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Morfologia Externa Dos Caules 
Texto adaptado de MOÇO, Maria Cecilia de Chiara. Capítulo 3: Angiospermas: sistema caulinar. 2020. 
Editado por Rodrigo Santtanna Silveira. 
 
 O caule é o órgão da planta que fornece o suporte mecânico para folhas, flores e 
frutos, e também é responsável pela disposição destas partes na planta. As folhas ficam em 
posição adequada à recepção de luz e ar, as flores em posição que facilite a polinização e 
depois a dispersão das sementes. Além de sustentar a parte aérea da planta, o caule pode 
desempenhar outras funções, tais como: condução de água e sais minerais das raízes para a 
copa; condução dos açúcares, aminoácidos, hormônios e outros metabólitos aí produzidos 
para as demais partes da planta; armazenamento de reservas nutritivas; e às vezes participar 
na propagação vegetativa da planta. A organização básica de um caule consiste num eixo com 
nós e entrenós (ou internós). Nos nós existem folhas e gemas, sendo esta a diferença 
fundamental entre o caule e a raiz. A gema existente no ápice de um eixo caulinar é a gema 
terminal, enquanto aquelas localizadas nas axilas das folhas (uma ou mais por axila) são 
denominadas gemas laterais ou axilares. 
Origem 
 A origem do caule acontece durante o desenvolvimento do embrião. Um embrião bem 
desenvolvido consiste do eixo hipocótilo-radicular, que possui na sua porção superior um ou 
mais cotilédones e um primórdio de gema. Esta gema pode ser apenas um conjunto de células 
meristemáticas ou um eixo com entrenós bem curtos e um ou mais primórdios foliares. Este 
conjunto é denominado plúmula e a porção caulinar da plúmula é denominada epicótilo. 
Durante a germinação da semente, o meristema apical é o responsável pelo desenvolvimento 
do eixo caulinar e pela adição de novas folhas (Figura 1). 
Figura 1 – Ilustração do desenvolvimento do eixo caulinar de sementes 
 
Fonte: Blog Ensino de Ciências Naturais 2011 
 
Morfologia externa 
 
 O meristema apical caulinar muitas vezes é denominado de gema apical (Figura 1). As 
divisões celulares que ocorrem no meristema apical caulinar do embrião originam o eixo 
caulinar principal. A partir deste eixo, formam-se emergências laterais que originam as folhas. 
A região em que surgem as folhas é chamada de nó. Na região entre a inserção da folha e o 
eixo tem uma região meristemática chamada gema axilar ou lateral. A região lisa do eixo, sem 
folhas, é chamada de entrenó. Resumindo, o caule é SEMPRE formado pela repetição de 
fitômeros formados por nó, entrenó, folha e gema (Figura 2). 
 
 Na planta jovem, ocorre primeiro um crescimento em comprimento do caule pela 
atividade da gema apical (dominância apical) (Figura 3A). No entanto, após certo momento, o 
qual depende da condição ambiental externa (luminosidade, nutrientes, água), assim como 
interna (hormônios), a gema axilar pode desenvolver outro eixo caulinar ou ramo 
(ramificação) (Figura 3B). Normalmente, a folha associada a esta gema desenvolvida acaba 
caindo (senescência foliar). A ramificação caulinar tem seu próprio meristema apical e vai 
originar suas próprias folhas seguindo o mesmo padrão do eixo principal. 
Figura 3 – Fotos de uma planta guanxuma (sida sp.) 
 
Fonte: MOÇO 2020. 
2 
 A gema terminal ou apical é formada pelo meristema caulinar e primórdios foliares que 
o recobrem. Os nós são os pontos de inserção de uma ou mais folhas, e entrenós, os 
espaçamentos entre os nós. No ponto de inserção de cada folha, entre a axila foliar e a 
superfície do caule, existe uma ou mais gemas laterais ou axilares. As gemas podem ser nuas, 
mas principalmente nas espécies de clima frio e/ou temperado, são protegidas por folhas 
modificadas, denominadas catafilos, que caem quando as condições climáticas voltam a ficar 
favoráveis, permitindo assim, o desenvolvimento do meristema apical e das folhinhas jovens. 
Com seu desenvolvimento as gemas podem formar ramos com folhas, flores ou ambos. 
Geralmente, a gema apical é a mais ativa, e as gemas laterais permanecem dormentes em 
consequência da dominância apical exercida pela primeira (por meio de hormônios do grupo 
das auxinas). À medida que aumenta a distância entre o ápice caulinar e as gemas laterais, a 
influência retardadora do ápice diminui e as gemas laterais podem se desenvolver. A remoção 
da gema apical pela poda, prática comum dos jardineiros estimula o desenvolvimento das 
gemas laterais e resulta no desenvolvimento de plantas ramificadas. 
Tipos fundamentais de ramificação: A morfologia do sistema caulinar é amplamente 
determinada pelo tipo de ramificação apresentada. Os principais tipos de ramificação são: 
Sistema monopodial: onde o crescimento do caule se dá pela atividade de uma única gema 
apical, que persiste por toda a vida da planta (fig. 4). Neste sistema, o eixo caulinar primário 
formado por tecidos derivados de uma única gema apical, é mais desenvolvido que os demais 
e cresce verticalmente, enquanto, os ramos laterais têm crescimento oblíquo e são menos 
desenvolvidos, como se vê na maioria dos pinheiros (Araucaria angustifólia - Araucariaceae). 
Figura 4: Sistema Monopodial 
 
