Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ressuscitação Cardiopulmonar e Atendimento Cardiovascular de Emergência Parada Cardiorespiratória Interrupção súbita, inesperada e catastrófica dos batimentos cardíacos, e consequentemente da função do coração como bomba (OMS). Morte Súbita Colapso súbito que termina em morte estabelecida em 1 hora do início dos sintomas (OMS) RCP - Histórico • 1966: Primeira diretriz de ressuscitação é publicada (AHA) • 1972: Leonard Cobb: primeiro treinamento em massa de RCP do mundo • 1986: Concenso nacional de RCP • 1991: AHA lança conceito de Cadeia de Sobrevivência • 2000: primeiro concenso mundial de RCP • 2008: Hands Only RCP • 2012: SBC: primeira Diretriz de RCP e Cuidados cardiovasculares de Emergência • 2015: Atualização das Diretrizes de RCP e ACE da AHA Epidemiologia • 3 milhões de mortes súbitas anuais • 30 por semana por 1 milhão de habitantes • 300.000 mortes/ano (EUA) • Brasil (200.000) => 312 000 por ano => 854 por dia => 6 a cada 5 min • PCR pré hospitalar: taxa de sobrevida média de 7,9% Como mudar ? • Treinamento é fundamental • Trabalho em equipe é fundamental Entendendo a Cadeia de Sobrevivência QUAL A IMPORTÂNCIA DA RCP? MELHORES CHANCES DE SOBREVIDA DEPENDEM DE RCP DE QUALIDADE E DESFIBRILAÇÃO PRECOCE 4 MIN: inicia-se lesão cerebral 10 MIN: morte cerebral estabelecida Modelo trifásico da terapia de PCR Colapso 4 min pós PCR 10 min pós PCR TEMPO Fase elétrica FV Fase circulatória Fase metabólica Desfibrilação Compressão Desfibrilação Novas terapias Reconhecimento da PCR e chamar por ajuda • Cena do evento segura para ação do socorrista • Checar se o paciente apresenta ou não algum grau de resposta 2015>> para ajudar as pessoas presentes no local a reconhecer a PCR, os atendentes devem perguntar sobre a ausência de resposta da vítima e a qualidade da respiração. Se a vítima não responder ou não respirar ou tiver respiração anormal deve se pressumir que a vítima esteja em PCR Desencadeamento do sistema de emergência • Chamar por ajuda sem sair do local • Iniciar as compressões torácicas • Acesso rápido ao desfibrilador – Melhor prognóstico para PCR Compressões torácicas • Pressão de perfusão coronariana e cerebral determinadas pelas manobras de RCP são cruciais pois determinam maior probabilidade de reversão da FV para ritmo organizado com pulso após o choque e retardam a instalação de lesão neurológica hipóxica 2015>> socorristas leigos sem treinamento devem fornecer RCP somente com as mão. Deve manter estas até a chegada de um DEA ou de socorristas com treinamento adicional. Com socorrisa leigo treinado: 30 compressões para 2 ventilações. Compressões de Alta Qualidade • Número total de compressões é fator determinante de sobrevida pós PCR • Não retardar o início das compressões • Evitar ao máximo interrompe-las • Realizar de forma efetiva Compressões de alta qualidade • Frequência das compressões torácica • Profundidade das compressões torácicas • Retorno do tórax 2015>> em vítimas adultas de PCR, o correto é que os socorristas apliquem compressões torácicas a uma frequência de 100-120/min 2015>> durante a RCP manual os socorristas devem aplicar compressões torácicas até uma profundidade de 5 cm, evitando compressões maiores que 6 cm 2015>> os socorristas devem evitar apoiar-se sobre o tórax entre as compressões para permitir o retorno total da parede torácica em adultos com PCR Desfibrilação • A ênfase na desfibrilação precoce integrada com RCP de alta qualidade e a chave para melhorar a sobrevivência à PCR súbita • Quanto mais precoce a desfibrilação melhores são os resultados • Identificar o momento do atendimento – Parada presenciada desde o seu início – Parada atendida já com alguns minutos de seu início • Profissionais de saúde tratando PCR em hospitais ou outras instituições com DEAs/DAE ou desfibriladores no local devem aplicar a RCP