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4 01Conceitos01. A indústria de fundos brasileira está entre as maiores e mais eficientes do mundo. Milhões de brasileiros conhecem e investem em fundos de renda fixa, ações, multimercado, cambial e previdência. Mas existe uma parte da indústria menos conhecida, que é a dos fundos estruturados. Fundos de investimento imobiliário (FII), fundos de investimento em participação (FIP) e fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC). A indústria de fundos 5 Esses fundos, chamados de estruturados, além de serem uma alternativa de diversificação para os investidores, ao mesmo tempo constituem uma importante ferramenta de financiamento para empreendedores. Empresas de qualquer porte ou constituição jurídica podem levantar recursos no mercado financeiro e de capitais, junto a um ou mais fundos estruturados. Um fundo imobiliário tem características muito peculiares, a começar pela regulamentação. Eles foram criados pela Lei 8.668/1993 e são regulados pelas instruções CVM 472/2008 e 516/2011, são sempre constituídos como condomínios fechados, podem ou não ter prazo de vencimento e tem o objetivo de investir em empreendimentos imobiliários diversos. Já deu para perceber que você precisa se inteirar do assunto, não é mesmo? Então vamos! Nesse curso você vai aprender sobre os fundos de investimento imobiliário – FII Fundos 6 Dentre os fundos estruturados, fundos imobiliários são os únicos que podem receber investimentos de qualquer pessoa, ou seja, serem destinados ao público em geral. Só haverá restrição se o regulamento de um fundo definir que os cotistas devem ser qualificados ou profissionais. A regra geral é que qualquer um pode investir, ficando a critério do administrador restringir o público alvo, se quiser. O fundo terá data de início a partir da data em que a CVM conceder o seu respectivo registro de funcionamento, e pode ter prazo de duração determinado ou indeterminado. No segundo caso, os cotistas, ainda, podem deliberar de outra forma em sede de assembleia geral. Fundos Imobiliários são os únicos que podem receber investimentos de qualquer pessoa. DICA 7 Uma das principais diferenças dos FII para os fundos mais conhecidos, é que um fundo imobiliário é sempre constituído sob a forma de condomínio fechado, o que significa dizer que é proibido fazer resgate do fundo. Mas o investidor não fica com o dinheiro preso, o que acontece é que, ao invés de fazer um resgate, é preciso vender as cotas para algum interessado. IMPORTANTE! Boa parte dos FII têm suas cotas negociadas na Bolsa, na B3, o que atenua essa restrição de liquidez, além de conferir muita transparência, agilidade e facilidade para negociação. Mais do que isso, a proibição de resgate confere muita segurança ao fundo e aos seus cotistas. Como na maioria das vezes o patrimônio de um fundo imobiliário é de difícil negociação, como são os imóveis, não seria possível permitir que os cotistas fizessem resgates em dinheiro, pois o gestor do fundo não consegue vender imóveis para acatar as ordens de resgate. É por isso que os FII são obrigatoriamente constituídos como condomínios fechados e não permitem resgates. 8 A instrução CVM 472/2008 determina que esses fundos invistam/participem em empreendimentos imobiliários, o que amplia as possibilidades muito além de apenas a aquisição de imóveis. De fato, o artigo 45 da instrução permite que um FII invista direta ou indiretamente em imóveis ou ativos lastreados em imóveis de qualquer lugar do território nacional. • Imóveis. • Ações, Debêntures e outros títulos e valores mobiliários emitidos por companhias, desde que a atividade preponderante dessas companhias seja permitida aos FII, ou seja, empreendimentos imobiliários. • Ações ou cotas de sociedades cujo único propósito se enquadre entre as atividades permitidas aos FII. • Cotas de fundos de ações (FIA), fundos de investimento em participação (FIP), fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC), desde que a política Vejamos o que pode compor o patrimônio de um FII: 9 de investimentos dos fundos defina que os investimentos serão feitos em empreendimentos imobiliários. • Cotas de outros fundos de investimento imobiliário. • Títulos de renda fixa com lastro no mercado imobiliário como CRI, LCI, LH e LIG. • Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPAC). • Títulos Públicos e privados de renda fixa, além de fundos de renda fixa. • Derivativos, exclusivamente para fins de proteção patrimonial, com exposição máxima igual ao valor do patrimônio líquido do fundo. Dentre esses ativos permitidos um fundo pode ter até 100% do patrimônio investido ou combinar investimentos entre eles. São muitas as possibilidades, o que confere muita versatilidade aos FII, permitindo o desenvolvimento de muitas estratégias diferentes. O regulamento de cada fundo define a estratégia e os ativos que serão investidos. 10 Ademais, a parcela do patrimônio líquido que a parcela do patrimônio líquido que não estiver alocada em ativos imobiliários supramencionados, deverão ser objeto de distribuição de resultados. Caso não sejam distribuídos resultados, poderá ser investida em ativos de liquidez (títulos de renda fixa de emissão do tesouro nacional ou do BACEN; operações compromissadas com lastro em títulos públicos de emissão do tesouro nacional, com liquidez diária), observados os limites da Instrução CVM 555/14. Administrador – Como todo fundo de investimento, um FII precisa ser administrado por uma instituição financeira, a CVM permite que as seguintes instituições sejam administradoras de fundos imobiliários: Bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira de investimento ou carteira de crédito imobiliário, bancos de investimento, sociedades corretoras ou sociedades distribuidoras de valores mobiliários, sociedades