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Anestesia para cirurgia plástica Introdução Variedade de procedimentos em cirurgia plástica -> Variedade de técnicas anestésicas Estética X Reparadora Evitação da anestesia geral Epidemiologia: Brasil é o primeiro no ranking mundial de cirurgias estéticas (EUA em procedimentos) Lipoaspiração é a cirurgia plástica mais realizada no mundo (2ª no Brasil) Segurança e Mortalidade Melhora da aparência, padrões de beleza -> Grande ansiedade do paciente Técnicas regionais passam a ideia de segurança No Brasil, a primeira é o implante mamário. Em lipoaspiração -> Principal é TEP, perfuração de alças, complicações anestésicas, embolia gordurosa, insuficiência cardiorrespiratória, infecção, hemorragia 2 Cirurgias plásticas Pequeno porte cirúrgico -> Cirurgia ambulatorial Avaliação pré-anestésica: cirurgia eletiva = condições ideais Apresentar opções e riscos de cada técnica: “não é somente uma sedação” Sempre em condições clínicas ideais: cirurgias adiáveis Pós-operatório: alta precoce Orientação no tempo e espaço, estabilidade dos sinais vitais, ausência de náusea/ vômitos/ desconforto respiratório/ dor importante/ retenção urinária/ sangramento, capacidade de ingerir líquidos/ locomoção. Sedação Titulação das doses Respostas individuais Ofertar O2 suplementar Ansiólise e analgesia Manutenção da ventilação espontânea Estabilidade hemodinâmica Colaboração do paciente Classificação da sedação Mudança de um grau para outro. 5 Sedação + Anestesia Locorregional Boa aceitação e satisfação dos pacientes Ritidoplastia, Blefaroplastia, Rinoplastia, Plásticas de orelha, Implante capilar, Correção de ginecomastia, Lipoaspiração localizada Parceria entre anestesista e cirurgião -> Paciente sedado -> Dor -> Agitação -> Aprofundamento Cânulas oro e nasofaríngeas exigem níveis profundos para serem toleradas -> Microaspirações, retenção de CO2 Adequar nível de sedação -> Rinoplastia com sangue em via aérea -> reflexos protetores presentes Tempo prolongado -> Desconforto pela imobilidade -> Aprofundamento A anestesia local deve ser bem feita, geralmente é o cirurgião quem faz. Quando o paciente agita, em vez de se cobrar melhora da anestesia local, se aprofunda a anestesia -> Riscos de via aérea e comprometimento hemodinâmico. 6 Sedativos Agentes de início de ação e recuperação rápidos são preferidos Propofol: Menos NVPO, Amnesia incompleta Midazolam: Amnésia anterógrada Remifentanil: Meia-vida contexto-insensível, depressão ventilatória Dexmedetomidina: Analgesia, estabilidade hemodinâmica, não deprime ventilação, menos distúrbios cognitivos Quetamina: Analgesia, não deprime ventilação Anestesia balanceada A associação de diversos modos dessas drogas tem beneficio adicional, propofol e quetamina se contrabalanceam por exemplo. Ketodex nem se fala. 7 Bloqueio peridural Excelente técnica para cirurgias plásticas, especialmente se contínua (cateter) Bem indicada para: Abdominoplastias, Lipoaspiração extensa, Próteses glúteas, de coxa e panturrilhas, Lifting de coxa e glúteo, Mama, Cirurgias plásticas combinadas Permite titular volume da solução anestésica até nível adequado, prolongar anestesia, oferecer analgesia pós-operatória Opioides e alfa-2 agonistas como adjuvantes melhoram qualidade do bloqueio, reduzem a latência e diminuem a massa de AL Bloqueio peridural torácico Cirurgias de mama Bloqueio de inervação simpática cardíaca (T1-T5): Reduz excitação cardíaca, levando a bradicardia, redução pressórica e do DC, diminuindo consumo de O2 Hipotensão permissiva e redução de sangramento Menor volume anestésico utilizado -> Menor extensão do bloqueio simpático Efeito cardiotóxico do AL, especialmente bupivacaína Redução da capacidade vital e fluxo inspiratório máximo pelo relaxamento de mm intercostais Bloqueios médio-altos permitem reduzir o volume de anestésico em até 30-50%. Hipotensão permissiva: Manter um nível pressórico mínimo que garanta perfusão cerebral. Maior em idosos e vasculopatas. Ropivacaina tem um perfil mais