imediatamente e usar o DEA/ DAE/desfibrilador tão logo o equipamento esteja disponível O que é o DEA? Passo a passo no uso do DEA • Ligar o DEA. Você faz isso pressionando um botão ou abrindo a tampa do DEA. Então, o DEA lhe indicará o que fazer a seguir. Caso você esteja com outra pessoa além da vítima, continue a RCP enquanto o outro socorrista aplica as pás auto-adesivas na vítima. • Aplicar as pás auto-adesivas no adulto.Remova a roupa do tórax da vítima. Abra o pacote das pás para adultos do DEA e retire o plástico de proteção das mesmas. Aplique o lado adesivo das pás diretamente na pele do tórax da vítima. O desenho no pacote das pás mostra onde colocá-las. Para a maioria dos DEA, você coloca uma pá na parte superior direita do tórax, abaixo da clavícula da vítima. Você colocará esta pá justamente à direita do esterno. Coloque a outra pá do lado esquerdo do tórax da vítima, uns poucos centímetros abaixo da axila esquerda. Passo a passo no uso do DEA • “Afastar” todos do paciente e permitir que o DEA analise o ritmo cardíaco.Quando você “afasta” todos da vítima, você se assegura de que ninguém a esteja tocando. Então, o DEA pode analisar o ritmo cardíaco. Alguns DEA indicam para apertar um botão para iniciar a análise. O DEA lhe indica, a seguir, se é necessário um choque. O DEA usará uma mensagem sonora ou uma luz que se acende de forma intermitente ou uma mensagem de texto. • “Afaste” todos do paciente e aperte o botão CHOQUE.Se o DEA fornecer uma mensagem de “choque recomendado”, “afaste” todos da vítima e depois pressione o botão de CHOQUE. Quando o choque é fornecido, os braços e outros músculos da vítima se sacudirão. Reinicie imediatamente as manobras de RCP com as compressões torácicas (na velocidade 100 compressões/minutos) até o momento do DEA indicar para se afastarem da vítima para nova análise do ritmo cardíaco (em geral, após 2 minutos). • Lembre-se, deixe o DEA aplicado no tórax da vítima até que os socorristas do serviço médico de resgate cheguem. Você deve deixá-lo aplicado mesmo se a vítima tiver retornado à respiração ou se movimentando. • Água: não aplique um choque se a vítima estiver molhada ou deitada na água. A água pode fazer com que o choque flua sobre a pele de uma pá a outra. Se isto acontecer, a energia não vai para o coração. Nesta situação, mova a vítima para fora da água. Limpe seu tórax rapidamente com uma toalha, antes de aplicar as pás. Você deve manter uma toalha pequena no estojo portátil do DEA. Se a vítima estiver deitada em uma pequena poça de água, mas seu tórax estiver seco, você pode aplicar os choques. • Adesivos medicamentosos: você não deve colocar as pás do DEA sobre um adesivo medicamentoso. O adesivo pode bloquear parte do choque, de modo que o mesmo não seja eficaz. Além disso, podem ocorrer queimaduras. Neste caso, se a vítima tiver um adesivo medicamentoso no lugar onde você deve colocar a pá do DEA, retire- o e limpe o tórax, antes de colocar a pá. Situações Especiais com o DEA Situações Especiais com o DEA • Marca-passo ou desfibrilador implantado: algumas vítimas têm um marca-passo ou desfibriladores implantados. Estes dispositivos produzem uma protuberância dura sob a pele do tórax. Você não deve colocar uma pá do DEA sobre esta protuberância, porque ela bloqueará o fornecimento da energia do choque no coração. Se você observar esta protuberância, coloque a pá pelo menos 2,5 cm distante. • Muito pêlo no peito: se a vítima tiver muito pêlo no peito, as pás auto- adesivas podem aderir ao pêlo, em vez de na pele do tórax. Se isto acontecer, pressione firmemente as pás. Se isto não resolver o problema, puxe as pás rapidamente com a intenção de depilar o local e limpe o tórax (certifique-se que o DEA possui outro par de pás). Se ainda houver pêlo no lugar onde você colocará as pás, raspe a área com a lâmina do estojo portátil do DEA. Depois, coloque um