de crédito imobiliário, caixas econômicas e companhias hipotecárias. Mas antes de tratarmos de estratégias, melhor entender como eles surgem e funcionam. Prestadores de serviços 11 O administrador é responsável por tudo o que compreenda o funcionamento e a manutenção do fundo, mas ele pode contratar serviços de terceiros, se preferir. Portanto, além de um administrador e um auditor independente, um fundo pode contar ainda com os seguintes prestadores de serviços: • Gestor – pessoa ou empresa autorizada pela CVM, que fará a gestão dos recursos do fundo, sempre sob supervisão do administrador e conforme a política de investimentos definida no regulamento. • Consultor – pessoa, empresa ou departamento (do administrador) especializado em um determinado mercado que será contratada para auxiliar o gestor ou administrador para tomar decisões de investimento ou manutenção do fundo. • Escriturador - empresa autorizada pela CVM para prestar serviços de escrituração de cotas do fundo, isto é, manter controle sempre atualizado de quem são os cotistas de um fundo, os direitos que cada um possui e eventuais restrições. É o escriturador, por exemplo, que informa quais os cotistas terão direito a receber os rendimentos distribuídos por um fundo. 12 • Custodiante – empresa autorizada pela CVM para prestar serviços de custódia, ou seja, de maneira resumida é o custodiante responsável pela guarda de bens e valores mobiliários em nome dos cotistas e do fundo. • Auditor independente – empresa de auditoria responsável por auditar as demonstrações financeiras de um fundo imobiliário. Como diz o nome, deve ser empresa independente, sem ligações com os demais prestadores de serviços. • Distribuidor – instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários é quem coordena as ofertas de cotas do fundo. • Formador de mercado – é instituição financeira que assume compromissode garantir uma liquidez mínima para as cotas do fundo, colocando ofertas de compra e venda, dentro de parâmetros bem definidos pela B3. 13 Uma vez constituído um fundo imobiliário é preciso captar recursos, ou seja, emitir cotas que serão compradas pelos cotistas. A oferta de cotas pode ser destinada a investidores em geral ou segmentada para investidores qualificados ou profissionais. Em qualquer caso as ofertas seguem regras padronizadas, definidas pela CVM. Quando destinada a investidores em geral a oferta é pública e segue as regras da Instrução CVM 400. O administrador precisa elaborar um prospecto inicial, documento extenso e completo com todas as informações sobre a oferta, os prestadores de serviço, o fundo, estratégias propostas, fatores de risco, estudo de viabilidade etc. Quando destinada a investidores em geral a oferta é pública e segue as regras da Instrução CVM 400. O administrador precisa elaborar um prospecto inicial, documento extenso e completo com todas as informações sobre a oferta, os prestadores de serviço, o fundo, estratégias propostas, fatores de risco, estudo de viabilidade etc. Emissão e negociação de cotas Cotas 14 Define-se um valor total e um valor mínimo da oferta, preço das cotas ofertadas e um cronograma de datas para reservas, pagamentos etc. O prazo máximo de duração de uma oferta pública é de seis meses. IMPORTANTE! Os investidores interessados precisam ter conta em uma corretora ou distribuidora de títulos e valores mobiliários e fazer reservas, em valores, de quanto desejam comprar. Após o término do prazo de reservas, caso o valor total reservado pelos interessados seja pelo menos igual ao valor mínimo definido, a oferta terá sido bem sucedida e o fundo passará a funcionar. Se o total das reservas for menor do que o mínimo estipulado na oferta (distribuição parcial), o fundo será cancelado e o valor devolvido aos investidores que reservaram cotas. ATENÇÃO! 15 Nos arts. 30 e 31 da ICVM 400, temos: “O prospecto/ato societário pode prever uma quantidade mínima/montante mínimo para manutenção da oferta (captação/distribuição parcial). Neste caso, ocorre a distribuição parcial, o investidor pode condicionar sua adesão à distribuição total ou proporção/quantidade mínima”. Nesse caso, pode haver a previsão lote adicional de cotas. Se ainda assim as reservas forem maiores do que o valor ofertado, é feito um rateio e os investidores só conseguirão comprar efetivamente uma parte do valor que haviam reservado. Após o término com sucesso da oferta pública as cotas passam a ser negociadas em Bolsa. A partir daí qualquer investidor pode comprar ou vender cotas diretamente pelas plataformas das corretoras, muitas vezes disponíveis até em aplicativos para celular. Mas não são apenas os novos fundos que fazem emissão e ofertas de cotas. Um fundo já existente pode emitir novas cotas com o objetivo de captar mais recursos e aumentar o patrimônio. 16 A primeira emissão de cotas de um fundo é chamada de IPO (Inicial Public Offering) – ou oferta pública inicial. A segunda e todas as demais emissões de cotas de um fundo serão chamadas de follow nos ou ofertas subsequentes. VOCÊ SABIA A única maneira de os cotistas aportarem recursos em um FII é por ocasião de uma emissão e oferta de novas cotas, o que acontece no mercado primário. Após o encerramento da oferta as cotas passam a ser negociadas livremente. Compras e vendas de cotas apenas alteram a titularidade dos cotistas e fazem circular recursos entre eles, sem que isso altere o caixa ou patrimônio do fundo imobiliário. As cotas podem ser listadas para negociação em Bolsa ou Balcão organizado, o que facilita a negociação entre cotistas. Porém não há obrigação de listar as cotas em Bolsa e, de fato, muitos FII não são listados. Mesmo assim, há centenas de fundos listados em Bolsa, o que permite que qualquer pessoa possa investir em FII de diversos segmentos diferentes, com fácil acesso e até com pouco dinheiro. Já que o lote mínimo de negociação é de uma cota. Para isso basta que o investidor tenha conta em uma corretora ou distribuidora de valores mobiliários. 