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Sistema Hematopoiético
 Hematopoiese é o processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos do sangue (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) a partir de um precursor celular comum e indiferenciado chamado de célula hematopoiética ou célula-tronco. Na infância e na fase adulta a produção das células sanguíneas é realizada pela medula óssea, na cavidade central dos ossos longos. Os principais órgãos hematopoiéticos no adulto são: a medula óssea vermelha, que se localiza no interior dos ossos longos. A medula amarela á composta principalmente de gordura e não produz elementos sanguíneos; o baço e o fígado, que em casos de anemias severas podem voltar a exercer a sua função de produção de células sanguíneas, além de sua função hemocaterese; e os gânglios linfáticos, que armazenam células de defesa do organismo, chamados de linfócitos ou glóbulos brancos. A medula é muito vascularizada e consiste em tecido conjuntivo contendo células livres, sendo, as mais primitivas chamadas de células-tronco /células matrizes que são precursoras de duas linhagens diferentes de células: a linhagem mieloide e a linhagem linfoide.
 • Linhagem mieloide: inclui eritrócitos, vários tipos de leucócitos e as plaquetas; 
 • Linhagem linfoide: diferencia-se em linfócitos; As células tronco se diferenciam e originam as células do sangue através da diferenciação sanguínea. Nem todos os elementos figurados do sangue se constituem em células.
 
Hematopoiese no período intrauterino: 
 As primeiras células sanguíneas do ser humano surgem no período embrionário (pré-hepático), por volta da sétima ou oitava semana de vida. Daí até o quarto mês, a formação das células se faz em agrupamentos de células redondas localizadas no saco vitelínico. Ocorre nesse sítio eritropoiese, que se desenvolve no mesoderma. Existem duas teorias que tentam explicar tal fato. A hipótese de endotélio-hemogenia defende a formação das células tronco hematopoiéticas a partir de células endoteliais, que perdem as características fenotípicas endoteliais e passam, progressivamente, a expressar marcadores hematopoiéticos. Por outro lado, a hipótese da origem das células tronco hematopoiéticas a partir de hemangioblastos alega a existência de um precursor bipotente e indiferenciado comum às células endoteliais e hematopoiéticas. Ainda durante a gestação, do quarto ao sexto mês de vida fetal, as células tronco hematopoiéticas emigram do saco vitelínico para o fígado e as células do sangue são, então, formadas no fígado e também no baço. É o período hepatoesplênico da hematopoiese. Nesse período, além de haver eritropoiese, surgem outras linhagens hemopoiéticas, como granulócitos e megacariócitos. Após o período hepatoesplênico, a hematopoiese passa a ser feita na porção esponjosa dos ossos, também denominado período medular. A medula óssea é o sítio hematopoiético mais importante a partir de 6 a 7 meses de vida fetal, durante a infância e na vida adulta.
Hematopoiese no período extrauterino:
 Nos dois primeiros anos (fase criança), toda a medula óssea é hematopoiética. Porém, durante o resto da infância, há substituição progressiva da medula dos ossos longos por gordura, de modo que a medula hemopoética no adulto (fase adulta) é confinada ao esqueleto central e às extremidades proximais do fêmur e do úmero (convergência troncular da hematopoiese). Mesmo nessas regiões, aproximadamente 50% da medula é composta de gordura. Após os 50 anos há a produção de medula cinza pela substituição do tecido adiposo medular pela proliferação de fibroblastos nos ossos longos (fase senil).
 Uma vez levadas pela corrente circulatória, as células que possuem atividade hemoformadora (células pluripotentes), formadas no saco vitelínico inicialmente, aninham-se em locais distantes, onde a disposição anatômica vascular e os elementos celulares de sustentação formam um microambiente propício a seu desenvolvimento. Em condições ideais de microambiente, o tecido hemopoiético prolifera e amadurece. No microambiente da medula óssea, as células pluripotentes (ou células-tronco hematopoiéticas) encontram condições favoráveis para sua sobrevida, autorrenovação e formação de células progenitoras diferenciadas. Esse meio é composto por células do estroma e uma rede microvascular. As células do estroma são formadas por adipócitos, fibroblastos, células endoteliais e macrófagos. Juntas, essas células secretam moléculas extracelulares, como colágeno, glicoproteínas e glicosaminoglicanos (ácido hialurônico e derivados condroitínicos) para formar uma matriz extracelular. Fatores de crescimento, necessários à sobrevivência da célula-tronco, também são secretados pelas células do estroma.
