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Contaminação Microbiana de Cosméticos e Medicamentos

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Controle de Qualidade 
Microbiológico
Controle de Qualidade 
Microbiológico
Contaminação Microbiana de 
Medicamentos e Cosméticos
Introdução
Produtos não estéreis: possuem limites máximos de 
microrganismos e restrição à determinadas espécies
Produtos estéreis: ausência absoluta de formas 
viáveis de microrganismos (principalmente medicamentos 
de uso hospitalar).
A contaminação vai causar a degradação dos com-
ponentes da formulação (ativos, emulsificantes, conser-
vantes, emolientes, etc), e consequentemente, vai causar 
uma possível série de alterações no produto como alte-
ração na potência e dos efeitos esperados, das carac-
terísticas físico-químicas, estabilidade, sensorial, etc. 
O risco de infecção vai depender da quantidade de 
microrganismos, da espécie, da condição imunológica do 
paciente e da via de administração. 
Os principais microrganismos isolados de produtos 
farmacêuticos e cosméticos foram os fungos, Pseudo-
monas, Staphylococcus e enterobactérias (Enterobacter, 
Salmonella, Klebsiella, Serratia, E.coli). 
Em 2019, para entrar em concordância com as 
outras farmacopeias internacionais, a farmacopeia 
brasileira adotou como microrganismos pesquisados no 
controle de contaminação: Pseudomonas aeruginosa, 
Staphylococcus aureus, bactérias gram-negativas bile-
tolerantes, Salmonella ssp, Escherichia coli, Clostridium 
sulfito redutores e Candida albicans. 
Pseudomonas aeruginosa
É um bacilo gram negativo de origem no solo e muito 
presente na água (e por causa do grande uso da água na 
produção de medicamentos, cosméticos e alimentos, que 
se deve a preocupação com essa bactéria). Ela é forma-
dora de biofilme, conseguindo se instalar nas tubulações 
de empresas com facilidade e contaminando a água. 
Patógeno oportunista para pacientes imunossuprimidos, 
podendo causar danos ao aparelho respiratório, urinário, 
causar queimaduras e também outras infecções 
sanguíneas. 
Staphylococcus aureus
São cocos gram positivos, de origem na pele e 
nasofaringe. Tem vários fatores de virulência (cápsula, 
toxinas, enterotoxinas e proteína A) e causam várias 
doenças como síndrome do choque tóxico, gastroenterite, 
impetigo, foliculite, endocardite, osteomielite e pneumonia. 
Bactérias Gram Negativas Bile Tolerantes
Coliformes totais: bacilos gram-negativos, aeróbios, 
ou anaeróbios facultativos, capazes de se desenvolver na 
presença de sais biliares ou agentes tensoativos. Fermen-
tam a lactose com produção de ácido, gás e aldeído a 
35,0 ± 0,5ºC em 24-48 horas. Ex.: Escherichia, 
Citrobacter, Klebsiella, Enterobacter etc. 
Coliformes termotolerantes: subgrupo das bacté-
rias coliforme que fermentam a lactorse a 44,5 ± 0,2ºC
em 24 horas. Principal representante é a E. coli, de origem 
exclusivamente fecal. Outras bactérias que também perten-
cem a esse grupo são a Klebsiella, Citrobacter e 
Enterobacter. 
Escherichia coli
Presente na microbiota intestinal e serve como 
indicador de contaminação fecal. Alguns sorotipos 
Controle de Qualidade 
Microbiológico
Controle de Qualidade 
Microbiológico
Contaminação Microbiana de 
Medicamentos e Cosméticos
causam intoxicações alimentares. Possuem flagelos, 
fímbrias e LPS como fatores de virulência. Podem causar 
infecções intestinais, no trato urinário e septicemia. 
Salmonella
Bacilos gram negativos, de flagelos peritríquios, não 
capsuladas, possuem fímbrias e a maioria não fermenta 
lactose. É composta por três espécies: Salmonella 
subterranea, Salmonella bongori e Salmonella enterica. 
Salmonella typhi (Salmonella enterica enterica sorovar 
Typhi) causa febre tifoide e a Salmonella entérica enterica 
sorovar Typhimurium causa gastroenterite. 
Clostridios Sulfito Redutores 
Bacilos Gram positivos, anaeróbias estritas, capazes 
de formar esporos e com atividade sulfito redutora. 
