Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNESC Faculdades Integradas de Cacoal Faculdade de Educação e Cultura de Vilhena Faculdade de Educação e Cultura de Porto Velho E-Mail: unesc@unescnet.br - Internet: www.unescnet.br CURSO DE NUTRIÇÃO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 7º PERÍODO RELATÓRIO DE ESTÁGIO COORDENADORA DO CURSO: Profa. Phd Michelle Lima COORDENADORA DO ESTÁGIO: Profa. Esp. Julia Souza Amaral SUPERVISORA DE ESTÁGIO: Adriana Maira Alves Gomes ESTAGIÁRIA: Miriam Ishiy Presidente Médici 2022 http://www.unescnet.br/ SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 3 2. OBJETIVOS................................................................................................................ 5 2.1.OBJETIVO GERAL............................................................................................ 5 2.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 5 3. DESENVOLVIMENTO............................................................................................. 6 3.1. CARACTERIZAÇÃO DA UAN.................................. ......................................6 3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS USUÁRIOS DA UAN.......................................... 6 3.3. CARACTERÍSTICAS E ROTINA DA UAN .................................................... 7 3.4. OPERAÇÕES DE RECEBIMENTO, ARMAZENAMENTO, PRÉ PREPARO, E PREPARO ............................................................................................................. 8 3.4.1. Recebimento ............................................................................................... 8 3.4.2. Armazenamento.......................................................................................... 8 3.4.3. Pré Preparo.................................................................................................. 8 3.4.4. Preparo ........................................................................................................ 9 3.5. CARDÁPIOS.................................................................................................... 10 3.5.1. Elaboração e Estrutura do Cardápio.......................................................... 10 3.5.2. Tempo de Preparação dos Alimentos......................................................... 11 3.6. FICHA TÉCNICA ............................................................................................ 12 3.7. RESTOS E SOBRAS ........................................................................................12 3.8. LOGISTÍCA E SUPREMENTOS .....................................................................13 3.8.1. Sistema de Compras ..................................................................................13 3.8.2. Recebimento e Armazenamento de Compras ............................................13 3.9. REQUISIÇÃO DIÁRIA ................................................................................... 13 3.10. CONDIÇÕES AMBIENTAIS ........................................................................ 13 3.10.1. Setores da UAN ...................................................................................... 14 3.10.2. Características da área física da UAN .................................................... 16 3.11. EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS...............................................................19 3.11.1. Equipamentos/ Utensílios Existentes na sua forma de uso .......................19 3.12. RECURSOS HUMANOS ...............................................................................19 3.12.1. Funcionários ........................................................................................... 19 3.12.1.1. Procedimentos Envoltos aos Funcionários ............................... 20 3.13. CONTROLE DE QUALIDADE .................................................................... 20 3.13.1. Higienização Pessoal e de alimentos ....................................................... 20 3.13.2. Controle Higiênico Sanitário e Frequência ............................................. 21 3.13.3. Pontos Críticos ........................................................................................ 21 3.13.4. Controle da Qualidade D´agua ............................................................... 22 3.13.5. Controle de Pragas .................................................................................. 22 3.14. CONTROLE DE CUSTOS ............................................................................ 22 3.14.1.Custos da Refeição na UAN .................................................................... 22 3.14.2. Fichas de Estoque.....................................................................................23 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 24 4.1. CONCLUSÃO.................................................................................................. 24 5. REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 25 3 1. INTRODUÇÃO Por razões diversas, a alimentação sempre foi uma preocupação do ser humano. Mas a oficialização e o reconhecimento dos serviços de alimentação para coletividades só ocorreram no início do século XX (PROENÇA, 2000). A alimentação escolar é uma fonte de energia, que fornece nutrientes necessários para o organismo do ser humano. Se não comermos corretamente não teremos disposição para a realização das nossas atividades. Os alimentos são um fator fundamental para o desenvolvimento, crescimento e aprendizagem dos estudantes (SANTOS; OLIVEIRAS, 2011). Para TEIXEIRA et. al (2000) a unidade de alimentação e nutrição (UAN) pode ser caracterizada como uma unidade de trabalho ou órgão de uma empresa que desempenha atividades relacionadas à alimentação e nutrição, cuja principal função é fornecer uma dieta balanceada em quantidades suficientes, qualidade nutricional e adequação às características dos usuários. Porém, uma UAN está longe de ser entendida apenas como o local apropriado para que se obtenha a manipulação de alimentos e preparação de refeições, mesmo possuindo uma estrutura organizacional simples, o gerenciamento apresenta dificuldades e complexidades em seu funcionamento, tais como; o porte (quantidade e tipo de refeições produzidas), a forma de inserção no mercado (tipo de gerenciamento e tipo de contrato) e um complexo sistema operacional com procedimentos que devem ser padronizados, claros e precisos, de maneira que os funcionários/ manipuladores possam executá-los com presteza. Segundo TEIXEIRA et al. (2004), as UANs objetivam garantir instalações adequadas e funcionais, assegurando a operacionalização dentro das mais rígidas normas técnicas e de higiene, bem como a qualidade da produção de serviço prestado aos comensais, o planejamento físico adequado aliado às escolhas certas de