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MEDICINA VETERINÁRIA Para desenvolver um bom exame é necessário que exista um aporte humano básico que é voltado para conhecimento, raciocínio, visão, audição, tato, olfação, sensatez, organização e paciência. Material básico necessário – estetoscópio, termômetro, martelo e plexímetro, além de luvas, prancheta, papel e caneta. Métodos de exploração física inspeção - visão. direta e indireta. palpação - tato percussão - audição auscultação - audição olfação – olfato Inspeção (visão) – é o método mais antigo de exame e mais importante antes da anamnese. Observar o local de exame e o paciente e fazer comparação com outros (geralmente feito em animais de produção). Além disso, evitar a contenção e o manuseio. Descrever o que está sendo observado sem preocupações com interpretações. panorâmica - todo do animal localizada - avalia uma estrutura o direta - utiliza apenas a visão - imediata o indireta - recurso adicional que favorece a observação, como um raio x. É mediata). Palpação – utilizado as mãos e ponta dos dedos. Identifica as modificações que possam ocorrer no paciente como estrutura, espessura, consistência, etc. palpação com a mão espalmada usando apenas os digitais utilizando o polegar e o indicados dorso da mão dígito pressão utilizando o polegar punho pressão - mão fechada. vitropressão (lâmina de vidro – detectar problemas de pele em pequenos animais. palpação para verificar flutuação, etc. Tipos de consistência – mole – adiposo. firme - músculo dura - osso pastosa - edema flutuante - coleção de líquido subcutâneo crepitante - ar ou gás nos tecidos ruído palpável – frêmito (sopro cardíaco). Auscultação – é a avaliação dos ruídos normalmente produzidos pelos órgãos. direto/imediata - sem aparelho – é um método antigo indireta/mediata - estetoscópio. Identificar origem, tempo que ocorre e características sonoras. É importante fazer o exame apenas quando o animal estiver adequadamente contido. Ruídos detectados – aéreos - movimentação de massas gasosas hidroaéreos - movimentação de massas gasosas em meio líquido, como o borborigmo intestinal líquidos - movimentação de massas líquidas em uma estrutura – sopro anêmico sólidos - atritos de duas superfícies sólidas rugosas – roce pericárdio. Percussão – é a produção de som. Se obtém informações sobre as condições dos tecidos adjacentes e profundos. Seu objetivo é fazer a observação quanto a MEDICINA VETERINÁRIA delimitação topográfica dos órgãos, fazer comparações entre as mais variadas respostas sonoras obtidas. digito digital (animais de companhia – é passível de muitos erros) martelo-pleximétrica punho-percussão digital ou direta. Tipos de som – claro - média intensidade – pulmão sadio timpânico - órgão com ar ou gás e paredes semi-distendidas. Produzido por retenção de gás. maciço - regiões compactadas desprovidas de ar – pouca ressonância, curta duração e fraca intensidade. hipersonoro - intermediário entre o som claro e o timpânico – pneumotórax, inicio do timpanismo gasoso. Geralmente apresenta alguma alteração. submaciço - intermediário entre o som claro e o maciço – entre o fígado e pulmão. metálico - semelhante ao ruído de uma placa metálica vibrante – cavidade cheia de ar ou gás. Olfação – cuidado com o nariz diretamente onde é produzido o odor para que não haja contaminação. Métodos complementares de exame fazem parte do exame clínico e servem para avaliar o paciente afim de obter auxilio no prognostico e ter uma ideia da evolução do paciente. O exame a ser solicitado vai depender do tipo de problema. Punção exploratória – exploração de órgãos e cavidades internas mediante retirada e avaliação dos aspectos físicos, bioquímicos, citológico e bacteriológico (hematoma, abcesso, derrame cavitário e coleta de materiais). Biopsia – coleta de fragmentos tecidos para realização de exames histopatológicos. Finalidade para diferenciação entre inflamação, hiperplasia e neoplasia. Auxilio no diagnóstico. Feito no animal vivo. Físico-químicos – exames hematológicos, bacteriológicos, parasitológicos, bioquímicos, determinações enzimáticas. Inoculações diagnósticas – como teste de tuberculinização. Reações alérgicas – comum em humanos. í Realização sistemática em todos os animais e definir a sequência de exame. Diferenciar o exame clínico do físico e fazer as duas partes. Criação de fichas clínicas especializadas para cada espécie (com identificação, anamnese, resumo). Organização e registro. O ideal é que haja duas fichas: a clínica e de exames. Inicialmente é feito o exame físico geral sendo capaz de identificar o sistema identificado (pode ter mais de um), após isso deve-se fazer o exame específico do sistema. í 1- identificação 2- histórico 3- exame físico geral e especial 4- solicitação e interpretação de exames subsidiários 5- diagnóstico 6- prognóstico 7- tratamento. MEDICINA VETERINÁRIA Identificação do animal – fazer a resenha do animal ou dos animais. Há doenças relacionadas com certas espécies e com certas raça. São importantes também: o sexo (carcinoma de glândula mamária. Hipoestrogenismo em cadelas e hérnias escrotais), a idade (doenças umbilicais, verminoses e parvovirose em cães) e o peso (ele é útil para prescrever medicamentos e obter ideia de desidratação ou desnutrição). Anamnese – conjunto de informações sobre fatos de interesse médico, passados e/ou atuais que ajudam o estabelecimento do diagnóstico. o que está acontecendo com o animal? Quando começou o problema (relação espaço-temporal)? E como ocorreu? Fonte e confiabilidade (quem presta a informação?). Queixa principal. Histórico médico recente – HMR. Comportamento dos órgãos (revisão dos sistemas). Histórico médico pregresso HMP (paciente já teve atendimento anterior para o problema atual). Histórico ambiental e de manejo. Histórico familiar ou do rebanho. í O exame físico geral tem 7 passos: 1- Nível de consciência (comportamento). 2- Estado nutricional. 3- Postura. 4- Avaliação geral da pele (hidratação do paciente). 5- Exame das mucosas. 6- Exame dos linfonodos. 7- Parâmetros vitais. O exame físico especial é direcionado. çã í 1- Inspeção. Avalia-se o nível de consciência e é medido pelo grau de excitabilidade do animal. Diminuída – apático Ausente – coma Normal Aumentada – excitado Considerar o temperamento típico de cada espécie e raça AVALIAR O QUE ESTÁ FORA DO NORMAL!!! 2- Postura. Avalia-se a posição do animal. Cabeça, corpo, membros e cada estrutura corporal, bem como a locomoção e propriocepção. 3- Nutricional. É usada a inspeção podendo também utilizar a palpação. É avaliada em escore que pode ser ou não numérico: Não utilizar bom ou ruim. 1 equivale a caquético. 2 equivale a magro. 3 equivale a normal. 4 equivale a gordo. 5 equivale a obeso. 4- Avaliação geral da pele. É mais voltada para a hidratação, pois as doenças dermatológicas necessitam de exames complementares. O grau varia de acordo com a tabela utilizada. Grau de desidratação Perda de água aproximada Sinais clínicos Não aparente < 5% Indetectável Leve 5 – 7 % Diminuição da elasticidade da pele, mucosas secas Moderada 8 – 9 % Leve aumento no TPC e maior perda de elasticidade da pele Grave 10 – 12% Pele não retorna, aumento no tempo de refluxo capilar Choque > 12% Choque hipovolêmico. MEDICINA VETERINÁRIA 5- Avaliação dos parâmetros vitais. A FC, FR, TR (temperatura retal), movimentos ruminar e borborigmos intestinais. 6- Avaliação das mucosas. Geralmente são avaliadas as mucosas ocular, nasal e bucal são as mais realizadas, porém ainda há as mucosas vulvar,prepucial e anal. Deve-se observar: Coloração. Ulcerações. Hemorragias (petéquias, sufusões, equimoses). Secreções (fluida, serosa, catarral, purulenta e sanguinolenta). Tempo de preenchimento capilar (animais sadios – 1 a 2 segundos. Animais desidratados 2 a 4 segundos. Animais gravemente desidratados quando é maior que 5 segundos). Denominação Coloração Significado Pálida Esbranquiçada anemia Congesta ou hiperêmica avermelhada Aumento na permeabilidade vascular Cianótica Azulada Transtorno na hematose Ictérica Amarelada Hiperbilirrubinemia 7- Avaliação dos linfonodos. Os linfonodos normalmente palpáveis nas espécies são os superficiais. Linfonodo Cães Gatos Equinos Ruminantes Mandibular + + ± ± Pré- escapular + ± * + Subilíacos (pré- crurais) NE NE ± + Poplíteos + + NE Mamários * * * ± Inguinal + ± * * Legenda: (+ - facilmente palpável), (± - não tão fácil de palpar), (* - de difícil palpação) e (NE – não existem). A forma de palpar é em formato de pinça com os dedos para sentir o tamanho, sensibilidade, consistência, mobilidade e temperatura. Palpação sempre no sentido crânio caudal. Outra possibilidade em relação aos linfonodos é fazer a punção biopsia aspirativa. é comum em cães com suspeita de leishmania.
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