Fonte: Rafael Barbizan Suhs 
 
Sistema simpodial: onde várias gemas participam da formação de cada eixo (fig. 2). Isto 
acontece porque a gema apical cessa a sua atividade, sendo logo substituída por uma gema 
lateral, que passa a atuar como principal, e assim por diante, ou porque o eixo principal perde 
a sua dominância sobre os ramos laterais. Deste modo, o eixo principal é formado por tecidos 
originados das diversas gemas que se substituem gradativamente. As árvores, de uma maneira 
geral, apresentam o sistema caulinar do tipo simpodial. 
 
 
 
Figura 5: Sistema Simpodial 
 
Fonte: Blog Segredos do Mundo 2015 
 Apesar de esta classificação ser mais reconhecida e utilizada para árvores, as plantas de 
menor porte apresentam as mesmas formas de crescimento, inclusive em plantas com caule de 
crescimento paralelo ao solo ou subterrâneo. Observe na (Figura 6). Apesar de esta 
classificação ser mais reconhecida e utilizada para árvores, as plantas de menor porte 
apresentam as mesmas formas de crescimento, inclusive em plantas com caule de crescimento 
paralelo ao solo ou subterrâneo. Observe na Figura 6, temos exemplos de sistemas caulinares 
subterrâneos monopodiais (A e B) e simpodiais (C e D). 
Figura 6: Espécies com caules subterrâneos 
 
Fonte: Aguiar, C. 2014. 
 É muito importante observar a forma de crescimento das plantas para a arborização 
urbana (figura 7). As espécies monopodiais não oferecem bom sombreamento, no entanto, as 
espécies simpodiais podem ser inadequadas para locais com postes de rede elétrica. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura7 – Forma de crescimento de árvores 
 
 
Fonte: Ensinas et al. 2015 
 O caule pode ser classificado de diferentes maneiras, dependendo da característica 
analisada. Quanto à consistência: os caules podem ser classificados em: 
 
 Herbáceos: caules tenros, geralmente clorofilados, flexíveis, não lignificados, 
característico das ervas. Exemplo: moréia (Dietes bicolor - Iridaceae). 
 Sublenhosos: caules lignificados apenas na região basal, mais velha, junto às raízes e 
tenros no ápice. Ocorrem em muitos subarbustos. Exemplo: coroa-decristo (Euphorbia 
milii - Euphorbiaceae). 
 Lenhosos: caules intensamente lignificados, rígidos, geralmente de grande porte e 
com um considerável aumento em diâmetro, como por exemplo, os troncos das 
árvores. Exemplo: mogno (Swietenia macrophylla - Meliaceae). 
 
Quanto ao desenvolvimento do caule (hábito): 
 
 Ervas: Plantas, geralmente, pouco desenvolvidas, de consistência herbácea, tenra 
devido à ausência de crescimento secundário. Exemplo: amor-perfeito (Viola 
wittrockiana - Violaceae). 
 Subarbustos: Plantas que alcançam aproximadamente 1,5m de altura, cujos ramos 
são sublenhosos. Exemplo:arnica (Arnica chamissonis - Asteraceae). 
 Arbusto: Plantas de altura média inferior a 5 metros, resistentes, com ramos 
lenhosos sem um tronco predominante, porque o caule ramifica-se a partir da base. 
Exemplo: ixora (Ixora undulata - Rubiaceae). 
 Árvore: Plantas de altura superior a 5 metros, geralmente com um tronco nítido 
que apresenta crescimento secundário sendo que a parte ereta constitui a haste e a 
ramificada constitui a copa. Exemplo: pinheiro-dourado (Chamaecyparis obtusa - 
Cupressaceae). 
 Arvoreta: Árvore de pequeno porte, ou com tronco principal muito curto. 
Exemplo: pêssego-do-mato (Hexachlamys edulis - Myrtaceae). 
 Trepadeira: Caule tipo cipó, trepador, sarmentoso, lenhoso, por muitas vezes 
atingindo vários metros de comprimento. Exemplo: cipó-de-São-João (Pyrostegia 
venusta - Bignoniaceae). 
 Quanto ao habitat: de modo semelhante à raiz, o caule pode ser aéreo, subterrâneo ou 
aquático. 
 
