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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA NUCLEO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS SEGURANÇA DE TRABALHO NO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO DA UFPB – CAMPUS I João Pessoa 2009 2 Amana Magalhães Sitônio SEGURANÇA DE TRABALHO NO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO DA UFPB – CAMPUS I Projeto entregue ao Prof. Celso Luiz Pereira Rodrigues, no curso de graduação em Engenharia de Alimentos, como requisito de avaliação na Disciplina Segurança Industrial. João Pessoa 2009 3 SUMÁRIO 1 HISTÓRICO 1.1 SISTEMA DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO 4 2 PROCESSO DE PRODUÇÃO 6 3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 7 4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO EXISTENTES 4.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 4.E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVO 8 5 RISCOS 9 6 REFERÊNCIAS 12 4 1. HISTÓRICO O Restaurante Universitário foi criado pela Universidade Federal da Paraíba na década de 60, com o objetivo de servir alimentação à comunidade universitária oriunda principalmente do interior do estado da Paraíba e do interior de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e etc. Na época, funcionava no CEU – Clube dos Estudantes Universitários no Parque Sólon de Lucena - Lagoa, onde atualmente funciona o Cassino da Lagoa. No período da Revolução de 1964, todos os cursos da UFPB funcionavam no centro da cidade, e o Restaurante Universitário passou a ser o local de encontro da resistência contra o Regime Militar. Todas as reuniões, manifestações e passeatas eram iniciadas no CEU / RU, com destino ao Ponto de Cem Reis, local das grandes manifestações políticas. Devido a freqüência das reuniões, o RU passou a ser alvo preferido das Polícias Federal, Militar e Civil, onde virou campo de batalha, e os policiais batiam e prendiam os estudantes universitários manifestantes. Em 1967, foi construído o novo Restaurante Universitário, na recém inaugurada Cidade Universitária no Conjunto Castelo Branco, onde hoje funciona o Diretório Central dos Estudantes – DCE da mata. À medida que os cursos eram transferidos do centro da cidade para a Cidade Universitária, os seus respectivos alunos, devidamente cadastrados de acordo com sua renda familiar, passavam a freqüentar o RU. Os primeiros alunos que freqüentaram o novo RU foram os alunos do curso de engenharia e o antigo Colégio Universitário da UFPB. Com a criação de novos cursos e naturalmente o crescimento da universidade, surgiu a necessidade da construção de um novo Restaurante Universitário, o qual sua obra foi iniciada em agosto de 1973, concluída em setembro de 1974 e inaugurada em outubro de 1975, local onde funciona o atual Restaurante Universitário. A constante preocupação de um atendimento de excelência tem levado o R.U. a permanentes mudanças, passando no decorrer desses anos por diversas reformas em sua estrutura física para adequação à legislação vigente, além de aquisição de equipamentos, modificação do cardápio, contratação e treinamento de pessoal e conscientização dos alunos. 5 1.1. SISTEMA DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO Criado para atuar servindo à comunidade universitária, o RU tem como objetivos produzir e fornecer refeições equilibradas do ponto de vista nutricional, e seguras do ponto de vista higiênico, para os alunos que apresentam vulnerabilidade social, regularmente matriculados no curso de graduação e que estejam devidamente cadastrados na Coordenação de Assistência e Promoção Estudantil – COAPE. O atendimento do RU aos usuários é de segunda a sexta-feira, para almoço das 10:30 às 13 hora, e para o jantar das 16:45 às 18:30 horas, fornecendo em média 1.200 refeições diárias no almoço e 500 refeições no jantar. Funcionando no fim de semana apenas para os residentes, fornecendo em média 300 refeições. O Restaurante Universitário cria condições para os alunos desenvolverem suas atividades acadêmicas, garantindo a sua permanência e a conclusão do seu curso no tempo normal, além de ser um espaço de integração e socialização dos estudantes. Além de ser campo de estágio para os estudantes de vários cursos, especialmente os cursos de Nutrição, Engenharia de Alimento e Agronomia. 6 2. PROCESSO DE PRODUÇÃO Basicamente são divididas em três gêneros: Cereais, frutas e verduras, e carnes. Cereais: primeiro é conferido à qualidade (se está dentro do prazo de validade e se a embalagem está em boas condições), em seguida são levadas para o almoxarifado onde é armazenado em local mais próximo a saída onde o alimento vai ser utilizado. Frutas e verduras: verifica se atendem um padrão aceitável, em algumas é necessário serem levadas para uma pré-lavagem, excluindo as que tiverem fora de condições ao consumo. Feito isso, são conservadas em câmera frigorífica, até serem levadas para o banco de pré-preparo. Carnes: Não se pode avaliar a qualidade da carne pela a aparência, então se observa as condições em que são transportadas. É preciso que venham congeladas em uma caixa totalmente fechada. Depois, elas são levadas a câmara de congelamento, e um dia antes de iniciar o preparo, são retiradas para uma anti-câmera (temperatura ambiente). 