Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROBLEMA 01: ENGRAVIDEI, E AGORA? ABERTURA Passo 1: Ler atentamente o problema, identificar e esclarecer os termos desconhecidos. • mUI/ml; • Quimiluminescência; • Hcg e Beta hCG; HCG → A gonadotrofina coriônica humana; A gonadotropina coriônica humana é uma glicoproteína secretado inicialmente pelo óvulo fecundado e posteriormente em maior quantidade pelo trofoblasto; com peso molecular aproximado de 39.000 e grande parte da mesma estrutura e função molecular do hormônio luteinizante secretado pela hipófise. A sua função mais importante é evitar a involução do corpo lúteo ao final do ciclo sexual feminino mensal. Em vez disso, faz com que o corpo lúteo secrete quantidades ainda maiores de seus hormônios sexuais — progesterona e estrogênios — pelos próximos meses. O hCG começa a ser produzido antes da implantação do embrião, e imediatamente após a implantação já é encontrado no sangue em níveis que duplicam a intervalos de cerca de 48 a 72 horas. A dosagem de hCG permite o diagnóstico de gravidez antes do atraso menstrual, com mais sensibilidade que qualquer outro método disponível. Fatores que influenciam a escolha de fazer o teste na urina ou no soro incluem a duração do atraso menstrual, necessidade de precisão, conveniência e custo. Uma vez que os testes de urina são ligeiramente menos sensíveis do que os do soro, os testes de soro são preferíveis quando o atraso da menstruação é menor que uma semana, especialmente quando a exclusão da gravidez é um fator importante no atendimento à paciente. Beta hCG → • Subunidade do hCG, onde existe o beta hCG e o alfa hCG; A subunidade BETA é a analisada nos testes de gravidez modernos. Passo 2: Identificar as temáticas propostas pelo problema. - Diagnóstico de gravidez através do exame de quimioluminescência; - Teste laboratorial (sangue) de gravidez; - Teste de gravidez de farmácia; - Eficácia do teste de gravidez de farmácia; - Relação entre hCG e sintomas em função do tempo de gravidez; - Fisiologia da gravidez; - Gravidez na adolescência; - Impactos e condutas da gravidez na adolescência (biopsicossocial); - Impactos e taxa de gravidez na adolescência no Brasil; - Educação sexual na adolescência; - Ciclo menstrual; - Métodos contraceptivos (efetividade dos métodos); Passo 3: Levantar conhecimentos prévios sobre as temáticas identificadas (“Chuva de ideias”) · Pode escrever? Pode, mas não é obrigatório! Aprender a aprender Passo 4: Elaborar síntese da chuva de ideias (1 a 3 orações). Gravidez na adolescência: diagnóstico, fisiologia, métodos contraceptivos e seus impactos. Passo 5: Estabelecer os objetivos de aprendizagem que levem o aluno ao aprofundamento e complementação da “chuva de ideias” para a compreensão das temáticas. 1. Mostrar os mecanismos dos diferentes tipos de teste de gravidez; O teste rápido de gravidez foi incluído como teste de triagem na rotina de exames do pré-natal, pois o mesmo pode ser realizado na própria UBS, acelerando o processo para confirmação da gravidez e início do pré-natal. O mesmo torna-se reagente após 5 dias de atraso do ciclo menstrual. O beta- HCG (gonadotrofina coriônica humana) quando indicado, é utilizado como diagnóstico confirmatório e precoce da gravidez. Esse hormônio pode ser detectado no sangue periférico cerca de uma semana após a concepção, a partir disso, sua concentração sérica aumenta, atingindo o pico entre 60 a 90 dias durante a gestação. Teste de gravidez no soro O método mais sensível para detectar hCG no início da gravidez é um teste de gravidez no soro. Os testes de gravidez séricos qualitativos normalmente detectam níveis de hCG de 5 a 10 mUI/mL, enquanto um teste de beta-hCG de soro quantitativo de alta sensibilidade pode medir valores de hCG tão baixos quanto 1 a 2 mUI/mL. A concentração mediana de hCG é maior no soro do que na urina (O’Connor et al., 1993; Davies et al., 2003), portanto, no início da gravidez, um teste de gravidez no soro pode ser positivo, enquanto o teste de gravidez na urina ainda é negativo. A única vantagem potencial do teste de gravidez no soro qualitativo em relação ao teste quantitativo é que o resultado do teste qualitativo pode ser dado com mais rapidez (Furtado