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TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO DA DIABETES MELITUS

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Tratamento não medicamentoso da 
diabetes mellitus 
 
• Quando realizado corretamente, o tratamento não 
farmacológico pode diminuir a necessidade de 
doses elevadas de medicações que, por sua vez, 
ocasionam efeitos colaterais sobrecarregando o 
organismo com substâncias tóxicas; 
• Essa terapêutica mostra-se uma solução de baixo 
custo para o paciente e também para os cofres 
públicos que diminuem os gastos com internações e 
com a aquisição de medicamentos; 
• É importante destacar que a prática de exercício 
físico como estratégia de controle da DM quando 
praticado de forma isolada, sem associação com 
mudança nos hábitos alimentares, não consegue 
efeito positivo sobre os níveis glicêmicos; 
• A assistência e prevenção às doenças bucais mais 
prevalentes, particularmente em diabéticos, que são 
as doenças ditas de gengiva ou periodontais 
(periodontites) se mostram deficitárias no Brasil; 
o Isso contribui para a grande perda dentária 
referida pelo grupo. Com a perda dos 
dentes há um prejuízo para alimentação 
adequada, devido à maior ingestão de 
alimentos de menos consistência e de valor 
calórico mais elevado; 
• A Educação em Saúde é uma estratégia viável para 
alcançar a população diabética acompanhada pela 
Unidade de Saúde da Família, tendo em vista a 
capacidade da equipe de saúde em contribuir com 
orientações educativas para a população sobre 
modificações do estilo de vida, sendo ainda algo 
preconizado pela Sociedade Brasileira de Diabetes 
(2014-2015); 
 