3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 1. Distribuição da mão-de-obra I. Jornada de trabalho semanal: 40 horas II. Hora de trabalho diário: 8 horas III. Não tem hora extra IV. Turnos: Existem 3 turmas de trabalhadores que são divididos em turnos alternados. Os quais são: Turma I: segunda, quarta e sexta-feira Turma II: terça e quinta-feira Turma III: sábado, domingo e feriados 7 V. Rotatividade: a cada semana as turmas se alternam. A turma que estava no horário I alterna pra II e assim a cada semana. 2. Remuneração do pessoal I. Forma de pagamento: mensal II. Níveis salariais: variam de acordo com o tempo de serviço e o nível de escolaridade. O salário segue de acordo com o salário mínimo. 3. Controle do trabalho I. Entrada e saída do pessoal: é acompanhada pela assinatura do livro de freqüência pelos funcionários. 4. Admissão, demissão e férias I. Rotina de admissão: a admissão de funcionários é terceirizada. II. Treinamento: no momento não há o treinamento devido, mas há previsão de instauração dentre os próximos meses. III. Escala de férias: a cada seis meses, com alternância dos funcionários de cada turma. 5. Relações institucionais: os funcionários tanto do restaurante universitário, como prestadores de serviços são sindicalizados – SINTESP. 4. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO EXISTENTES 4.1 Equipamentos de Proteção Individual Segundo a NR 06, Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo e qualquer dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Todas as empresas estão obrigadas a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento. Relação de EPIs existentes no Restaurante Universitário (RU - UFPB): Protetor Auricular: 8 Aparelho de proteção projetado para ser utilizado no canal auditivo externo, protegendo o ouvido de ruídos excessivos. Botas de Borracha: Aparelho de proteção para os membros inferiores. Evita acidentes como cortes por superfícies cortantes e abrasivas, substâncias químicas, cinzas quentes, frio, gelo, perigos elétricos, impacto de objetos pesados, superfícies quentes, umidade. Devem ter solas antiderrapantes e serem completamente fechados e duros na parte superior. Luvas: Luvasde couro: Aparelho de proteção para membros superiores. Usada no manuseio de materiais quentes, carga e descarga de materiais. Luvas Anti corte: Proteção contra cortes acidentais provocados por ferramentas ou objetos cortantes. A Luva Anti corte é a alternativa mais segura e inovadora para proteção das mãos contra o risco de acidente no manuseio de instrumentos cortantes, principalmente para quem trabalha constantemente com facas. Uniforme: O uniforme do cozinheiro deve ser de material resistente, com duas fileiras de botões e tecido duplo junto ao peito, para proteger de vapores, líquidos e gordura quente. O avental reforça essa proteção na área da virilha. A calça também deve ser de tecido grosso. Nenhuma parte do uniforme deve ser de tecido sintético, facilmente inflamável. 5. RISCOS RISCOS MECÂNICOS São os riscos gerados pelos agentes que demandam o contato físico direto com a vítima para manifestar a sua nocividade. EXPLOSÕES EM CALDEIRAS 9 No trabalho rotineiro com caldeiras, os operadores são obrigados a executar uma serie de tarefas que possuem riscos de acidentes inerentes, como: explosões, incêndios, choques elétricos, intoxicações, quedas e ferimentos diversos, que podem, ainda, ser agravados por condições de insegurança peculiares a cada situação. Deve-se, no entanto, destacar a importância do risco de explosões, por quatro motivos principais: • Por se encontrar presente durante todo o tempo de operação, sendo necessário o seu controle continuo, sem interrupção. • Em razão da violência com que as explosões se manifestam; • Por envolver não só o pessoal de operação, como também os que trabalham nas proximidades; • Porque sua prevenção deve ser considerada em todas as fases: projeto, fabricação, operação, manutenção, inspeção e outras. O risco de explosão pode ser originado pela combinação de três causas: a) diminuição de resistência, que pode ser decorrente do superaquecimento ou da modificação da estrutura do material; b) diminuição da espessura, que pode advir da corrosão ou da erosão; c) aumento da pressão, que pode ser decorrente de falhas diversas, operacionais ou não. LESÕES POR CORTES E QUEIMADURAS Cozinheiros e auxiliares realizam atividades como cozimento e fritura de alimentos, que expõem ao contato com o vapor, água quente, óleo fervendo, respingos de gordura, que podem provocar sérias queimaduras, uma vez que estão em jogo altas temperaturas e a possibilidade de lesionar grandes superfícies do corpo. Ao cortar alimentos, o operador deve estar sempre atento ao trabalho, sem