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2-2009-Qual a diferença entre uma radiografia convencional e uma radiografia digital

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Pergunte a um Expert
6 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009
Qual a diferença entre uma radiografia 
convencional e uma radiografia digital?
Eduardo Kazuo Sannomiya*
 * Mestre e doutor em Radiologia Odontológica – Faculdade de Odontologia Unesp / São José dos Campos. Professor titular da disciplina de Imaginologia I e II da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). Professor doutor 
do programa de pós-graduação em Odontologia da Umesp.
Resumo
O desenvolvimento da informática tem 
possibilitado grandes avanços na área da 
Saúde, em especial pela radiografia digital. 
Como exame complementar, a radiografia 
PALAVRAS-CHAVE: Radiologia. Radiografia digital. 
digital contribui com melhorias na qualida-
de das imagens, redução da dose de raios X 
e preservação do meio ambiente. O presen-
te trabalho apresenta os sistemas digitais e 
suas aplicações na Ortodontia. 
Eduardo Kazuo Sannomiya
7Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009
IntRodução
Na área da Saúde, em especial na Odontologia, o diagnóstico 
e o planejamento da abordagem das patologias e alterações estão 
pautados em exames complementares (laboratoriais, radiográficos 
e histopatológicos). Na Ortodontia, esses exames complementares 
estão baseados na documentação ortodôntica, na qual constam as 
radiografias. Atualmente, essas radiografias necessitam do empre-
go de filmes radiográficos e, subsequentemente, do processamento 
radiográfico para a obtenção da imagem (Fig. 1). A constituição dos 
filmes radiográficos envolve o emprego de cristais de sais de prata 
(brometo e iodeto).
A utilização incessante desse minério irá, com o tempo, reduzir 
ou até mesmo eliminar suas reservas. A questão ambiental é outra 
fonte de preocupação com relação ao processamento radiográfico. 
Por isso, o avanço da área tecnológica, bem como da informáti-
ca – com a utilização de computadores com grande capacidade de 
armazenamento (1 terabyte), acesso facilitado e banda larga –tem 
incentivado as empresas especializadas na área odontológica a in-
vestir no desenvolvimento de aparelhos de radiografia digital. Na 
Medicina, os sistemas digitais de imagens têm sido largamente em-
pregados, entretanto somente nos anos 80 os primeiros sensores 
digitais intrabucais foram desenvolvidos.
A radiografia digital não usa filme radiográfico e, portanto, não 
envolve o emprego dos cristais de sais de prata. Uma imagem digi-
tal corresponde à decomposição da imagem convencional em uma 
matriz de pontos de imagem, denominados pixel (picture element). 
A cada campo da matriz é atribuído um valor numérico que repre-
senta um valor de tom de cinza (Fig. 2). 
O olho humano só pode perceber cerca de 20 tonalidades de 
cinza. Para fins de diagnóstico, as imagens com poucos tons de cin-
za são inadequadas. Na Odontologia, trabalha-se com a escala de 
256 tonalidades de cinza. Nesse caso o preto tem valor zero e o 
branco tem valor 25515.
A resolução da imagem digital está diretamente relacionada ao 
tamanho do pixel. Quanto menor for o tamanho do pixel maior a 
resolução da imagem. A resolução espacial refere-se ao número 
de pixels em que a imagem digital está dividida. Essa propriedade 
se expressa em pares de linha/coluna, sendo que quanto maior o 
número de linhas e colunas melhor a resolução. Quando citamos 
que uma imagem digital apresenta-se com 1834 x 1834 de reso-
lução espacial, isso significa uma matriz de 1834 linhas por 1834 
colunas15 (Fig. 2). 