INTERVENÇÃO NO ESTILO DE VIDA 
• A diabetes é uma doença com um longo período 
assintomático e sem alterações bioquímicas 
detectáveis, mas a sua maior frequência dá-se em 
grupos de risco familiar (genético) e ambientais 
relacionados com hábitos de sedentarismo, hábitos 
alimentares excessivos, obesidade, tabaco, álcool e 
stress; 
• Intervenção inicial: adoção de regime alimentar + 
manutenção de exercício físico aeróbico constante 
(marcha de cerca de 30 minutos 5 dias/semana); 
• O excesso de peso, em presença de obesidade 
visceral, contribui para o défice de sensibilidade dos 
tecidos insulinodependentes (músculo, tecido 
adiposo e fígado) à ação da insulina 
(insulinoresistência); 
• A diabetes é uma doença com um longo período 
assintomático e sem alterações bioquímicas 
detectáveis, mas a sua maior frequência dá-se em 
grupos de risco familiar (genético) e ambientais 
relacionados com hábitos de sedentarismo, hábitos 
alimentares excessivos, obesidade, tabaco, álcool e 
stress; 
• Em relação à intervenção clínica, as atividades 
recomendadas aos pacientes devem ser baseadas em 
inquéritos dos hábitos de atividade física 
(possibilidades, preferências e adequação ao estado 
clínico) e alimentares (horários, nº de refeições e 
preferências alimentares) para que, utilizando 
tabelas de alimentos, possam definir em conjunto 
hipóteses de regimes alimentares alternativos, 
adaptados ao modo de vida e que contribuam não só 
para a melhoria do controle metabólico como para 
uma melhoria da qualidade de vida; 
EXERCÍCIO FÍSICO 
• O exercício contribui para a prevenção primária da 
Diabetes e das doenças cardiovasculares, bem como 
aumenta a sensação de bem-estar físico e psíquico 
quando praticado com regularidade; 
• O exercício aumenta a sensibilidade dos tecidos 
periféricos à ação da insulina, diminuindo também, 
o hiperinsulinismo, aumentando a massa muscular 
e diminuindo a massa gorda abdominal; 
• À medida que o exercício se prolonga, os níveis de 
insulina tendem a baixar, aumentando os hormônios 
catabólicos, que promovem a diminuição ponderal 
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
e a sensibilidade dos tecidos à ação da insulina 
melhora progressivamente - situação que se 
prolonga para além do tempo de duração do 
exercício; 
• Entretanto, o controlo metabólico causado pela 
prática de atividades físicas, aumenta o risco de 
hipoglicemia. Por isso, é necessário educar o 
diabético a reconhecer os seus sintomas de 
hipoglicemia, prevenindo-a e tratando-a/ 
• A regularidade é mais importante que o grau de 
intensidade e, apesar da enorme importância da 
prática de movimento aeróbico regular, todo o tipo 
de exercício deve ser adaptado às condições do 
praticante e iniciado de forma lenta e progressiva; 
• É importante destacar que a prática de exercício 
físico como estratégia de controle da DM quando 
praticado de forma isolada, sem associação com 
mudança nos hábitos alimentares, não consegue 
efeito significativo sobre os níveis glicêmicos; 
• O exercício deve ser iniciado de forma gradual, 
como caminhadas por 5 a 10 min em terreno plano, 
aumentando semanalmente até alcançar 30 a 60 min 
diários, 5 a 7 dias por semana; 
• Indivíduos com perda significativa de sensibilidade 
nos pés devem evitar caminhar em esteiras ou ao ar 
livre, correr, etc - nesses casos, 
é recomendado natação, 
ciclismo, remo e exercícios 
realizados na posição sentada; 
• Na ausência de 
contraindicações, deve ser 
encorajada a prática de 
exercício de resistência 3 vezes 
por semana, nos principais 
grupos musculares; 
ALIMENTAÇÃO 
• A terapia nutricional é parte 
fundamental do plano 
terapêutico do diabetes e 
baseia-se nos mesmos 
princípios básicos de uma 
alimentação saudável; 
• A quantidade energética 
ingerida deve ser adequada à 
atividade física e ser 
fracionada em 5 a 6 
refeições/lanches diários; 
• A ingestão diária deve conter 
de 50 a 60% de carboidratos, a 
maior parte em forma 
complexa. Para tanto, os 
pacientes devem ser encorajados a comer alimentos 
ricos em fibras, como frutas, verduras, legumes, 
feijões e cereais integrais; 
• A ingestão diária deve conter no máximo 30% de 
gorduras; não exceder a 300 mg/dia de colesterol; 
• Alimentos que contêm sacarose (açúcar comum) 
devem ser evitados para prevenir oscilações 
acentuadas da glicemia - o limite é de 20 a 30g/dia; 
• A ingestão de álcool deve ser moderada e de 
preferência com as refeições - o limite diário é de 
uma a duas doses (10-20g de álcool/dia); 
o Pacientes com hipertrigliceridemia ou mau 
controle metabólico não devem ingerir 
bebidas alcoólicas; 
• Os refrigerantes e as gelatinas dietéticas têm valor 
calórico próximo de zero e podem ser consumidos. 
Por outro lado, chocolate, sorvete, alimentos com 
glúten (pão, macarrão, biscoitos), mesmo quando 
diet, são calóricos e seu uso não é recomendado; 
• A perda de peso é recomendada para todos os 
pacientes com sobrepeso ou obesidade; 
• De acordo com a Universidade Federal de Minas 
Gerais - e adotado pelo Ministério da Saúde -, 
existem 10 passos para uma alimentação saudável 
para pessoas com DM: 
Figura 1- Fonte: Universidade Federal de Minas Gerais. Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição 
Sudeste II. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
CRUZ, Sônia Cunha. Tratamento não farmacológico 
da Diabetes tipo 2. Revista Portuguesa de Clínica 
Geral. 2005. 
CARVALHO, Silas Santos; SILVA, Thays Mariana de 
Andrade; COELHO, Julita Maria Freitas. 
Contributions of no pharmacological treatment for 
Diabetes Mellitus Type 2. Revista de Epidemiologia e 
Controle de Infecção. Vol. 5, nº. 2, p. 59-64. Abril de 
2015. ISSN 2238-3360. Disponível em: 
<https://online.unisc.br/seer/index.php/epidemiologia/a
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https://doi.org/10.17058/reci.v5i2.5616. 
FILHO, Luis Antonio Donini; DONINI, Flavia 
Augusta; RESTINI, Carolina Baraldi Araujo. Impact of 
a model of non-pharmacological treatment to 
diabetes mellitus and hypertension in Rincão: health 
and life project. Revista Brasileira de Clínica Médica. 
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SANTOS, H.; NASCIMENTO, F.; FREITAS, C.; 
CUNHA, A.; VANCEA, D. Motivação do diabético 
tipo 2 para o tratamento não farmacológico. Revista 
Brasileira de Atividade Física & Saúde. Vol. 17, n. 6, p. 
485–494, 2013. DOI: 10.12820/rbafs.v.17n6p485-494. 
Disponívelem: 
https://rbafs.emnuvens.com.br/RBAFS/article/view/23
49. Acesso em: 26 ago. 2021. 
BRASIL. Diabetes Mellitus. Ministério da Saúde, 
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de 
Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 
BRASIL. Estratégias para o cuidado da pessoa com 
doença crônica: diabetes mellitus. Ministério da 
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de 
Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

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