dividir atenções com outras tarefas ou conversas, ter certeza que está usando a faca correta para cada tarefa e usar uma tábua de corte que também ajuda a garantir a segurança das mãos. RISCOS FÍSICOS 10 São os riscos gerados pelos agentes que têm capacidade de modificar as características físicas do meio ambiente. RUÍDOS, ILUMINAÇÃO E CALOR A presença de ruído de baixa frequência dos queimadores e de alta frequência de vazamentos de vapor das caldeiras (acidentais ou propositalmente promovidos pelas válvulas de segurança) constitui um espectro sonoro peculiar e variável ao longo da jornada de trabalho, que podem gerar danos ao aparelho auditivo (surdez), cansaço, dor de cabeça, etc . Altas temperaturas , devido aos processos realizados (cozimento e fri tura de alimentos) , causam desconforto térmico no ambiente de trabalho, podendo reduzir o rendimento do trabalho, aumentar o índice de doenças e de acidentes . Enquanto a iluminação deficiente do ambiente de trabalho pode provocar lesões oculares e aumentar a possibilidade de ocorrer acidentes. RISCOS BIOLÓGICOS São os riscos introduzidos nos processos de trabalho pela utilização de seres vivos (em geral, microorganis mos) como parte integrante do processo produtivo, tais como vírus, bacilos, bactérias, etc., potencialmente nocivos ao ser humano. Tal tipo de risco pode ser decorrente, também, de deficiências na higienização do ambiente de trabalho, que pode viabilizar, por exemplo, a presença de animais transmissores de doenças (ratos, mosquitos, etc.) ou de animais peçonhentos (como cobras) nos locais de trabalho. ALIMENTOS CONTAMINADOS 11 Os alimentos podem ser contaminados por vírus, bactérias, fungos, vermes e outros que são nocivos a saúde humana. Os vírus utilizam os alimentos apenas como transporte até a uma célula viva, onde cresce e se multiplicam e podem causar Hepatite A e B, diarréia, pneumonia entre outras doenças. Os fungos, em casos de contaminação, podem provocar náuseas, alucinações, inflamações na pele, etc. As bactérias, quando patogênicas, podem causar doenças como diarréia, vômito, febre, botulismo, etc. E os parasitas são transmitidos pelo contato com animais contaminados e podem provoca teníase, ascaridíase, amebíase, giardíase e outras. Devido a isto é de extrema importância verificar a inocuidade do alimento no seu recebimento, avaliando o prazo de validade e realizar análise sensorial da aparência, textura e odor característico; armazenar em local adequado de acordo com a classe do alimento; realizar a correta higienização e cozimento a altas temperaturas antes do consumo do alimento. RISCOS ERGONÔMICOS São os riscos introduzidos no processo de trabalho por agentes (máquinas, métodos, etc .) inadequados às limitações dos seus usuários. Ritmo acelerado de trabalho, atividades repetitivas e dimensionamento dos equipamentos, são alguns dos fatores que podem gerar agravos à saúde dos profissionais que atuam no restaurante universitário. E podem causar síndromes chamadas doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho, que podem se manifestar de várias formas - afetação do tunel carpial, descompensação na coluna cervical, bursites nos ombros e cotovelos, etc. Dentre os fatores citados podemos especificar os que seguem abaixo: Levantamento manual de cargas, que gera posturas inadequadas; Obrigatoriedade de manter o ritmo acelerado de trabalho para garantir a produção; Trabalho fragmentado, onde cada um exerce uma única tarefa de forma repetitiva; Ausência de pausas durante a jornada de trabalho; Mobiliário inadequado (altura da bancada, caldeiras, fogões e fornos) obriga a adoção de posturas incorretas e incômodas do corpo; 12 Durante o cozimento de alimentos é necessário utilizar colheres e movimentar com frequência, para que o cozimento ocorra por igual, causando movimentos repetitivos, Permanência em pé durante a realização das tarefas, o que pode levar à sobrecarga: circulatória dos membros inferiores e osteomuscular da região lombar; Adoção de posturas anti-naturais na retirada do alimento dos caldeirões. 6. REFERÊNCIAS Restaurante Universitário, disponível em: http://www.prac.ufpb.br/coape/restaurante.html, acessado 10/07/2009 LEITE, E. L., Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, do Restaurante Universitário – Campus I – UFPB, Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho), Universidade Federal da Paraíba 1999; RODRIGUES, C. L. P., Apostila da disciplina de Segurança Industrial da Universidade Federal da Paraíba; GYURKOVITS, J. L., Caldeiras, disponível em: http://www.scribd.com/doc/7325828/Apostila-de-Caldeiras-2004full, Acessado em 14/08/2009; Ergonomia: uma questão de segurança, disponível em: http://ww.nutrinews.com.br/edicoes/Mat02Ed183Ergonomia.html, Acessado em 14/08/2009. http://www.prac.ufpb.br/coape/restaurante.html http://www.scribd.com/doc/7325828/Apostila-de-Caldeiras-2004full http://ww.nutrinews.com.br/edicoes/Mat02Ed183Ergonomia.html
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