et al., 2012). O resultado do teste qualitativo pode ficar disponível em 15 minutos, mas, como as amostras são tipicamente processadas em lotes, pode levar muito mais tempo para se obter um resultado. Teste de gravidez na urina O teste de gravidez na urina não precisa de laboratório e leva apenas 1 a 5 minutos para se ter o resultado. Na prática clínica, o resultado apresenta positividade para valores de hCG urinário a partir de 20 a 50 mUI/mL. Como a concentração de beta-hCG na urina pode ser muito menor do que no soro, os testes de gravidez na urina podem não ser positivos quando o beta-hCG sérico é positivo (Norman et al., 1987; Díaz-Cueto et al., 1994). Uma amostra aleatória de urina pode ser usada para testar, porque a produção de hCG não é circadiana e uma baixa gravidade específica da urina não parece alterar a sensibilidade da detecção de hCG, a menos que o teste usado tenha alto limite para a positividade do hCG ou a amostra de urina seja extremamente diluída (Ikomi et al., 1998). Testes rápidos de gravidez (caseiro ou de farmácia) Os testes rápidos de gravidez (TRG), mas conhecidos como testes caseiros ou de farmácias, estão disponíveis desde a década de 1970, mas somente nos últimos anos eles se tornaram amplamente acessíveis, economicamente viáveis e confiáveis do ponto de visto clínico. Há atualmente no mercado farmacêutico dezenas de marcas diferentes de testes de gravidez que podem ser feitos sem a necessidade de laboratório e que fornecem o resultado em poucos minutos. Já existem até testes digitais que fornecem o resultado por escrito de forma clara e inequívoca. Eles detectam hCG na urina usando métodos de ensaio imunométrico (Cole et al., 2004). O desempenho do TRG é afetado pela técnica e interpretação dos usuários (Bastian et al., 1998). A maioria dos produtos tem orientação de uso após o atraso menstrual de sete ou mais dias (Ministério da Saúde, 2013; Cole et al., 2004). O TRG mais utilizado no Brasil é o de tira. Para fazer esse teste, a tira deve ser retirada da embalagem somente na hora de fazer o exame. Após coletar a urina (preferencialmente, primeira urina do dia) (Ministério da Saúde, 2013) em um pote específico ou mesmo em copo plástico, a tira deve ser mergulhada na urina, sendo segurada pela extremidade azul. Após 1 minuto, retira-se a tira da urina e deixa-se em repouso sobre uma bancada por 5 minutos. A leitura do resultado deve ser feita aos 5 minutos. Se o procedimento tiver sido bem feito, logo abaixo da área azul da tira surgirá uma fina faixa roxa ou rosada, que é chamada faixa de controle. Essa primeira faixa indica apenas que o teste foi realizado com sucesso, ela não tem nada a ver com o resultado do teste em si. Se o exame for positivo, ou seja, se a mulher estiver grávida, abaixo da faixa de controle surgirá também outra faixa roxa ou rosada, que pode ter intensidade forte ou fraca. Se a gravidez ainda estiver muito inicial e os níveis de hormônio beta-hCG na urina ainda estiverem baixos, a reação da tira será fraca, assim como a intensidade da faixa. Portanto, se após 5 minutos existirem duas faixas roxas, por mais fraca que seja a segunda, isso indica um resultado positivo. Por outro lado, se a mulher não estiver grávida, e o resultado for negativo, só haverá uma única faixa visível, que é a faixa de controle. Se não houver faixa alguma, isso significa que o teste não foi bem feito e deve ser repetido com uma nova tira. Os resultados positivos do TRG, se possível, devem ser confirmados com outros testes de dosagem dehCG ou outro exame de certeza, por exemplo, confirmação com Doppler de atividade cardíaca fetal ou visualização ultrassonográfica da gravidez. No Brasil, o Ministério da Saúde disponibiliza o TRG para as equipes de atenção básica e maternidades. O teste pode ser realizado dentro ou fora da unidade de saúde, respeitando o direito de autonomia e sigilo. Em qualquer das circunstâncias, o acolhimento deve ser realizado pelo profissional de saúde no sentido de garantir informação qualificada e fortalecer o vínculo com a usuária (Ministério da Saúde, 2013). 