Caules aéreos podem ser classificados em: 
 
a) Haste: caule de diâmetro relativamente pequeno, ereto, herbáceo, não lignificado e 
clorofilado. Os nós geralmente são evidenciados pela presença das folhas. Exemplo: 
copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica - Araceae). 
Figura 8 - Haste 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
b) Tronco: caule robusto, com desenvolvimento maior na base e com ramificações no 
ápice, característico das árvores (fig. 9). Há um tipo especial de tronco, o tronco 
suculento que se apresenta intumescido pelo acúmulo de água. Exemplo: paineira 
(Chorisia speciosa - Bombacaceae). 
Figura 9 - Tronca 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
c) Estipe: caule geralmente cilíndrico, não ramificado, com uma coroa de folhas apenas 
no ápice (fig. 10). Exemplo: pandanus (Pandanus veitchi - Pandanaceae). 
Figura 10 - Estipe 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
d) Colmo: caule geralmente ramificado e com uma nítida divisão entre nós e entrenós e 
com folhas desde a base. Os colmos podem ser: 
1. Cheios: apresenta os entrenós com medula (fig. 11 A). Exemplo: cana-de-açúcar 
(Saccharum officinarum - Poaceae) e milho (Zea mays - Poaceae). 
2. Fistulosos (ocos): quase toda a medula desaparece na região dos entrenós, 
permanecendo apenas na região dos nós (fig. 11B). Exemplo: bambu (Bambusa 
vulgaris - Poaceae). 
Figura 11 – Colmos cheios e ocos 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
Há ainda alguns caules aéreos que não conseguem sustentar o peso da copa da planta, sendo 
então denominados: 
e) Caules rastejantes: são aqueles que crescem paralelamente ao solo. Podem ser 
classificados em: 
1. Estolonífero ou estolão: caule que cresce paralelamente à superfície do solo 
formando raízes adventícias e ramos aéreos em nós consecutivos, em nós intercalados 
ou, às vezes, vemos vários nós e entrenós sem que as raízes e ramos se formem (fig. 
12). Este tipo de caule pode servir à reprodução vegetativa da planta, e de cada nó 
pode desenvolver uma nova planta, que finalmente se torna independente. Exemplo: 
morangueiro (Fragaria vesca - Rosaceae). 
Figura 12 – Rastejante do tipo estolão 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
2. Sarmentoso ou prostrado: caule que se prende ao solo por um único ponto de 
fixação e cresce rastejando, sem formar outros pontos de enraizamento (fig. 13). 
Exemplo: abóbora (Cucurbita pepo - Cucurbitaceae). 
Figura 13 – Rastejante do tipo sarmentoso 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
f) Caule volúvel: caule aéreo que se enrola em um suporte (fig. 14). Os caules volúveis 
são dotados de irritabilidade e enrolam-se ao tocar em um suporte, podendo fazê-lo 
A B 
pela direita ou pela esquerda. Se o caule volúvel, ao passar por trás do suporte, dirige-
se para a direita, é chamado dextrorso. Se, no entanto, dirige-se para a esquerda, ele é 
chamado sinistrorso. È importante salientar que o enrolamento é constante para cada 
espécie. Exemplo: campainha (Ipomoea carnea, Convolvulaceae) e cipó-uva (Serjania 
grandifolia – Sapindaceae). 
Figura 14 – Caule volúvel 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
g) Cladódio: caule modificado que assume a aparência e a função fotossintetizante de 
uma folha, mas que apresenta crescimento contínuo, devido à presença de uma gema 
apical (fig. 15). Geralmente, o cladódio se forma em plantas afilas (sem folhas), com 
as folhas reduzidas ou transformadas em espinhos, como por exemplo, nos cactos 
(Opuntia compressa - Cactaceae), no caule alado da carqueja (Bacharis trimera, 
Asteraceae) ou em fita-de-moça (Muehlenbeckia platyclada - Polygonaceae). 
 Figura 15 – Cladódio 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
h) Filocládio: quando o crescimento deste caule achatado e clorofilado é limitado e sua 
estrutura é semelhante a uma folha sendo esta modificação. (fig. 16). A sua natureza 
caulinar só pode ser percebida pela presença de flores (flores só se desenvolvem a 
partir de gemas existentes no caule). 
Figura 16 – Filocládio 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
i) Pseudobulbos: são caules aéreos típico das orquídeas (fig.17). Podem ter vários 
tamanhos e possuem tecido de armazenamento de água, permitindo que as orquídeas 
se estabeleçam mesmo em ambientes com déficit hídrico. 
Figura 17 – Pseudobulbos 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
 Caules subterrâneos: podem ser consideradas formas incomuns de caule, 
principalmente, porque uma das funções primárias do caule é a de expor as folhas à 
luz. Os caules subterrâneos, geralmente, são estruturas que associam as funções de 
armazenamento de reservas e formas de propagação vegetativa. Os caules servem 
também para garantir a vida da planta quando as partes aéreas não sobrevivem, quer 
pelo frio, seca ou queimada. Os caules subterrâneos podem ser classificados em: 
 