equipamentos e o número correto de funcionários, influenciando, diretamente, na qualidade do serviço a ser prestado e nas condições higiênico-sanitárias (MEZOMO, 2004; GUIMARÃES,2006). Já os alimentos devem ser qualitativos e quantitativamente adequados ao hábito alimentar, consumidos em refeições coletivas, ambientes calmos, visando à satisfação das necessidades nutricionais, emocionais e sociais, para a promoção de uma vida saudável (PHILIPPI, 2000, p.44). O Programa Nacional de Alimentação Escolar-PNAE, implantado em 1955 é o mais antigo e abrangente programa do governo federal em ação no Brasil. Gerenciado pelo fundo nacional de desenvolvimento da educação do ministério da educação FNDE/MEC, atende as necessidades dos alunos da educação infantil, ensinofundamental, escolas filantrópicas, indígenas e quilombolas do país. Fornecendo alimentos saudáveis para a saúde desses estudantes (VOOS, 2009). O PNAE é um elemento essencial para a realização do cardápio escolar. Contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, aprendizagem, o rendimento escolar e a formação dos hábitos alimentares saudáveis dos estudantes (CAVALLI, 2014). O controle das condições higiênico-sanitárias nos locais em que os alimentos são manipulados constitui um ponto crítico de controle, uma vez que contaminações de diferentes fontes podem ser introduzidas nas diversas etapas do preparo do alimento (SÃO JOSE; PINHEIRO - SANT’ANA, 2008). Fato este que leva os governantes a formularem leis para o controle das condições higiênico-sanitárias em relação a todo 4 processo produtivo dos alimentos, que vai desde a matéria-prima, até o produto final, que é prato do consumidor (NASCIMENTO; SILVA, 2007. Todo setor de alimentação coletiva possui um compromisso com a saúde, onde as refeições ofertadas devem ser alinhadas com exigências das normas da Vigilância Sanitária para que não haja riscos ou danos à saúde. Para atingir tais exigências, é necessário um Nutricionista como Responsável Técnico (RT) (SANT'ANNA; GOMES, 2010). “O trabalho do nutricionista, em uma UAN, engloba monitoramento das boas práticas de produção, controle higiênico-sanitário da UAN e das refeições oferecidas e o atendimento aos clientes” (ANSALONI, 1999, p.244). O presente relatório apresenta resultados do estágio realizado na Secretaria Municipal de Educação – SEMEC e na Escola Municipal de Ensino Fundamental 15 de Novembro, no período matutino, supervisionado pela Nutricionista Adriana Maira Alves Gomes, RT da Merenda Escolar. Segundo o Ministério da Educação, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foi criado em 1995 com o nome de Merenda Escolar, pelo Decreto nº37.106 (31/03/1995), subordinado ao Ministério da Educação (MEC). O principal objetivo é fornecer uma alimentação segura que possa garantir os principais nutrientes necessários para manter a saúde de todos aqueles que usufruem do seu serviço. 5 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVOS GERAIS Possibilitar ao acadêmico a oportunidade para aplicação dos conhecimentos adquiridos no decorrer do Curso de Nutrição, em atendimento às normas legais exigidas e em conformidade com as Diretrizes Curriculares para a formação do Nutricionista; Capacitar o discente para a atenção à saúde: os profissionais de saúde, dentro de seu âmbito profissional, devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo; Desenvolver a comunicação devendo ser acessíveis e manter a confidencialidade das informações a eles confiadas, na interação com outros profissionais de saúde e o público em geral; Qualificar o discente para a Nutrição, estando aptos a fazer o gerenciamento, tanto da força de trabalho, dos Recursos físicos e materiais e de informação, da mesma forma que devem estar aptos a serem gestores, empregadores ou lideranças na equipe de saúde; Produzir conhecimentos, competências, habilidades e atitudes para que os discentes possam atuar de forma crítica e reflexiva, ética no exercício de seu ofício como profissional da saúde; Promover práticas de Estágios na perspectiva de promover a articulação da teoria e prática e, ao mesmo tempo, a integração entre a Instituição e a população local. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Capacitar o aluno para: avaliar criticamente a atenção dietética prestada a coletividades; Sintetizar e articular os conhecimentos adquiridos nos anos anteriores relacionados ao desempenho em Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN); Identificar e avaliar as áreas de trabalho quanto funções, características de instalação, equipamentos/utensílios e recursos humanos; Identificar e analisar as normas de higiene, segurança micro biológica, manutenção e segurança no trabalho; Identificar as funções e responsabilidades do nutricionista em relação ao planejamento, à organização e à gerência da UAN; Identificar o nutricionista enquanto profissional da saúde atuando em coletividades sadias e enfermas nas atividades técnicas e administrativas; Reconhecer e analisar os sistemas de abastecimento, armazenamento, produção, distribuição, higienização, registro, controle e avaliação da UAN, assim como o manual de organização (normas e regimentos) e o manual de boas práticas; Elaborar cardápios para coletividades sadias e enfermas; Identificar e avaliar o sistema de apropriação de custo; Identificar e avaliar a administração de recursos humanos. 6 3 DESENVOLVIMENTO 3.1. CARACTERIZAÇÃO DA UAN Área de Estágio: Administração em Unidades de Alimentação e Nutrição Local: Prefeitura Municipal de Presidente Médici Secretaria Municipal de Presidente Médici – SEMEC Escola Municipal de Ensino Fundamental 15 de Novembro Merendeiras manhã: Adriana Pereira da silva Sueli Segóbia de Andrade Tarde: Maria Cristina Martins Luciana Paranha da Silva Diretora: Adailza Parente de Souza Vice Diretora: Jucelei Pereira Nutricionista RT: Adriana Maira Alves Gomes ÁREA DE DESENVOLVIMENTO: Alimentação Escolar PERÍODO DE REALIZAÇÃO: 23 março à 17 de maio de 2022 HORÁRIO: 07:30hs às 13:30hs/ 06 horas diária de Segunda a Sexta; CARGA HORÁRIA TOTAL: 226 Horas. Uma UAN pode estar situada em empresas, escolas, universidades, hospitais, asilos, orfanatos, dentre outros que contenham refeições coletivas. É de extrema importância que haja padronização dos complexos sistemas que envolva produção em quaisquer desses locais. (NUNES, 2000). A correta intervenção alimentar pode representar um importante reflexo na saúde dos usuários de uma UAN, visto que, para diversos comensais a alimentação recebida na unidade possivelmente representa uma grande refeição do dia. O objetivo de uma UAN é satisfazer seu cliente, fornecendo-lhe uma refeição nutricionalmente equilibrada, com bom nível sanitário e adequada para a manutenção e/ou recuperação de sua saúde (PROENÇA, 2000). Para tanto, essas empresas são responsáveis por comprar, receber e armazenar alimentos in natura ou semi processados e processá-los para distribuir refeições a diferentes tipos de clientes (RIBEIRO, 2002). Sendo assim, a principal função da UAN é oferecer para seu público alvo uma alimentação de qualidade visando à segurança alimentar, sempre disponibilizando os melhores funcionários e as melhores estruturas. 