17 Uma vez comprados os ativos, é provável que a estratégia do fundo comece a gerar lucros, que serão distribuídos aos cotistas. A Lei 8.663/1993 determina que, no mínimo, 95% do lucro líquido de um fundo imobiliário seja distribuído aos cotistas, na forma de rendimentos. A Lei obriga que a distribuição seja feita com base em balanço ou balancete, pelo menos, a cada seis meses. Na prática, a maioria dos fundos distribui rendimentos todos os meses, desde que haja lucro a ser distribuído. Operacionalmente a distribuição é simples e muito prática para os cotistas. Havendo lucro a distribuir o administrador divide o montante pelo número total de cotas do FII e anuncia a distribuição equivalente por cada cota. Assim, o valor do rendimento é sempre igual para todos os cotistas, que recebem montante proporcional ao número de cotas que possuírem. Após a captação dos recursos mediante emissão de cotas, caberá ao administrador e ao gestor (quando houver) fazer a efetiva alocação dos recursos, ou seja, comprar os ativos em nome do fundo, sempre dentro dos limites estabelecidos pela política de investimentos. IMPORTANTE! 18 Como as cotas podem ser negociadas em Bolsa é comum que sejam transacionadas frequentemente, o que significa que vão mudando de propriedade a todo momento. Portanto o administrador define uma data que servirá como registro de quem receberá os proventos. É a chamada data base ou data “com”. O anúncio de pagamento de proventos é padronizado, igual para todos os fundos. Cada fundo informa qual a data que dá direito a receber os rendimentos, quanto distribuirá de rendimentos por cada cota e qual a data do pagamento. Por exemplo, os titulares de cotas no 1º dia do mês receberão R$ 0,50 por cota, no dia 15 do mês seguinte. Todos que estiverem registrados como cotistas do fundo ao final do dia da data base terão direito a receber o rendimento. A única condição para receber rendimentos é ser cotista do fundo na data base. Ou seja, até a data base as cotas são negociadas com direito ao próximo rendimento (por isso o termo “data com”). ATENÇÃO! IMPORTANTE! 19 A partir do dia seguinte, as cotas passam a ser negociadas sem direito a esse rendimento já declarado. É certo que darão direito ao próximo rendimento, mas isso se ele houver e somente para quem for cotista na nova data base. A data base é sempre a mesma e a maioria dos fundos adotam o último dia útil de cada mês como data base. Nada impede que o administrador altere a data base, mas isso é sempre divulgado com antecedência, para que todos os investidores e participantes de mercado fiquem sabendo e possam se adaptar a mudança. Na data do pagamento o dinheiro é creditado diretamente em nome do cotista na conta corretora de valores onde ele mantém as suas cotas. O valor será proporcional ao número de cotas que o investidor possuía da data base. Conforme o exemplo adotado, quem tivesse uma cota na data base teria recebido R$ 0,50 no dia 15 do mês seguinte. Um investidor com 10 cotas teria recebido R$ 5,00, alguém que possuísse 120 cotas receberia R$ 60,00 e assim sucessivamente. 20 02Regulação essencial02. Como visto, os fundos imobiliários são regidos por Lei (8.668/1993) e regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (ICVM 472/2008 e 516/2011), o que confere segurança jurídica a todos os participantes do mercado, pois define claramente as responsabilidades, direitos, deveres e limites de atuação de cada um dos envolvidos. 21 O administrador é responsável por todos os atos do fundo e é também o proprietário fiduciário dos bens, o que significa que tem o dever de zelar pelopatrimônio como se dele fosse, mas sem ter direitos sobre os bens ou seus frutos (como o lucro). De fato, o patrimônio do fundo pertence ao fundo e o fundo (condomínio) pertence aos cotistas (condôminos). É importante compreender essa separação. Como o patrimônio não pertence diretamente ao administrador nem aos cotistas, não responde por obrigações individuais de nenhum deles. Ou seja, mesmo que a instituição financeira administradora venha a falir, os bens dos fundos imobiliários administrados por ela não podem ser utilizados para honrar as obrigações da administradora. • Um fundo imobiliário pertence aos seus cotistas (que são condôminos). • O patrimônio pertence ao fundo. • Imóveis, títulos e valores mobiliários e dinheiro do fundo ficam sob a chamada propriedade fiduciária do administrador. De maneira simplificada, é como se o administrador tivesse todos os deveres de dono dos bens, mas sem os direitos, que pertencem ao fundo e, consequentemente, aos cotistas. IMPORTANTE! 22 Assim a titularidade dos bens não se confunde. Nem o dinheiro do fundo circula por conta corrente do administrador, já que o fundo possui conta corrente individualizada, mantida no seu próprio CNPJ. Perceba que os fundos de investimento não contam com a garantia do FGC mas, na verdade, não precisam dessa garantia porque nada acontece com o patrimônio do fundo caso a instituição administradora tenha problemas. O mesmo pode-se dizer em relação ao cotista, que é proprietário direto das cotas, mas não dos bens do fundo. Em uma eventual execução de bens de um cotista, o judiciário pode vir a determinar a execução das cotas daquele investidor (condômino) mas nunca do patrimônio do fundo. Portanto o patrimônio fica apartado. Nenhum credor da administradora conseguiria executar bens do fundo. Essa separação é muito clara, pois o fundo possui um CNPJ próprio e diferente do CNPJ da administradora. DICA 23 Ainda que existam prestadores de serviço como gestor, consultor e outros, a responsabilidade é da administradora. Podemos dizer que um fundo é governado pela