A imagem radiográfica digital pode ser obtida por dois méto-
dos: indireto e direto. O método indireto consiste em obter-se uma 
radiografia convencional e posteriormente digitalizá-la com auxílio 
de scanners ou câmeras digitais. No método direto, a imagem é 
captada diretamente por meio de um sensor de carga acoplada 
(charge coupled device - CCD) ou pelo sistema de placa de fósforo 
fotoativada (Fig. 3).
sensoR de CaRga aCoplada 
(ChaRge Coupled devICe - CCd) 
No final dos anos 70, uma nova tecnologia – denominada dispo-
sitivo de carga acoplada (CCD) – foi desenvolvida para ser aplicada 
em videotecnologia. Durante esse período, a empresa Sony lançou 
a primeira câmera que utilizava um sensor sólido, chamada Ma-
vica®. A utilização dos sensores CCDs também tornou-se comum 
no campo científico. Em 1983, o Departamento de Radiologia da 
Universidade de Umeå (Suécia) iniciou pesquisas para a utilização 
de sensores sólidos na obtenção de radiografias intrabucais18. Os 
sensores CCD intrabucais apresentam-se com tamanho menor do 
que um filme periapical de 3 x 4cm e possuem um cabo conectado 
Figura 1 - Processo de obtenção de uma radiografia convencional. 
radiografia convencional
raios X
objeto
imagem
latente
processamento
químico
imagem
radiográfica
Figura 2 - Imagem digital de telerradiografia em norma frontal com dimen-
são de 1834 pixels no sentido vertical. Ao analisar a região correspondente à 
imagem da oliva, verifica-se a dimensão de 16 pixels no sentido vertical.
Largura 
da fatia
Elemento da imagem 
(pixel)
Elemento do volume 
(voxel)1834
pixels
16
pixels
Pergunte a um Expert
8 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009
ao computador (Fig. 4), para onde a imagem é transmitida. Como 
ocorre a formação da imagem radiográfica nesses sistemas?
Uma imagem radiográfica é composta de tons de cinza (esten-
dendo-se do preto ao branco absoluto), perfazendo uma escala de 
valores que variam de zero a 255. Para converter essa imagem em 
um formato digital, a mesma é dividida – por meio de um proces-
so chamado digitalização – em pedaços individuais de informação 
(denominados pixels). Essa informação descreve a intensidade de 
luz (brilho) e sua localização (coordenadas x, y) dentro da imagem. 
No CCD, cada pixel é lido por um pequeno capacitor, que armazena 
uma carga elétrica quando exposto aos raios X. Essa carga é am-
pliada e convertida pelo computador, que então transfere o sinal 
Figura 3 - Radiografia digital direta (sensores CCD e placas de fósforo) e 
radiografia digital indireta (scanner).
Figura 4 - Esquema de utilização do sensor intrabucal CCD.
sensores CCD
Figura 5 - Esquema mostrando a formação da imagem radiográfica digital 
em um sensor CCD intrabucal. 
sistema CCD
CCD
raios X 
placa fluoroscópica
imagem radiográfica digital
2 sistemas de imagens digitais
radiografia
digital direta
radiografia
digital indireta
resultante para o monitor12 (Fig. 5). 
Os sistemas digitais extrabucais são semelhantes aos conven-
cionais em termos da fonte emissora de raios X. No entanto, a 
operação do sistema é toda computadorizada (Fig. 6A). A principal 
diferença é o receptor de imagem, no qual não se depende de filmes 
radiográficos e sim de CCDs, com áreas maiores (Fig. 6B). 
A resolução de contraste e a resolução espacial são dois parâ-
metros que afetam diretamente a qualidade de uma imagem digi-
tal. A resolução da imagem digital é determinada pelo número de 
pixels que a compõem. Quanto maior o número de pixels utilizados 
para definir uma imagem digital, melhor será a representação es-
pacial da mesma12 (Fig. 7, 8). 
plaCa de FósFoRo FotoatIvado
Em 1983, na área médica, foi desenvolvido um sistema digital, 
pela Fuji Film Company, denominado Radiografia Computadorizada, 
baseado na tecnologia de placas de fósforo fotoativadas. Na Odon-
tologia, a placa de fósforo fotoativada pode ser utilizada tanto nas 
técnicas intrabucais como nas extrabucais. Na técnica intrabucal 
utilizam-se dimensões semelhantes às de filmes convencionais (3 
x 4cm para periapical e 5,7 x 7,5cm para oclusal), como ilustrado 
na figura 9. Na técnica extrabucal podem ser utilizadas placas de 
fósforo com dimensões de 18 x 30cm ou 20 x 25cm (Fig. 10).