novo conjunto de pás. SUPORTE AVANÇADO DE VIDA CARDIOVASCULAREQUIPE DE RESSUCITAÇÃO • 1 LIDER • 2 COMPRESSÕES TORÁCICAS • 1 VIA AÉREA • 1 MEDICAÇÕES • 1 DESFIBRILADOR/MONITOR EQUIPE DE RESSUSCITAÇÃO LIDER • Organiza o grupo • Monitora o desenvolvimento individual • Dá suporte aos membros da equipe • Imprime comportamento excelente à equipe • Treina e orienta • Facilita a compreensão • Enfoca cuidados gerais ao paciente • Dá feedback MEMBROS • Cientes da sua função • Preparados para cumprir as responsabilidades • Bem treinados nas habiidades da RCP • Conhecedores doa algoritmos • Comprometidos com o sucesso Sequência do Atendimento • Verificar paciente • Chamar ajuda e o desfibrilador • Iniciar RCP de qualidade – 30:2 • Verificar o ritmo RITMOS DE PCR ✓ASSISTOLIA ✓ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO (AESP) CHOCÁVEIS ✓FIBRILAÇÃO VENTRICULAR (FV) ✓TAQUICARDIA VENTRICULAR (TV) NÃO CHOCÁVEIS ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO (AESP) • Homem 60 anos, renal crônico, subitamente desmaia durante sessão de hemodiálise • Sua pressão está inaudível, o oximetro de pulso não detecta saturação e o monitor mostra ritmo regular de complecos estreitos com frequência de 90 bpm AESP RITMO DETERMINADO AESP • NÃO CONFIAR NO MONITOR • Desconfiar sempre de AESP diante de uma piora súbita e inexplicável de quadro do paciente • Investigar a causa (5H/5T) • 5 H – HIPOXEMIA – HIPOVOLEMIA – HIPOTERMIA – HIPO/HIPERCALEMIA – HIDROGÊNIO (ACIDOSE) • 5 T – TROMBOSE CORONARIANA (IAM) – PNTX HIPERTENSIVO – INTOXICAÇÕES – TAMPONAMENTO CARDÍACO – TEP AESP • RCP qualidade • Checar ritmo a cada 2min e palpar pulso se ritmo organizado • Epinefrina 1 mg 3-5 minutos • Vasopressiva - ATUALIZADO • NÃO OFERECE NENHUMA VANTAGEM COMO SUBSTITUTO DA DOSE PADRÃO DE EINEFRINA NA PCR • Investigar causas • ESQUEÇA ATROPINA • ESQUEÇA VASOPRESSIVA ASSISTOLIA • Você é chamado na sala de emergência para atender um jovem vítmia de eletrocussão • Após constatar inconsciência, apnéia e ausência de pulso, as manobras de RCP são iniciadas e o paciente monitorado com as pás do desfibrilador ASSISTOLIA RITMO DETERMINADO • Total ausência de atividade elétrica ventricular • FV pode simular assistolia • PROTOCOLO DE LINHA RETA: cabos/ conexões, ganho, derivação ASSISTOLIA • Protocolo da linha reta • RCP qualidade • 5 H/5T • Epinefrina 1 mg 3-5 minutos • Vasopressiva - ATUALIZADO • NÃO OFERECE NENHUMA VANTAGEM COMO SUBSTITUTO DA DOSE PADRÃO DE EINEFRINA NA PCR • Checar ritmo a cada 2min e checar pulso SOMENTE se surgir ritmoorganizado no monitor • ESQUEÇA ATROPINA • ESQUEÇA VASOPRESSIVA TV/FV SEM PULSO • DURANTE O PLANTÃO VOCÊ PRESENCIA UM FUNCIONÁRIO DE 45 ANOS CAIR NO BANHEIRO TV/FV SEM PULSO Após constatar incosciência e pedir ajuda, você detecta ausência de pulso e inicia imediatamente as compressões torácicas Duas enfermeiras entram no local com carro de parada e um monitor-desfibrilador • ABCDário – NÃO RESPONDE/ NÃO RESPIRA – PEDIR AJUDA – SEM PULSO – PRÓXIMO PASSO? TV/FV SEM PULSO DESFIBRILAÇÃO ELÉTRICA • Descarga elétrica não sincronizada com o ritmo • Aplicado no tórax • Despolarização do miocárdio • Nó sinusal capaz de retomar a condução do ritmo cardíaco DESFIBRILAÇÃO ELÉTRICA • Gel eletrolítico • Eletrodos : infraclavicular direita • Inframamária esquerda • Antero-posterior inframamária • Pressão de 6 a 8kg • Monofásicox bifásico TV/FVSP • O comando "AFASTAR”é anunciado e o paciente chocado com segurança: – 200 J – BIFÁSICO – 360 J- MONOFÁSICO • DESFIBRILAÇÃO RETARDADA > 10-12 min TEM PROBABILIDADE PRÓXIMA DE ZERO DE SOBREVIVÊNCIA • DESFIBRILAÇÃO PRECOCE SALVA VIDAS Monofásico – Bifásico - Trifásico Corrente Monofásica ! fluxo de corrente entre os eletrodos em uma única direção Corrente Bifásica ! corrente de fluxo primeiro para uma direção, reverte e flui para a outra direção Corrente Trifásica ! dois reversos da polaridade