instituição administradora, sempre conforme regras gerais e específicas. IMPORTANTE! Tanto o fundo quanto o seu patrimônio demandam acompanhamento constante, tanto pelas obrigações cotidianas quanto pela busca das melhores práticas e estratégias em benefício do fundo e dos seus cotistas. É da instituição administradora a obrigação de fazer esse acompanhamento, de zelar pelo fundo, pelo patrimônio do fundo e tomar decisões estratégicas que visem o melhor desempenho. As regras gerais estão na Lei e nas instruções CVM. Elas se aplicam a todos os fundos imobiliários. As regras específicas estão no regulamento do fundo. Dentre os itens principais do regulamento estão o objetivo e a política de investimentos, que delimitam o objetivo e os poderes do administrador ao tomar as decisões de investimento do fundo. Administração de um FII 24 Lá fica definido se o fundo tem objetivo de gerar renda, ganho de capital ou ambos e em que tipo de imóveis ou ativos um fundo pode investir para perseguir o objetivo. Por exemplo, se for um fundo que objetiva renda pela compra de imóveis a política de investimentos definirá qual o tipo de imóvel, em que localidades, quais outros ativos podem compor o patrimônio, condições específicas para que um ativo possa ser adquirido etc. Com o objetivo e a política de investimentos fica sempre claro para todos os interessados quais são os limites de atuação do administrador. Portanto o administrador tem liberdade para atuar desde que de acordo com o objetivo definido e comprando e vendendo os ativos permitidos (ou não vedados) na política de investimentos. Nesse caso não é preciso pedir autorização dos cotistas. 25 Já vimos as responsabilidades do administrador e que o regulamento delimita como ele pode atuar. Vamos conhecer agora as vedações ao administrador, ou seja, aquilo que a CVM não permita que seja feito por nenhuma instituição ao administrar um de FII: • Receber depósitos em sua conta corrente (o fundo tem conta corrente própria); • Conceder empréstimos ou adiantar receitas aos cotistas ou qualquer outra pessoa / empresa; • Vender cotas à prestação; • Contrair empréstimos ou oferecer garantias em operações realizadas em nome do fundo; • Dar o patrimônio do fundo em garantia de empréstimos ou Leia o regulamento de alguns fundos imobiliários disponíveis no site da CVM. DICA operações de qualquer pessoa; • Investir recursos do fundo no exterior; • Investir recursos do fundo em quaisquer ativos que não sejam os permitidos; • Investir em ações e outros títulos que não sejam negociados em mercados organizados autorizados pela CVM; • Investir em derivativos, exceto se for para proteção do patrimônio e o valor não seja maior do que o próprio patrimônio do fundo; • Investir em cotas do próprio fundo administrado; • Prometer rendimentos predeterminados aos cotistas. 26 O trabalho do administrador é remunerado pela taxa de administração. Se houver outros prestadores de serviço, como gestor, consultor, escriturador etc., eles também serão remunerados. Em alguns casos pode haver também a cobrança de uma taxa de performance. Todas as taxas cobradas pelos prestadores de serviço ficam expressas no regulamento, para que qualquer pessoa possa consultar e saber a forma de cálculo e cobrança. Em geral são estabelecidas como um percentual sobre o valor do patrimônio ou sobre o valor de mercado do fundo, mas nada impede que tenham outras formas de cálculo, inclusive valor fixo. Se houver taxa de performance o regulamento vai detalhar qual é o referencial correspondente à valorização das cotas (benchmark), montante da taxa e forma de cálculo. A taxa de performance, que pode ser paga diretamente ao gestor ou ao consultor, segue a regra geral, válida para todos os tipos de fundos de investimento, que é a Instrução CVM 555/2014. SAIBA MAIS 27 • Taxas, impostos ou contribuições federais, estaduais, municipais ou autárquicas, que recaiam ou venham a recair sobre os bens, direitos e Obrigações do Fundo; • despesas com impressão, expedição e publicação de relatórios, formulários e informações periódicas, previstas no presente Regulamento ou na legislação pertinente; • despesas com correspondências de interesse do Fundo, inclusive comunicações aos Cotistas; honorários e despesas do Auditor Independente; • emolumentos e comissões pagas sobre as operações do Fundo; • honorários de advogados, custas e despesas correlatas feitas em defesa dos interesses do Fundo, em juízo ou fora dele, inclusive o valor da condenação, caso o Fundo venha a ser vencido; • quaisquer despesas inerentes à constituição, inclusive na realização da distribuição das Cotas, ou à liquidação do Fundo ou à realização de Assembleia Geral; • despesas com a contratação das Agências Classificadora de Risco. Outros encargos do fundo 28 A única obrigação de um cotista é pagar pelas cotas que adquiriu e, a partir daí, a única responsabilização que poderá sofrer se reflete na eventual desvalorização das suas cotas. A respeito dos direitos, o cotista tem direito de receber os rendimentos, de receber as informações (periódicas e eventuais) e de votar em assembleia, o que confere a possibilidade de participar ativamente das principais decisões do fundo. As informações periódicas são o anúncio de rendimentos, informes mensais, trimestrais, semestrais e anuais, além de convocação e ata de assembleia geral ordinária e informe de rendimentos. O cotista também tem seus deveres e direitos O cotista não responde pessoalmente por qualquer obrigação legal ou contratual que diga respeito aos ativos do patrimônio do fundo ou da instituição administradora. IMPORTANTE!29 As informações eventuais são as convocações e atas de assembleias extraordinárias e os fatos relevantes, que são notificações que o administrador envia para todo o mercado comunicando a ocorrência de um fato que possa