Como ocorre a formação da imagem radiográfica digital nos 
sistemas de placas de fósforo? Após a exposição da placa, a mes-
ma é submetida à leitura. Um sistema de laser se encarrega de 
realizar a leitura da imagem e, posteriormente, uma luz branca se 
encarregade apagar a imagem latente na placa, para sua posterior 
reutilização (Fig. 11).
Tiago
Realce
Eduardo Kazuo Sannomiya
9Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009
Figura 6 - a) Aparelho de raios X digital panorâmico, extrabucal e da ATM. B) Sensor CCD fixo para radiografias extrabucais. 
a B
Figura 7 - Radiografia digital de mão e punho obtida por meio do sistema 
digital com CCD. 
Figura 8 - Planigrafia da região da ATM (lados direito e esquerdo, com a 
boca aberta e fechada) obtida por meio do sistema digital com CCD.
Pergunte a um Expert
10 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009
Figura 9 - Sensor da placa de fósforo intrabucal de 3 x 4cm com invólucro 
de proteção.
Figura 10 - Sensor da placa de fósforo extrabucal de 20 x 25cm.
ReCuRsos aplICados à Imagem RadIogRáFICa 
dIgItal
Os sistemas digitais são providos de programas específicos para 
a visualização e o tratamento de imagens, e contam com recur-
sos ou ferramentas que melhoram o processo de interpretação das 
mesmas. Uma das ferramentas disponíveis é o realce da imagem, 
que seria uma versão melhorada da imagem original. A maioria das 
operações de realce da imagem são aplicadas para torná-la visu-
almente mais atraente. Em Radiologia, esse procedimento pode 
ser feito aumentando-se o contraste, aperfeiçoando-se o brilho e 
reduzindo-se a falta de nitidez (Fig. 12). Segundo Mol13, o efeito do 
realce de contraste no valor de diagnóstico da radiografia digital é 
controverso. O desenvolvimento de tais operações no processamen-
to das imagens requer considerações cuidadosas sobre o conteúdo 
da imagem e sobre o sistema de percepção visual do observador. 
Os sistemas digitais existentes no mercado possibilitam a con-
versão da escala de tons de cinza para uma escala de cores, por 
meio de um recurso denominado pseudocor. O olho humano pode 
distinguir muito mais as cores do que os tons de cinza. Transformar 
os valores de cinza de uma imagem digital em várias cores pode, 
em teoria, aumentar a chance de detectar estruturas dentro da 
imagem radiográfica18. Entretanto, alguns limites entre as estrutu-
ras podem ser alterados e novos limites podem ser criados (Fig. 13). 
A transformação da imagem positiva em negativa é outra fer-
ramenta que possibilita ao profissional uma melhor delimitação 
das estruturas anatômicas, especialmente as dentárias (Fig. 14).
As ferramentas para medição, como as réguas digitais (Fig. 15), 
estão prontamente disponíveis para a utilização nas diversas espe-
cialidades da Odontologia, principalmente na Ortodontia. 
o FoRmato dICom
O formato de arquivo DICOM (Digital Imaging and Commu-
nications in Medicine, ou seja, Comunicação de Imagens Digitais 
em Medicina) foi criado com a finalidade de padronizar a troca 
de informações entre os vários equipamentos de imagens diag-
nóstica, como tomografias, ressonâncias magnéticas, radiografias, 
ultrassonografias, entre outros. O padrão DICOM é uma série de 
regras que permite que imagens médicas e informações associadas 
sejam transferidas entre equipamentos de imagem, computadores 
e hospitais. O padrão estabelece uma linguagem comum entre os 
equipamentos de marcas diferentes, que geralmente não são com-
patíveis, estejam esses em hospitais, clínicas ou laboratórios9.