3.2. CARACTERÍSTICAS DOS USUÁRIOS DA UAN Os usuários referentes a esse relatório são alunos matriculados no período matutino do ensino fundamental, Escola Municipal de Ensino Fundamental 15 de Novembro que faz parte da administração da Secretaria Municipal de Educação de Presidente Médici, onde está situado o setor centralizado da Merenda Escolar. Na unidade Escola Municipal de Ensino Fundamental 15 de Novembro são 442 alunos matriculados, dividido por dois períodos, matutino e vespertino. Esses estudantes variam de 06 a 11 anos e todos aparentam ter bom estado nutricional, mesmo havendo condições adversas de faixa etária, padrão social e condições psicofisiológicas. 7 O número de alunos que se alimentam diariamente na unidade escolar é alto, estimando uma média de até 96% conforme observado. 3.3. CARACTERÍSTICAS E ROTINA DA UAN As refeições observadas nas unidades escolares foram sempre o período matutino, refeição essa disponível para os estudantes matriculados. As médias estimadas são de 220 refeições por turno/ dia, a refeição ofertada é exclusiva aos alunos. A merenda escolar é caracterizada como serviço próprio, pois é preparadae distribuída na própria unidade escolar, sendo preparada e ofertada aos alunos (público alvo) em dois turnos, para os alunos do matutino o horário de intervalo é as 09h30min e para os alunos do vespertino o intervalo é dividido em dois horários, às 15h e 15h15min, essa divisão de horários faz com que o refeitório atenda a todos os alunos com condições favoráveis e harmônicas, deixando o ambiente mais calmo para realização das refeições coletivas. O sistema de distribuição é feito pela cozinheira, porcionando individualmente os alimentos nos pratos, servindo aluno por aluno na bancada da cozinha, que oferece acesso ao refeitório. Os alunos têm 15 minutos para fazer suas refeições, podendo repetir. Quando terminam de se alimentar são orientados a jogar em um lixo próprio as sobras do prato, assim os devolvendo os pratos e copos no balcão, que serão encaminhados para higienização na cozinha. A higienização é feita pelas próprias cozinheiras, que já deixam o local organizado e as louças lavadas para o próximo turno que irá se alimentar. Após o último turno de refeições, repete todo o processo de higienização deixando o local e as louças limpas para o dia seguinte. Figura 1- 2 - Sistema de Distribuição Centralizado 8 Figura 3 - 4 - Higienização dos Utensílios Figura 5 - Higienização do local 3.4. Operações de Recebimento, Armazenamento, Pré-Preparo e Preparo 3.4.1. Recebimento A etapa de recebimentos refere-se ao material entregue por um fornecedor, quando se recebe esse material é necessário realizar uma avaliação qualitativa e quantitativa, segundo critérios pré-definidos para cada produto como determina a legislação de alimentos da Portaria CVS-6/99, de 10.03.99. O fluxo de recebimento de mercadorias nas escolas é semanal, tanto de estocáveis quanto de perecíveis. Alimentos perecíveis e alimentos estocáveis são entregues pela empresa contratada por processo licitatório diretamente no Depósito de Merenda – Almoxarifado, através de caminhões refrigerados e são distribuídos pela própria central de alimentação através de conduções designadas a essa função. A entrega é feita ponto a ponto caracterizando todo o processo de recebimento em cada unidade. 9 3.4.2. Armazenamento Após o processo de recebimento vem a estocagem, ou seja, processo de armazenamento de cada produto. O armazenamento de alimentos interfere diretamente na qualidade dos produtos que são oferecidos ao consumidor, por isso, as cozinheiras que recebem a mercadoria são orientadas e treinadas para uma estocagem de forma correta. Sendo assim, produtos estocáveis como: arroz, feijão, óleo, açúcar, sal, farinha de milho, fubá, macarrão, extrato de tomate, leite em pó, achocolatado, vinagre, etc. são armazenados em prateleiras. Já os produtos perecíveis; carnes, frangos, peixes, ovos, frios, margarinas, frutas e hortaliças são armazenados em áreas refrigeradas como freezers e/ou geladeiras. 3.4.3. Pré-Preparo Segundo o laboratório de Técnica Dietética FSP/USP (2013) o pré-preparo é a etapa inicial pelo qual os alimentos passam antes de serem consumidos. Essa etapa consiste em limpeza e divisão ou mistura, para serem consumidos crus ou submetidos à cocção. Durante o pré-preparo podem ser utilizados métodos secos (escolher arroz ou feijão) ou úmidos (lavar frutas e hortaliças). O alimento pode passar nessa etapa por uma divisão simples que pode variar em grau e ser feita com uso de instrumento cortante (facas) ou com auxílio de máquinas (moedor, liquidificador, processador). Os métodos de divisão simples são: cortar, picar, moer, triturar. É possível também dividir o alimento com a separação de partes, ou seja, separar dois líquidos, dois sólidos ou um sólido e um líquido. Os líquidos podem ser separados pelas seguintes operações: decantar e centrifugar. Os sólidos podem ser separados pelos processos: descascar, peneirar e moer. Já um sólido e um líquido podem ser separados por operações como espremer, filtrar ou coar, sedimentar e centrifugar. Durante o pré-preparo de uma receita podem ser utilizadas operações de união, tais como misturar, bater, amassar, sovar. Na unidade escolar quem os realizam são as próprias cozinheiras, que se organizam em deixar tudo picado e organizado antes de começar o preparo da refeição, facilitando assim o seu trabalho. Figuras 6 - Processo de descascar 10 3.4.4. Preparo Ainda de acordo com o laboratório de Técnica Dietética FSP/USP (2013) o preparo compreende as operações fundamentais, por meio de energia mecânica, térmica ou pela associação de ambas. Durante o preparo frequentemente utiliza-se a cocção, que tem como objetivo inibir o crescimento de microrganismos patogênicos e garantir o consumo de determinados alimentos que não poderiam ser consumidos in natura, como por exemplo o arroz e a batata, tornando esses alimentos digeríveis e/ou melhorando a digestibilidade. O preparo dos alimentos ainda favorece o sabor, cor, textura e aspecto da preparação pronta, dando uma melhor apresentação do alimento para o consumidor. Na unidade escolar as preparações variam de acordo com os cardápios e variam semanalmente. As cozinheiras relatam maior aceitação de determinados alimentos em relação a outros. 