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Neoplasia=Neo: novo; Plasia: formação. Termo aplicado a um conjunto diverso de doenças que caracteristicamente geram um acúmulo anormal de células, o que frequentemente, mas não sempre, leva ao desenvolvimento de lesões que aumentam progressivamente de tamanho. Daí o uso do termo "tumor" para designar as lesões neoplásicas. Ainda que, rigorosamente, esse termo apenas seja um indicativo de lesões caracterizadas por um aumento de volume* De fato, a maioria dos tumores ou aumento de volume no nosso corpo decorrem de processos patológicos não neoplásicos, ou seja, a maioria dos tumores não são neoplasias. Por exemplo, tumores que resultam da mobilização de líquidos nos tecidos, isto é, os edemas, são corriqueiros e representam uma característica marcante da inflamação aguda. Nem todo tumor é uma neoplasia. Nem toda neoplasia é um tumor. Mesmo tumores formados por acúmulos de células, podem não compartilhar a mesma patogênese das neoplasias. Como por exemplo, os hematomas que são tumores formados por coleção de células sanguíneas extravasadas. Os coristomas que são massas de tecidos malformados, estranhos ou ectópicos ao tecido onde se localizam, como por exemplo o tecido da suprarrenal no interior do rim ou o tecido paratireoidiano dentro da tireoide. Também, existem os hamartomas, que são massas formadas por tecidos normais de várias origens misturados em um determinado órgão, por exemplo os nódulos compostos de tecido cartilaginoso e muscular que ocorrem no pulmão. É importante notar que algumas doenças neoplásicas não se expressam como lesões tumorais, como é o caso das leucemias que são neoplasias líquidas formadas por células malignas circulantes nos nossos vasos sanguíneos. O aumento anormal do número de células de um tecido neoplásico cria ainda um paralelo entre as lesões neoplásicas e as hiperplasias, que são lesões de outra natureza. Enquanto a patogênese das hiperplasias está fundada no estímulo da proliferação celular como uma forma de resposta adaptativa de um tecido exposto a um determinado estímulo, como por exemplo a hiperplasia gengival, na qual a gengiva aumenta de tamanho após um trauma ou por placa bacteriana acumulada ou por conta de medicamentos. E se cessado esses estímulos ou esses traumas, o tecido para de crescer. Já no caso das neoplasias, o crescimento do tecido neoplásico mesmo com a interrupção do estímulo inicial. Nas hiperplasias, as células proliferantes se originam de múltiplas células ancestrais, isso é, elas tem uma origem policlonal. Já as células neoplásicas, compartilham uma célula ancestral comum, ou seja, elas tem origem monoclonal. Embora algumas doenças do tecido neoplásico se mantenham limitadas só seu local de origem, em outras as células neoplásicas invadem de uma maneira destrutiva os tecidos e as estruturas adjacentes. Em alguns casos, essas células podem ainda alcançar tecidos distantes, distribuindo-se no organismo por via vascular. Essas duas situações caracterizam cenários muito distintos. De um lado, neoplasias com menor potencial de comprometimento do hospedeiro e do outro um contexto de neoplasias com maior agressividade biológica e maior probabilidade de ocasionar um óbito. Por isso, neoplasias são tradicionalmente classificadas em benignas quando não invadem os tecidos adjacentes, e malignas quando podem invadir os tecidos adjacentes e, eventualmente, se disseminar. Câncer: são apenas as neoplasias malignas, as quais podem invadir tecidos e estruturas adjacentes, quer efetuem ou não a disseminação para os tecidos distantes do organismo. É o principal problema de saúde pública no mundo. Já está entre as 4 principais causas de mortes prematuras, ou seja, antes dos 70 anos de idade na maioria dos países. A incidência e a mortalidade por câncer vem aumentando no mundo, em parte pelo crescimento e envelhecimento populacional, como também pela mudança da distribuição e na prevalência dos fatores de risco do câncer, especialmente aos associados ao desenvolvimento socioeconômico, como o sedentarismo, alimentação inadequada, dentes outros. O câncer não é tão na doença, mas um conjunto de desordens que compartilham uma profunda desregulação de crescimento. Alguns cânceres como o linfoma de Hodgkin são altamente curáveis, enquanto outros como o câncer de pâncreas são praticamente sempre fatais. A conduta apropriada para um paciente portador de uma Neoplasia vai depender, fundamentalmente, de sua classificação como benigna ou maligna. No caso dos cânceres, vários fatores são essenciais para a