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LÍVIA MENDES – MEDICINA UNIFG 2019.1 Cabeça e Pescoço Exame Físico CABEÇA Analisar: Ossos e fraturas CRÂNIO Inspeção: Tamanho e formato do crânio; Normocefálico: simétrico, arredondado e liso – proporcional ao tamanho do corpo; Simetrias - deformidades ósseas; Traumatismo; Posição; Integridade; Cabelo e couro cabeludo – características. Palpação: Indolor Deformidades ósseas: macrocefalia e microcefalia Protrusões ósseas Tumefações Abaulamentos e depressões FACE Analisar: Expressões Estado mental Estruturas faciais Funções sensórias Condição: Pele, membranas e mucosas Nasal e oral Cabelo e couro cabeludo Inspeção: Coloração Simetria Movimentos involuntários Edemas Massas Integridades da pele Fácies Hipocrática Facies Renal Fácies Mixedematosa Facies Cushingoide LÍVIA MENDES – MEDICINA UNIFG 2019.1 Facies Leonina Facies Esclerodérmica Facies da Paralisia Facial Periférica Fácies acromegálica Facies Adenoidiana Facies Hipertireoideia/Basedowiana Palpação: Observar deformidades, hematomas, tumores, fontanelas e pontos dolorosos. PESCOÇO MUSCULATURAS E MASSAS Inspeção: Observar a presença de massas LÍVIA MENDES – MEDICINA UNIFG 2019.1 Cisto tireoglosso: é congênito e está relacionado com a migração da tireoide durante a embriogênese. Braquial: Falha na reabsorção das fendas braquiais, pode ser dolorido. Cisto dermoide: Acumulo de estruturas de anexos que ficam na derme (glândulas sudoríparas, cebáceas, folículos pilosos) que crescem e são revestidos por uma capsula. Higroma cístico: Má formação congênita do sistema linfático, ele pode ser formado em qualquer cadeia ganglionar. Leiomiomas: Neoplasia formada por tecido muscular liso que pode ser maligno ou benigno. Hematoma x equimose: equimose é uma macula (mancha) e hematoma é uma coleção de liquido/sangue. Bócio + exoftalmia = sugestivo de doença de Gravis, sem exoftalmia sugere adenoma tireoidiano CARCTERÍSTICA DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CERVICAIS Baseado na característica, a partir da inspeção e palpação já temos ideia do diagnóstico. No pescoço/região cervical nós temos doenças neoplásicas, inflamatórias e que não são classificadas como nenhum dos dois. Quando a gente fala de neoplasia, estamos falando de um câncer primário ou secundário como as metástases, essa lesão primaria também pode ser um tumor benigno como é o caso do leiomioma mas quando é secundário a gente fala de tumor a distância. Na região do pescoço de causa neoplásica os tumores da parótida são os que mais causam tumores primário na região cervical. Na imensa maioria das vezes quando estamos diante de lesões neoplásicas na região do pescoço, estamos falando de metástase linfonadal. Também há doenças inflamatórias, como a adenomegalia cervical de causa viral, bacteriana e granulomatosa e não infecciosas. Também tem as de causa congênita e traumática. CADEIAS GANGLIONARES As adenomegalias (crescimento das cadeias de linfonodo) podem ocorrer por infecção, neoplasias, metástases. Anamnese: Tempo de evolução Um crescimento linfonadal causado por infecções de causa bacteriana e viral tendem a diminuir com o tempo (1-2 semanas). No caso de doenças neoplásicas ou infecções fungicas que causam granulocitos, os linfonodos tendem a permanecer aumentado por semanas e quando se cronificam nem voltam para o tamanho original. Idade do paciente Idosos tem acometimento linfonadal por neoplasias muito maior que os jovenns Sintomas constitucionais LÍVIA MENDES – MEDICINA UNIFG 2019.1 Febre, perda de peso, fadiga, sudorese noturna. Pode sugerir tuberculose, linfoma, lúpus e processos infecciosos fungicos. Medicamentos Fenitoina, atenolol, alupurinol, carbamazepina, captopril etc. Localizada ou não A gente considerada adenomegalia generalizada, quando você tem duas ou mais cadeias que não são continuas (Ex: mandíbula e axilar). Se você tem uma submandibular e uma submentoniana não