3.5. CARDÁPIOS O cardápio elaborado pelo nutricionista que atua em UAN é uma ferramenta a ser utilizada no sentido de transformar o seu conhecimento sobre alimentação no ato de nutrir as pessoas que estão sob sua responsabilidade. (BERNARDO, 1999) Além disso, o cardápio ainda tem como função “unificar a linguagem” entre as cozinheiras e as nutricionistas, facilitando e padronizando o serviço de ambas. Através do cardápio é feito a montagem da compra a ser entregue na unidade escolar, entrega essa semanal, transportado apenas o que é necessário evitando que haja desperdício. Figura 7 - 8 – Merenda preparada; 3.5.1. Elaboração e Estrutura do cardápio 11 Há 4 (quatro) tipos diferentes de cardápios elaborados pela Nutricionista da Central de Alimentação para as escolas. Esses quatro tipos variam semanalmente, conforme o cronograma, oferecendo assim uma maior variedade dos gêneros alimentícios. (Ver anexo I) Figura 9 – Pasta Cardápio de fácil acesso na cozinha da unidade escolar 3.5.2 Tempo de Preparação dos Alimentos Na preparação dos alimentos devem-se levar em conta dois princípios básicos: assegurar a sua higiene prevenindo qualquer contaminação alimentar e torná-los mais digeríveis, aproveitando ao máximo os seus nutrientes. Para correta realização desses dois princípios, o pré preparo dos alimentos começa a ser realizado a partir das 07horas, horário de entrada das cozinheiras do período matutino. Após a etapa de pré preparo já se inicia a preparação das refeições oferecidas mediante ao cardápio/dia. Figura 10 – Arroz, feijão, polenta com carne moída e beterraba; 12 Observações: Obs1: O feijão é preparado em 40 min na panela de pressão, porém, para que a água ferva (+/- 10Litros) leva em média 1 hora. Obs2: A carne cozida é feita na panela. A cozinheira relata deixar 3 horas cozinhando para ficar amolecida e desfiada. Obs3: Os legumes geralmente são inseridos junto as preparações principais. Ex: carne em tiras com batata. Depois de pronto a carne leva mais 30mim para o cozimento da batata. Obs4: Para ferver a água dos 12kg de macarrão leva em média 2h. O molho, que é cozido em fogo brando para apurar e não ficar ácido, leva um pouco menos de tempo. 3.6. FICHA TÉCNICA Ficha Técnica é um documento de referência com todas as especificações de uma mercadoria ou matéria-prima. É uma pré-definição que tem por objetivo apresentar, de forma concisa e padronizada, informações para realização de um procedimento. Desta forma,gerando ganhos de eficiência para desempenho operacional e de melhores resultados do processo de controle de qualidade. As fichas técnicas referentes às preparações dos cardápios escolares ficam arquivadas na central de alimentação e nas cozinhas das escolas, em local de fácil acesso (pasta cardápio) feita no valor padrão para 50 alunos. Neste relatório será possível visualizar 01(uma) ficha técnica de cada semana, preparação das terças feira. (Ver anexo II) 3.7. RESTOS E SOBRAS 13 É comum que haja sobra nas unidades escolares já que nenhum alimento pode ser reaproveitado para o dia seguinte. Porém, as cozinheiras já se organizam em fazer quantidades precisas para que não haja desperdício. Relata a cozinheira Maria, como exemplo, que depois de tantos anos cozinhando pra escolares, na hora da distribuição já reconhece pra quem entrega em menores ou maiores quantidades, evitando assim sobras nos pratos. Não é raro ter dias em que o cardápio é elaborado conforme as condições da UAN. Preparações simples, conforme a realidade da merenda escolar. 3.8. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS 3.8.1. Sistemas de Compras O sistema de compras é centralizado, com periodicidade anual. Há o processo anual de licitação, ou seja, procedimento administrativo formal que se estabelece de forma prévia às contratações de serviços terceirizados ou aquisições de produtos. A licitação pode ser realizada em qualquer período do ano, desde que seja para compras individualmente, ou seja, para uma mercadoria específica. 3.8.2. Recebimento e Armazenamento de Compras O pedido de compras é realizado pela nutricionista RT na central de alimentação, depois repassado semanalmente para perecíveis e mensalmente para os estocáveis. Os perecíveis são avaliados e conferidos assim que recebidos na central de alimentação, e após a conferência qualitativa e quantitativa imediatamente são distribuídos nas unidades escolares para o armazenamento adequado. Já os estocáveis (não perecíveis) ficam armazenados primeiramente em um depósito próprio da prefeitura municipal, mas tardar também sendo distribuídos para as unidades escolares. Ambos mediantes ao cardápio escolar. O pedido de compras é feito diretamente com as empresas contratadas através do processo licitatório. Antes de todos os gêneros alimentícios serem recebidos há uma conferência de toda mercadoria que chega. Essa avaliação ocorre no depósito de estocáveis, onde a nutricionista checa as notas fiscais, qualidade e quantidade do produto e se condiz com o produto solicitado, que por fim será entregue nas escolas. 3.9. REQUISIÇÃO DIÁRIA Na merenda escolar a requisição é feita semanalmente, podendo haver ajustes esporádicos. O controle de estoque é realizado na central de alimentação através de um sistema computadorizado e específico para essa função, controlando toda entrada e saída dos gêneros alimentícios. A requisição de saída é registrada através de recibos que no ato da entrega a diretora confere a mercadoria referente à quantidade e o assina. Sendo assim, comprovado a realização da entrega mediante a requisição. 3.10. CONDIÇÕES AMBIENTAIS 14 Conforme Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004, visando proteção e segurança à saúde da população, é necessário constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos. A produção de refeições dentro de uma UAN segue um grande fluxo de produção, levando em conta a demanda de refeições que ali serão servidas. Para que as atividades dentro da UAN sejam realizadas com maior produtividade e qualidade, é necessário segurança e condições ao trabalhador, conferindo menores riscos à saúde dos usuários e manipulador de alimentos. Para o correto funcionamento da UAN, é preciso um adequado planejamento físico, evitando problemas futuros de operacionalização, como interrupções no fluxo da unidade; cruzamentos desnecessários, oferecendo risco de contaminação cruzada entre os alimentos e de acidentes aos funcionários, má utilização, localização e aproveitamento dos equipamentos, resultando na limitação do planejamento dos cardápios, falhas de dimensionamento e distribuição, deficiência no sistema de ventilação e, inclusive, aumento de custos (REGO;TEIXEIRA, 1990). Sendo assim Normas de Regulamentação quanto às condições ambientais devem ser seguidas rigorosamente para um efetivo resultado. 