influenciar a decisão de um investidor em comprar, manter ou vender cotas daquele fundo. São casos como a compra ou venda de um imóvel, a inadimplência por parte de um inquilino ou devedor de um título de crédito que venha a impactar a distribuição de rendimentos, a decisão de fazer uma nova emissão de cotas, a renúncia ou troca de um dos prestadores de serviço, enfim, tudo o que seja relevante e precise chegar imediatamente ao conhecimento de todo o mercado. Vimos que o administrador tem certa liberdade para tomar decisões pelo fundo, sempre dentro dos limites do objetivo e política de investimentos. Nos demais casos será preciso consultar os cotistas, convocando-os para assembleias onde votarão para decidir os rumos a tomar. Voto, a voz do cotista Algumas matérias podem ser aprovadas pela maioria simples dos presentes. emquanto outras precisam de quórum qualificado. IMPORTANTE! 30 Decisões mais cotidianas como aprovação das contas do fundo e aprovação de nova emissão de cotas são aprovadas pela maioria simples dos cotistas que estiverem presentes na assembleia. Mas há casos considerados de maior atenção, em que a aprovação de uma proposta depende de votos de uma grande parte dos cotistas, o que é chamado de quórum qualificado. Para fundos que tenham até 100 cotistas, é preciso ter aprovação de votos de cotistas que representem mais de 50% das cotas (não apenas dos presentes e sim do total de cotas do fundo). Para fundos que tenham mais de 100 cotistas, é preciso ter aprovação de votos de cotistas que representem mais de 25% das cotas (não apenas dos presentes e sim do total de cotas do fundo). Veja quais assuntos precisam de quórum qualificado para serem aprovados em assembleia: 31 • Alteração do regulamento • Destituição ou substituição do administrador • Fusão, incorporação, cisão e transformação do fundo • Dissolução e liquidação do fundo • Apreciação de laudo de avaliação de bens para integralização • Aprovação de atos que configurem conflito de interesses • Alteração (majoração) da taxa de administração Ou seja, se o administrador quiser investir em algo que não é permitido pela política de investimentos, será preciso convocar uma assembleia propondo a alteração do regulamento, o que só será possível se a grande maioria dos cotistas aprovar a proposta. 32 Outro item que merece destaque é o conflito de interesses. Situações como comprar, vender, alugar bens ou contratar serviços, tendo como contraparte algum cotista, administrador, gestor ou consultor do fundo, são considerados atos em que existe conflito de interesses. Uma negociação em que as partes são conflitadas só será possível se for aprovada em assembleia, pela maioria qualificada. O voto é a voz do cotista. DICA Veja que interessante é a estrutura de poder de um fundo imobiliário. Para as decisões que já estão claramente definidas no regulamento o cotista nem precisa opinar, afinal já sabe de antemão quais os limites do administrador. Para decisões mais cotidianas, basta aprovação pela maioria dos que estiverem na assembleia e para as decisões mais impactantes, a grande maioria dos investidores é chamada a opinar. 33 • aprovar a aquisição e a alienação de ativos que venham a ser selecionados pelo gestor; e • acompanhar o desempenho do fundo. Além disso é possível eleger um ou mais representantes de cotistas ou criar comitês de cotistas, tanto para representar os interesses dos cotistas quanto para auxiliar administrador e gestor nas tomadas de decisões. Além disso é possível eleger um ou mais representantes de cotistas ou criar comitês de cotistas, tanto para representar os interesses dos cotistas quanto para auxiliar administrador e gestor nas tomadas de decisões. A essa altura você já notou que fundos imobiliários não são todos iguais. De fato, ainda veremos o quanto eles são versáteis e quantas estratégias diferentes são desenvolvidas. Comitê de Investimentos, órgão não obrigatório que possui as atribuições de, por exemplo: Um tipo de fundo para cada um dos seus objetivos 34 • Desenvolvimento para renda (construção de imóveis que serão locados pelo fundo). • Desenvolvimento para venda (construção de imóveis que serão vendidos pelo fundo). • Renda (compra de imóveis prontos que serão locados pelo fundo). • Títulos Valores Mobiliários (compra de títulos como CRI, LCI, LIG, cotas de FII etc.). • Híbridos (diversas estratégias sem que nenhuma seja preponderante. O tipo de gestão é ativa ou passiva e o segmento de atuação diz respeito ao ramo do mercado imobiliário, como shoppings, lajes corporativas (escritórios), logística etc. Assim, um fundo em que o administrador ou gestor comprem escritórios prontos para o fim de obter renda com a locação dos imóveis seria classificado como: Renda gestão ativa escritórios. As estratégias são: Para facilitar a identificação dos objetivos pelos investidores, a ANBIMA desenvolveu uma classificação para fundos imobiliários que reúne a estratégia, o tipo de gestão e o segmento de atuação principal de um FII. 35 Você já notou que os fundos imobiliários são bem diferentes dos demais fundos que você conhecia. Então, quando se trata das regras de tributação também. Mas tanto fundos como cotistas podem gozar de isenções tributárias quando atendidas algumas condições. Normalmente fundos de investimento (de qualquer tipo) não são tributados. As operações feitas pelo fundo são isentas de tributos e quem paga imposto são os cotistas, quando fazem resgates e na medida do lucro que tiverem. No caso dos FII, novamente há diferenças. Tributação dos fundos imobiliários e dos investidores Fundo de investimento tributado? É fundamental entender as regras para o fundo. Fica atento às explicações a seguir. ATENÇÃO! 