significa generalizada, porque são contiguas. Se você tem um submandibular e uma supraclavicular é considerado generalizada, porque elas não se comunicam continuamente. Geralmente a adenomegalia generalizada está relacionada a um processo sistêmico e sempre deve ser investigada. Faringite e laringite, infecções da via aérea superior fazem com que os linfonodos fiquem com características de neoplasia benigna. Inspeção e palpação: Se posicionar atrás do paciente ou lateralmente do lado direito, o paciente deve estar com o pescoço levemente em extensão. Localização Tamanho (normais ou aumentados); Consistência (endurecidos ou amolecidos); Aderência Temperatura Dor Ex: presença de adenomegalia de 2,5 cm de tamanho na região submandibular, móvel a palpação, consistência fibroelastica, sem alteração de temperatura e indolor ao toque. Traçar três linhas retas: abaixo da orelha (3 cadeias ganglionares), atrás da orelha (3 cadeias: pré auricular, occipital e auricular posterior) e um na região cervical (4 cadeias) Os linfonodos pré auriculares são responsáveis por drenar a porção superior da face e temporal. As vezes a pessoa tem uma acne na região temporal e pode dar um gânglio na região pré-auricular. A região auricular posterior drena o processo mastoide que é o osso que fica atrás do ouvido. A região occipital drena o musculo trapézio e a região posterior do couro cabeludo. Na região abaixo da mandibular (tonsilar, submandibular e submentoniano). O tonsilar vai drenar a tonsila palatina e os órgãos da faringe, e um pouco da superior da laringe. O submandibular pega a região mandibular e a lateral da língua, fumantes tendem a ter adenomegalia submandibular. O submentoniano drenam afecções da gengiva, lábio inferior e meio da língua. Os cervicais superficiais que estão presente no trígono, se dispõe em todo trajeto da veia jugular externa (do trígono ao meio da clavícula em direção ao lóbulo da orelha) e drenam as afecções locais, como um trauma no pescoço. Os linfonodos profundos e posteriores drenam ouvido médio, seio paranasal, cavidade nasal, faringe, tireoide, traqueia e esôfago. O supraclavicular é sempre maligno, até que prove o contrário, e drenam tumores da região do mediastino, pulmão e linfoma. Linfonodo de Virchow: supraclavicular a esquerda aparece quando drena parte de órgãos abdominais e ovários/testículos. Deve pensar em metástase a distância desses órgãos. LÍVIA MENDES – MEDICINA UNIFG 2019.1 VASOS CERVICAIS ARTÉRIAS CARÓTIDAS Inspeção: Massas, tortuosidades. Normalmente não se vê a carótida. Apenas em pessoas magras, com hipertireoidismo e insuficiência aórtica é possível obter visualização. Palpação: Coloca a região tenar e hipotenar da mão sob a região supraclavicular do paciente e vai andando pelo trajeto da carótida até a região da clavícula, a procura de frêmitos. Frêmitos na região do pescoço falam a favor de problema na carótida, frêmito na região supraclavicular falam de problemas na subclávia. A topografia dela se encontra na linha da cartilagem tireoide, é onde se detecta o pulso carotídeo. Geralmente não se faz a palpação do pulso carotídeo, a principal finalidade é para se evidenciar se o paciente está ou não em parada cardíaca. A palpação do pulso é estimulada quando você ou palpa por muito tempo ou palpando simultaneamente. Jamais deve se fazer a palpação de carótida simultaneamente dos dois lados, é sucessivamente, porque você estimula com maior facilidade os barorreceptores e se você pega uma pessoa mais idosa, pode diminuir o fluxo sanguíneo cerebral. Ausculta Coloca-se a câmpanula do esteto, ondevocê palpa o pulso. Deve-se auscultar também a fúrcula esternal. Sopros nessa região, também falam a favor de problemas da subclávia. A carótida tem muita relevância quando você identifica o sopro, já é indicio de uma estenose de carótida e você tem que fazer algo para não evoluir com AVC. VEIAS JUGULARES Paciente deitado ou a 45º