a) Rizoma: caule mais ou menos cilíndrico, com folhas modificadas em catafilos. 
O caule apresenta crescimento horizontal na superfície do solo ou levemente 
enterrado, mas próximo à superfície do solo, podendo ser delgado ou suculento, 
mas em ambos os casos, geralmente, é armazenador de substâncias (fig. 18). O 
rizoma apresenta todas as características de um sistema caulinar comum: nós, 
entrenós e gemas além de habitualmente formar raízes adventícias. Exemplo: 
bananeira (Musa paradisiaca, Musaceae), lírio-do-brejo (Hedychium 
coronarium - Zingiberaceae) e espada-de-São-Jorge (Sanseviera trifasciata - 
Liliaceae). 
Figura 18 – Caule do tipo rizoma 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
 
b) Tubérculo: caule subterrâneo que apresenta a porção terminal de seus ramos 
longos e delgados, dilatada e cheia de reservas (fig. 19). Como o rizoma, o 
tubérculo apresenta-se envolvido por catafilos membranosos (ou apenas as suas 
cicatrizes) e gemas. O tubérculo difere do rizoma pelo fato do seu espessamento 
(acúmulo de substâncias) limitar-se às porções terminais e por não formar raízes 
adventícias a partir dos nós. Exemplo: batata inglesa (Solanum tuberosum - 
Solanaceae). 
 
 
 
 
 
 
Figura 19 – Caule do tipo tubérculo 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
#Observação: Algumas plantas formam tubérculos aéreos como o caso do cará-do-ar 
(Dioscorea bulbifer - Dioscoreaceae). 
 
c) Cormo: sistema caulinar espessado e comprimido verticalmente, geralmente 
envolvido por catafilos secos. É uma estrutura sólida que serve para armazenar 
reservas. Um cormo difere de um tubérculo (fig.20) por ter o caule com a base 
espessada e não seu ápice. Exemplo: palma-de-Santa-Rita (Gladiolus 
hortulanus - Iridaceae). 
 Figura 20 – Caule do tipo cormo 
 
Fonte: Mario Franco 2011 
d) Bulbo: sistema caulinar comprimido verticalmente, onde o caule propriamente 
dito é reduzido a um “disco basal” do qual partem muitos catafilos densamente 
dispostos, os mais externos secos e os mais internos suculentos. Podemos 
reconhecer dois tipos de bulbos: 
1. Tunicado:bulbo que apresenta catafilos suculentos, concêntricos, derivados de 
bainhas de folhas que já morreram (fig. 21A eB). Exemplo: cebola (Allium cepa - 
Liliaceae). No alho (Allium sativus - Liliaceae) o bulbo é composto de vários bulbilhos 
(fig. 21c), cada um deles com a mesma estrutura básica. 
2. 
Figura 21 – Caules do tipo bulbo tunicado 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
 