 As células do estroma são oriundas das células-tronco mesenquimais, também chamadas células estromais mesenquimais multipotentes ou células mesenquimais aderentes. Junto com os osteoblastos, formam nichos e fornecem os fatores de crescimento, moléculas de adesão e citocinas que dão suporte às células-tronco hematopoiéticas. Em outras palavras, as células estromais permitem a fixação das células pluripotentes, trazidas pela circulação periférica, ao estroma medular e propiciam o contato íntimo entre essas células e os fatores de crescimento hemopoiéticos secretados pelas células do estroma que entram em contato com seus respectivos receptores de membrana. A fixação de células hematopoiéticas pluripotentes no estroma medular é mediada por moléculas de adesão e seus respectivos receptores situados na membrana dessas células. São exemplos de receptores: o CD44, o CD11, o CD18 e a fibronectina. A partir dessa interação com os receptores, as células-tronco hematopoiéticas proliferam-se e podem ser tanto estimuladas a autorrenovar-se como também a dar origem às distintas linhagens de células sanguíneas.
 Entre as células pluripotentes medulares e as células maduras que entram no sangue há várias fases intermediárias. A célula pluripotente, responsável pela formação de todas as células sanguíneas, expande-se ou se divide, guardando sempre a característica de pluripotencialidade. Porém, algumas de suas células-filhas evoluem num sentido mais avançado e apesar de ainda serem indiferenciadas já são orientadas para uma única ou apenas para algumas linhagens celulares. Essas são denominadas células comprometidas (ou precursores comprometidos). Quando as células comprometidas atingem um grau de diferenciação ainda maior elas se tornam unipotentes e são capazes de dar origem a apenas uma determinada série sanguínea. As séries sanguíneas são constituídas pelos eritrócitos (ou hemácias), células granulocíticas, monócitos e macrófagos, linfócitos e plasmócitos e, por fim, pelas plaquetas (ou trombócitos). 
 Os granulócitos, monócitos, linfócitos e plasmócitos recebem a denominação geral de leucócitos ou glóbulos brancos do sangue.
 Fatores que estimulam a hematopoiese: Os fatores de crescimento hematopoiéticos são hormônios glicoproteicos que regulam a proliferação, a diferenciação das células progenitoras hematopoiéticas e a função das células sanguíneas maduras, além de prevenir a apoptose celular. Eles podem agir no local em que são produzidos por contato célula a célula ou podem circular no plasma. Também podem se ligar à matriz extracelular, formando nichos ao quais aderem células-tronco e as células progenitoras. Os fatores de crescimento compartilham certo número de propriedades e agem em diferentes etapas da hematopoiese. De maneira geral eles: 
• Agem em concentrações muito baixas 
• Atuam hierarquicamente 
• São produzidos por muitos tipos celulares 
• Afetam mais de uma linhagem 
• Exercem efeito sobre as células-tronco e as células funcionais finais
• Tem interações sinérgicas ou aditivas com outros fatores de crescimento 
 Com exceção da eritropoetina, que é sintetizada pelo rim em sua maior parte, e da trombopoetina, sintetizada no fígado, os fatores de crescimento são oriundos, principalmente, das células estromais. Eles podem agir sinergicamente no estímulo de proliferação ou diferenciação deuma célula particular ou ainda estimular a produção de outro fator de crescimento ou de um receptor de fator.
· CFU-GEMM: unidade ou célula capaz de formar vários tipos de precursores das linhagens granulocítica, eritrocitária, monocitária e megacariocitária.
· CFU-GM : unidade ou célula formadora de colônias constituídas apenas de neutrófilos (G) e monócitos (M).
· CFU-E: unidade ou célula formadora de colônias de eritroblastos (E). 
· CFU-Eo: unidade ou célula formadora de colônias constituídas apenas por eosínófilos (Eos). 
· CFU-Meg: unidade ou célula formadora de colônias só de megacariócitos.
· BFU-E: fator estimulador da proliferação de progenitores eritroblásticos. 
· BFU-EMeg: fator estimulador da proliferação de progenitores eritroblásticos e megacariócitos.
Fatores que inibem a hematopoiese: 
 Além dos fatores que estimulam a proliferação ou a maturação das várias linhagens celulares do sangue, há substâncias que inibe, esses fenômenos. Tais substâncias podem ser denominadas reguladores ou modulares, pois, até certo ponto, impedem a produção de quantidade excessiva de células. São produzidas por vários tipos de células presentes no estroma de sustentação da medula óssea. 