2. Compreender a fisiologia do ciclo menstrual; RESUMO – Ciclo ovariano A cada 28 dias, mais ou menos, hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior fazem com que cerca de 8 a 12 novos folículos comecem a crescer nos ovários. Um desses folículos finalmente “amadurece” e ovula no 14o dia do ciclo. Durante o crescimento dos folículos, é secretado, principalmente, estrogênio. Depois da ovulação, as células secretoras dos folículos residuais se desenvolvem em corpo lúteo que secreta grande quantidade dos principais hormônios femininos, estrogênio e progesterona. Depois de outras duas semanas, o corpo lúteo degenera, quando, então, os hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona, diminuem bastante, iniciando a menstruação. Um novo ciclo ovariano, então, se segue. • Homônimos gonadotrópicos (sexuais) -> LH e FSH → liberados pela hipotálomo GnH (); • É nesse ambiente de (1) crescimento rápido do folículo; (2) menor secreção de estrogênio após fase prolongada de sua secreção excessiva; e (3) início da secreção de progesterona que ocorre a ovulação. Sem o pico pré-ovulatório inicial de LH, a ovulação não ocorreria. CICLO ENDOMETRIAL – pg 3006 Guyton Um ciclo menstrual dura cerca de um mês As mulheres produzem gametas em ciclos mensais (em média de 28 dias, com variação normal de 24-35 dias). Esses ciclos são comumente denominados ciclos menstruais, uma vez que apresentam um período de 3 a 7 dias de sangramento uterino, conhecido como menstruação. O ciclo menstrual pode ser descrito de acordo com as mudanças que ocorrem nos folículos ovarianos, o ciclo ovariano, ou pelas mudanças que ocorrem no revestimento endometrial do útero, o ciclo uterino. A FIGURA 26.11 é um resumo que mostra os ciclos menstruais típicos e suas fases. Observe que o ciclo ovariano é dividido em três fases: 1. Fase folicular. A primeira parte do ciclo ovariano, conhecida como fase folicular, é um período de crescimento folicular no ovário. Essa fase é a que tem duração mais variável, de 10 a 21 dias. 2. Ovulação. Quando um ou mais folículos amadurecem, o ovário libera o(s) ovócito(s) durante a ovulação. 3. Fase lútea. A fase do ciclo ovariano que segue a ovulação é conhecida como pós-ovulatória ou fase lútea. O segundo nome tem origem na transformação do folículo rompido em um corpo lúteo, assim denominado devido ao pigmento amarelo e aos depósitos de lipídeos. O corpo lúteo secreta hormônios que continuam a preparação para a gestação. Se a gestação não ocorre, o corpo lúteo para de funcionar após cerca de duas semanas, e o ciclo ovariano é reiniciado. O revestimento endometrial do útero também segue um ciclo – o ciclo uterino – regulado por hormônios ovarianos: 1. Menstruação. O começo da fase folicular no ovário corresponde ao sangramento menstrual do útero. 2. Fase proliferativa. A parte final da fase folicular do ovário corresponde à fase proliferativa no útero, durante a qual o endométrio produz uma nova camada de células em antecipação à gestação. 3. Fase secretora. Após a ovulação, os hormônios liberados pelo corpo lúteo convertem o endométrio espessado em uma estrutura secretora. Assim, a fase lútea do ciclo ovariano corresponde à fase secretora do ciclo uterino. Se não ocorrer gravidez, as camadas superficiais do endométrio secretor são perdidas durante a menstruação, quando o ciclo uterino inicia novamente. Os ciclos ovariano e uterino estão sob o controle primário de vários hormônios: _ GnRH do hipotálamo. _ FSH e LH da adeno-hipófise. _ Estrogênio, progesterona, inibina e AMH do ovário. 3. Explicar a fisiologia da gravidez (hormônios e sintomas); Na gravidez, a placenta forma quantidades especialmente grandes de gonadotropina coriônica humana, estrogênios, progesterona e somatomamotropina coriônica humana, e as três primeiras, e provavelmente também a quarta, são essenciais à gravidez normal. A menstruação normalmente ocorre em mulher não grávida cerca de 14 dias depois da ovulação, época em que grande parte do endométrio uterino se descama da parede uterina e é expelido para fora do útero. Se isso ocorresse após a implantação do ovo, a gravidez seria terminada. Entretanto, essa descamação é evitada pela secreção de gonadotropina coriônica humana pelos tecidos embrionários em desenvolvimento. Simultaneamente ao desenvolvimento das células trofoblásticas do ovo recém- fertilizado, o