3.10.1. Setores da UAN A área física da escola conta com apenas um bloco onde se subdivide em: - Cozinha e dispensa. - Refeitório. Figura 11 - Cozinha Figura 12 – Dispensa 15 Figura 13 – Refeitório Na cozinha ficam os freezers horizontais, que estocam alimentos congelados e na geladeira alimentos perecíveis resfriados. Conta ainda com fogão, mesas de apoio e lixeira de pedal ao lado da pia. Figura 14 - lixeira na cozinha 16 Na dispensa ficam estocados alguns alimentos secos, panelas e utensílios, como; processador, liquidificador, talheres, pratos e copos. No refeitório ficam as mesas com banquetas escamoteáveis. 3.10.2. Características da Área Física da UAN Quando se trata da edificação e instalações, a UAN deve se acatar a órgãos reguladores como RDC n°216/2004, CVS 5/2013 e as Normas para as Boas Práticas de Higiene. Só assim é possível que a unidade esteja regulamentada pela ANVISA e funcionando de maneira segura e correta. Estima-se que durante a escolha do local de implantação de um restaurante busque sempre um ambiente longe de possíveis fontes de contaminações e que não ofereçam riscos às condições gerais de higiene e salubridade, como lugares livres de odores, fumaças, mananciais hídricos contaminados e áreas circundantes que ofereçam as condições de proliferação de insetos e roedores (MONTEIRO,2009) forma, verifica-se cumprimento de regulamentação. No caso da unidade escolar as paredes da cozinha são azulejadas respeitando a altura mínima de 2 metros e proporcionam fácil limpeza. O teto é de acabamento liso, impermeável, lavável, de cor clara e em bom estado de conservação. Não possui goteiras, vazamentos, umidade, trincas, rachaduras, bolor ou descascamento. Devido à presença de máquinas, sistemas de exaustão, manipulação de utensílios, água, vapor, impactos nas superfícies inoxidáveis, entre outros, o nível de ruído nas cozinhas tende a ser alto, sendo potencializado pelo elevado pé-direito necessário e a existência de superfícies não absorventes (SILVA FILHO,1996). A cozinha não apresenta ruídos exagerados, devido ao não uso de equipamentos que poderiam causar esses ruídos, sendo assim se apresenta dentro da regulamentação. A ventilação garante o conforto térmico, a renovação do ar e proteção contra fungos, gases, fumaça, gordura e condensação de vapores (BRASIL, 2004). O conforto térmico é então por aberturas de paredes que permitam a circulação natural do ar (Portaria, CVS-6/99). Há uma abertura para ventilação, e duas janelas que não possuem tela de proteção contra insetos. O pé direito apresenta parte da estrutura com mais 3metros (acima do fogão). A circulação de ar na cozinha é feita através de janelas e portas. Não são utilizados 17 ventiladores, nem aparelhos de ar condicionado nas áreas de manipulação. Não existe também um sistema de exaustão, ou depuração de gorduras e vapores. Figura 15 - Cozinha com parte do pé direito O piso deve ser lavável, não absorvente, antiderrapante (devido à presença de gorduras, óleos, detergentes, entre outros e escorregadios), sem fendas nem rachaduras e que facilitem a limpeza e desinfecção. Além disso, devem suportar tráfego intenso e com alta resistência à abrasão (PEI 5), ser anticorrosivo para suportar os agentes químicos provenientes da limpeza e quando necessário, possuir rejuntamento antiácido (BRASIL,2004).O piso da unidade é liso, resistente, impermeável, lavável, de cor clara e em bom estado de conservação, antiderrapante, resistente a o ataque de substâncias corrosivas. Sendo assim, de fácil higienização, o que permite a limpeza e desinfecção sem acúmulo de alimentos ou sujidades. Devem também conter desnível suficiente para que os líquidos drenem naturalmente em direção às saídas dotadas de ralos sanfonados e grelhas de recolhimento com tela de proteção, evitando assim que a água fique empossada, a entrada de animais e o retorno de odores indesejáveis (BRASIL, 2004). Na cozinha, quando próximo aos ralos, tem leve inclinação, não permitindo que a água fique ali parada. Quanto aos ralos, são sifonados, possuindo grelhas com sistema abre e fecha. As portas têm superfície lisa, mas são de cor escura (azul) de fácil limpeza, ajustadas aos batentes, de material não absorvente, com fechamento manual. As janelas são protegidas de modo a não permitir que os raios solares incidam diretamente sobre os alimentos ou equipamentos mais sensíveis ao calor (BRASIL, 2002). Porém, as janelas da unidade não possuem telas. A iluminação deve ser adequada de modo a não causar danos ao manipulador, assim evitando acidentes pessoais, e ajudando na eficiência do trabalho (SILVA FILHO,1996). A iluminação no ambiente da cozinha local é uniforme, não alteram a cor 18 dos alimentos, sem contrastes excessivos, sem sombras e nem cantos escuros. As lâmpadas e luminárias encontram-se limpas, protegidas contra explosão e quedas acidentais, e em bom estado de conservação. Quanto às tomadas elétricas, ficam disponíveis em várias áreas da cozinha e em quantidade suficiente para o funcionamento de geladeiras, freezers e equipamentos eletroportátil. O lixo que se encontra fora da cozinha está disposto adequadamente em recipientes com tampas, constituídos de material de fácil higienização, permanecendo fechado, isento de moscas, roedores e outros animais e acaba saindo pelo mesmo local onde são recebidas as mercadorias, mas em horários diferenciados. Sendo assim, não apresentando riscos de contaminação. O refeitório não deve ter cruzamento, ser interrompido ou ter qualquer obstáculo que dificulte a movimentação dos usuários. Dessa maneira, deve-se evitar interromper o sentido do fluxo de transição a fim de evitar filas e tumultos (SILVA FILHO, 1996). O usuário deve ter um trajeto com uma sequência lógica e sem cruzamentos de fluxos desde a distribuição até a devolução de bandejas e saída do refeitório, em busca de um fluxo mais curto possível (FERREIRA et al., 2011). Portanto o refeitório se encontra de acordo com regulamentação. Figura 16 - Refeitório em funcionamento As instalações sanitárias e os vestiários não devem ter ligação direta com as áreas de preparo, armazenamento e dos refeitórios, e devem ser mantidos em plena organização e adequado estado de conservação. As portas externas de vem ser dotadas de fechamento automático (BRASIL, 2004). As instalações sanitárias são exclusivas para as cozinheiras e demais funcionárias da escola. A instalação sanitária é iluminada, parede em piso de cores claras, de material liso, resistente e impermeável, com abertura e fechamento manual, e ventilação adequada com janelas sem telas. Não tem comunicação direta com a área de manipulação de 19 alimentos ou refeitórios. A porta de entrada e saída é manual, contém ventilação adequada e janelas sem tela. O descarte de papel higiênico é feio em lixeira, não sendo descartado diretamente no vaso sanitário. 