 • Interferon Gama (INF-γ)
 • Prostaglandina E
 • Lactoferrina.
 • Fator de Necrose Tumoral Alfa (TNF-α) 
 • Fatores Transformadores de Crescimento (TGF-ẞ)
 Embora a síntese sanguínea nos adultos seja limitada, o fígado, o baço e as regiões inativas (amarelas) da medula óssea podem retomar a produção de células sanguíneas se houver necessidade. Nas regiões da medula que produzem ativamente células sanguíneas, cerca de 25% das células em desenvolvimento são eritrócitos, ao passo que 75% são destinadas a se tornarem leucócitos. O tempo de vida dos leucócitos é bem mais curto do que o dos eritrócitos; por isso, os leucócitos devem ser substituídos mais frequentemente. Por exemplo, os neutrófilos têm uma meia-vida de 6 horas, e o corpo precisa produzir mais de 100 milhões de neutrófilos a cada dia, a fim de substituir os que morrem. Os eritrócitos, por outro lado, vivem cerca de quatro meses na circulação.
 A hematopoiese é controlada por citocinas: As citocinas são peptídeos ou proteínas liberadas de uma célula, que afetam o crescimento ou a atividade de outra célula. As citocinas recentemente descobertas são, em geral, chamadas de fatores, com o acréscimo de um modificador que descreve suas ações: fator de crescimento, fator de diferenciação, fator trófico (nutritivo). Algumas das citocinas mais conhecidas na hematopoiese são os fatores estimuladores de colônia, moléculas produzidas por células endoteliais e leucócitos. Outros são as interleucinas, como a IL-3. O nome interleucina foi inicialmente dado a citocinas liberadas por um leucócito para agirem em outro leucócito. Os nomes enumerados das interleucinas, como interleucina 3, são dados às citocinas quando sua sequência de aminoácidos tenha sido identificada. As interleucinas também tem papéis importantes no sistema imune. Outra citocina hematopoiética é a eritropoetina, que controla a síntese de eritrócitos. A eritropoetina é frequentemente chamada de hormônio, mas tecnicamente ela se encaixa na definição de uma citocina, uma vez que ela é produzida a partir da demanda, em vez de estocada em vesículas, como os hormônios peptídicos. 
 Os fatores estimuladores de colônia regulam a leucopoiese: Os fatores estimuladores de colônia (CSFs) foram identificados e nomeados por sua capacidade de estimular o crescimento de colônias de leucócitos em cultura. Estas citocinas, produzidas por células endoteliais, fibroblastos medulares e leucócitos, regulam a produção e o desenvolvimento de leucócitos, ou leucopoiese. Os CSFs induzem a divisão celular (mitose) e a maturação celular das células-tronco. Quando um leucócito fica maduro, ele perde sua capacidade mitótica. Um aspecto fascinante da leucopoiese é que a produção de novos leucócitos é regulada em parte pelos leucócitos existentes. Essa forma de controle permite que o desenvolvimento dos leucócitos seja muito específico e conforme as necessidades do corpo. Quando o sistema de defesa do corpo é chamado para combater invasores estranhos, o número absoluto de leucócitos e as proporções relativas dos diferentes tipos de leucócitos na circulação mudam. Por exemplo, uma pessoa com uma infecção bacteriana normalmente apresenta um número total de leucócitos alto no sangue, com um aumento do percentual de neutrófilos. As citocinas liberadas pelos leucócitos ativos combatendo a infecção bacteriana estimulam a produção de neutrófilos e monócitos adicionais. Uma pessoa com infecção viral pode ter uma contagem total de leucócitos alta, normal ou baixa, mas apresenta, muitas vezes, um aumento na porcentagem de linfócitos. As leucemias são um grupo de doenças caracterizadas pelo crescimento e desenvolvimento anormal de leucócitos. Nas neutropenias, os pacientes têm poucos leucócitos e são incapazes de combater infecções bacterianas e virais.
A trombopoetina regula a produção de plaquetas: A trombopoetina (TPO) é uma glicoproteína que regula o crescimento e a maturação dos megacariócitos, as células progenitoras das plaquetas. (Lembre-se que trombócito é um nome alternativo para plaqueta.) A TPO é produzida principalmente no fígado.