- Clostridium tetano - causa o tétano;
- Clostridium botulinum - causa o botulismo;
- Clostridium perfringens - gangrena gasosa;
- Clostridium difficille - colite pseudomembranosa. 
Candida albicans
Fungo presente na microbiota bucal e intestinal, sendo 
um patógeno oportunista. Produz biofilme e faz adesão às 
células do hospedeiro. Causa a candidíase, sendo 
normalmente infecções em pacientes imunodeprimidos. 
Outros Gêneros Importantes
Principais gêneros na água: Achromobacter, 
Acinetobacter, Burkholderia cepacia, Flavobacterium, 
Pseudomonas e bactérias entéricas. 
Outros contaminantes da água menos comuns (e 
portanto não são investigados tanto como contaminação) 
são o vírus da hepatite A e protozoários. 
 A matéria prima de origem sintética tem baixo 
risco de contaminação. A matéria prima de origem 
vegetal tem maior risco de contaminação com microrga-
nismos diversificados de acordo com a fonte, local de 
produção e armazenamento. E biofármacos podem ter 
contaminação por vírus e príons. 
No ambiente, a parte seca como paredes e piso, 
podem ter fungos, bacilos e cocos gram+, bactérias gram- 
(menos comum), além de bactérias da pele humana. A 
parte úmida como pias e drenos, podem conter bactérias 
da água na forma de biofilme e principalmente Pseudomo-
nas, Acinetobacter e Burkholderia. 
O próprio operador pode contaminar a produção 
com principalmente bactérias da pele humana entre outras. 
E no ar podem estar esporos de fungos, leveduras, 
esporos bacterianos e micrococos. 
Interferência no Crescimento dos Microrganismos
Parâmetros intrínsecos: pH, atividade de água 
(quantidade de água disponível no meio para o cresci-
mento de microrganismos, sendo Aa < 0,6 baixo risco 
de contaminação), potencial de oxirredução (quanto mais 
oxidado o meio, mais positivo o potencial e consequen-
temente maiores chances de crescimento de bactérias e 
fungos aeróbicos, uso de antioxidantes nas formula-ções 
- sendo necessário cuidado pois em meio muito negativo 
pode favorecer o crescimento de bactérias e fungos 
anaeróbicos), conteúdo de nutrientes (carboidratos 
simples e complexos, aminoácidos, peptídeos, gordura e 
Controle de Qualidade 
Microbiológico
Controle de Qualidade 
Microbiológico
Contaminação Microbiana de 
Medicamentos e Cosméticos
proteínas) , concentração osmótica (quanto a maior a 
pressão osmótica, menor a contaminação, apesar de 
existir exceções) e constituintes da formulação (quelan-
tes, conservantes, antioxidantes, emulsificantes/tenso-
ativos inibem os crescimentos microbiano). 
Parâmetros extrínsecos: temperatura (as bactérias 
vão ter várias temperaturas ótimas para o seu 
crescimento, podendo ter bactérias mais resistentes ao 
calor e outras que se adequam melhor ao frio) e umidade 
relativa do ar. 
Controle Microbiano 
Na síntese química, para evitar o crescimento micro-
biano, são utilizadas técnicas como faixas extremas de 
pH, etapas de filtração, temperaturas elevadas e solven-
tes orgânicos.
No maquinário, controle microbiológico rígido dos 
biorreatores, materiais usados no biorreatores estéreis, 
limpeza e esterilização do biorreator por métodos valida-
dos e processo de purificação do biofármaco. 
Para o controle viral, é necessário controle da 
produção da linhagem de células, controle das matérias 
primas de origem animal e testes rotineiros para contami-
nantes no final do ciclo de produção ou no processo de 
purificação. 
Todos os equipamentos utilizados na produção devem 
ser limpos, desinfetados e sanitizados sempre que 
possível antes do uso. 
O almoxarifado deve ter armazenamento em sacos 
de polietileno, pallets e recipientes com tampa. Deve ter 
condições adequadas de edificação, limpeza, manuseio e 
fluxo de materiais. Deve ter controle de insetos, roedores e 
pássaros. E um cuidado especial com matéria-prima que 
depende da concentração osmótica para a conservação. 
E o cuidado com o pessoal deve ser feito com o uso de 
barreiras físicas como gorros, luvas, máscara, lavagem, 
desinfecção ou esterilização do uniforme (fornecida pela 
empresa). Além de treinamento constante.

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