seguro. Efeitos ventilatórios sem grande relevância clinica. A sedação e o posicionamento influenciam mais. 9 Raquianestesia Alta Para cirurgias em regiões abdominal e torácica Mamoplastia redutora, mastopexia, prótese mamária, lipoaspiração, lipoescultura, abdominoplastia, cirurgias combinadas e reparadoras (reconstruções e queimados) Punção lombar mais alta -> dose elevada de AL hiperbárico + opioide + clonidina -> injeção mais rápida -> cefalodeclive por 10-15 minutos -> Bloqueio alto Apesar do bloqueio alto, há geralmente boa resposta as medidas tradicionais (Cristaloide, vasoconstritor, atropina...) Vantagens: Menor custo, boa aceitação, analgesia pós, preserva função respiratória, menos NVPO, TVP/TEP, baixas doses de AL Cirurgias combinadas Frequentemente, são realizados mais de um procedimento cirúrgico numa única anestesia Face e pálpebra Colecistectomia ou HTA com plástica abdominal Cabe ao anestesista o bom senso de limitar os excessos Tempo cirúrgico aumenta morbidade -> Perdas volêmicas e necessidade de transfusão Infecção de sitio cirúrgico Hipotermia e tremores -> Consumo de O2, rompimento de suturas, aquecer fluidos, sala e paciente Mudanças de posição -> Alterações hemodinâmicas, desconexão de monitores, acessos Lipoaspiração Procedimento cirúrgico mais realizado em plástica Novas técnicas permitem maiores remoções de tecido adiposo Aumento da demanda -> Profissionais não-habilitados -> Aumento de morbi-mortalidade Resolução CFM 1711/2003 Cirurgião especialista na área Anestesista presente (se sedação, bloqueio ou geral) Volume aspirado < 7% do peso corporal na técnica infiltrativa, <5% na não-infiltrativa e <40% da área de superfície corporal em qualquer técnica Evitar associação com outros procedimentos se relação entre volume aspirado e área corporal perto do limite Cuidados com profilaxia de TVP/TEP Uma cirurgia que tem baixas taxas de complicações se feitas por anestesista e cirurgião experientes e habilitados 12 Técnicas de lipoaspiração Lipoplastia por aspiração assistida: Cânula de ponta cega colocada no tecido subcutâneo conectada a aparelho de sucção potente Técnica seca: Sem infiltração, conteúdo aspirado tem 20-45% de sangue total -> Grande repercussão hemodinâmica e HE -> Transfusões Técnica úmida: Infiltração de 200-300ml de solução em subcutâneo -> 4 a 30% de sangue total -> Não diminuiu significativamente a necessidade de transfusões Técnica super-úmida: Infiltração de 1ml de solução para cada 1ml de sobrenadante aspirado -> 1% de sangue total -> Reduziu transfusões Técnica tumescente: Infiltração de 3-4ml para cada 1ml aspirado -> Virtualmente sem perda sanguínea Lipoplastia por técnica ultrassônica: Cânula associada a um eletrodo ultrassônico que liquefaz a gordura antes de absorver -> Menos traumático e menor perda sanguínea Lipoaspiração Solução utilizada: SF 0,9% ou RL com lidocaína 0,025 a 0,1% +- adrenalina 1:1.000.000 Solução C de Klein: SF 0,9% ou RL 1.000ml + Lidocaína 1.000mg + Bicarbonato de sódio 8,4% 10ml + Adrenalina 1mg Analgesia cirúrgica, mínima perda sanguínea, analgesia pós-operatória, absorção lenta de lidocaína Permite utilização de doses seguras de 35-45mg/kg de lidocaína (Cuidado em hipoproteinemia, uso de drogas com metabolização microssomal hepática) Pico plasmático com 8-12h -> Não dar alta antes desse período Dose segura de adrenalina de até 0,07mg/kg com pico plasmático em 5-6h Absorção do liquido infiltrado -> Hemodiluição, aumento de diurese -> Adequar reposição volêmica Grandes volumes de aspiração (4-5L) -> Deslocamento perioperatório de líquidos entre os compartimentos -> Distúrbios hemodinâmicos e respiratórios Compressão capilar causada pelo liquido infiltrado e efeito vasoconstritor da adrenalina quando utilizada 14 Complicações Hipercoagulabilidade Tromboembolismo venoso e pulmonar; Embolia gordurosa; Infecções; Perfuração de órgãos; Edema pulmonar; Hipotermia; Intoxicação por anestésicos locais e adrenalina; Alterações volêmicas e hidroeletrolíticas; Transfusões não previstas