3.11. EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS 3.11.1. Equipamentos/ Utensílios Existentes e Sua Forma de Uso Silva Júnior (2005) afirma que os alimentos podem ser contaminados por contato com superfícies de equipamentos que não estão suficientemente limpos. Micro- organismos patogênicos podem multiplicar-se em partículas de alimentos de utensílios que não estão adequadamente lavados. É necessário a limpeza adequada dos equipamentos, utensílios e do ambiente, pois o alimento durante a manipulação entra sempre em contato com a mão do homem. Foi realizado um inventário referente à dispensa (parte integrada da cozinha) e a cozinha, onde ficam armazenados utensílios e equipamentos, possibilitando assim a contagem de todos eles lá existente. Observou-se um total de 36 itens referentes a utensílios e equipamentos de cozinha, com a finalidade de produzir e servir refeições de qualidade aos alunos. Mesmo havendo poucos equipamentos comparado a outros setores industriais, a unidade escolar conta com 192 pratos, sendo 190 de vidro e 02 de plástico, 146 garfos, 108 colheres, 120 copos com uma asa, 05 facas grandes, 07 colheres de servir, 07 escumadeiras, 09 conchas, 02 pegadores, 14 panelas (e 12 tampas), 02 panelas de pressão, 06 leiteiras, 05 bacias de plástico, 01 liquidificadores, 01 ralador, 01 cortador de batatas, 02 passadores de café, 10 caixas plásticas, 01 lata para guardar açúcar, 03 mesas de apoio, 06 baldes, 04 jarras, 02 freezers, 01 geladeira, 01 fogão industrial com 04 bocas. Devido ao grande número de refeições servidas há alguns utensílios que não são utilizados, como por exemplo, o cortador de batatas e o ralador. Nota-se que para praticidade da elaboração dos cardápios são usados sempre os mesmos equipamentos, o que deixa as cozinheiras mais familiarizadas na hora de conduzir as preparações. Estima-se que todos os equipamentos e utensílios utilizados nos locais de manipulação de alimentos, que possam entrar em contato com o alimento, devem ser confeccionados de material que não transmita substâncias tóxicas, odores e sabores que sejam não absorventes e resistentes à corrosão, e capaz de resistir a repetidas operações de limpeza e desinfecção. 3.12. RECURSOS HUMANOS 3.12.1. Funcionários Os funcionários são o bem mais importante da empresa e também o mais dispendioso aos olhos do empregador. Afirma-se, atual mente, na moderna gestão empresarial, que o maior bem que a empresa possui é a capacidade intelectual de seus funcionários (ABREU, 2003). Tornando o ciclo administrativo um importante passo para garantir a qualidade dos serviços prestados (TEIXEIRA, 2000). A respectiva unidade escolar conta apenas com cozinheiras dentro da cozinha, sendo contabilizado por quatro servidoras que se dividem em dois turnos: manhã e tarde. 20 A dupla é responsável pela preparação e distribuição dos alimentos logo depois que os estudantes se retiram fazem a limpeza dos utensílios e do local. 3.12.1.1 Procedimentos Envoltos Aos Funcionários Há uma grande variedade de procedimentos envoltos aos funcionários, tais como; Admissão, contabilização de horas trabalhadas, utilização de uniformes e EPIs (equipamentos de proteção), treinamento, férias, escalas, entre outros. O processo de admissão é realizado através de concurso público, não havendo possibilidade de outros cargos de função a não ser o de ‘’cozinheiro’’. Após a admissão do funcionário, esse que deve trabalhar por 6horas/dia, registra sua entrada e saída da unidade escolar através de um ponto eletrônico por aplicativo móvel ou na própria escola com a finalidade de contabilizar as horas trabalhadas. Para prática adequada de trabalho os funcionários deveriam contar com auxílio de uniformes e EPIs (equipamentos de proteção), porém, só é disponibilizado avental e toucas. Sendo que no treinamento dos funcionários, esse realizado pela nutricionista da Central de Alimentação, é alertado sobre a importância do uso de equipamento de proteção com a finalidade de evitar acidentes. Além das recomendações sobre uniformização, é valido ressaltar que o treinamento é feito anualmente com a finalidade de promover capacitação ao funcionário. Não é realizado escalas. O funcionário trabalha 30 horas semanais com férias anuais por 30 dias. Não constando nenhumaprática de incentivo ou premiações que ressaltem seu desempenho. 3.14. CONTROLE DE QUALIDADE 3.14.1. Higienização Pessoal e de Alimentos O ministério da Saúde ao aprovar o regulamento técnico sobre Boas Práticas para serviços de alimentação e o roteiro de inspeção afirma: "Todos nós trazemos em nossa boca, mãos, nariz ou sobre a pele as bactérias causadoras de doenças que podem ao alimento. Mantendo-se saudável e limpo, o manipulador pode ajudar a evitar uma doença por consumo de alimento contaminado." As pessoas transmitem umas às outras, muitas doenças através dos alimentos. Assim, o cuidado e o controle com a higiene pessoal e de alimentos são essenciais para garantir a segurança alimentar. As Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com as regras legais e com os regulamentos técnicos. A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo de indústria de alimentos e de forma específica, voltadas às indústrias que processam determinadas categorias de alimentos (BRASIL, 2011). A cozinha deveria contar com orientações de boas práticas tanto para higienização pessoal como de alimentos. Além do treinamento dos funcionários antes de adentrarem a empresa, onde é alertado sobre a higiene pessoal e sua importância no dia a dia. Portanto é válido ressaltar que o “Manual de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos” desta cozinha em questão está em construção e será disponibilizado o mais breve possível. 21 O funcionário também está capacitado para realização de higienização dos alimentos, como por exemplo: higienizar folhas em solução hipoclorito. Esses alegam ter recebido orientações para o uso. Porém, todos os produtos são recebidos do governo do estado, o que pode demorar até chegar à unidade escolar quando solicitado, podendo haver faltas desses produtos. 3.14.2. Controle Higiênico Sanitário e Frequência Conforme BRASIL (2002) e Silva Júnior (2005), qualquer pessoa que entra em contato direto ou indireto com o alimento é um manipulador de alimentos e uma vez que trabalhando em contato com produtos, superfícies que ficam em contato com alimentos e materiais para embalagem de produtos devem seguir práticas de higiene pessoal durante o trabalho, a fim de evitar a contaminação dos alimentos. Segundo a ANVISA (2005), boas práticas são procedimentos de higiene que devem ser obedecidas pelos manipuladores desde a escolha e compra dos produtos a serem utilizados no preparo do alimento até a venda para o consumidor. A garantia da qualidade e da segurança na alimentação é direito dos consumidores em todo o mundo. Por isso, cada vez mais, as organizações públicas e as empresas do setor de alimentos têm buscado assegurar a qualidade de seus produtos e serviços. O controle higiênico se refere a toda e qualquer ação que visa melhorar a higiene como um todo. O controle higiênico-sanitário da unidade escolar é obtido através das visitas semanais, realizadas pela nutricionista responsável da unidade. Para controle do alimento, como coleta de amostras, controles de temperatura e controle de tempo de cocção não é realizado nenhum procedimento, apenas controle higiênico sanitário do local supervisionado por um profissional. 