DICOM é a terceira versão (liberada em 1993) de um padrão 
desenvolvido pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR – Ame-
rican College of Radiology) e pela Associação Nacional Americana 
dos Fabricantes de Produtos Elétricos (NEMA – National Electrical 
Eduardo Kazuo Sannomiya
11Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009
Figura 12 - a) Imagem original (radiografia panorâmica) de um paciente submetido ao tratamento ortodôntico. É possível diagnosticar: taurodontismo nos ele-
mentos 37, 38, 47 e 48 e imagem radiolúcida de limites bem definidos na região entre os elementos 35 e 45, com ausência de comprometimento radicular nessa 
região. B) Ferramenta de realce de imagem, com a qual podemos visualizar melhor os achados radiográficos registrados na imagem anterior.
a B
Figura 11 - A placa de fósforo (1), intrabucal ou extrabucal, é posicionada e o paciente é submetido à exposição aos raios X (2). A placa é, então, submetida à 
leitura da imagem por meio de scanner a laser (3), e a luz branca procede a limpeza da placa (4). 
Placa de fósforo
a B
D
EC
Princípios de leitura e apagamento
tubo de
raios X
exposição
paciente
leitor
scanner
laser
luz
unidade de
apagamento
imaging plate
2
1
4
3
Pergunte a um Expert
12 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009
Figura 13 - A ferramenta de pseudocor aplicada na imagem original (figura 
12A) dificulta a delimitação do achado radiográfico no região do 35 ao 45. 
Figura 15 - Ferramentas de medição linear e angular. 
Figura 14 - A imagem negativa permite uma melhor avaliação do contorno 
dos elementos dentários. 
Manufacturers Association), a qual evoluiu das versões 1.0 (1985) 
e 2.0 (1988). No início dos anos oitenta, era quase impossível para 
qualquer um, à exceção dos fabricantes de dispositivos de imagem 
latente de tomografia computadorizada ou de ressonância magné-
tica, decodificar as imagens que as máquinas geravam. Os radiolo-
gistas quiseram usar as imagens para o planejamento da dose de 
radiação terapêutica. Logo depois da liberação dessa norma, tornou-
se claro que melhorias eram necessárias, pois a mesma era vaga. Em 
1993, as novas classes do serviço foram definidas, e o suporte ao 
usuário pela internet também foi adicionado. Oficialmente, a última 
versão do padrão permanece a 3.0. Entretanto, essa tem sido atua-
lizada e estendida desde 1993. O padrão é renumerado frequente-
mente, usando o ano da liberação, como “a versão 2007 da DICOM”9.
Diferentemente de outros formatos de dados, o DICOM agru-
pa a informação em série. Isso significa que uma radiografia, por 
exemplo, contém a identificação do paciente no arquivo, de modo 
que a imagem nunca possa ser separada dessa informação, por 
engano. Esse formato também contém dados do pixel da imagem.
O arquivo DICOM, por ser digital, permite que informações sobre 
um paciente sejam transmitidas para lugares diferentes do mundo 
via internet, que é mais barata e mais rápida do que outros meios 
de transporte. Além disso, as imagens não perdem a definição e, 
consequentemente, a interpretação dessas pelas entidades médi-
cas é mantida, já que a qualidade gráfica não se altera, facilitando 
o desenvolvimento e a expansão dos PACS (Picture Archiving and 
Communication System - Sistema de Comunicação e Arquivamento 
de Imagens). Esse é um sistema de arquivamento e comunicação 
voltado para o diagnóstico por imagem que permite o pronto aces-
so, em qualquer setor do hospital ou clínica, de imagens médicas 
em formato digital, sendo caracterizado por quatro subsistemas: 
aquisição, exibição, disponibilização e armazenamento de imagens4.
Eduardo Kazuo Sannomiya
13Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009
aRquIvamento da Imagem RadIogRáFICa dIgItal
A imagem digital tem que ser arquivada por vários anos, depen-
dendo das leis e regulamentos do país. Em nível institucional, a ne-
cessidade de armazenamento requer muitos terabytes de espaço em 
disco rígido. Isso pode ser feito usando-se fitas magnéticas ou disco 
óptico. Na clínica privada, a imagem digital pode ser armazenada em 
disco externo, DVD, CD, Zip Drive® ou Pen Drive. Um disquete com 
1,44MB não tem espaço suficiente para armazenar muitas imagens 
digitais. Em média, quatro imagens intrabucais digitais necessitam 
de 1MB de espaço e uma telerradiografia lateral requer aproxima-
damente 3MB. A possibilidade de comprimir a imagem digital traz 
benefícios, reduzindo o custo do espaço de armazenamento. A di-
minuição do tamanho do arquivo reduz a necessidade de aumento 
de memória e de velocidade dos computadores. O arquivo eletrônico 
é de fácil localização e requermenos espaço físico para armazena-
mento do que a imagem radiográfica convencional. Outra vantagem 
é que o arquivo pode ser transmitido via internet ou duplicado8. 
