDA VOCAL PODEM SER FORMADOS EM REGIÕES APONTADAS POR SETAS AZUIS. Vasculodisgenesia · Pequenos vasos dilatados na superfície das PPVV; · Vasos tortuosos; · Acompanham geralmente outras AEMs (sempre investigar outras AEMs quando encontrar a vaulodisgenesia); · Sinal de desarranjo na estrutura da lâmina própria; · Normalmente não afeta a voz; · Quando forem vasos volumosos, devem ser cauterizados para evitar extravasamentos vasculares e formação de hematomas nas cordas vocais. LESÕES BENIGNAS DAS PREGAS VOCAIS principais lesões · Nódulo; · Pólipo; · Edema de Reinke; · Granuloma. nódulo vocal · Mais comum; · Protuberâncias bilaterais que se desenvolvem na região anterior das pregas vocais (entre o 1/3 anterior e os 2/3 posteriores/médios); · Sinônimos: nódulo laríngeo, calos dos professores, nódulos de Parson, cordite nodosa, laringite nodular; · Lesão laríngea mais comum – 20% das doenças da laringe; · 80% dos distúrbios vocais em crianças; · São das patologias benignas de laringe, as mais vistas em consultório. etiologia 1. Mau uso e abuso vocal (principal causa de nódulos em homens): · Grande intensidade; · Longo tempo; · Frequência fundamental grave; · Condições acústicas adversas; · Velocidade de fala aumentada. 2. Fatores anatomo-funcionais predisponentes: · Diminuição do ângulo de abertura; · Proporção glótica menor (justificativa por ocorrer mais comumente em mulheres e crianças, principalmente meninos); · Microdiafragma laríngeo. incidência · Meninos de 7-9 anos com hábitos vocais errôneos; · Mulheres 25-35 anos. características clínicas · Rouquidão é a mais comum paciente relata ficar rouco a semana inteira e melhora no fim de semana, pois fala menos no fim de semana; · Soprosidade – fendas; · Aspereza; · Fadiga vocal paciente perde a voz ao passo que for falando; · Dificuldade em produzir notas agudas; · 10-15% não possuem nenhuma queixa/alteração vocal. laringoscopia · Lesão nodular bilateral entre 1/3 anterior e médio das PPVVs zona de maior turbilhonamento da voz; · Podem ser assimétricos em tamanho e forma (sempre pedir esroboscopia para avaliar se o nódulo menor não pode ser um cisto de reação contralateral aos nódulos); · Inicial – avermelhados e edematosos (pelo processo inflamatório); · Antigos – menores, esbranquiçados e rígidos; · Fenda triangular médio-posterior; · Estroboscopia – ajuda no diagnóstico diferencial com cisto.NÓDULO MAIOR DO LADO ESQUERDO E NÓDULO BEM MENOR AO LADO DIREITO, PODENDO ESTE SER CHAMADO DE ESPESSAMENTO CONTRALATERAL APENAS. NÓDULOS BLATERAIS. tratamento – multiprofissional 1. Fonoterapia – repouso vocal e terapia específica (tratar outra alteração que pode estar formando o nódulo: se for um nódulo reacional a um cisto, por exemplo, iremos tratar o cisto,pois está formando o nódulo); 2. Cirurgia – nódulos antigos, grandes e fibrosados. pólipo · Lesões de massa geralmente unilaterais (10% podem apresentar formações bilaterais); · Configuração exofítica a partir da borda livre; · Lesões sésseis ou pediculadas localizadas na borda livre; · Tamanho e coloração variados. histologia · Formação mais complexa que dos nódulos; · Classificação (pela coloração): 1. Gelatinoso; 2. Fibrótico; 3. Angimatoso ou hemorrágico. · Sinais de sangramento recente na camada de Reinke + ferro + fibrina + edema. etiologia · Trauma: · Síndrome faríngeo-esofágica do refluxo; · Atividade física não habitual intensa; · Fumo e álcool (sem relação direta, pioram o refluxo e agem de forma indireta); · Contato com substâncias irritantes. PÓLIPOS BILATERAIS E IRREGULARES. incidência · Principalmente no sexo masculino; · Faixa etária: 35-45 anos; · Raro em crianças; · Pesquisar lesão em prega vocal contralateral que possam ter causado o pólipo ou que ele mesmo tenha causado na PV contralateral, como um nódulo. características clínicas · Pode não ter distúrbio da voz; · Disfonia rouquidão; · Soprosidade variável, a depender do tamanho da fenda gerada, que é diretamente proporcional ao tamanho do pólipo; · Fadiga vocal; · Se apresentar