3.14.3. Pontos Críticos Ponto Crítico de Controle (PCC) é uma operação, procedimento ou etapa do processamento de fabricação ou preparação de um produto onde se aplicam medidas preventivas de controle. Tem como objetivo prevenir, reduzir limites aceitáveis ou eliminar os perigos para a saúde. (ALLEN, 2001; PETA e KAILASAPATHY, 1995) O PCC é qualquer etapa ou procedimento operacional no qual fatores biológicos, químicos ou físicos podem ser controlados, prioritariamente por programas e procedimentos de pré-requisitos, como as Boas Práticas. Justifica-se o estabelecimento do PCC a partir da constatação do risco significativo da ocorrência de um perigo que provoque impacto à saúde pública (FURTINI e ABREU, 2006). Classifica-se como medidas preventivas qualquer procedimento ou fator empregado nas etapas ou processamentos de produção, que visam controlar um perigo à saúde, perda da qualidade de um produto ou alimento ou sua integridade econômica (CORMIER,2002). No controle aplica-se critérios apropriados para controlar os perigos em determinado PCC, e estes devem ser documentados ou especificados claramente. Na unidade escolar há controle no descongelamento de alimentos proteicos, sendo tirados do freezer e repousados na geladeira, para que haja o descongelamento adequado livre de microrganismos que se reproduzem em temperatura ambiente. Depois de cozidos esses alimentos são porcionados para os alunos, sendo esgotados em menos de uma hora (contabilizando os dois horários de refeições), e caso haja sobra é jogado no lixo, não havendo possibilidades de guardar alimentos já 22 preparados e manipulados, justamente para evitar qualquer tipo de contaminação e enfatizando a regra de sempre oferecer alimentos frescos e preparados na mesma hora. 3.14.4. Controle de Qualidade d´agua O controle da qualidade da água para consumo humano é um conjunto de atividades exercidas de forma contínua pelos responsáveis pela operação de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água, destinadas a verificar se a água fornecida à população é potável, assegurando a manutenção desta condição. O controle de qualidade nos alimentos é utilizado tanto para checar a matéria prima que chega, como produto acabado que sai de uma indústria, além de controlar os diversos estágios do processamento. (VICENZI, 2010). É de responsabilidade da prefeitura municipal o controle de qualidade d’agua, já que se trata de uma escola municipal, visando todas normativas de manter esgotos ou caixas d’agua longe do local de preparação do alimento. O esgotamento sanitário deve ser ligado à rede de esgoto, ou quando necessário tratado adequadamente para ser eliminado através de rios ou lagos. Não deverá existir dentro das áreas de preparo de alimentos, caixa de gordura ou de esgoto. (BRASIL, 2002). 3.14.5. Controle de Pragas O controle de pragas em uma UAN é um item obrigatório regido pela Resolução de Diretoria Colegiada RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Aplica-se aos serviços de alimentação que realizam as seguintes atividades: cozinhas institucionais, restaurantes, lanchonetes, cantinas, entre outros, pois o risco de contaminação dos alimentos em decorrência da presença de pragas é enorme. (BRASIL, 2004) Na unidade escolar o controle de pragas é realizado por dedetização. Sendo realizado anualmente pela empresa contratante através da licitação. Porém, mais importantes que o controle químico são as medidas preventivas. Essas têm forte impacto na redução da presença e proliferação das pragas em qualquer estabelecimento. (MANNES, 2003). Uma análise criteriosa deve ser realizada para evitar a entrada de pragas, verificando ralos sem proteção, portas e janelas com vedação insuficiente, frestas na parede, entre outros. Vale ressaltar que é de extrema importância verificar os "pallets", pois podem abrigar baratas de cozinha em suas frestas. 3.15. CONTROLE DE CUSTOS 3.15.1. Custos da Refeição na UAN Para a discussão de custos em UAN, há que se considerar toda a gestão de matérias- primas, cardápio, contrato, fornecimento de gêneros, localização da UAN, dentre outros itens. A análise de custos se dá através do consumo diário de uma UAN. Em primeiro lugar, é necessário planejar muito bem os cardápios, atentando para uma gestão adequada de compras e gerenciamento da mão de obra. Torna-se importante obedecer a um critério econômico na escolha dos alimentos, observandosafra, descontos e embalagens menos onerosas (FONSECA, 2012). No caso da merenda escolar a compra dos produtos é realizada através do processo licitatório, visando sempre o menor preço, e no caso dos hortifrutis priorizando a 23 agricultura familiar. É realizado apuração do custo alimentar, mas no processo licitatório não é levado em consideração. 3.15.1. Fichas de Estoque Um dos melhores métodos de promover o controle dos produtos da empresa é através da ficha de controle de estoque, agregando mais organização e praticidade para os gestores responsáveis por este setor. Para que o controle de estoque seja feito de maneira eficiente a ficha tem que ser elaborada com o máximo de cautela e organização, do contrário, o resultado final será comprometido. A falta de controle pode trazer diversas consequências para uma empresa, como a falha em mensurar se o consumo dos materiais está de acordo com as necessidades, a possibilidade de desvios e o impacto nas vendas e produtividade de funcionários (BRASIL, 2019). Na unidade escolar não é realizado. 24 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.1 CONCLUSÃO O estágio supervisionado em Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental 15 de Novembro no município de Presidente Médici foi altamente proveitoso, pois possibilitou observar o ambiente dinâmico de uma merenda escolar, envolvendo não só a cozinha da respectiva unidade as sim toda a parte administrativa efetivada na Central de Alimentação (cozinha piloto). Pode se verificar a necessidade de cuidados e preparos técnicos que surgem no dia a dia da UAN. O contato presencial com a rotina da cozinha da escola me proporcionou uma bagagem de extrema importância para a prática profissional, preparando-me para melhor atuação e promovendo a aquisição de conhecimentos que vão muito além da teoria. Com tudo, a gestão de uma UAN exige planejamento, organização, liderança, execução e controle para que se tenha um excelente resultado, não sendo uma missão fácil diante das diversas intercorrências e das relações interpessoais muito relevantes para que os resultados sigam o que foi o previamente planejado. Atuar diretamente com os profissionais e realizar as atividades propostas por estes, permitiu visualizar de forma clara o papel do profissional Nutricionista dentro da UAN, assim como visualizar uma postura que deve ser adotada em situações pertinentes a atuação do profissional. 