Na sociedade moderna, a expansão da internet gerou impac-
tos nas áreas médica e odontológica. Sistemas online de consultas 
de radiografia têm sido introduzidos para uso em conferências na 
internet. A transmissão digital de radiografias dentárias foi previa-
mente usada no campo do telediagnóstico e educação à distância. 
Em radiologia digital, os PACS permitem a conexão com outros sis-
temas em rede. A velocidade de transmissão das imagens depende, 
basicamente, da velocidade de conexão disponibilizada pelos dois 
usuários (o remetente e o destinatário) e do tamanho do arqui-
vo a ser transmitido. Pode-se dizer que o tempo de transmissão 
da imagem é diretamente proporcional ao seu tamanho. Assim, a 
compressão da imagem torna-se necessária para reduzir o tempo 
de transferência6.
CompRessão da Imagem RadIogRáFICa dIgItal
A compactação da imagem é um processo matemático no qual 
ocorre uma redução do tamanho original da imagem armazenada 
em discos rígidos, implicando na redução do tempo necessário para 
sua transmissão pela internet. Existem dois métodos de compac-
tação de imagens digitais: com maior ou menor perda. Métodos 
de menor perda não descartam nenhum dos dados da imagem e 
uma cópia exata da mesma é reproduzida após a descompactação. 
A taxa de compactação máxima de menor perda é, normalmente, 
menor do que 3:1, ou seja reduz-se a imagem três vezes em relação 
à imagem original. Métodos de maior perda proporcionam níveis 
mais altos de compactação por descartarem dados da imagem ori-
ginal. Evidências cientifícas sugerem que esse procedimento não 
afetaria a qualidade da imagem para fins de diagnóstico. Taxas de 
compactação de 12:1 e 14:1 não mostraram nenhuma interferência 
considerável no diagnóstico de lesões cariosas18.
As imagens podem ser salvas em uma grande variedade de for-
matos (JPEG, TIFF, PCX e BMP, entre outros), influenciando direta-
mente na qualidade da imagem e no tamanho do arquivo. O JPEG 
(Joint Photographic Experts Group) é o formato de compressão 
mais conhecido e utilizado. A compressão JPEG é chamada usu-
almente de compressão com perda. A compressão com perda re-
move frequências espaciais e tons de cinza que ocorrem com mais 
frequência na imagem. Esse processo pode reduzir o tamanho do 
arquivo por um fator de dez ou mais, e resultar em uma perda ir-
reversível de informação8. A compressão JPEG com perda descarta 
certo percentual de dados, podendo resultar na perda de contraste 
e detalhes da imagem. Ao salvar um arquivo JPEG, alguns progra-
mas permitem a escolha da taxa ou fator (nível) de compressão, 
também chamado de fator de qualidade. Esse fator varia de acordo 
com o programa utilizado. Quanto maior o valor, menor é a taxa 
de compressão e, com isso, maior a qualidade, menor a perda de 
dados da imagem e maior o tamanho final do arquivo. O arquivo 
JPEG foi desenvolvido primariamente explorando as limitações do 
olho humano, pelo fato de que pequenas mudanças de cor são 
menos percebidas do que pequenas mudanças no brilho. No en-
tanto, pequenas mudanças introduzidas por esse algoritmo podem 
acarretar problemas em análises feitas por máquinas. O efeito do 
auxílio do computador na interpretação da imagem diagnóstica 
comprimida com tal algoritmo ainda não é conhecido8.
Recentemente, tem sido mostrado que nem todos os progra-
mas de compressão e descompressão de arquivos em formato JPEG 
se equivalem, o que pode levar a mudanças na qualidade da ima-
gem10. Essa perda de dados pode ter um impacto na acurácia da 
interpretação radiográfica, podendo levar a implicações médico-
legais17. O padrão JPEG é usado para comprimir imagens coloridas 
ou em escala de tons de cinza, mas o formato de escolha na área 
médica é o DICOM. 