hormônio gonadotropina coriônica humana é secretado pelas células trofoblásticas sinciciais para os líquidos maternos, como mostrado na Figura 83-7. A secreção desse hormônio pode primeiro ser medida no sangue, 8 a 9 dias após a ovulação, pouco depois do blastocisto se implantar no endométrio. Em seguida, a secreção aumenta rapidamente, atingindo nível máximo em torno de 10 a 12 semanas de gestação e diminuindo novamente a valor mais baixo, por volta de 16 a 20 semanas, continuando nesse nível pelo restante da gravidez. A Função da Gonadotropina Coriônica Humana. A gonadotropina coriônica humana é uma glicoproteína com peso molecular aproximado de 39.000 e grande parte da mesma estrutura e função molecular do hormônio luteinizante secretado pela hipófise. A sua função mais importante é evitar a involução do corpo lúteo ao final do ciclo sexual feminino mensal. Em vez disso, faz com que o corpo lúteo secrete quantidades ainda maiores de seus hormônios sexuais — progesterona e estrogênios — pelos próximos meses. Esses hormônios sexuais impedem a menstruação e fazem com que o endométrio continue a crescer e armazenar grandes quantidades de nutrientes, em vez de se descamar em produto menstrual. Por conseguinte, as células semelhantes às células deciduais, que se desenvolvem no endométrio durante o ciclo sexual feminino normal, transformam-se, na verdade, em células deciduais verdadeiras — bastante inchadas e nutritivas — mais ou menos na mesma época em que o blastocisto se implanta. Sob a influência da gonadotropina coriônica, o corpo lúteo no ovário materno cresce para cerca de duas vezes seu tamanho inicial, por volta de um mês depois do início da gravidez. E sua secreção contínua de estrogênios e progesterona mantém a natureza decidual do endométrio uterino, o que é necessário para o desenvolvimento inicial do feto. Se o corpo lúteo for removido antes de aproximadamente sete semanas de gestação, quase sempre ocorrerá aborto espontâneo, às vezes até a 12ª semana. Depois dessa época, a placenta secreta quantidades suficientes de progesterona e estrogênios para manter a gravidez pelo restante do período gestacional. O corpo lúteo involui lentamente depois da 13a a 17a semana de gestação. Gonadotrofina coriônica humana O corpo lúteo permanece ativo durante o início da gestação devido à gonadotrofina coriônica humana (hCG), um hormônio peptídico secretado pelas vilosidades coriônicas e pela placenta em desenvolvimento. A hCG é estruturalmente relacionada ao LH e se liga aos receptores do LH. Sob a influência da hCG, o corpo lúteo continua produzindo progesterona para manter o endométrio intacto. 4. Entender a sexualidade e gravidez na adolescência no Brasil (biopsicossocial); a. Educação sexual; b. Taxa. Em 2006, houve quase meio milhão de partos em mulheres com idade entre 15 e19 anos (CDC, 2009). O índice nacional foi de 42 nascimentos para cada 1. 000 mulheres com idade entre 1 5 e 19 anos. Ainda que esta taxa tenha se reduzido sensivelmente quando comparada aos 77 por 1.000 de 1990, a redução continuada deve permanecer uma prioridade máxima. Assim como o aborto, a gestação em adolescentes é uma situação complexa, impactada por opiniões enraizadas e ideologias religiosas que em alguns casos resultaram em bloqueio do acesso de adolescentes. aos serviços de planejamento familiar. Outro fator complicador é a prevalência da educação sexual nas escolas. A despeito do sucesso dos programas de planejamento familiar citados anteriormente, vários estados, em geral movidos por preocupações sociopolíticas, optaram por se associar à ideia da abs tinência sexual como única forma de contraeepção e à exch 1sáo dos programas de planejamento familiar que incluíssem tópicos rela cionados com o aborto. Em um artigo na revista Newsweek, Anna Quindlen (2009) concluiu que "o Congresso desperdiça 1 ,5 bilhão de dólares em programas essencialmente antissexo que se limitam a defender a abstinência, a despeito dos seguintes fatos: os programas não funcionam. Na verdade, são contraproducentes". E a situação se agrava; alguns estados retiraram recursos dos setviços de planejamento familiar para alocá-los em programas defendendo a abstinência sexual como única forma de