25 6. REFERÊNCIAS ABREU, E.S.; Spinelli, M.G.N.; Zanardi, A.M.P. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. São Paulo: Metha, 2003. ANSALONI, JA. Situação de trabalho dos nutricionistas em empresas de refeições coletivas de Minas Gerais: Trabalho Técnico, supervisão ou gerencia? Revista Nutrição da PUCCAMP. 12 (3), 241-260.1999. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerência Geral de Alimentos. Cartilha sobre Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Brasília: Ministério da Saúde. 2005. ANVISA. Portaria MS Nº 2914 de 12 dez. 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. O Ministro de Estado da Saúde, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição. Diário Oficial da União, Brasília, 12 de dez. 2011. BERNARDO, H. Avanços da Nutrição no restaurante industrial. Revista Nutrição em Pauta. São Paulo, ano VII, n. 38, p. 42-44, set./out., 1999. BRASIL. Sebrae Nacional, de 23 de janeiro de 2019. Como Realizar o Controle de Estoque das suas mercadorias. 2019.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. REGULAMENTO TÉCNICO DE BOAS PRÁTICAS PARA SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília – DF,15/09/2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução (RDC) nº.275, de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. Diário Oficial (da) República Federativa do Brasil. Brasília - DF, 6 novembro 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria CVS-6/99, de 10.03.99. A Diretora técnica do centro de vigilância sanitária da secretaria de estado da saúde. D.O.U - Diário Oficial da União. Brasília – DF, 10 de março de 1999. BRASIL. Ministério da Saúde. CVS-6/99, de 10.03.99. Aprova o regulamento técnico sobre Boas Práticas para serviços de alimentação e o roteiro de inspeção. D.O.U – Diário Oficial da União. Brasília- DF, 2013. BRASIL. Resolução RDC n°275, de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre o regulamento técnico de procedimentos operacionais padronizados aplicados aos estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos e lista de verificação das boas práticas de fabricação em estabelecimentos produtos/industrializadores de alimentos 2002. 26 CORMIER, R. J. Reliability concepts applied to the Canadian quality management program. Journal of Aquatic Food Product Technology. V. 11, p. 30–38, 2002. FERREIRA, S. L.; AVEGLIANO, R. P.; GONZAGA, C. C. T. DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DE LEIAUTE DE REFEITÓRIO D E RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO. In: 2º Simpósio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído, 10, 2011, Rio de Janeiro. Anais. São Paulo, USP, 2011. FONSECA, K. Guia Prático Para Gerenciamento De Unidade de Alimentação e Nutrição. Cruz das Almas/BA: UFRB, 2012. FURTINI, L. L. R.; ABREU, L. R. Utilização de APPCC na indústria de alimentos. Ciência Agro técnica. Lavras, v. 30, n. 2, p. 358-363, 2006. GUIMARÃES, I. A. Análise da estrutura física e funcional de um restaurante em Brasília. 2006. 65f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Gastronomia como Empreendimento), Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2006. MANNES, C. Controle de Pragas é Saúde. Revista Vetores e Pragas, Rio de Janeiro, nº 13, p. 22-231. Agosto 2003. MEZOMO, I. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. São Paulo: Terra, 2004. MONTEIRO, R. Z. Escolas de Gastronomia. TÉCNICAS E EXPERIÊNCIAS. 2009. 294f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. NASCIMENTO, K. O.; SILVA, E. B. Avaliação das condições higiênicos- sanitárias de panificadoras em Volta Redonda, Rio de Janeiro. Revista Nutrição em Pauta, São Paulo, v.21, n°157, p. 61-64, 2007. NUNES, S. R. L. O Papel do Nutricionista na Produção de Refeições para Coletividades. In: Simpósio Sul-Brasileiro de Alimentação e Nutrição: história, ciência e arte, 1, 2000, Florianópolis. Florianópolis: UFSC, Departamento de Nutrição, p.477- 481. Florianópolis: Insular. 2000. PHILIPPI, S. T. Tendências no consumo alimentar. In: Jornada Goiana de Nutrição 5 e Seminário da Faculdade de Nutrição - UFG, 4, 2000, Goiânia. Anais. Goiânia: Universidade Federal de Goiás e Faculdade de Nutrição. p. 44- 50. 2000. POTENZA, M.R. Insetos em Alimentos Naturais, Beneficiados e Industrializados: da Matéria Prima à Mesa do Consumidor. Revista Vetores e Pragas, Rio de Janeiro, nº 28, p. 9-11. julho 2011. PROENÇA, RPC. Inovação tecnológica na produção de alimentação coletiva. 2ª ed.2000. 27 REGO, J. C.; TEIXEIRA, S. M. F. G. ASPECTOS FÍSICOS DAS UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO. cap. 3. p. 79-115. in TEIXEIRA, S. M. F. G. et al. Administração Aplicada às Unidades de Alimentação e Nutrição.Rio de Janeiro: Livraria Atheneu, 1990. 219 p. RIBEIRO, C. S. G. Análise de perdas em Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs) Industriais: Estudo de Caso em Restaurantes Industriais. 2002.RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004 - Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços e Alimentação. BRASIL, 2004. SANT’ANNA, R. F. D.; GOMES, R. F. M. Avaliação das condições higiênicas sanitárias em uma unidade de alimentação e nutrição em Brasília, DF. 2010. SÃO JOSÉ, J. F. B.; PINHEIRO-SANT’ANA, H. M. Avaliação das boas práticas de manipulação em unidade de alimentação escolar. Nutr.: Rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. São Paulo, v. 33, n.3, p.123-138, dez. 2008. SILVA FILHO, A. R. A. da. Manual Básico para Planejamento e Projeto de restaurantes e cozinhas industriais. São Paulo: Varela, 1996. SILVA JÚNIOR. Êneo Alves da - Manual de Controle Higiênico Sanitário em Alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 6 Ed. p. 245-285. 2005. SILVA, M.E. Relatos sobre técnica dietética ministrada no curso de graduação de Nutrição. Laboratório de Técnica Dietética. Universidade de São Paulo, SP. 2013. TEIXEIRA, S. et al. Administração Aplicada às Unidades de Alimentação e Nutrição. São Paulo: Atheneu, 2000. VICENZI. R., Apostila de Análises de Alimentos UNIJUI, Química Industrial; p.2-3,2010. 28 ANEXOS I 29 30 31 ANEXOS II Ficha Técnica do CARDÁPIO da 1ºSemana (Terça Feira) 32 33 Ficha Técnica do CARDÁPIO da 2ºSemana (Terça Feira) 34 35 Ficha Técnica do CARDÁPIO da 3ºSemana (Terça Feira) 36 37 Ficha Técnica do CARDÁPIO da 4ºSemana (Quarta Feira) 38
Compartilhar