A eritropoetina regula a produção de eritrócitos: A produção de eritrócitos (eritropoiese) é controlada pela glicoproteína eritropoetina (EPO), auxiliada por várias citocinas. A EPO é sintetizada principalmente nos rins dos adultos. O estímulo para a síntese e liberação da EPO é a hipóxia, baixos níveis de oxigênio nos tecidos. A hipóxia estimula a produção de um fator de transcrição, chamado de fator induzível por hipóxia 1 (HIF-1), que ativa o gene EPO para aumentar a síntese de EPO. Essa via, assim como outras vias endócrinas, ajuda a manter a homeostasia. Pela estimulação da síntese dos eritrócitos, a EPO coloca mais hemoglobina na circulação para transportar oxigênio. A existência de um hormônio controlando a produção de eritrócitos foi sugerida pela primeira vez na década de 1950, mas duas décadas se passaram antes de os cientistas obterem sucesso na purificação da substância. Uma das razões para esse atraso é que a EPO é produzida conforme a necessidade e não é armazenada, como ocorre em uma célula endócrina. Atualmente, os médicos podem prescrever não somente a EPO produzida geneticamente, como a epoetina, mas também vários fatores estimuladores de colônia (sargramostima e filgrastima), que estimulam a síntese de leucócitos. Os pacientes com câncer, nos quais a quimioterapia suprimiu a hematopoiese, são beneficiados com injeções desses hormônios hematopoiéticos, porém, em 2007, FDA publicou novas instruções sobre doses e avisos sobre o risco aumentado de formação de coágulos sanguíneos nos pacientes que tomam agentes estimuladores da eritropoiese.
Eritrócitos: Os eritrócitos, ou glóbulos vermelhos, estão entre os mais abundantes tipos celulares no sangue. Um microlitro de sangue contém cerca de 5 milhões de glóbulos vermelhos, comparados com somente 4 mil a 11 mil leucócitos e 150 mil a 450 mil plaquetas. A função principal dos eritrócitos é facilitar o transporte de oxigênio dos pulmões às células e o transporte do dióxido de carbono das células aos pulmões. A proporção entre os eritrócitos e o plasma é indicada clinicamente pelo hematócrito e expressa como uma porcentagem do volume total de sangue. O hematócrito é determinado colocando-se uma amostra de sangue dentro de um tubo capilar estreito e centrifugando, de modo que os eritrócitos que são mais pesados vão para o fundo do tubo, deixando a fina “camada amarela” dos leucócitos e plaquetas que são mais leves no meio e o plasma no topo. A coluna de eritrócitos amontoados é medida, e o valor do hematócrito é expresso como uma porcentagem do volume total da amostra. A faixa normal de hematócrito é de 40 a 54%, para homens, e de 37 a 47%, para mulheres. Esse exame fornece um modo rápido e econômico de estimar a contagem de eritrócitos,pois o sangue usado para um hematócrito pode ser coletado simplesmente ao se puncionar um dedo.
· Eritrócitos maduros não possuem núcleo: Na medula óssea, as células progenitoras comprometidas se diferenciam, após vários estágios, em grandes eritroblastos nucleados. Como eritroblastos maduros, o núcleo é condensado e a célula encolhe de um diâmetro de 20 mm para cerca de 7 mm. No último estágio antes da maturação, o núcleo é perdido e fagocitado por macrófagos da medula óssea. Ao mesmo tempo, outras organelas com membrana (como as mitocôndrias) são degradadas e desaparecem. A forma celular imatura final, chamada de reticulócito, deixa a medula e entra na circulação, onde amadurece até um eritrócito em cerca de 24 horas. Eritrócitos maduros de mamíferos em uma solução isotônica são discos bicôncavos, com formato muito parecido com bolinhos de geleia com o enchimento espremido para fora do meio. Eles são “sacos” membranosos simples preenchidos com enzimas e hemoglobina. Pelo fato de os eritrócitos não conterem mitocôndrias, eles não podem realizar metabolismo aeróbio. Assim, a glicólise é sua fonte principal de ATP. Sem um núcleo ou retículo endoplasmático para executar a síntese proteica, os eritrócitos são incapazes de produzir novas enzimas ou de renovar componentes de membrana. Essa incapacidade leva a uma perda da flexibilidade da membrana, tornando as células velhas mais frágeis e passíveis de ruptura. A forma bicôncava dos eritrócitos é uma das suas características que mais os distingue. A membrana é mantida no lugar por um citoesqueleto complexo, composto de filamentos unidos a proteínas transmembrana de ancoramento. Apesar do citoesqueleto, os eritrócitos são muito flexíveis, como um balão parcialmente cheio de água, que pode ser comprimido, criando várias formas. Essa flexibilidade permite que os eritrócitos mudem seu formato quando eles se espremem através de capilares estreitos na circulação. A estrutura em forma de disco dos eritrócitos também possibilita que eles modifiquem sua forma em resposta a mudanças osmóticas no sangue. Em um meio hipertônico, os eritrócitos encolhem e desenvolvem uma superfície pontiaguda quando a membrana é tracionada em direção ao citoesqueleto. Um eritrócito colocado em um meio ligeiramente hipotônico incha e forma uma esfera, sem romper a integridade da sua membrana.