36 Um fundo imobiliário não é isento de imposto de renda sobre o lucro que aufere investindo em ativos de renda variável e na maioria dos títulos de renda fixa. Exceção feita aos lucros auferidos com aluguel e venda de imóveis e com aplicação em títulos incentivados com lastro imobiliário, como LCI, LH, CRI, LIG e rendimentos de outros fundos imobiliários. Além disso, para gozar das isenções existe uma condição: se houver conflito de interesses entre um cotista e o fundo, esse cotista não pode ter mais do que 25% das cotas. Do contrário o fundo será tributado como se fosse uma empresa, devendo pagar PIS, COFINS, ISS e IR. Com essa condição a Receita Federal evita que uma pessoa ou empresa que tenha muitos imóveis, transfira-os para um fundo imobiliário do qual é o único cotista e passe a transacionar esses imóveis sem ter que pagar tributos. Em uma situação dessas o cotista conflitado só pode deter até 25% das cotas, para que o fundo seja isento dos tributos. 37 Cotistas pessoas físicas podem ser isentos de imposto de renda sobre o rendimento, desde que atendidas as seguintes condições gerais: • O fundo ter mais de cinquenta cotistas e as cotas serem listadas para negociação em mercado de Bolsa ou Balcão organizado. Já a tributação para os cotistas terá diferenças conforme o tipo de cotista e a origem do lucro. Um cotista de fundo imobiliário pode lucrar de duas formas: Com os rendimentos e com o ganho de capital, que é a venda das cotas com lucro. ATENÇÃO! Além disso, caso um único cotista possua mais do que dez por cento das cotas de um único fundo, esse cotista perderá a isenção de imposto de renda. A maioria dos fundos listados em Bolsa já atende a essas condições. A maioria deles conta com milhares de cotistas. 38 Também sãoisentos de imposto sobre os rendimentos os outros fundos de investimento que investirem em cotas de FII. IMPORTANTE! Outros tipos de cotistas pagam 20% de imposto, com exceção dos não residentes, que pagam 15% (exceto os que estejam em paraísos fiscais). Já sobre o ganho de capital o imposto de renda é de 20% sobre o lucro líquido apurado com a venda das cotas e se aplica a praticamente todos os cotistas, exceção feita apenas aos outros fundos de investimento e aos não residentes (exceto os que estejam em paraísos fiscais). 39 Em resumo, as possíveis isenções e as suas condições são: Isenções dos fundos Isenções dos cotistas Pessoa Físicas PIS / COFINS / CSLL / IR LCI / LH / CRI / LIG Rendimentos de outros fundos imobiliários Aluguéis e lucros com venda de imóveis IR sobre os rendimentos Condições Condições Cotista que tenha direitos sobre imóveis do fundo não possuir mais do que 25% das cotas • Fundo ser listado em Bolsa ou Balcão organizado • Fundo ter mais de 50 cotistas • Se um cotista tiver mais do que 10% das cotas, este cotistas perderá o direito à isenção de I 40 Resumo da tributação dos cotistas de fundos imobiliários: Tributação de investidores de fundos imobiliários Tipo de Investidor Rendimentos Ganho de Capital Pessoa Física Isenta 0% 20% Pessoa Física Tributada 20% 20% Pessoa Jurídica 20% 20% Fundos de Investimento 0% 0% Estrangeiros (não residentes) 15% 0% Estrangeiros em paraíso fiscal 20% 20% 41 03Na Prática03.Na prática os fundos imobiliários permitem que qualquer pessoa tenha acesso a empreendimentos imobiliários de alto padrão ou a uma carteira de títulos de valores mobiliários com lastro no mercado imobiliário, de forma prática, segura e contando com gestão profissional do patrimônio. Investir em fundos imobiliários é simples e acessível a todo o tipo de investidor. Basta ter conta em uma corretora de valores. As cotas são negociadas na B3 em lotes unitários e os custos de negociação são baixos. 42 Uma vez efetivada uma compra o investidor se torna cotista do fundo. Com isso receberá rendimentos (se ainda for cotista no dia da data com) e poderá ainda ter resultados com a venda de cotas a preço mais alto (o que não é garantido que possa acontecer). Cada fundo imobiliário é identificado por um código de negociação, composto por quatro letras e o número 11 ao final. IMPORTANTE! Quando quiser ou precisar vender cotas basta fazer o movimento inverso, isto é, vender as cotas em Bolsa. DICA 43 Comprar e vender é muito simples, a dificuldade maior do investidor é escolher qual FI escolher. Afinal, quando alguém compra cotas de um FII adquiriu uma parte do patrimônio daquele fundo, portanto é importante entender os segmentos de atuação são distintos e que pode haver muita diferença entre os fundos imobiliários. O ideal é conhecer bem as oportunidades e riscos de cada segmento e procurar manter uma carteira diversificada de FII. De maneira geral fundos que investem em imóveis para renda possuem imóveis locados para inquilinos de grande porte e com contratos de longa duração. São grandes escritórios, de alto padrão comercial, geralmente localizados nas principais capitais do país. Segmentos mais comuns Lajes Corporativas 44 O segmento é bem competitivo e profissionalizado, há padrões bem definidos para classificar esses imóveis como classe A, B, C etc. Localização é sempre o principal diferencial de um imóvel, mas fatores como padrão construtivo, eficiência operacional e ambiental do condomínio, vagas de garagem, heliponto e espaços pensados para convivência e prestação de serviços aos usuários (amenities) complementam o conjunto de itens que são considerados por quem busca um espaço adequado para instalar uma empresa de grande porte. Escritórios são facilmente adaptáveis, isto é, empresas de qualquer ramo podem ocupar um mesmo escritório ao longo dos anos. As adaptações necessárias são principalmente de ordem estética. Isso significa que a liquidez desses ativos costuma ser boa. DICA Geralmente os contratos de locação são firmados por prazos de cinco anos e permitindo uma revisão do valor no terceiro ano. Com isso, fundos que investem em lajes corporativas tendem a gerar renda relativamente estável. 