DESFIBRILAÇÃO ELÉTRICA • FV tende a converter em ASSISTOLIA • SUCESSO NA REVERSÃO DIMINUI DE 7 A 10% A CADA MIN. APÓS PCR • Utilizado na FV e TV sem pulso • Desfibrilador Elétrico Automático ( DEA) • Único choque de 360 joules (monofásico) • Único choque de 150 -200 J (bifásico) • Após o choque VERIFICAR O RITMO após 5 ciclos de RCP( 2 minutos) TV/FVSP EPINEFRINA • 1 mg EV, seguindo de “flush”de 20 ml SF e elevação do braço por 20 seg • DOSE: 1 mg a cada 3-5 min • Classe indeterminada APOS 2 MINUTOS DE RCP CONTÍNUA CHECAR RITMO TV/FVSP • APOS 2 MINUTOS DE RCP CONTÍNUA CHECAR RITMO AFASTAR E NOVAMENTE CHOCAR 200 J TV/FVSP • COMPRESSÕES TORÁCICAS REINICIADAS IMEDIATAMENTE SEM CHECAR PULSO NEM RITMO NO MONITOR QUAL A PRÓXIMA DROGA ???? TV/FVSP AMIODARONA • BOLUS INICIAL: 300 mg • BOLUS ADICIONAL: 150 mg após 5-10 min • MANUTENÇÃO: 1,0 mg/min nas próximas 6 h e 0,5 mg/min nas próximas 16 h • MÁXIMO 2,2 g em 24 h TV/FVSP • Após a amiodarona o paciente é novamente chocado com 200 J bifásicos e a RCP é reiniciada • Ao término de 2 min de RCP o monitor revela ritmo organizado com Fc em torno de 90 bpm CHECAR PULSO???? TV/FVSP CHECAR PULSO >> PALPÁVEL NA AA CARÓTIDA QUAL O PRÓXIMO PASSO??? PA = 85/62 AUSCULTA CARDÍACA E PULMONAR SatO2= 91% CUIDADOS PÓS PCR • Continuam morrendo nas próximas horas … SÍNDROME PÓS PCR • Dano neurológico • Lesão e disfunção miocárdica • Disfunção de múltiplos órgãos e sistemas (isquemia/reperfusão) OTIMIZAR VENTILAÇÃO E OXIGENAÇÃO ➢Considerar via aérea avançada e capnografia ➢Manter a saturação de oxigênio > 94% ➢Evitar hiperóxia ➢Não hiperventile ➢Titule PETCO2=35-40 mmHg ou PaCO2 = 40-45 mmHg ➢Monitorar lesão pulmonar aguda pela relação PaO2/FIO2 TRATE A HIPOTENSÃO E A DISFUNÇÃO VENTRICULAR ➢PAS ≥ 90 mmHg ou PAM ≥ 65 mmHg ➢Reposição volêmica ➢ Infusão de vasopressor/inotrópico ➢Dopamina, noradenalina, epinefrina ➢Considere coronariografia precoce SUPORTE NEUROLÓGICO ➢HIPOTERMIA TERAPÊUTICA ➢CONTROLE DAS CONVULSÕES ➢EEC NO ESTADO DE MAL EPILÉTICO ➢PROGNÓSTICO NEUROLÓGICO APÓS 72 H HIPOTERMIA TERAPÊUTICA • HACA TRIAL – NEJM 2002; 346:549-556 • BERNARD – NEJM 2002; 346:557-563 • COMPLICAÇÕES • Coagulopatia • Arritmias • Hiperglicemias • Infecções > sepse • 32 a 34° C • Fluidos a 4° C, gelo na virilha, axila, pescoço e cabeça, manta e colchão térmico, equipamentos • Manter por 12-24 h • Iniciar nas primeiras 4-6 h • Reaquecer 0,5° C/h • Sedação/ BNM • Controle da temperatura central • SUPORTE METABÓLICO – Glicemia: 144-180 mg/dL. Evitar hipoglicemia – Manter K > 3,5 mEq/L até 5,5 mEq/L – Tratar hipomagnesemia • MEDIDAS GERAIS – Manutenção da amiodarona para TV/FV – Profilaxia de trombembolismo vensoso, úlcera de estresse e pneumonia associada a VM LEMBRAR • As manobras de RCP e a desfibrilação precoce constituem a melhor chance de restauração da função cardiopulmonar e cerebral de vítimas de PCR • A “cadeia de sobrevivência” representa a sequencia de eventos que devem idealmente ocorrer para aperfeiçoar as taxas de reanimação da parada cardíaca em adultos • O fator determinate isolado mais importante para que se obtenha o retorno da circulação espontânea (RCE) é a pressão de perfusão coronariana (PPC). – RPC de boa qualidade: comprimir forte e rápido; permitir retorno completo do tórax após cada compressão; minimizar as interrupções nas compressões torácicas e não hiperventilar LEMBRAR • A fibrilação ventricular é a modalidade mais frequente de PCR for a do ambiente hospitalar no adulto • A capnografia é recomendada para pacientes entubados durante todo o período da RCP • Cuidados pós PCR envolvem uma série de medidas voltadas para estabilização clínica do paciente, redução da mortalidade pecoce pós RCE e preservação da função neurológica • Hipotermia terapêutica é a únicaintervenção que tem se mostrado capaz de melhorar a condição neurológica de vítimas recuperadas de PCR
Compartilhar