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Farmacologia do Sistema Digestório

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RAFAELLA BONFIM TXXIX 
Farmacologia do Sistema Digestório 
QUESTÕES NORTEADORAS 
1. Quais os mecanismos de ação dos fármacos que reduzem a 
secreção ácida? 
2. Quais os pilares do tratamento farmacológico para 
erradicação do H.pylori? 
3. Quais as classes de fármacos considerados citoprotetores e 
seus respectivos mecanismos de ação? 
4. Quais os mecanismos de ação das principais classes de 
fármacos antieméticos? Exemplifique um fármaco de cada 
classe. 
FISIOLOGIA GASTROINTESTINAL 
A histamina e a gastrina estimulam a secreção de ácido 
O receptor para histamina presente na célula parietal é do subtipo 
H2 
PATOGENIA 
Aumento da secreção ácida 
Diminuição da produção de tampão bicabornato 
Diminuição do fluxo sanguíneo 
Ruptura da camada mucosa aderente e dano direto ao epitélio 
FATORES QUE ACARRETAM DOENÇAS G .ESOFÁGICAS 
▪ Agressores 
▪ Ácido gástrico 
▪ Pepsina 
▪ Estresse 
▪ Álcool 
▪ AINEs 
▪ H. pylori 
 
 
FÁRMACOS PARA TRATAR DOENÇAS G. ESOFÁGICAS 
1. FÁRMACOS QUE INIBEM A SECREÇÃO GÁSTRICA 
Anticolinérgicos 
Bloqueadores dos receptores H2 
Bloqueadores da bomba de prótons 
2. FÁRMACOS QUE NEUTRALIZAM O ÁCIDO 
Antiácidos 
3. FÁRMACOS CITOPROTETORES 
Bismuto 
Sucralfato 
Prostaglandinas – Misoprostol 
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H2 
Ação: inibe a secreção ácida induzida pela histamina 
Principais indicações: ulceração péptica (duodenal e gástrica), DRGE 
(na qual a secreção gástrica causa lesão no esôfago) e Síndrome de 
Zollinger-Ellison (tumor secretor de gastrina) 
Principais fármacos: 
• Cimetidina – menos utilizada; metabolismo de 1ª passagem 
• Ranitidina – mais potente e mais utilizada combinada com 
bismuto 
• Nizatidina 
• Famotidina 
Vantagens: posologia e poucos efeitos colaterais 
Desvantagens: cimetidina possui interação com outros fármacos 
Mecanismo de ação: inibem a secreção de ácido através de uma 
competição reversível entre a histamina e os sítios receptores H2 na 
membrana basolateral das células parietais 
 
 
 
 
 
 
 
 
2ª passagem 
A cimetidina é menos utilizada por ser inibidora da enzima CYP450, 
além de poder retardar o metabolismo (potencializando a ação) de 
vários fármacos, como anticoagulantes e antidepressivos 
RAFAELLA BONFIM TXXIX 
BLOQUEADORES DA BOMBA DE PRÓTONS 
São os mais eficazes supressores da secreção ácida gástrica e os 
mais utilizados 
Inibem a produção de HCL aumentando o pH do estômago que 
atinge valores de 5.0 
Principais fármacos: 
• Omeprazol, 
• Lansoprazol 
• Rabeprazol 
• Pantoprazol 
Vantagens: inibição mais potente da secreção, posologia 1x ao dia, 
poucos efeitos colaterais 
Desvantagens: interação com absorção de outros fármacos 
(Diazepam, Varfarina e Fenitoína) 
Em sua forma ativa, são fármacos não seletivos, logo, se ligam na 
bomba de prótons de maneira irreversível e essa bomba de prótons 
posteriormente será degradada 
Como eles não são seletivos, é indicado que seja tomado em jejum 
para que não atrapalhe a absorção no intestino 
No jejum, como não há estímulo da secreção gástrica, o pH 
teoricamente estaria mais neutro, e com o revestimento entérico 
menos ácido e sem o trânsito do bolo alimentar, a absorção do 
fármaco ocorre de maneira mais efetiva no intestino 
Estrutura química: apresentam 2 pKas (pH que ele se torna ionizado) 
o A forma neutra é base fraca (quimicamente estável e 
lipossolúvel). Nessa forma, o fármaco alcança as células 
parietais e através do sangue se difunde até os canalículos, 
onde se tornam pronadas devido ao outro pKA 
o Dentro dos canalículos (local com alto conteúdo ácido), o 
fármaco sofre uma modificação estrutural, gerando a 
conversão do pró-fármaco em sua forma ativa, seguida por 
uma ligação irreversível a bomba de próton, causando um 
aprisionamento iônico e inibindo a secreção ácida 
 
 
 
 
 
 
 
