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3ª PEÇA AÇÃO ANULATÓRIA - ESTÁGIO IV

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3ª PEÇA – AÇÃO ANULATÓRIA
MM JUIZO DA VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE NITERÓI
	
	CONSTRUINDO ENGENHARIA E PROJETOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n.º 14.767.899/0001-00, com sede na Rua Alvares de Azevedo, n.º 144, Centro, Rio de Janeiro/RJ, CEP: 00000-000, com endereço eletrônico, representada neste ato pelo Sr. ALEXY MONTENEGRO, qualificado no contrato social em anexo, vem, por sua advogada regularmente constituída por instrumento de mandato em anexo, com escritório profissional situado à XXXX, onde receberá as intimações relativas ao feito, propor, com fundamentos nos art. 38, da Lei 6830/80 c/c art. 300, CPC: AÇÃO ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO FISCAL COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA.
I - DOS FATOS
	O autor firmou contrato de prestação de serviços relativos a desenvolvimento de projeto básico e de execução de engenharia com a empresa DELTA INDUSTRIAS LTDA, sediada no Município de Niterói, ensejando a incidência do ISSQN – Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza em favor do mencionado município. A legislação local do ISSQN prevê que nesses casos o imposto deve ser retido na fonte, ou seja, aempresa DELTA, tomadora dos serviços, deve pagar para a empresa CONSTRUINDO o valor contratado com o abatimento do valor do ISSQN devido que deverá ser repassado diretamente para o Município. Apesar da CONSTRUINDO já ter recebido a menos em virtude da retenção do ISSQN, foi notificada pelo Município de Niterói acerca de uma inscrição em Dívida Ativa, materializada na CDA de n.º 12075769, pelo não recolhimento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN sobre a prestação de serviço acima descrita, cujo pagamento já tinha sido realizado passado diretamente para o Município. Assim, diante dessa cobrança ilegal, o autor viu-se obrigado a se socorrer do Judiciário para que possa obter uma tutela provisória que suspenda os efeitos imediatos gerados pela inscrição de crédito tributário em Dívida Ativa, bem como para obter uma tutela definitiva que confirme a provisória e anule a mencionada CDA, a fim de evitar que o autor seja compelido a proceder duas arrecadações sobre um mesmo fato gerador.
II - DO DIREITO
	Como é sabido, o art. 121, CTN, em seu parágrafo único, define o sujeito passivo da obrigação principal como sendo aquele obrigado ao pagamento do tributo e ou penalidade, que poderá se apresentar tanto na forma de contribuinte como na de responsável, conforme dispuser a lei. Já o art. 128,CTN, enuncia que a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. No caso em análise, a lei municipal instituiu essa modalidade de responsabilidade por substituição, na qual o dever de recolhimento do imposto passa a ser uma atribuição daquele que faz o pagamento da prestação de serviços, na condição de responsável,excluindo a responsabilidade da arrecadação do contribuinte, a quem apenas competirá suportar o ônus do desconto em suas faturas. Nesse ponto se encontra a ilegalidade, no fato do réu pretender exigir ISSQN do autor sobre fatos geradores, quando os valores já foram recolhidos pelo tomador de serviços, como dispõe o art. 73, § 1º, do CTM - Niterói:
Art. 73. São responsáveis pelo recolhimento do imposto sobre serviços dequalquer natureza, estando sujeitos às penalidades previstas nos arts. 120 e 121:
 § 1º Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao recolhimento integral do imposto devido, multa e acréscimos legais, independentemente de tersido efetuada sua retenção na fonte, excluída inteiramente a responsabilidade do prestador dos serviços pelo cumprimento da obrigação tributária.
	A inscrição em Dívida Ativa revela-se ilegal e abusiva e, por tais razões, deve ser anulada sob pena de se permitir que o réu obtenha um enriquecimento ilícito, fruto de um indébito tributário.
 III - DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
	Verifica-se que no caso em análise estão presentes os requisitos do art. 300, CPC, quais sejam a probabilidade do direito e o risco ao resultado útil do processo. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. A probabilidade do direito pode ser extraída das notas fiscais emitidas, juntamente com os depósitos feitos na conta da autora que comprovam que do valor efetivamente recebido já estava deduzido da arrecadação do ISSQN. Quanto ao risco ao resultado útil do processo, temos o fato inegável de que a inscrição em Dívida Ativa coloca o autor como devedor do município, impede certidões de regularidade fiscal e, ainda, possibilita o ajuizamento de execução fiscal, por isso, de extrema importância que a tutela seja concedida para suspender a exigibilidade do crédito na forma do art. 151, V, CTN.
IV - DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, requer:
1. Concessão da tutela de urgência para que fique suspensa a exigibilidade do crédito tributário inscrito na CDA de n.º 12075769, na forma do art. 151, V, CTN;
2. Citação do Município de Niterói para que apresente resposta ao teor da presente, alertado dos efeitos da Revelia;
3. Procedência dos pedidos para que seja convertida em definitiva a tutela requerida, bem como seja declarada a nulidade da inscrição em Dívida Ativa materializada na CDA de n.º 12075769 sob as razões lançadas nesta peça;
4. condenação do réu as custas processuais e em honorários de sucumbência, na forma do art. 85, § 3º, CPC. Requer a produção de todos os meios de prova admitidos em direito. Informa o autor, em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, que não tem interesse na audiência de conciliação e mediação, considerando a indisponibilidade do interesse público, Dá-se a causa o valor de R$XX.XXX,XX
Termos em que,
Pede deferimento.
Niterói, 25 de agosto de 2021.
Dafne Guimarães Pinheiro
OAB XXXX (Matrícula: 2016330102)

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