definição do tratamento. Principalmente, o tipo Histológico, o grau de diferenciação das células neoplásicas e o estadiamento da doença. Dessa forma, é possível notar a relevância e a necessidade de estudar esse tema e ainda mais de diferenciar as Neoplasias entre si, para que assim seja possível identificar corretamente e, consequentemente, tratar de forma adequada. A uniformização da nomenclatura das Neoplasias é importante para que os dados de frequência, evolução, tratamento e prevenção obtidos em regiões geográficas diferentes possam ser comparados. Para isso a OMS, edita periodicamente com a participação de especialistas de vários países, publicações sobre a nomenclatura e a classificação dos tumores dos diferentes setores do organismo. Os tumores de cabeça e pescoço, podem ser clarificados pela OMS de acordo com vários critérios: 1. Comportamento clínico: benignos ou malignos. 2. Aspecto microscópico (critério histomorfológico) 3. Origem da Neoplasia (critério histogenético) - O critério mais adotado para se dar nome a um tumor é o critério histomorfológico, pelo qual a neoplasia é identificada pelo tecido ou célula proliferante. Uma vez que a maioria das Neoplasias, se manifesta como lesões tumorais. A regra geral de nomenclatura, utiliza o sufixo "oma", que significa inchaço ou tumor, para designar as Neoplasias, sejam elas benignas ou malignas. A denominação geral de Neoplasias benignas se faz pelo PREFIXO que indica a natureza das células neoplásicas + OMA. Adenoma, por exemplo identifica uma neoplasia de origem glandular benigna. Enquanto fibroma, refere-se a Neoplasia benigna que se origina do tecido conjuntivo fibroso. No caso das Neoplasias malignas ao sufixo "oma" é usualmente acrescido o PREFIXO "carcino" (que significa câncer) para denominar neoplasias malignas que originam de linhagens epiteliais, compondo o grupo dos carcinomas, como o carcinoma epidermóide, o mais comum da Cavidade oral. Além disso, pode ser usado também como sufixo, indicando a malignidade, como o adenocarcinoma. Existe também o PREFIXO "Sarco" que significa carnoso, para denominar neoplasias malignas que se originam de linhagem mesenquimal, compondo o grupo dos sarcomas. Como o sarcoma de células fusiformes e sarcoma de kaposi. Pode ser usado também como sufixo, indicando tumor maligno de determinado tecido, como o fibrosarcoma e liposarcoma. Ainda que muitas neoplasias malignas exibam diversas propriedades morfológicas e funcionais que denotem sua menor capacidade de maturação, um conjunto especial inclui as chamadas neoplasias EMBRIONÁRIAS. Pois, aparentemente se originam de células mais imaturas, ou seja, sem diferenciação e com o crescimento muito rápido que estão presentes em determinados órgãos. Essas neoplasias recebem geralmente nomes que identificam seu órgão de origem, seguidos do sufixo blastoma. Assim, as neoplasias embrionárias renais são os nefroblastomas. As de fígado, são os hepatoblastomas, e as de linhagem neuronal são os neuroblastomas. As neoplasias de origem EMBRIONÁRIA, podem ainda ser classificadas em teratomas e mixomas. Teratoma são neoplasias compostas de tecidos oriundos dos três folhetos embrionários, endo, meso e ectoderma. E os mixomas são neoplasiasoriundas de tecido mixomatoso, que são totalmente indiferenciados, comparáveis ao tecido germinativo EMBRIONÁRIO. Existem exceções a essas regras. Alguns exemplos são os termos: hepatoma, linfoma e melanoma, que são neoplasias malignas, ainda que pelo sufixo empregado possa parecer se tratar de uma Neoplasia benigna. É comum também, encontrar neoplasias denominadas utilizando-se o nome do autor que as estudaram pela primeira vez, como tumor de Brenner, que é um tumor benigno de ovário, tumor Codman que é um tumor benigno de osso, tumor krukenberg que é um metastático ovariano. A conduta apropriada para um paciente portador de um neoplasia vai depender, fundamentalmente, da sua classificação como benigna ou maligna. Apesar de muitas vezes não representarem um grande problemas para os seus portadores, os tumores benignos tem grande interesse prático por sua frequência e pelas consequências que podem trazer, seja por seu volume, seja por sua localização ou outras propriedades. Os tumores benignos, podem causar vários transtornos, como a obstrução de oragos, compressão de órgãos, produção de substâncias em maior quantidade, inclusive morte. Portanto, uma visão mais ampla da definição de tumor benigno é necessária. No caso dos canceres vários fatores são essenciais para definição do tratamento, principalmente o tipo histológico, o