ANTIÁCIDOS 
Maneira mais simples de tratar os sintomas da secreção excessiva 
de ácido gástrico 
Principais fármacos: 
• Hidróxido de magnésio 
• Hidróxido de alumínio 
• Bicabornato de sódio 
Ação: neutralizam o ácido gástrico; elevam o pH (>5,0) e inibem a 
atividade das enzimas pépticas 
Vantagem: alívio mais rápido dos sintomas; se utilizados por tempo 
e quantidade suficientes, podem ajudar no fechamento de úlceras 
duodenais 
Desvantagens: alterações intestinais (diarreia -Mg/ constipação (Al) 
e alcalose (↑ pH do sangue) 
CITOPROTETORES 
Ação: potencializam os mecanismos de proteção da mucosa e 
proporcionam uma barreira física sobre a superfície da úlcera 
Principais fármacos 
• Bismuto 
 Formam película protetora na base da úlcera devido às ligações 
com glicoproteínas 
 Estimula a produção local de prostaglandinas (produtoras de 
muco) e bicabornato 
 Bactericida que age sobre as membranas do H.pylori – possui 
efeito tóxico sobre o bacilo e impede sua aderência à mucosa 
• Sucralfato 
 Em meio ácido <4 o fármaco polimeriza formando um gel 
viscoso 
 Esse gel adere firmemente ao epitélio das células, mais 
fortemente de úlceras 
 Uso de antiácidos concomitem-te ou antes da sua 
administração reduz a sua eficácia 
 Reduz a absorção de outros medicamentos – teofilina, digoxina, 
antibiótico da fluroquinoolona 
Vantagens: reduz a degradação do muco pela pepsina; limita a 
difusão do hidrogênio; inibe a ação da pepsina; estimula a secreção 
de bicarbonato e prostaglandinas 
Desvantagem: interação com outros fármacos 
• Prostaglandinas/ Misoprostol (análogo de prostaglandina – 
cytotec 
Vantagens inibe a secreção gástrica basal e estimulada; aumenta o 
fluxo sanguíneo e aumenta a secreção de muco e bicarbonato 
Desvantagens: efeitos colaterais (diarreia e contrações uterinas) 
RAFAELLA BONFIM TXXIX 
PRINCIPAIS CONDIÇÕES PATOLÓGICAS NAS QUAIS É ÚTIL 
REDUZIR A SECREÇÃO ÁCIDA 
• Úlcera Péptica: duodenal e gástrica 
• Esofagite de Refluxo 
• Síndrome de Zollinger-Ellison: tumor raro produtor de gastrina 
• Infecção por H.pylori: 
 Só será tratada se o paciente apresentar sintoma. Se não 
apresentar, não precisa 
 A bactéria deixa o meio mais ácido (urease), libera bicabornato 
e aumenta o pH estomacal, assim, o corpo para compensar o 
aumento e tentar baixar o pH, irá secretar mais HCL 
 Mediadores inflamatórios são liberados frente ao corpo 
estranho (H.pylori). Alguns desses mediadores inibem a célula 
D, produtora do hormônio somatostatina, que tem como um dos 
seus efeitos regular a produção da gastrina, que estimula a 
secreção de HCL pelas células parietais 
 Tratamento da infecção por H. pylori 
Terapia combinada: omeprazol, amoxicilina e metronidazol 
Outras combinações: omeprazol + claritromicina e amoxicilina ou 
tetraciclina + metronidazol e quelatos de bismuto 
FÁRMACOS QUE ATUAM COMO ANTIEMÉTICOS 
 
Regulação neuronal do vômito 
É realizada em 2 unidades separadas pelo bulbo: 
• Centro do vômito 
• Zona de gatilho quimiorreceptora (ZGQ): local de ação de 
drogas e região sensível à estímulos químicos 
Principais fármacos: 
• Antagonistas dos receptores H1 
• Antagonistas dopaminérgicos (D2) 
• Antagonistas muscarínicos – muitos efeitos adversos; tríade 
(boca seca, visão turma e constipação) 
• Antagonistas Sertoninérgicos (5-HT3) – age apenas na zona de 
gatilho 
• Canabinoides 
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H1 
Devem ter boa capacidade para ultrapassar a barreira 
hematoencefálica para agir no centro do vômito 
São eficazes na cinetose e contra os vômitos causados por 
substâncias que atuam localmente no estômago 
Efeito antiemético máximo é observado em cerca de 4 horas após a 
ingestão, podendo durar 24h 
Uso clínico 
• Ciclizina – cinetose 
• Cinarizina – cinetose, distúrbios vestibulares 
• Dimenidrinato (Dramin) – náuseas, vômitos, cinetose 
• Prometazina – náuseas matinas intensas na gravidez 
ANTAGONISTAS DOPAMINÉRGICOS (D2) 
Utilizado via oral ou parenteral 
Principais fármacos: 
• Metoclopramida - Plasil 
Mecanismo de ação:bloqueador dopaminérgico; possui também 
ações periféricas aumentando a motilidade do estômago e do 
intestino, contribuindo para o efeito antiemético 
Ação na zona de gatilho no SNC 
O receptor D2 está na zona de gatilho, com isso, o bloqueador 
dopaminérgico vai impedir o estímulo para o centro do vômito, 
diminuindo os efeitos na zona de gatilho 
• Domperidona (Motiilium) 
Mecanismo de ação: age principalmente na zona de gatilho; ação 
mais periférica aumentando a motilidade 
Benefícios: possui menos efeitos adversos no SNC por que sua 
capacidade de ultrapassar a barreira hematoencefálica e as outras 
vias é bem menor 
Efeitos na motilidade gástrica: 
O plexo mientérico possui neurônios inibitórios e excitatórios. A 
dopamina possui um efeito inibitório, quando é utilizado fármacos, 
é bloqueado o efeito inibitório e ele começa a agir de forma 
excitatória 
 
 
 
 
RAFAELLA BONFIM TXXIX 
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORE 5-HT3 
Receptores 5-HT3 estão presentes em muitos locais críticos 
envolvidos na emese, incluindo vago aferente, núcleo do trato 
solitário (NTS), área postrema 
Principais fármacos: 
• Ondasetrona – vonau flash 
• Dolacetrona 
• Granisetrona 
Diferem quanto à estrutura, farmacocinética e afinidade com 
receptor 
Uso clínico: 
Náuseas e vômitos pós-operatórios por radioterapia ou por agentes 
citotóxicos (prevenção e tratamento)

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