Uma propriedade útil do JPEG é que se pode ajustar o parâ-
metro de compressão, variando o grau de perda de qualidade. A 
compressão JPEG com perda tenta suprimir a informação que nor-
malmente não é visível aos olhos humanos, eliminando a informa-
ção de alta frequência, os detalhes ultrafinos da imagem. Grande 
cuidado deve ser tomado ao usar o método de compressão com 
perda para imagens radiográficas. A imagem em escala de cinzas, 
como a radiografia dentária, ao contrário da imagem colorida, não 
deve ser comprimida em grande fator, devido ao olho humano ser 
mais sensível às variações no brilho e no contraste do que na cor. 
Em suma, a compressão com perda tem as seguintes característi-
cas: a imagem digital original não é igual à comprimida, mas as 
mudanças podem ser imperceptíveis a olho nu.
Pergunte a um Expert
14 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009
RadIogRaFIa ConvenCIonal x RadIogRaFIa dIgItal 
A radiografia digital supera a radiografia convencional em fil-
me radiográfico? Ao responder essa pergunta, temos que levar em 
consideração o objetivo fundamental da imagem para o profissional 
que solicita o exame: informações relevantes que auxiliem no diag-
nóstico do problema do paciente. Na literatura, verificamos que o 
fato da imagem radiográfica ser obtida de forma convencional ou 
digital não interfere na qualidade da informação obtida. Devemos 
levar em consideração o objetivo para o qual cada uma das imagens 
será utilizada, seja ela digital ou convencional (Fig. 16). Para muitos, 
a imagem digital é satisfatória para um estudo tegumentar, já para 
o estudo esquelético a convencional é mais apropriada. 
Abrahão et al.1, em 2009, avaliaram, por meio de traçados e me-
didas cefalométricas, a possível dificuldade na localização das estru-
turas e pontos nas radiografias convencionais e digitais. Para tanto, 
a amostra consistiu de 30 telerradiografias em norma lateral, sendo 
15 convencionais e 15 digitais. Concluíram que não houve diferença 
estatisticamente significativa quando comparados os dois métodos. 
Westphalen et al.18 realizaram uma avaliação comparativa da eficá-
cia da interpretação radiográfica de reabsorções radiculares exter-
nas simuladas, em dentes humanos extraídos, por meio de radiogra-
fias convencionais e digitais. Diferentemente do estudo de Abrahão 
et al.1, os autores acreditam que as reabsorções radiculares externas 
são melhor visualizadas nos sistemas radiográficos digitais18. 
Apesar desse fato, a imagem radiográfica digital possibilita ao 
profissional uma série de vantagens, como por exemplo: (a) dispen-
sa o uso de filmes radiográficos e processamento químico, resol-
vendo um problema de poluição ambiental (proibição de se desfazer 
dos líquidos de processamento diretamente na rede de esgotos); 
(b) possibilita a análise da imagem radiográfica em segundos, dife-
rentemente da radiografia convencional, na qual só é possível a vi-
sualização após alguns minutos – esse fato diminui o tempo clínico 
de execução desse procedimento, seja no consultório odontológico 
ou nas clínicas de Radiologia; (c) armazenamento das imagens em 
CDs ou Pen Drives, evitando a degradação que as imagens geradas 
em filmes convencionais sofrem com o passar do tempo; (d) mani-
pulação da imagem por meio de ferramentas de visualização que 
permitem melhoria de sua qualidade6.
Provavelmente, um dos benefícios mais relevantes da imagem 
radiográfica digital é a redução, em até 70%, da dose de radiação 
à qual o paciente é submetido. Em uma radiografia convencional, 
essa redução poderia comprometer a qualidade final da imagem. 
Naslund et al.14, em 1998, analisaram os efeitos da redução de 50%, 
60% e 70% da dose de radiação na localização de pontos cefalo-
métricos em telerradiografias digitais em norma lateral. Para tanto, 
foram selecionados, aleatoriamente, 10 pacientes, sendo geradas 
30 imagens digitais. Sete observadores especialistas em Ortodon-
tia marcaram os pontos nas telerradiografias. Concluíram que não 
houve influência da redução na dose de radiação na localização 
dos pontos cefalométricose, consequentemente, na qualidade das 
radiografias digitais.