45 As janelas de renegociação de valores, que ocorrem a cada três anos ou quando um contrato chega ao fim, fazem com que a receita desses fundos imobiliários seja sensível aos ciclos do mercado imobiliário. Ou seja, nas boas fases do mercado a receita é crescente, porém o contrário também acontece nos períodos de crise. Os riscos mais comuns no segmento são a vacância (imóvel vago) e inadimplência por parte de inquilinos. Embora sejam fatores inevitáveis, inerentes à atividade imobiliária, tamanho e diversificação do patrimônio do fundo (quanto maior, melhor) e qualidade da gestão serão sempre fatores atenuantes dos riscos. Além disso, os investidores também têm oportunidade de diversificar entre os fundos existentes, diminuindo ainda mais a exposição aos riscos. 46 Esse é o tipo de imóvel que conecta a indústria ao varejo. Todos os produtos que consumimos são fabricados ou estocados em um grande e eficiente galpão. Este segmento também é bem profissionalizado, explorado inclusive por grandes players internacionais. Localização é ainda mais relevante quando se trata de galpões. Proximidade dos grandes centros consumidores ou posição estratégia nas principais rodovias podem valorizar ou amentar a procura por um galpão. Outros diferenciais são relacionados à eficiência e capacidade de estocagem, por exemplo, altura do pé direito e capacidade (em toneladas) que o piso é capaz de suportar. Diferente dos escritórios, galpões muitas vezes são bem específicos para atender a demanda de um ocupante. IMPORTANTE! Galpões e condomínios logísticos 47 Fabricação de produtos é atividade muito específica, estocagem de alimentos in natura demanda estrutura de refrigeração que não é necessária para estocar vestuário, por exemplo. Isso implica dizer que a liquidez de galpões nem sempre é alta e a reposição de um inquilino pode ser demorada. É comum que os contratos de locação sejam semelhantes aos praticados no mercado de escritórios, mas há ocasiões em que galpões são construídos sob medida ou que uma empresa vende um galpão para um investidor (que pode ser um fundo imobiliário) e lá permanece como inquilina. Essas operações, conhecidas pelos termos em inglês buit to suit e sale and leaseback, costumam ser amparadas por contratos chamados de atípicos, em que o prazo costuma ser mais longo (geralmente dez anos ou mais), não há possibilidade de revisão do valor da locação durante o período de vigência do contrato e a multa por eventual desocupação antecipada equivale ao pagamento de todos os alugueis vincendos. Ou seja, se o inquilino de um contrato atípico firmado por dez anos desejar desistir da locação no terceiro ano, por exemplo, deverá pagar o aluguel dos sete anos restantes a título de multa. Nesses casos o fluxo de caixa dos fundos 48 se torna mais estável e previsível, pouco influenciados pelas mudanças de ciclo do mercado imobiliário (enquanto os contratos estão vigentes). Os riscos mais comuns no segmento são a vacância (imóvel vago) e inadimplência por parte de inquilinos. Novamente, tamanho e diversificação do patrimônio é importante para reduzir os efeitos desses eventos, além da boa gestão do patrimônio do fundo. Centros de compras são consagrados no Brasil e estão presentes em cidades de todos os Estados. Diferente dos outros tipos de imóveis não há um padrão único a ser seguido por um shopping, o importante é que esteja bem adequado ao tipo de público que pretende receber. Este é, provavelmente,o mais profissionalizado dos segmentos do mercado imobiliário. Fundos imobiliários adquirem frações dos imóveis, com raras exceções, e delegam a gestão dos shoppings para empresas especializadas. Shopping Centers 49 Os contratos de locação de espaços nesses centros comerciais são muito específicos e é praxe que estabeleçam como valor de locação o maior montante entre um valor fixo ou um percentual do faturamento dos lojistas. Com isso, quanto mais o público consome maior é o faturamento do shopping e, consequentemente, do FII. As receitas não ficam limitadas a locação de lojas, incluindo outras fontes como estacionamento e aluguel de espaços para quiosques e publicidade. Um bom shopping é aquele que oferece um bom mix de lojas, restaurantes e serviços, de forma a atrair e bem atender muitos consumidores. DICA Dentre os segmentos vistos até agora é o de maior variabilidade de renda e o que mais rápido responde às mudanças na economia, para o bem e para o mal. IMPORTANTE! 50 Shoppings são diversificados por natureza, ainda assim, um portfólio bem diversificado de fundos de shopping é desejável, ainda mais considerando que são direcionados a públicos de classes sociais distintos. Vacância e inadimplência também são os riscos mais comuns, porém o volume de vendas de um shopping é fator essencial para esse segmento dos fundos, o que significa que mesmo que esteja totalmente ocupado e com baixa inadimplência, um shopping pode gerar resultado insatisfatório se as vendas não forem altas. Parte relevante dos fundos imobiliários tem como política de investimento investir majoritariamente em títulos como CRI, LIG, LCI e LH, sendo certo que CRI costuma ser destino da maior fatia dos investimentos. Recebíveis imobiliários 51 Esses fundos são popularmente chamados de “fundos de papel”, pois não investem diretamente em tijolo (imóveis) e sim em títulos e valores mobiliários (papel) e formam um curioso segmento, pois um FII que investe majoritariamente em recebíveis imobiliários é um fundo de renda variável com patrimônio alocado em títulos de renda fixa de crédito privado. Esse segmento de FII pode ser uma alternativa ao investimento direto em títulos de renda fixa, oferecendo gestão profissional, diversificação de portfólio e liquidez diária, quando as cotas são negociadas em bolsa. DICA 52 O retorno esperado dos investimentos é conhecido e depende