contracepção. Neste particular, o Texas talvez seja o pior exemplo. De acordo com o Dal/as Morning News (2009), 96% dos distritos escolares texanos, submetendo-se a pressões do Conselho Educacional, ensinam que a abstinência é a única forma de praticar contracepção ou simplesmente evitam abordar questões sobre sexo. Não surpreende, porranto, que o Texas esteja entre os cinco estados com maior taxa de gravidez entre adolescentes nos últimos anos. De acordo com os CDC, conforme publicado por Ventura (2009), o Texas ocupou o primeiro lugar em 2006, com 63 nascimentos para cada 1.000 mulheres com idade entre 15 e 19 anos, em comparação à média nacional de 42 nascimentos para 1.000 mulheres. O Alasca-outro estado que recentemente aderiu ao programa de incentivo à abstinência -levou o pais a um aumento de 19% na taxa de nascimentos entre mães adolescentes de 2005 a 2009. Teste negativo – Não deseja a gravidez Orientar e oferecer os métodos contraceptivos. Ofertar testes rápidos (sífilis, HIV e hepatites virais). Teste negativo – Deseja a gravidez Verificar se se trata de esterilidade conjugal e dar os encaminhamentos cabíveis. Afastada a esterilidade conjugal, oferecer consulta preconcepção. Prescrever o uso do ácido fólico, com orientações. Teste positivo – Deseja a gravidez Iniciar a rotina de pré-natal e reforçar o convite para a participação da parceria sexual durante as consultas, favorecendo o engajamento do parceiro(a) em ações educativas e preventivas. Teste positivo – Não deseja a gravidez Nem sempre a mulher adulta, jovem ou adolescente está aguardando a confirmação da gravidez como um motivo de comemoração, pois em algumas situações ela não desejaria estar grávida. Muitas vezes, a confirmação da gravidez provoca medo, preocupação e sofrimento. O possível julgamento acerca do início da vida sexual das adolescentes pode constituir uma barreira no acesso aos serviços de saúde. No caso de adolescentes, principalmente com idade entre 10 e 14 anos incompletos, ou pessoa com deficiência, é necessário que o profissional esteja atento para uma abordagem adequada que considere a possibilidade de violência sexual. Se for o caso, proceder ao atendimento e ao encaminhamento adequado de acordo com a legislação vigente e normas técnicas. Orientar sobre os direitos acerca da gestação: atenção ao pré-natal, assistência ao parto e ao nascimento, rede de proteção social com condições diferenciadas para a continuidade dos estudos, licença-maternidade, programas específicos para famílias de baixa renda e utilização de creche, e encaminhar para orientações com assistente social da rede de saúde local, se for o caso. Por tudo isso, o médico e outros profissionais de saúde capacitados devem: Ofertar mediação de conflitos familiares decorrentes da gravidez não planejada, em que o fator familiar é determinante para a não aceitação da gravidez; Orientar sobre possibilidades de adoção, caso opte(m) pela continuidade da gestação e não haja desejo ou condições de permanecer com a criança; Informar que a legislação brasileira permite a interrupção da gestação para os casos previstos em lei (violência sexual, risco de morte para a mulher, anencefalia fetal); Informar acerca do risco de práticas caseiras para a interrupção da gravidez; Orientar sobre sinais e sintomas de alerta, caso haja interrupção da gravidez de modo inseguro: febre, calafrios, hemorragia, dor abdominal, dor no baixo ventre, secreção vaginal com odor fétido, dor ao urinar. Ressaltar a importância de procurar o hospital mais próximo caso apresente quaisquer desses sintomas (Ministério da Saúde, 2013). PUBERDADE E MENARCA – 3017 GUYTON 5. Identificar a funcionamento dos diferentes métodos contraceptivos e suas respectivas efetividades. Figura 1. Métodos contraceptivos ofertados pelo SUS Fonte: Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo. http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/gestor/homepage/programa-de-fortalecimento-da- gestao-da-saude-no-estado-de-sao-paulo/consultas-publicas-manuais-da-linha-de-cuidado-da- gestante-parturiente-e-puerpera/7_metodos_contraceptivos.pdf