A morfologia dos eritrócitos pode fornecer pistas para a presença de doenças. Algumas vezes, as células perdem seu formato de disco achatado e tornam-se esféricas (esferocitose), um formato similar àquele da célula em meio hipotônico. Na anemia falciforme, as células têm um formato de uma foice ou meia-lua crescente. Em algumas doenças, o tamanho dos eritrócitos – o volume médio das células, também chamado de volume corpuscular médio (VCM) – tanto pode ser anormalmente grande quanto anormalmente pequeno. Por exemplo, os eritrócitos podem ser anormalmente pequenos, ou microcíticos, na anemia por deficiência de ferro. Se eles estão pálidos devido à falta de hemoglobina vermelha, eles são descritos como hipocrômicos. 
A síntese da hemoglobina requer ferro: A hemoglobina, o principal componente dos eritrócitos, é mais bem conhecida por seu papel no transporte de oxigênio. A hemoglobina (Hb) é uma grande e complexa proteína com quatro cadeias proteicas globulares, cada uma envolvendo um grupo heme contendo ferro. Existem muitas isoformas das proteínas globinas na hemoglobina. As isoformas mais comuns são designadas alfa, beta, gama e delta, dependendo da estrutura da cadeia. A maior parte da hemoglobina de adultos (designada HbA) tem duas cadeias alfa e duas cadeias beta, como mostrado. Entretanto, uma pequena porção da hemoglobina adulta (cerca de 2,5%) tem duas cadeias alfa e duas cadeias delta (HbA2). Os quatro grupos heme em uma molécula de hemoglobina são idênticos. Cada um consiste em um anel porfirínico composto por carbono-hidrogênio-nitrogênio com um átomo de ferro (Fe) no centro. Cerca de 70% do ferro no corpo é encontrado nos grupos heme da hemoglobina. Como resultado, a síntese de hemoglobina requer um suprimento adequado de ferro na dieta.
1. A maior parte do ferro da dieta vem de carne vermelha, feijões, espinafre e pão fortificado com ferro.
2. O ferro é absorvido no intestino delgado por transporte ativo. 
3. Uma proteína carreadora, chamada de transferrina, liga-se ao ferro e o transporta no sangue. 
4. A medula óssea capta o ferro e o utiliza para produzir o grupamento heme da hemoglobina para o desenvolvimento dos eritrócitos.
 O excesso de ferro ingerido é estocado, principalmente no fígado. Os estoques de ferro são encontrados dentro de uma pequena proteína esférica, chamada de ferritina. O núcleo da esfera contém o mineral ferro, que pode ser convertido a ferro solúvel e liberado, quando necessário, para a síntese de hemoglobina. O excesso de ferro no corpo é tóxico, e o envenenamento em crianças ocorre algumas vezes quando elas ingerem muitos comprimidos de vitamina contendo ferro. Os sintomas iniciais da intoxicação por ferro são dor gastrintestinal, cãibras e sangramento interno, o qual ocorre quando o ferro destrói o epitélio digestório.
