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• O Pneumocystis jirovecii é um fungo oportunista que é uma causa de pneumonia em pctes imunocomprometidos → HIV, transplantes, leucemia... • Pneumocystis jirovecii é classificado como um fungo ascomiceto o É eucarionte, com características parecidas às de protozoários. • Há formas tróficas e cistos, podendo conter corpos intracísticos e formas intermediarias • Cistos são do tamanho de uma hemácia e contém de 4 a 8 esporozoítos nucleados. • Estima-se que as formas tróficas superem os cistos em um pulmão infectado • B-1,2-glucano é encontrado na forma cística • Uma glicoproteína de superfície é encontrada em ambas formas e proporciona variabilidade antigênica o Não responde a drogas antifúngicas como a ANFOTERICINA ou AZÓIS. • A síntese de ß glucano na parede do cisto é inibida por novos antifúngicos – Equinocandinas. • A PPC chamou atenção quando casos foram relatados em órfãos mal nutridos durante a 2M → em 1982 foi primeiro relatada em homens homossexuais e usuários de drogas IV sem imunossupressão → conhecidos como os primeiros casos de AIDS o Na 1ª década da epidemia, a PPC era o determinante do diagnóstico da AIDS. o Incidência aumentou a medida que a AIDS disseminou → 80/90% dos pacientes sem quimioprofilaxia ou terapia antirretroviral desenvolvem PPC • Incidência diminuiu com a profilaxia anti-Pneumocystis e TARV, mas continua a 1ª causa de morbidade associada a AIDS o Principalmente nos que não sabem estar infectados até estarem mt imunossuprimidos • Defeitos na imunidade celular e/ou humoral predispõem ao desenvolvimento de PPC → defeitos congênitos ou adquiridos o Por isso também se desenvolve em não infectados pelo HIV com neoplasias, transplante → vem sendo bastante relatada em indivíduos que recebem inibidores do FNT e anticorpos antilinfocitários • O ciclo do Pneumocystis envolve reprodução sexuada e assexuada, e ele existe em forma trófica, cisto e pré cisto em vários pontos • Estudos demonstram que a maioria das pessoas é exposta cedo na vida → causando sintomas subclínicos ou brandos • Hipótese de patogenia mais aceita, é que a Pneumocystis fique latente no pulmão e a doença seja causada pela reativação em períodos de imunossupressão grave. o A infecção inicial seria ubíqua (presente sempre) e a doença seria causada por reaquisição do fungo ou uma cepa diferente em fases mais posteriores da vida • Foram relatados casos de proliferação em instituições, passado de pessoa para pessoa → alguns hospitais isolam pessoas com pneumocystis de outras com alto risco de morte. • As células T CD4+ são cruciais na defesa do hospedeiro contra Pneumocystis. • Entre pacientes com HIV, a incidência é inversa à contagem de células T CD4+ → pelo menos 80% dos casos ocorrem em contagens < 200/μL, e a maioria desses casos se desenvolve em contagem < 100/μL. • A carga viral de HIV é outro fator que predispõe os pacientes à PPC. • Estudos em animais mostraram que a exposição por 1 dia a um animal infectado resulta na transmissão da infecção → nos saudáveis a resposta imune adaptativa se desenvolve em 5 a 6 semanas, levando ao controle antes dos sintomas o Nos imunodeficientes, a incapacidade de controlar a replicação do Pneumocystis leva a pneumonia grave em 2 a 3 meses • O Pneumocystis tem tropismo único pelo pulmão → é inalado ate o espaço alveolar, se proliferando e causando resposta celular mononuclear o Em ratos tratados com cortisona, o Pneumocystis inalado adere as células alveolares tipo I através da fibronectina → a proliferação é lenta e extensa o Os alvéolos se preenchem com material proteináceo e o dano leva ao aumento da lesão alveolar-capilar e anormalidades no surfactante → dentro de semanas o Com o progresso, ocorre hipertrofia septal e o edema intersticial fica evidente ▪ Pode haver fibrose → relacionada com a gravidade da resposta inflamatória, mais comum em PPC de múltiplos episódios • Essas anormalidades resultam no aumento da permeabilidade capilar alveolar → associada a disfunção nas trocas gasosas e diminuição da capacidade de difusão da membrana, da complacência pulmonar, da capacidade pulmonar total e da capacidade vital. o Logo, após início do tratamento, a função pulmonar é ainda mais prejudicada por uma resposta inflamatória, evidenciada pelo rápido declínio na oxigenação (ponto mais baixo depois de 3-4 dias) • A reação inflamatória parece ser mediada pelo TNF alfa, e pelas IL 1,6,8 secretadas melos macrófagos alveolares. o TNF alfa é modulado pelo ß glucano da parede celular • A PPC se apresenta como pneumonia aguda ou subaguda → inicialmente caracterizada por uma sensação branda de dispneia isolada o Calafrios e dor torácica podem ocorrer em uma minoria o Se manifestando progressivamente como febre, tosse não produtiva, falta de ar, insuficiência respiratória e morte • Em pacientes com AIDS a progressão é lenta, com a tosse persistente por semanas a meses por exemplo o Pctes infectados pelo HIV podem apresentar outras manifestações de imunodeficiência, como perda de peso e candidíase o Nesses pctes, as manifestações podem se desenvolver quando os corticoesteroides estão sendo reduzidos → representando uma resposta inflamatória quando a imunossupressão é diminuída • Raramente, a doença envolve pele, olho, SNC, medula óssea, tireoide, fígado... múltiplos órgãos → doença extrapulmonar pode ocorrer sem pneumonia → associado à profilaxia com pentamidina aerossol o Envolvimento da tireoide → dor no pescoço, hiper ou hipotireoidismo e bócio o Coroide → placas elevadas de coloração branca amarelada, sem envolvimento dos vasos sanguíneos da retina ou sinais de inflamação intraocular • Achados não específicos • Pctes tem diminuição da saturação de oxigênio → progride para hipoxemia grave sem tratamento → risco de fatalidade grande quando a PaO2 < 75mmHg o Podem inicialmente apresentar exame torácico normal e s/ RA, mas posteriormente desenvolver estertores difusos e sinais de consolidação → indicam gravidade • Em pctes com HIV pode haver desconforto respiratório, uso de m. acessórios, cianose e parada respiratória → candidíase quase universal, assim como dermatite seborreica facial o Podem apresentar chiados e broncoespasmo • Pneumotx pode estar associado a fístulas broncopleurais refratárias, não é comum. • Cavitação é uma manifestação frequente → vistas como cavidades únicas de paredes finas e áreas, com aspecto favo de mel o Achados bilaterais, geralmente nos lobos superiores e precedem o pneumotórax. o Cavitação e pneumotx inicialmente associados à profilaxia com pentamidina • Testes de rotina sem resultados específicos • Níveis séricos de lactato desidrogenase (LDH) costumam estar elevados pelo dano pulmonar • Contagens de leucócitos periféricos PODEM estar elevadas, geralmente pouco • Linfopenia é comum, mas é uma manifestação da doença subjacente • A oxigenação arterial em repouso é anormal em 70% dos casos • Inicialmente normal em sintomas leves • PPC sintomática consiste em infiltrados intersticiais bilaterais difusos, peri-hilares e simétricos o Esses infiltrados podem avançar para preenchimento alveolar • Outros achados → cistos, pneumatoceles, cavitações em favo de mel, pneumotórax, adenopatias, efusões pleurais, abscessos... • Variação é grande e muitos achados não são exclusivos da PPC → muitos pctes tem outras condições pulmonares concomitantes • Uma TC normal elimina o diagnóstico de PPC • Evidencia consolidação alveolar fina e difusa, com espessamento das paredes brônquicas, mesmo quando a RX é normal. o Mais incomum → consolidações regionais ou espações aéreos císticos. • Lesões e calcificações pouco acentuadas de linfonodos, baço, fígado e rins podem estar presentes em pacientes com envolvimento extrapulmonar • A amostra ideal depende do quão doente o paciente está e dos recursos disponíveis• Antigamente