http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/gestor/homepage/programa-de-fortalecimento-da-gestao-da-saude-no-estado-de-sao-paulo/consultas-publicas-manuais-da-linha-de-cuidado-da-gestante-parturiente-e-puerpera/7_metodos_contraceptivos.pdf http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/gestor/homepage/programa-de-fortalecimento-da-gestao-da-saude-no-estado-de-sao-paulo/consultas-publicas-manuais-da-linha-de-cuidado-da-gestante-parturiente-e-puerpera/7_metodos_contraceptivos.pdf http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/gestor/homepage/programa-de-fortalecimento-da-gestao-da-saude-no-estado-de-sao-paulo/consultas-publicas-manuais-da-linha-de-cuidado-da-gestante-parturiente-e-puerpera/7_metodos_contraceptivos.pdf As práticas contraceptivas podem ser incluídas em diversos grupos. A abstinência, a abstenção total de relações sexuais, é o método mais seguro de evitar a gestação (e as doenças sexualmente transmissíveis). Alguns casais praticam a abstinência somente durante os períodos em que a fertilidade está aumentada, calculados pela utilização de métodos de controle de natalidade baseados na conscientização da fertilidade.** A esterilização é o método contraceptivo mais eficaz para pessoas sexualmente ativas, porém é um procedimento cirúrgico e não é facilmente revertido. A esterilização feminina é chamada de ligação tubária.*** Ela consiste na ligação e secção das tubas uterinas. Uma mulher com uma ligação tubária ainda ovula, mas os ovócitos permanecem no abdome. A esterilização masculina é a vasectomia, em que os ductos deferentes são ligados e seccionados ou clampeados. Os espermatozoides ainda são produzidos nos túbulos seminíferos, mas, como não podem sair do trato genital, são reabsorvidos. Os métodos de intervenção da contracepção incluem: (1) métodos de barreira, que impedem a união do espermatozoide com o ovócito; (2) métodos que impedem a implantação do ovócito fertilizado (contraceptivo de emergência??); e (3) tratamentos hormonais que diminuem ou interrompem a produção de gametas. A eficácia da intervenção contraceptiva depende em parte de quão constante e corretamente ela é usada (TAB. 26.1). Métodos de barreira Os métodos contraceptivos com base em barreiras químicas ou físicas estão entre os métodosde controle de natalidade mais facilmente lembrados. Após ter sido feita a associação entre a gestação e o esperma, foram inventadas diversas barreiras físicas e espermicidas para matar os espermatozoides. Um papiro do Egito antigo, com a primeira referência conhecida ao controle de natalidade, descreve o uso de uma barreira vaginal feita com folhas, penas, figos e alume,* misturados com esterco de crocodilo e de elefante. Esponjas marinhas embebidas em vinagre e discos de seda com óleo também foram utilizados em um momento ou outro. Nos séculos subsequentes, as mulheres usaram alho, terebintina e pétalas de rosa para lavar a vagina após o coito. Como você pode imaginar, muitos desses métodos também causaram infecções vaginais ou uterinas. Versões modernas de barreiras femininas incluem o diafragma, introduzido nos Estados Unidos em 1916. Esta membrana de borracha em forma de cúpula e uma versão menor, denominada capuz cervical, são geralmente preenchidos com creme espermicida e depois inseridos no topo da vagina para cobrir o colo do útero. Uma vantagem do diafragma é que ele não é hormonal. Quando usado de forma apropriada e regularmente, o diafragma é bastante eficaz (97-99%). Entretanto, ele nem sempre é utilizado, uma vez que deve ser inserido perto do momento do intercurso e, consequentemente, 20% das mulheres que dependem do diafragma para a contracepção engravidam no primeiro ano de uso. Outra barreira contraceptiva feminina é a esponja contraceptiva, que contém um espermicida químico. A barreira contraceptiva do homem é o preservativo, uma capa que se encaixa sobre o pênis e coleta o sêmen ejaculado. Os homens usaram preservativos feitos de bexigas e intestinos de animais durante séculos. Os preservativos perderam popularidade quando os contraceptivos orais tiveram seu uso ampliado nas décadas de 1960 e 1970, mas recentemente eles voltaram a ser utilizados por combinar proteção contraceptiva com proteção contra muitas doenças sexualmente transmissíveis. Entretanto, preservativos de látex podem causar