 Os eritrócitos vivem cerca de quatro meses: Os eritrócitos vivem na circulação por volta de 120 ± 20 dias. Os eritrócitos mais velhos, cada vez mais frágeis, podem romper-se quando tentam passar através de capilares estreitos, ou eles podem ser engolidos por macrófagos quando passam através do baço. Muitos componentes das células destruídas são reciclados. Os aminoácidos das cadeias globina da hemoglobina são incorporados em novas proteínas, e algum ferro dos grupos heme é reutilizado para a produção de novos grupos heme. O restante dos grupos heme é convertido pelas células do baço e do fígado em um pigmento colorido, chamado de bilirrubina. Esta é transportada pela albumina plasmática para o fígado, onde é metabolizada e incorporada a uma secreção, chamada de bile. A bile é secretada no trato digestório, e os metabólitos da bilirrubina deixam o corpo nas fezes. Pequenas quantidades de outros metabólitos da bilirrubina são filtradas do sangue para os rins, onde contribuem para a cor amarela da urina. Em algumas circunstâncias, os níveis de bilirrubina no sangue tornam-se elevados (hiperbilirrubinemia). Essa condição, denominada icterícia, produz um tom amarelado na pele e na conjuntiva. O acúmulo de bilirrubina pode ocorrer por diversas causas. Uma causa comum de icterícia é a disfunção do fígado, na qual o fígado é incapaz de processar ou excretar a bilirrubina.
 Os leucócitos ou glóbulos brancos são células nucleadas, incolores que desempenham mecanismo de defesa do organismo contra infecções. São células de vida curta, duram cerca de sete dias e estão presentes no sangue em uma quantidade menor que as hemácias, em torno de 5 a 9 mil leucócitos por milímetros de sangue. Cada pessoa possui um número de leucócitos específicos que permanece ao longo dos anos. Assim, uma diminuição na contagem dos leucócitos (leucopenia) ou um aumento na quantidade das células brancas (leucocitose) são o indicativo de algum problema pode estar acontecendo. 
 Existem três grandes classes de leucócitos: 
1. Granulócitos: Originam-se da linhagem mieloide e são células que possuem grânulos em seu citoplasma. Os granulócitos são de 3 tipos: neutrófilo, eosinófilo e basófilo. Neutrófilos: são os leucócitos mais numerosos; desempenham por fagocitose função essencial para luta contra invasões microbianas. Eosinófilos: representam 2 a 4% do total de leucócitos e estão geralmente aumentados nos estados de intoxicação e presença de helmintos. Basófilos: existem na proporção de 0 a 1% do total de leucócitos. Apresentam resposta imunitária com liberação de histamina e outros mediadores químicos vasoativos.
2. Linfócitos: Representam no sangue do adulto de 20 a 30% do total de leucócitos. Não possuem grânulos no seu citoplasma e são originários da linhagem linfoide da medula óssea. Os linfócitos são do tipo T e B. Os linfócitos do tipo B saem maduros da medulaóssea, mas os linfócitos T precisam migrar para o timo para se tornarem maduros. Linfócito T: responsável pela imunidade celular do tipo tardio. Ex: defesa contra vírus, fungos e micobactérias. Linfócito B: responsável pela imunidade humoral, mediada por anticorpos (imunoglobulinas), contra reações de hipersensibilidade imediata.
3. Monócitos: representam de 4 a 8% do total de leucócitos e se desenvolvem nos tecidos linfoides e migram facilmente pela parede dos vasos e se transformam em células fagocitárias, passando a se chamar macrófagos.
 
 As plaquetas ou trombócitos são fragmentos de células megacariócitos (células especiais nativas da medula óssea) e liberados na circulação. Possuem papel fundamental no controle do sangramento. Quando ocorre uma lesão as plaquetas se acumulam no local, promovendo a adesão plaquetária entre si e a formação de um trombo, fazendo o sangramento cessar temporariamente. As plaquetas possuem um tempo de vida em torno de nove a dez dias e seu quantitativo normal no sangue de um indivíduo varia de 150 mil a 450 mil por mililitro cúbico de sangue.
 Estes três tipos de células formam os elementos figurados do sangue, entretanto, toda a parte líquida do sangue forma o plasma sanguíneo. Cerca de 90% do plasma é constituído de água e dissolvidas nesta, numerosas substâncias existentes no sangue, tais como: sódio, cloro, fósforo, potássio, magnésio, cálcio e outros. Além das proteínas que também estão dissolvidas no plasma. Em cada litro de sangue há cerca de 60 a 80g de proteínas, principalmente, em maior quantidade, por albumina, e em menor proporção estão as globulinas, relacionadas com a produção de anticorpos, e o fibrinogênio, fundamental no processo de coagulação sanguínea.
Referências:
· LORENZI, TF. Manual de Hematologia: Propedêutica e Clínica. São Paulo, Guanabara Koogan, 4a . ed., 2006.
· HOFFBRAND, A. Victor. Fundamentos em hematologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.

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