aspereza devem ser investigadas outras alterações estruturais mínimas (AEMs). laringoscopia · Lesão exofítica, volumosa, pediculada ou não, em geral unilateral; · Pólipo gelatinosos transparentes, esbranquiçados, flexíveis; · Pólipos fibrótico menos transparentes, amarelados, mais rígidos; · Pólipo hemorrágicos vermelhos ou bastante escuros (mais comum no dia-dia do professor, mas não necessariamente mais comum no geral); · Estroboscopia – diminuição da onda mucosa, com formação de fenda irregular; · Lesões de depressão ou queratóticas podem aparecer na prega vocal contralateral; · Bilateral em 10% dos casos e assimétricos. PÓLIPO (SETA PRETA), LESÃO DE DEPRESSÃO CONTRALATERAL (SETA AZUL) E UM POUCO QUE QUERATOSE (SETA VERDE). tratamento · Cirurgia; · Fonoterapia (pós-operatório). edema de reinke · Sinônimos: cordite polipóide, degeneração polipoide, polipose difusa bilateral; · Lesão difusa na camada superficial das pregas vocais, caracterizada por acumulo de fluido, de modo irregular, em alguma região da porção membranosa ou em toda ela. etiologiaImportante união para a formação do edema de Reinke, quase todo pcte tem esses fatores. · Fumaça de cigarro; · Refluxo faringolaríngeo; · Abuso vocal; · Irritantes atmosféricos; · Sinusite crônica. incidência · Homens = mulheres (livro de Sady fala em predileção do sexo feminino); · 40-50 anos de idade; · Raro em crianças (quando visto em crianças chama atenção para um tabagismo precoce nesta criança). características clínicas · Longa história de tabagismo; · Rouquidão progressiva, baixa e áspera; · Voz masculinizada no sexo feminino; · Obstrução da via aérea na doença avançada. laringoscopia · Pregas vocais com volume aumentado, parecendo flácida e cheias de fluido, com característica gelatinosa; · Pode ser restrito a uma região das pregas vocais ou ocupar toda ela, pode ser bilateral; · Pode dar a impressão que não há espaço respiratório suficiente; · Estroboscopia – movimentos exacerbados da onda mucosa, fase fechada prolongada, captação glótica incompleta e irregular. Em geral o edema de uma prega interfere na vibração da outra; · Pode haver áreas esbranquiçadas ou leucoplásicas. EDEMA DE REINKE BEM EXPRESSIVO EM LADO DIREITO E UM POUCO MENOR EM LADO ESQUERDO DA PV. EDEMA DE REINKE BILATERAL EXPRESSIVO QUASE OBSTRUINDO A PASSAGEM AÉREA. tratamento 1. Cessação do tabagismo (o mais difícil de todos, pela aderência do paciente); 2. Trata o refluxo; 3. Orientações fonoaudiológicas; 4. Cirurgia (edemas volumosos). granuloma · O diagnóstico pode ser definido somente com a história clínica, mas em alguns casos a história parece muito com um refluxo e ao examinar é um granuloma; · Lesão de aspecto proliferativo; · Pode ser específico de determinadas doenças: tuberculose, paracoccidioidomicose, blastomicose, histoplasmose, granulomatose de Wegner; · Podem ser inespecífico: · Quase sempre em região posterior de laringe; · Fica em cima do processo vocal. etiologia · Pós-entubação; · Idiopático; · Hiperfuncional rouquidão e sintomas após gritar bastante em um dia/situação; · Refluxo bastante forte hiperácido. incidência · Homens com mais de 40 anos de idade; · De acordo com a etiologia pode aparecer em qualquer idade, como por exemplo, um jovem com tuberculose pode ter um granuloma. características clínicas – muito parecidas com queixas de refluxo · Sensação de corpo estranho na faringe; · Discreta disfonia ou voz normal; · Constante limpeza da faringe (pigarro); · Dor e ardência cervical, principalmente à fonação, que pode se irradiar para ouvido ipsilateral; · Extensos podem dar dispneia. laringoscopia · Massa pedunculada; · Unilobular ou multilobular; · Arrendondada; · Em geral sobre o processo vocal ou perto dele; · Geralmente unilateral. GRANULOMA MULTILOBULAR. tratamento · Fonoterapia;Muitas vezes esses três primeiros tratamentos são suficientes. · Tratamento do refluxo; · Corticóide inalatório (pode ser usado); · Cirurgia; · Injeção de botox.
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