grau de diferenciação das células neoplásicas e o estadiamento da doença. Na pratica, a determinação de benigno versus maligno é efetuada utilizando critérios clínicos e anatômicos bem estabelecidos, apesar de que algumas neoplasias desafiam essa caracterização. As principais características macroscópicas auxiliam a discriminação entre as neoplasias benignas e malignas, pois além de proporcionar um reconhecimento preliminar do comportamento biológico da neoplasia, a análise macroscópica possibilita descrever as lesões em termos de sua estrutura. Tamanho: o tamanho de uma neoplasia varia bastante, no entanto geralmente os tumores que alcançam os maiores volumes são os de comportamento benigno. Além disso, associado as informações clínicas de tempo de evolução da doença, uma neoplasia muito grande que evoluiu em um curto período de tempo nos indica uma possível malignidade, por exemplo. Forma: o formato da neoplasia, pode ser papilar, nodular e irregular. O tipo nodular, em que o tumor forma uma massa expansiva que tende a ser esférica, é visto em tumores benignos, e em malignos originados em órgãos sólidos como fígado, pulmão e rins. O tipo vegetante, encontrado em tumores benignos ou malignos que cresce em superfícies como a pele e as mucosas, formam uma massa exofídica que pode ser poliposa, papilomatosa ou em couve-flor. Além disso, as neoplasias vegetantes tendem a se ulcerar precocemente. O tipo infiltrativo, é exclusivo dos tumores malignos. Embora, em todos os cânceres haja infiltração dos tecidos vizinhos, já que o tumor não respeita limites, o tipo infiltrativo é assim chamado para ressaltar o aspecto macroscópico predominante da lesão. Nele ocorre infiltração maciça da região acometida, mas sem formar nódulos ou vegetações, por isso o órgão se torna espessado, mas fica menos deformado do que nas outras formas. Então, quando ele se origina em órgão ocos, especialmente quando é do tipo anular que compromete toda a circunferência do órgão, ele provoca estenose. O tumor ulcerado é que sofre ulceração precoce, sendo quase exclusivo das neoplasias malignas. A lesão se infiltra nos tecidos adjacentes e ulcera-se no centro, formando uma cratera que geralmente tem bordas endurecidas, elevadas e irregulares. Em muitos casos, especialmente em tumores malignos existe uma combinação desses tipos, como por exemplo a neoplasia ulcero-vegetante. Cor: acastanhado, enegrecido, avermelhado ou amarelado Consistência: a consistência pode ser fibrosa, borrachoide, pétrea e gelatinosa. Obs.: a cor a consistência vão indicar o tecido envolvido, como também dar indícios da irrigação sanguínea, das degenerações e necroses associadas. Aspecto da superfície de corte: o aspecto da superfície de corte, se é lisa, ulcerada ou irregular vai variar conforme a capacidade invasiva da neoplasia e a existência ou não de cápsula, por exemplo. Parâmetros macroscópicos de lesões neoplásicas não são suficientes para um diagnóstico preciso das neoplasias. Por isso, se faz necessário levantar dados sobre as propriedades das células neoplásicas, o que inicialmente é feito por meio de biópsias ou de exames citológicos por microscopia. Todos os tumores benignos e malignos, possuem dois componentes básicos: Parênquima: constituído por células neoplásicas. O parênquima da neoplasia, determina principalmente o seu comportamento biológico, e é desse componente que deriva o seu nome. Estroma: constituído por tecido conjuntivo e vasos (suporte) e células inflamatórias derivadas do hospedeiro. É crucial para o crescimento da neoplasia, uma vez que contém o suprimento sanguíneo e dá suporte ao crescimento das células do parênquima. Embora o comportamento biológico dos tumores reflita principalmente o comportamento das células do parênquima, as células estromais e as neoplásicas mantem uma conversação que influencia o crescimento do tumor. E uma das características principais, pelas quais se pode distinguir tumores benignos e malignos, é a diferenciação e a anaplasia, que são características observadas apenas em células do parênquima. O termo diferenciação se refere ao grau em que uma célula neoplásica se assemelha a uma célula normal. As neoplasias benignas apresentam células bem diferenciadas, ou seja, semelhantes às células do tecido de origem. Enquanto as neoplasias malignas apresentam células com grau variação de diferenciação. As células indiferenciadas são também chamadas de anaplásicas. A falta de diferenciação ou a anaplasia é considerada uma caraterística de malignidade.
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