basicamente do pagamento dos fluxos dentro dos prazos previstos. Um FII de recebíveis costuma deter uma carteira bem diversificada de títulos, que terão prazos e fluxos de pagamento diferentes. Por isso a distribuição de rendimento desses fundos pode variar com certa frequência. Além disso, eventos inesperados como inadimplência e pré-pagamento também impactam o resultado do fundo. Como fundos imobiliários não admitem resgates, o risco de liquidez pode ser facilmente suportado pelos gestores. Quanto ao risco de crédito, nas LCI, LH e LIG tal risco está basicamente concentrado no banco emissor, já nos CRI o risco de crédito é absorvido pelo investidor (no caso, o FII) e são atenuados pela existência e qualidade das garantias estipuladas em cada emissão. Portanto, a capacidade de análise do risco de crédito é habilidade primordial para um bom gestor desses fundos. Os principais riscos desses títulos são os de crédito, liquidez e mercado. IMPORTANTE! 53 O risco de mercado vem da oscilação de preço dos títulos, que acontece por conta das mudanças na taxa de juros. Títulos de renda fixa são marcados a mercado, mudam de preço praticamente todos os dias. Isso é mais uma diferença dos fundos de papel para os de tijolo, o patrimônio deles varia e é reavaliado todos os dias, enquanto nos fundos de tijolo o valor dos imóveis costuma ser calculado apenas uma vez por ano. Outra diferença importante é que imóveis são perenes enquanto títulos de renda fixa têm prazo de vencimento. Um outro tipo de “fundo de papel” é o fundo de fundos, também chamado de FoF (fund of funds), são os FII em que gestores investem a maioria do patrimônio em cotas de outros fundos imobiliários. O lucro do fundo virá tanto dos rendimentos recebidos dos outros FII quanto do lucro com a venda de cotas em bolsa. Com isso a renda desses fundos tende a oscilar com frequência. PARA LEMBRAR Cotas de Fundos Imobiliários (FoF) 54 Os cotistas de um FoF contam com a facilidade de acessar uma carteira diversificada e dinâmica, em que o gestor vai alterando os investimentos conforme os cenários econômicos. Além disso, fundos de fundos também investem em FII não listados em Bolsa, que a maioria dos investidores não conseguiriam ter acesso. Alguns fundos têm por política o investimento em imóveis em construção, esses são chamados de fundos de desenvolvimento. A construção é, sem dúvida, a mais arriscada das atividades do mercado imobiliário. Os retornos esperados também são altos, para fazer face ao risco. Os riscos são indiretos, ou seja, os riscos dos fundos que o FoF investe podem ser atenuados pela diversificação. DICA Nem todos são voltados para renda 55 Não são fundos para investidores conservadores e em busca de renda, afinal esse tipo de fundo sequer gera renda mensal. O lucro vem da venda com sucesso de unidades que ficaram prontas, portanto, a maioria dos fundos desse segmento não distribuem rendimentos periódicos. Como consequência fica mais difícil de precificar as cotas no mercado secundário, o que leva a baixa liquidez das cotas em bolsa. Fundos de desenvolvimento são excelente alternativa ao investimento direto em imóveis em construção, pois oferecem gestão profissional, transparência e o benefício da diversificação. O ideal é que sejam investidos por cliente que possam abrir mão de liquidez e aguardar por resultados de longo prazo. 56 Estes são os principais setores em que os FII atuam, mas há muitos outros e, como vimos, potencial para que qualquer segmento imobiliário possa ser alcançado por fundos imobiliários. Continue atento e estudando sobre esse mercado. Para aprender melhor sobre FII, invista! Sim, você mesmo, comece a investir, ainda que seja um valor irrisório, lembre-se que você pode comprar de uma em uma cota. Isso vai fazer muita diferença no seu aprendizado, pois você vai aprender na prática, vai perceber os aspectos operacionais entender o motivo deles. DICA Como tudo em investimentos, a rentabilidade de um FII será função dos riscos inerentes. Fundos que detenham patrimônio mais concentrado ou de ativos com maiores riscos (chamados de high yield – alta rentabilidade) tenderão a ser mais rentáveis do que fundos com patrimônio bem diversificado e com ativos mais consolidados (chamados de high grade – nota alta). Não há que se falar em melhor ou pior, o importante é que há fundos para atender todos os tipos de perfis de investidor. Foco no patrimônio do FII e no perfil do cliente investidor 57 E do outro lado da mesa? Quem é que procura estruturar um FII? Em muitos casos um empreendedor do mercado imobiliário que busca financiamento para os seus projetos. Mas é crescente o número de empresas que percebe a possibilidade de desmobilizar o patrimônio, diminuir a alavancagem e aumentar a liquidez de suas empresas por meio das operações de sale and leaseback. Ou seja, vendendo seus imóveis para FII e permanecendo nesses como inquilinas. Alternativa de financiamento Fundos de renda são mais adequados para investidores conservadores e moderados, enquanto o segmento de desenvolvimento imobiliário será melhor endereçado se para investidores qualificados ou profissionais. IMPORTANTE! 58 Percebeu quantas possibilidades cabem em um FII? Atende investidores de praticamente todos os perfis e ainda oferecem alternativa de financiamento delongo prazo, para os empreendedores. O curso termina aqui, mas esperamos que você se interesse e procure mais conhecimento. O interesse dos investidores por esses fundos é crescente, esteja preparado e se aperfeiçoe sempre! O curso fica por aqui, mas você continua! 04 10 13 20 23 28 29 33 35 41 43 46 48 50 53 54 56 57 btn_01: btn_02: btn_03: btn_04: btn_05: btn_06: btn_07: btn_08: btn_09: btn_010: btn_011: btn_012: btn_013: btn_014: btn_015: btn_016: btn_017: btn_018: btn_019:
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