Geralmente apenas jugular externa é visível Turgência pode ser uni ou bilateral Entre o manúbrio e o esterno está o ângulo de Louis, verifica-se altura do ângulo até a altura de distensão da jugular, deve-se imaginar uma linha reta entre eles, se a altura for mais q 4,5cm pode ser indicativo de uma estase. Avalia de forma indireta a pressão na cavidade atrial direta: a pressão da jugular interna é basicamente a pressão do átrio direito, mas a jugular externa é um reflexo disso. Variação do pulso segundo a respiração e posição: quando a gente inspira a pressão no tórax tem que diminuir, e há maior retorno venoso. Na expiração, você tem maior retorno venoso e na inspiração, menor. Inspeção do lado direto: a jugular começa no ângulo inferior da mandíbula, cruza o ECOM e fica no meio da clavícula em linha reta. Só que quem fica em linha reta é a jugular direita, a jugular esquerda é tortuosa porque ela cruza o tórax para chegar a subclávia direita e depois átrio direito. Sinal de Kusmaul (enchimento inspiratório paradoxal): é o aumento do pulso venoso jugular, quando o paciente em questão realiza uma inspiração. LÍVIA MENDES – MEDICINA UNIFG 2019.1 Isso acontece quando há uma diminuição da complacência do ventrículo direito (VD), ou seja, ele perde a sua capacidade de contrair adequadamente. Sendo assim, o VD não consegue dar conta de todo o sangue que chega para ele, aumentando a pressão no átrio direito em consequência disso. Esse aumento de pressão no átrio direito irá refletir em um aumento de pressão na veia jugular interna na tentativa de compensar, e isso gera o ingurgitamento do pulso venoso a medida que o paciente inspira. Teste de compressão abdominal: Com a mão espalmada e faz uma palpação no meio do abdome (próximo ao umbigo) em direção a região cervical por 15-30s. Com isso você está estimulando que o sangue fique aprisionado na região superior e em pacientes propensos a hipervolemia, causa distensão da jugular. Se o paciente estiver com estigmas de congestão, ascite, problemas hepáticos se ele já apresentar uma distensão da veia jugular sentado, já é clássico que ele está com a veia jugular engurgitada. TRAQUEIA Palpável abaixo da mandíbula, especialmente ao deglutir. Ausculta é importante quando há suspeita de fístula, podendo ouvir sopros. Mobilizável Pode estar deslocada em processos tumorais do pescoço e mediastino e em doenças pulmonares (pneumotórax, derrames pleurais, atelectasias) TIREOIDE Normalmente não é visível Formato de H ou de borboleta, centralizada no pescoço, abaixo da cartilagem cricoide. Inspeção Bócio (aumento da glândula): difuso (doença de Graves) ou nodular (adenoma tireoidiano) Sinal de Marañon: paciente com hipertireoidismo, ocorre uma vermelhidão local. Você coloca a mão em cima, e quando você tira, fica vermelho porque está tendo uma hipervascularização. Palpação: Posiciona-se posteriormente ao paciente, pega o terceiro dedo e palpa a cartilagem cricóide, e o segundo e o quarto dedo avalia acima e abaixo. Depois com a mão direita palpa o lobo direito, e a mão esquerda palpa o lobo esquerdo. Tamanho Consistência (fibroelástica) Temperatura Mobilidade Ausculta: Sopro (hipertireoidismo). Sinal de Pemberton: Elevação simultânea dos braços acima da cabeça durante 1 minuto, indica obstrução da entrada do tórax. Bócio retroesternal causa isso. Sinais e sintomas: Locais: Dor – tireoidites Dispneia – compressões Disfonia – compressão do nervo laríngeo recorrente Disfagia Nódulos Função: Hipertireoidismo: Hipersensibilidade ao calor; Sudorese; Perda de peso; LÍVIA MENDES – MEDICINA UNIFG 2019.1 Nervosismo, ansiedade, insônia; Taquicardia; Fraqueza muscular; Exoftalmia; Pele fina, quente e úmida Hipotireoidismo: Fácies mixedematosa; Pele seca, unhas fracas e quebradiças; Edema de membros inferiores – não depressível; Voz rouca e arrastada; Obesidade; Constipação; Parestesias
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