Ao se utilizar o sistema radiográfico digital, verificamos que é 
possível a utilização de dois tipos de sensores (CCD e placa de fósfo-
ro), os quais apresentam algumas vantagens e desvantagens: 
1) Nas radiografias intrabucais, a área do sensor CCD é menor 
do que da placa de fósforo.
2) O sensor CCD apresenta-se com um cabo que o interliga ao 
computador, o que por vezes dificulta a realização do exame ra-
diográfico. Mesmo assim, verificamos que, com relação ao uso dos 
sensores digitais em radiografia digital intrabucal no cotidiano clí-
nico dos cirurgiões-dentistas nos Estados Unidos4, 78,3% utilizam 
o sistema CCD para radiografias intrabucais, ao contrário da placa 
de fósforo, que é usada por 8,7%. Isso se deve ao custo elevado dos 
sensores de placa de fósforo em relação ao CCD. 
3) Necessidade de computadores com grande capacidade de ar-
mazenamento. 
4) Conhecimento de noções de informática e de manipulação 
de imagens digitais. 
A imagem radiográfica digital possibilita a sua compressão, ou 
seja, a redução do tamanho de seu arquivo para ser guardada ou 
transmitida via internet. Na Ortodontia, bem como em outras espe-
cialidades odontológicas, a grande preocupação seria com relação 
ao quanto essas compressões poderiam efetivamente prejudicar a 
interpretação radiográfica. Para tanto, os estudos de Duarte6, Fal-
cão7 e Saez16 avaliaram a reprodutibilidade da marcação dos pontos 
cefalométricos em radiografias cefalométricas digitais em normas 
lateral e frontal nos formatos de compressão JPEG e TIFF. Concluí-
ram que os formatos de compressão não influenciaram na reprodu-
tibilidade dos pontos cefalométricos. 
Um questionamento com relação à imagem radiográfica digital 
é o valor legal das mesmas, uma vez que podemos alterá-las com 
Figura 16 - a) Radiografia digital x B) radiografia convencional.
a B
User-pc
Realce
Eduardo Kazuo Sannomiya
15Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009
o auxílio das ferramentas de programas específicos. Atualmente as 
imagens digitais são protegidas pela certificação digital por meio 
de autoridades certificadoras. Com a certificação digital pode-se 
garantir a autenticidade, a integridade e a confidencialidade, prin-
cipalmente nas radiografias odontológicas, pois as mesmas podem 
ser utilizadas por diferentes profissionais e, se manipuladas, sua vio-
lação será detectada17. 
ConsIdeRações FInaIs
A resposta à pergunta inicialmente formulada está de acor-
do com a necessidade e objetivos das práticas odontológicas 
individuais. Como as práticas profissionais e tecnológicas mudam 
com o tempo, as respostas também mudarão. A tendência de uma 
crescente adoção de imagens digitais e a contínua inovação tecno-
lógica fazem desse recurso o futuro certo na Odontologia. 
agRadeCImentos
Aos professores Monica Costa Armond (Professora da Universi-
dade Vale do Rio Verde e Diretora Clínica responsável pela Radiosul 
– Instituto de Radiologia) e Rodrigo Generoso (Professor e Coorde-
nador do Programa de Pós-graduação em Ortodontia da Universi-
dade Vale do Rio Verde).
What is the difference between digital and conventional 
radiographs?
kEywORDS: Radiology. Digital radiography.
The Informatics’ development made possible great advanc-
es in health area, specially in digital radiography. As a com-
plementary exam the digital radiography contributes with 
improvement in images quality, radiation dose reduction 
and environment protection. The present paper presents 
the digital systems and its applications in Orthodontics. 
Abstract
RefeRênCIAs
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Eduardo kazuo Sannomiya
Av. Lacerda Franco, 1180
CEP: 01.536-000 – São Paulo / SP
E-mail: eduardosannomiya@hotmail.com
Endereço para correspondência
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