reações alérgicas, e existem evidências de que o HIV pode passar através dos poros de alguns preservativos que são hoje produzidos. Uma versão feminina do preservativo também está disponível comercialmente. Ela recobre o colo do útero e reveste completamente a vagina, fornecendo mais proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Prevenção da implantação Alguns métodos contraceptivos não impedem a fertilização, mas impedem que o ovócito fertilizado se implante no endométrio. Eles incluem tanto os dispositivos intrauterinos (DIUs) quanto o uso de compostos químicos que mudam as propriedades do endométrio. Os DIUs são dispositivos de plástico envolto em cobre que são inseridos dentro da cavidade uterina, onde matam os espermatozoides e criam uma leve reação inflamatória que impede a implantação. Eles têm baixas taxas de falha (0,5% ao ano), mas os efeitos colaterais variam desde dor e sangramento até infertilidade causada por doença inflamatória pélvica e bloqueio das tubas uterinas. Alguns DIUs contêm hormônios semelhantes à progesterona. Tratamentos hormonais Técnicas que diminuem a produção de gametas dependem da alteração do ambiente hormonal do corpo. Nos séculos passados, as mulheres ingeriam ou bebiam misturas de várias plantas para obter contracepção. Algumas dessas substâncias realmente funcionavam porque as plantas continham compostos semelhantes ao estrogênio. A farmacologia moderna tem aprimorado este método, e hoje as mulheres podem escolher entre pílulas contraceptivas orais, injeções que duram meses ou anel vaginal contraceptivo. Os contraceptivos orais, também chamados de pílulas de controle da natalidade, tornaram-se disponíveis pela primeira vez em 1960. Eles baseiam-se em várias combinações de estrogênio e progesterona, que inibem a secreção de gonadotrofinas pela hipófise. Sem níveis adequados de FSH e de LH, a ovulação é suprimida. Além disso, a progesterona presente nas pílulas contraceptivas torna o muco cervical espesso e ajuda a impedir a penetração dos espermatozoides. Estes métodos hormonais de contracepção são muito eficazes quando usados corretamente, mas também trazem alguns riscos, como o aumento na incidência de formação de coágulos sanguíneos (trombos) e de acidente vascular encefálico (principalmente em mulheres fumantes). O desenvolvimento de um contraceptivo hormonal masculino tem sido lento devido aos efeitos colaterais indesejáveis. Os contraceptivos que bloqueiam a secreção de testosterona ou sua ação provavelmente também diminuem a libido masculina ou podem causar impotência. Ambos os efeitos colaterais são inaceitáveis para os homens que poderiam se interessar em utilizar esse método. Alguns dos primeiros contraceptivos orais masculinos suprimiam irreversivelmente a produção de espermatozoides, o que também não é aceitável. Atualmente, vários ensaios clínicos estão avaliando métodos hormonais e não hormonais para diminuir a fertilidade masculina. As vacinas contraceptivas baseiam-se em anticorpos contra vários componentes dos sistemas genitais masculino e feminino, como anticorpos antiespermatozoide e antiovócito. Todavia, ensaios clínicos de vacinas humanas têm apresentado resultados desapontadores e, para os seres humanos, as vacinas parecem não ser um contraceptivo prático. Passo 6: Feedback da abertura. Passo 7: Estudo individual respeitando os objetivos levantados (Tempo de estudo autodirigido - TEAD). REFERÊNCIAS Objetivo 1 Objetivo 2 SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 7ª Edição, Artmed, 2017. GUYTON, A.C. e Hall J.E. Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. Objetivo 3 GUYTON, A.C. e Hall J.E. Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. Objetivo 4 Obstetrícia de Williams. 23. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. Objetivo 5 SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017. UNASUS. https://www.unasus.gov.br/noticia/conheca-mais-sobre-os-metodos- contraceptivos-distribuidos-gratuitamente-no-sus https://www.unasus.gov.br/noticia/conheca-mais-sobre-os-metodos-contraceptivos-distribuidos-gratuitamente-no-sus https://www.unasus.gov.br/noticia/conheca-mais-sobre-os-metodos-contraceptivos-distribuidos-gratuitamente-no-sus
Compartilhar