os diagnósticos eram feitos por biopsia de tecido ou secreções pulmonares • A demonstração de microrganismos no liquido de lavado broncoalveolar é quase 100% sensível e especifico para PPC em pacientes com HIV e outras imunossupressões o Microrganismos identificados por coloração de cisto com prata metenamina, azul de toluidina O ou Giemsa → ou pela coloração com anticorpo imunofluorescente • O escarro expectorado ou swabs da garganta tem sensibilidade baixa, e variam muito com as características do pcte e da experiencia do condutor do teste • Muitos laboratórios oferecem o PCR como preferência → mas são tao sensíveis que é difícil distinguir entre colonização e doença aguda por Pneumocystis → útil para eliminar o diagnostico de PPC caso negativo • Testes sorológicos vêm crescendo para B-glucano, que tem níveis elevados em PPC → porem baixa sensibilidade e especificidade • Terapia especifica deve ser iniciada imediatamente na suspeita em pcte suscetível • Se o paciente possui doença moderada a grave e HIV → PaO2 < 70 → terapia com corticosteroide concomitante • O diagnóstico deve ser confirmado por indução de escarro ou broncoscopia o mais rapidamente possível → terapia empírica na ausência de diagnóstico confirmado confere risco de retardar a apropriada para uma outra infecção ❖ O tratamento independentemente da gravidade, é trimetoprim-sulfametoxazol IV ou VO o Combina inibidores de duas enzimas na via sintética do folato do Pneumocystis e tem amplo espectro contra muitos patógenos bacterianos • Pacientes com HIV devem ser tratados durante 21 dias, e sem HIV por 14 dias • A terapia oral deve ser reservada para pacientes com doença leve a moderada • Principais toxicidades → leucopenia, hepatite, exantema, febre, reações anafiláticas e anafilactoides → pctes com HIV costumam ter hipersensibilidade ao SMX-TMP o Geralmente aparecem após a primeira semana → muito mais comuns em pacientes HIV o Deve-se monitor os níveis de fármacos se função hepática e renal forem ruins • Sulfadiazina + pirimetamina também são efetivos, além de dapsona + pirimetamina • Pentamidina IV ou combinação de clindamicina + primaquina é uma opção para pacientes que não toleram SMX-TMP e para os quais o tratamento parece não estar fazendo efeito. ❖ Pctes devem ser monitorados quanto à resposta terapêutica e efeitos colaterais. • Oxigenação deve ser avaliada por oximetria de pulso e gasometria. • Hemogramas completos, exames de função hepática e níveis de eletrólitos e creatinina sérica devem ser obtidos 2x na semana. • O início da terapia específica é associado a piora da oxigenação após 3 a 4 dias → resulta da resposta inflamatória aos organismos danificados pela terapia. • Os glicocorticoides parecem reduzir essa inflamação e melhorar a sobrevida dos pacientes imunossuprimidos com doença moderada a grave • Deve ser iniciado mesmo que o diagnostico ainda não tenha sido confirmado • Muitos pacientes com HIV que são diagnosticados com PCP não estão recebendo terapia antirretroviral, esta deve ser iniciado nas 2 primeiras semanas de tratamento → diminui a taxa de progressão para AIDS ou morte • Pode ocorrer síndrome inflamatória de reconstituição imune (SIRI) → devem ser acompanhados • Eliminar a causa da imunossupressão retirando a terapia imunossupressora ou tratando a causa subjacente, por exemplo, infecção por HIV • Para pacientes com HIV, as contagens de células T CD4+ são um marcador confiável de suscetibilidade → contagens inferiores a 200 células/μL são indicação para profilaxia • Para pctes imunossuprimidos por outras causas, não há parâmetro que prediz a suscetibilidade → estimado com base na experiencia com a doença subjacente e o esquema imunossupressor • Pctes que recebem glicocorticoides em + que 20mg por 30d ou glicocorticoides + imunossupressor devem receber quimioprofilaxia • SMX—TMP é o mais efetivo
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