3. Escamoso: bulbo que apresenta catáfilos derivados de folhas internas, que não se 
dispõem concentricamente. Exemplo: lírio-japonês (Lilium longiflorum - Liliaceae). 
A C B 
 Figura 22 – Caule do tipo bulbo escamoso 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
e) Xilopódio: sistema subterrâneo muito espessado, geralmente lignificado e duro, 
comum em diversas espécies de cerrados e campos brasileiros, cuja estrutura 
anatômica não é ainda bem conhecida, podendo ser formado parcialmente por 
caule e raiz. Após a seca ou queimada, rebrotam dos xilopódios ramos com 
folhas e flores. Exemplo: camará (Camarea hirsuta - Malpighiaceae). 
 Figura 23 – Xilopódio 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
Nota: Escapo é um pedúnculo originado a partir de um caule subterrâneo como, por exemplo, 
(bulbo, rizoma). Geralmente são afilos (sem folhas) ou providos de pequenas folhas 
escamiformes ou brácteas. No ápice produzem uma flor ou inflorescência. O escapo ocorre 
nas plantas ditas “acaules”. Exemplo: lírio (Hemerocallis flava - Liliaceae). 
 
f) Rizóforo: caule subterrâneo que cresce em direção ao solo (geotropismo 
positivo), dos rizóforos surgem raízes adventícias, aumentando a sustentação e a 
exploração do solo adjacente da planta. Ex: cordiline (Cordyline fruticosa, 
Agavaceae). 
 Figura 24 – Rizóforo 
 
 Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
g) Caules aquáticos: são aqueles que se desenvolvem em meio aquático, e como 
as raízes aquáticas, também podem desenvolver grandes quantidades de 
aerênquima (fig. 25). Exemplo: aguapé (Eichornia crassipes - Pontederiaceae). 
 
 
Figura 25 – Caule Aquático 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
 
Adaptações caulinares 
 
 O caule pode assumir aspectos diferentes dos tipos mais comuns, e essas modificações 
geralmente são adaptações a condições especiais. O caule pode ser transformado em espinhos, 
gavinhas e domáceas, podendo adquirir uma forma achatada, em substituição às folhas 
ausentes, reduzidas ou ainda transformada. Podemos reconhecer que estamos diante de um 
caule pela presença de gemas, folhas escamiformes, flores e também pela posição axilar de 
toda a estrutura. As adaptações caulinares podem ser classificadas como: 
 
Gavinhas caulinares: são ramos modificados formados na axila das folhas e que servem 
como elementos de fixação para o caule trepador (fig. 26). As gavinhas podem ser volúveis 
enrolando-se em hélice no substrato. Exemplo: maracujá (Passiflora alata - Passifloraceae). 
Outras são diferenciadas em garras, como por exemplo, no cipó-unha-de-gato (Macfadyena 
ungüis - Bignoniaceae). Podem ainda se diferenciar em ventosas ou discos adesivos, como por 
exemplo, na cortina-japonesa (Parthenocissus tricuspidata - Vitaceae). 
Figura 26 – Gavinhas 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
Espinhos: são gemas desenvolvidas com função de proteção contra predação (fig. 27). 
Exemplo: limoeiro (Citrus limon - Rutaceae). Não devem ser confundidos com acúleos de 
rosa (Rosa sinensis - Rosaceae), juá (Solanum aculeatissimum - Solanaceae) ou paineira 
(Chorisia speciosa - Bombacaceae), que são meras formações epidérmicas, sem 
vascularização, geralmente sem posição definida no caule. 
 
 
 
 
 
 
Figura 27 – Espinhos 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
 
Domácias: quaisquer modificações estruturais do caule (ou da folha), que permitam o 
alojamento regular de animais. Ex.: O caule fistuloso (oco) da embaúba (Cecropia) é habitado 
por formigas. 
Figura 28 – Domácias 
 
Fonte: Instituto de Biologia UFU 2010. 
 
 
 
Bibliografia 
 
FINKLER, R., PIRES, A.S. Anatomia e Morfologia vegetal. Sagah Educação S.A. 2019. 
 
Instituto de biologia, Universidade Federal de Uberlândia, Morfologia Vegetal do Caule2010. Disponível em: 
http://www.anatomiavegetal.ib.ufu.br/pdf-recursos-didaticos/morfvegetalorgaCAULE.pdf 
 
MOÇO, Maria Cecilia de Chiara. Capítulo 3: Angiospermas: sistema caulinar. 2020. 10p. Texto elaborado para a 
disciplina Morfologia Vegetal B da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 
RAVEN PH, EVERT RF, EICHHORN SE. Biologia vegetal. Guanabara Koogan, 2007. 
 
STEIN, R.T; Finkler R, Nogueira MB, Haverroth, EJ. Morfologia vegetal. Sagah Educação S.A. 2018.